Para ver os ofícios originais e obter mais informações, clique AQUI.
(a documentação em causa está, também, disponível na página da IGAL)
Porque infinita é a vontade de sonhar e chegar sempre mais além… Espaço de convívio e reflexão onde as palavras são sementes que crescem livres de amarras.
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(a documentação em causa está, também, disponível na página da IGAL)
Estou a referir-me ao Despacho n.º 1/XII, de Assunção Esteves (publicado no Diário da Assembleia da República, II Série E, n.º 1, de 24 de Junho de 2011), que atribui ao deputado Mota Amaral dois gabinetes, dois funcionários (uma secretária e um motorista) e uma viatura para "uso pessoal".
Sinceramente, será isto a noção de poupança de Assunção Esteves? Confesso que fiquei bastante desagradada... e desiludida com este 1.º despacho daquela que eu achei ia ser uma "lufada de ar fresco" na "casa da Democracia". Revela-se, afinal, uma perdulária. E nem quero pensar que a sua isenção esteja comprometida... (por Mota Amaral ser, também, do PSD... quero pensar que faria o mesmo se lá estivesse, por exemplo, Jaime Gama ou Almeida Santos).
Mas o que justifica estes gastos excedentários? A lei orgânica da AR diz que os ex-presidentes: têm direito a um gabinete próprio... não a duas salas; e "poderão ser apoiados por um funcionário"... poderão não é o mesmo que "têm dirieto"... a austeridade poderia ser a razão suficiente para a não afectação; um funcionário não são dois (secretária e motorista); e um carro... é benefício nem sequer citado, muito menos para "uso pessoal" (ainda se fosse para usar em trabalho... e, mesmo assim, era demais).
São estas as lições de poupança que o parlamento nos quer ensinar? E, depois, querem que confiemos nos políticos... Para mim isto é uma vergonha!
Carlota Joaquina
Almerinda Teixeira
Cacilhas, 20 de Julho de 2011
Que raio de Justiça é esta?
Para concluir:
Tudo isto por acção directa do dirigente responsável (Ramiro Norberto), com o aval do vereador dos recursos humanos (José Gonçalves) e o apoio da senhora Presidente (Maria Emília Neto de Sousa)… Sabem porquê? Por no início deste processo ter estado a denúncia das muitas irregularidades cometidas pela Eng.ª Lurdes Alexandra Neto de Sousa… Diz-vos alguma coisa este apelido? Isso mesmo… é a filha da senhora Presidente da Câmara. Serão precisas mais explicações?
Mas parece que, contudo, em Almada, a família "Neto de Sousa" (com ligação aos Mendes e aos Freitas) já não os incomoda. Para a CDU há famílias... e FAMÍLIAS! O que será que as distingue? Pois é evidente: o pai "Teixeira" é PS enquanto a mãe "Neto de Sousa" é PCP, o que faz toda a diferença.
Mas há ainda outras questões que os distinguem: em Loures as nomeações da família são em cargos de confiança (podem ser condenáveis do ponto de vista ético e político mas desconheço se foram cometidas ilegalidades para assegurar os respectivos pagamentos). E em Almada? Além de Maria Emília não ter colocado ninguém na CMA mas sim em serviços municipais fora da autarquia (SMAS e AGENEAL), os familiares são trabalhadores do munícipio e estão em lugares de direcção (à excepção de Ramiro de Freitas, aposentado dos SMAS colocado no Conselho de Administração com vínculo desconhecido) aos quais acederam por concurso.
Então está tudo correcto? Ora aí é que se enganam... A forma meteórica como alguns subiram na carreira e as irregularidades detectadas nos respectivos procesoss de nomeação como dirigentes, deixa muito a desejar, como já aqui noticiámos, havendo até um caso (de Catarina de Freitas) que foi considerado pela IGAL (Inspecção-geral da Administração Local) como passível de procedimento criminal, com denúncia ao Ministério Público ordenada pelo SEAL (Secretário de Estado da Administração Local) em 2008.
Para recordar, deixo-vos aqui as ligações para cada um dos casos atrás referidos (basta clicar sobre o nome de cada um para aceder aos respectivos artigos): Lurdes Alexandra Neto de Sousa; Catarina Freitas; Carlos Sousa; Carlos Mendes; Rodrigo Freitas.
Para quando um comunicado da CDU de Almada a condenar estas práticas da sua camarada presidente de Câmara? ... não vão dizer que desconhecem estas ligações (e muitas outras relações familiares e partidárias existentes na autarquia) ... basta fazer uma consulta à lista de trabalhadores da CM/SMAS de Almada, incluindo os prestadores de serviços, para verificarmos a coincidência de muitos nomes...
