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quinta-feira, 27 de outubro de 2011


Eu sou super fã do Lindomar e do Olímpio, já falei deles aqui no Blog, eles fazem um trabalho muito bom com a banda desenhada, história em quadrinhos para nós brasileiros, rs.

Tem um personagem deles que eu adoro é o Cabutela, é o esteriótipo do angolano, simplesmente perfeito e de morrer de rir com os gibis deles.

Hoje recebi essa charge, excelente! O mundo realmente dá voltas, todos os dias não param de chegar portugueses por essas bandas, ainda mais depois que a crise mundial começou a castigar principalmente a europa.

Só o ano passado o Ministério do Turismo recebeu mais de 100 mil portugueses em Angola. E esse número tende a crescer e muito depois que Portugal e Angola assinaram um acordo de cooperação de vistos. Os portugueses agora recebem visto de trabalho válido por 3 anos.

E nós brasileiros, nadica de pitibiribas, nem mesmo a Dilminha paz e amor, que esteve em Angola esse mês, fez alguma coisa por nós.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Primavera Africana


Fonte: Jornal de Angola

As pequenas e isoladas manifestações continuam pela cidade de Luanda, mas ao contrário do que alguns jornais insistem de chamar de primavera Africana, por aqui o povo faz mesmo é piada, como a da charge no Jornal de Angola.

Há até quem diga a baixa voz, porque esses assuntos logo a gente aprende que só se fala ao pé do ouvido, que os manifestantes ganharam 250 mil dólares para irem as ruas. Uns dizem que o partido no poder está por trás para colocar a culpa na oposição e outras que é a oposição que está por trás para tentar desmoralizar o partido no poder.

A verdade ninguém sabe, mas com certeza a grande maioria do povo não tá mesmo é nem um pouco preocupado com as tais manifestações e a vidinha na cidade continua naquele frenesi louco de sempre. As zungueiras a levar o peixe com seu grito peculiar, os meninos andando entre os carros com suas mil e uma mercadorias made in china e o trânsito, bom o trânsito nosso de cada dia continua o mesmo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Orgulho Nacional



Os angolanos são muito patrióticos, dão muito valor as marcas nacionais e suas figuras de destaque. Hoje não se fala em outra coisa a não ser a eleição da miss uiverso. A angolana Leila Lopes, também chamada de diamante negro angolano arrancou suspiros dos homens e olhares de admiração e simpatia das mulheres e virou assunto nacional.

Linda e simpática não há dúvidas que mereceu a conquista, natural de Benguela a famosa terra das acácias rubras é também considerada a cidade com as mulheres mais lindas da África. Agora Benguela pode sim afirmar que tem a mulher mais bela do universo.

Além de mulheres lindas, Benguela também tem praias paradisiacas e um grande potencial turistico. Mas assim como os outros paraísos perdidos de Angola, continua com muita fama e pouco investimento na área de turismo.

Em meio a tanto orgulho ninguém comenta sobre as manifestações contrárias ao presidente no poder, muito pelo contrário o povo não está preocupado com isso, os partidos de oposição também não e não demorou para eles esclarecerem que não estão envolvidos em nenhuma manifestação…

Se antes do ocorrido os tais manifestantes já eram desconhecidos da grande massa, agora que foram condenados a 3 meses de prisão, a oposição se isenta de qualquer envolvimento e a miss angolana foi eleita miss universo e muito pouco provável que a população realmente se envolva nesse movimento.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pambala


Pambala é mais uma dessas jóias do atlântico escondidas no litoral angolano. Apesar de ser muito próxima de Luanda, chegar até lá não é tarefa das mais fáceis, já que não existe nenhuma placa ou indicação de caminho.

A primeira vez que ouvi falar dessa praia foi em Cabo Ledo quando um grupo de franceses que estavam acampados ao nosso lado perguntou se conhecíamos. Eles disseram que queriam ir até lá, mas não sabiam exatamente como chegar, e que algumas pessoas lhes haviam dito que era uma praia maravilhosa de coqueiros e areia branquinha.Parece roteiro de cinema no melhor estilo a Ilha, uma praia secreta, difícil de achar que apenas poucos privilegiados descobrem o caminho, rs.

Na realidade o que falta é informação mesmo. Pois a praia não está nenhum pouco escondida, são kms e mais kms de areia branquinha e muita sombra de coqueiros para quem quiser desfrutar.



Pambala foi uma fazenda na época colonial, onde se plantava coqueiros, engraçado que em Angola não se tem o costume de tomar água de coco geladinha direto do coco verde como no Brasil. Olhar aquele mundaréu de coqueiros carregados ali na praia e não poder tomar nenhuma aguinha da uma tristeza danada.

O fim da história todo mundo sabe, o dono foi embora quando houve a guerra, depois dizem que morreu, o lugar ficou abandonado e hoje pertence a um general que não tem interesse em retomar as atividades.