Programa do XIX Governo. Tema: Administração Local e Reforma Administrativa
«O Governo propõe uma agenda reformista e inovadora para o Poder Local assente nos seguintes eixos: proximidade com os cidadãos e descentralização administrativa. Essa agenda comporta quatro vectores estratégicos destinados a substituir o paradigma centralista e macrocéfalo por um paradigma de responsabilidade que valorize a eficiência na afectação de recursos destinados ao desenvolvimento social, económico, cultural e ambiental das várias regiões do País de acordo, também com o princípio da subsidiariedade: a descentralização e a reforma administrativa, o aprofundamento do municipalismo, o reforço das competências das Associações de Municípios, a promoção da coesão e competitividade territorial através do poder local.
Para a atingir, o Governo colaborará com a Assembleia da República com vista ao aprofundamento do estudo e debate sobre eventuais modelos de competências, financiamento e transferência de recursos, bem como de novas perspectivas de organização local trazidas pelo debate constitucional.
(…)
Uma agenda para a Mudança na Administração Local passará pela aprovação de uma nova Lei de Finanças Locais que atenderá à actual dependência autárquica das receitas da construção e do imobiliário. Aos municípios deve ser assegurado o direito a uma parte das receitas fiscais cobradas no seu território, compensadas com um fundo de coesão municipal, no caso dos Municípios economicamente mais débeis, o que corresponde a alterar o modelo de financiamento para o tornar mais transparente, mais adequado e mais responsabilizador.
O Governo promoverá um acordo político alargado que viabilize uma reorganização do mapa administrativo visando a optimização e racionalização do número de órgãos autárquicos bem como das respectivas competências, com uma análise detalhada ao sector empresarial local quanto ao pressuposto da respectiva utilidade pública e da racionalização sustentada da despesa.
No âmbito da Reforma Administrativa será assumido o princípio de “geometria variável” ou do intermunicipalismo em prol da cidadania e da solidariedade nacional e local.
Relativamente ao sistema de NUT III, o Governo proporá:
- novos modelos de legitimidade e de governança em respeito pela legitimidade democrática dos municípios que integram as associações municipais, mediante a criação de um sistema operativo de governança que as habilite a gerir mais eficazmente as oportunidades de desenvolvimento.
Competências das associações de municípios:
- prestação de serviços relacionados com a organização interna dos municípios que potenciem economias de escala no funcionamento interno municipal (processamento de salários, gestão de recursos humanos, contabilidade, compras, manutenção do parque automóvel, gestão dos equipamentos culturais e desportivos);
- habilitações sub-regionais a desenvolver nos serviços técnicos, nos sistemas de informação geográfica e da programação de base intermunicipal;
- áreas estratégicas de base intermunicipal, v.g. estratégias de desenvolvimento económico que ultrapassem visões exclusivamente nacionais ou locais.
Princípios orientadores para o modelo de financiamento das associações de municípios:
- princípio da autonomia financeira das associações de municípios;
- princípio da subsidiariedade.
A Administração Local e o Ordenamento do Território deverão desenvolver políticas públicas articuladas e transversais no que diz respeito à promoção da competitividade territorial sem prejuízo das especificidades das matérias relativas à gestão do QREN.»
Portanto, não há como escapar.
Ela vem mesmo aí... a reforma territorial.
Considero-a necessária mas preocupa-me, nomeadamente, a aplicação do conceito de "geometria variável"… quererá o Governo ressuscitar as defuntas Leis 10 e 11/2003, de 13 de Maio, e fazer ressurgir as unidades geográficas “à la carte”? como as criadas de forma pouco coerente, por aquela que ficou conhecida como “reforma Miguel Relvas” e que transformou o país num imenso espaço urbano, com áreas metropolitanas de norte a sul?
Mas, além dos limites territoriais das freguesias (parece que não querem mexer nos concelhos), esta reforma arrasta atrás de si, também, a perspectiva de alteração das leis eleitoral das autarquias locais e do funcionamento dos respectivos órgãos autárquicos para implementar aquilo a que se convencionou chamar de “governo municipal”.
Por isso, muita coisa irá ser alterada…
E se a “tesoura da troika territorial” chegar a Almada? Que freguesias desaparecerão?
Por enquanto fico-me por aqui. Em breve voltarei a este tema. Entretanto, para quem tiver página no Facebook, a discussão segue no Grupo “POLÍTICA VADIA – um espaço de discussão de temas políticos aberto a tod@s quant@s nele queiram participar respeitosamente. Debater ideias é preciso! Bem vind@!”