Para chegar à praia que tem o mesmo nome da fazenda é preciso entrar numa estradinha há 18 km depois da Barra do Dande e ir embora estrada adentro até chegar à praia.
O lugar está um pouco sujo, devido aos resíduos que vem do mar, mas continua paradisíaco: o mar azul, as falésias do Dande ao longe e a areia branca emoldurada pelos coqueiros verdinhos fazem lembrar muito o litoral sul da Bahia. Um litoral que não existe mais graças à especulação imobiliária.

Em Pambala a paz e a beleza natural estão garantidas ainda por muitos anos, já que por essas bandas ainda não se investe em resorts faraônicos.



Existe uma pequena comunidade vivendo na vila de Pambala, os garotos são muito prestativos e podem ajudar no que for preciso, dentro das limitações que o lugar impõe é claro.

O fim de tarde é fascinante as cores do por do sol só não são mais belas do que ver o barquinho de pesca aportando com um peixe realmente fresco para o jantar.
A noite em volta da churrasqueira enquanto o peixe assa a gente ainda pode prosear com o guarda fiscal da praia. Sim, isso mesmo, uma praia deserta com peixe fresco delivery e segurança particular, rs.



Entre um gole e outro ele nos conta dos senegaleses e congolenses que tentam entrar ilegalmente no país, das plantações clandestinas de lhambra, do pai êbo que nasceu depois de uma gestação de 12 anos (sim eu disse 12 anos), já com dentes e cabelo. Fala com saudosismo das duas esposas e dos 6 filhos, os dois últimos um casal de gêmeos que ele ainda não conheceu porque está de serviço.



Pambala é a Angola bela, a Angola sem maldade, sem miséria, onde quem tem fome vai pescar, onde a terra é boa e se plantando tudo dá...

Pambala é a Angola pura, onde você pode chegar e prosear sem medo e com a cumplicidade de velhos amigos...

Pambala é a Angola que vale a pena conhecer...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011


Foto: Jornal Sol 7/01/2011

Quando se volta a Angola, após um longo período fora, a sensação é de que tudo a sua volta está diferente. São tantas as obras em andamento que mesmo sabendo que 2 meses apenas não são suficientes para mudar uma sociedade inteira, tudo parece novo.

Não sei se foram as chuvas de verão ou as campanhas de educação espalhadas por toda a cidade, mas fato é que Luanda está mais limpa. Ou será que são meus olhos?

Lógico que os problemas crônicos da cidade não acabaram e ainda me dói ver as valas de escoamento de água da Rocha Pinto cobertas de lixo, mas as ruas principais estão sim mais limpas e com semaforos em todos os cruzamentos.

Tudo bem que eles ainda não funcionam, isso é só uma questão de tempo. Lembro muito bem que quando cheguei aqui há 3 anos atrás não havia nenhum sinal nas ruas e isso foi um grande choque pra mim, era praticamente impossível atravessar um cruzamento sem se jogar em cima de outros carros.

A Ilha do Cabo está ficando linda. Lembra muito Copacabana, só uns 200m foram requalificados, mas confesso que a sensação de andar por esse pequeno espaço ao fim de tarde é ótima, principalmente quando se sabe que em breve toda a ilha estará assim.

Novos restaurantes, novos supermercados, novas vias, novos postes de iluminação, novos empreendimentos residenciais… São tantas as benfeiturias que ainda estou perdida.


Foto: http://www.skyscrapercity.com

Ontem fui ao novo supermercado Kero, não gosto de fazer propaganda, mas esse realmente merece! São mais de 11.000m², estacionamento enorme, muito muito limpo e iluminado. Mas o que mais me surpreendeu foi atendimento. Impecável! Excelente treinamento da equipe toda.

E antes que alguém mais pessimista comece a reclamar que esses benefícios são só para os ricos e que a miséria continua a mesma para o resto da população. Devo lembrar-lhes que a praia é de todos, o supermercado gerou mais de 500 empregos diretos para os angolanos e que a porcentagem de angolanos vivendo na miséria caiu de 70% para 35% nos últimos 3 anos.

Ainda há muito o que se fazer, mas não posso negar que Angola está mesmo a Mudar!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um almoço no Chicala



Não sei se é o frio ou os quilinhos a mais que ganhei, mas ultimamente o tema comida e cozinha angolana têm me inspirado mais a escrever do que qualquer outra coisa.

Já falei que o angolano gosta muito de comer grelhados, aqui em qualquer esquina tem uma churrasqueirinha assando alguma coisa, principalmente peixe.

No Chicala você encontra dezenas de barraquinhas onde você pode sentar e comer um belo peixe assado no melhor estilo angolano com batata doce e banana.

Mas eu confesso que tem de ter uma certa doze de coragem e sublimar tudo que está em volta. O lugar fica a beira da praia o cheiro de peixe seco com lixo é muito forte.

Quando a gente chega logo vê uma montanha de lixo na praia. Sinceramente tive de me controlar para não dar uma de dondoca e pedir para ir embora.

Entre as barracas a coisa não é tão ruim, tem mesas e cadeiras e é razoavelmente limpo, já que se trata de chão de terra. Tem algumas moscas e é bem quente, pois as barracas estão ao ar livre.



Procuramos a barraca da Lú (81) que já haviam nos indicado como sendo excelente.

A Lú estava lá atarefada, mas nos atendeu prontamente, com muito sorriso e atenção, atendimento de primeira diga-se de passagem, muito melhor do que muito restaurante 5 estrelas da ilha. Aliás acho que o pessoal do Cais de 4 devia fazer um estágio com a Lú. Quem sabe eles aprendem alguma coisa.

A Lú mora bem em frente as barracas do Chicala, então sempre que precisa de alguma coisa da uma corrida até em casa pra pegar. É lá que ela guarda os peixes.



Logo ela aparece com uma bacia cheia pra gente escolher qual quer que ela asse. Os peixes estavam com boa aparência e segundo ela só o Calafate era fresco, o restante tinha sido congelado.

Pra mim que não entendo absolutamente nada de peixe, não fez muita diferença. Então logo perguntei qual o melhor deles e ela me indicou um Calafate, disse que era muito saboroso e que eu não ia me arrepender.

Segui o conselho dela e realmente não me arrependi.. Divino!!!

Depois que a gente escolhe o peixe ela vai temperá-lo com alho, sal, cebola, limão e caldo de peixe. Coloca na churrasqueira e ai é só esperar 20 minutinhos.



Enquanto o peixe vai pra grelha a Lú não mede esforços em nos atender bem, traz o vinho, amendoim, vinagrete e está sempre atenta para saber se precisamos de mais alguma coisa.

Ahhhhh se o pessoal do Cais de 4 fosse assim!!!

Quando o peixe chega está saborosíssimo. Confesso que não curti muito a banana com batata doce de acompanhamento, mas se tivesse um purezinho com legumes seria imbátivel.



Na Chicala você pode chegar a qualquer hora que as portas estão abertas, na verdade não tem portas, mas enfim dia, noite e madrugada tem peixe.

A Lú nos conta que lá vive cheio, principalmente a noite quando colocam a música. Ai vem gente de todo lado comer peixe no Chicala, vem cantor famoso, político e povão.



Uma verdadeira democracia gastronômica.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O fim de um ícone



Durante décadas o Roque Santeiro recebeu a alcunha de maior mercado a céu aberto do mundo. São centenas de barracas espalhadas desordenadamente em meio ao caos e ao lixo, condições sanitárias nulas. Mas agora o mercado mais famoso do mundo vai acabar. Finalmente o governo vai transferir todos os vendedores para a Panguila, numa área organizada, com restaurantes, bancos e o mais importante condições sanitárias adequadas.

Essa transferência faz parte do programa do governo de requalificação do Sambizanga que vai transformar o perigoso e violento bairro num moderno distrito comercial e residencial, com muitos prédios modernos e caríssimos.

Bom, mas enquanto o futuro não chega e o mercado não muda, aproveitei o domingo passado para conhecer de perto o local.

Andando pelo mercado, um verdadeiro labirinto, não é difícil acreditar no ditado que diz “Se não tem no Roque é porque ainda não inventaram”.

Confesso que a primeira vez que vi o Roque tive medo de percorrer suas estreitas vielas, mas depois de andar alguns metros logo a gente se sente na 25 de março, mais suja, mais desorganizada e mais super lotada. É como se todos os camelôs de SP se juntassem no mesmo espaço de chão batido.

Calor insuportável, cheiro ruim e muita curiosidade. Não sei quem estava mais curioso, nós que passeávamos pelas fileiras intermináveis de barraquinhas ou os vendedores que nos seguiam com os olhos.

Realmente tem de tudo no Roque e por incrível que possa parecer, existe uma certa organização em meio a balburdia vista de cima. Não sei precisar ao certo qual a ordem, mas ao andar pelas “sessões” é possível identificar claramente seus segmentos, como num supermercado:

Beleza – com direito a fazer a sobrancelha ali mesmo no meio das barraquinhas, cabelos e mais cabelos, brasileiros, espalhados por todos os lados. Querendo é só párar ali mesmo e trançá-los.

Eletrodomésticos made in china, todos os tipos e qualidades.

Celulares: compra, vende, troca, acessórios, consertos e o que mais você desejar.

Alimentos de todos os tipos, desde enlatados amassados e enferrujados até frango e carne deitados a céu aberto sobre o tabuleiro, sem nenhuma refrigeração e claro muitas moscas.

foto by Gustav Nilsson

Vestuário feminino, masculino, infantil, cama, mesa, banho, sapatos e o que mais você precisar no Roque tem!

Reformando a casa? Materiais de construção aqui tem também. Ou precisando mobiliar? É só seguir em frente e lá estão camas, mesas, armários, sofás e até geladeiras e fogões.

Mas a fama de ter de tudo a preço baixo não se aplica a expatriados que como nós trazíamos na pele branca o $$$ estampado na testa.

Parei numa barraquinha onde havia uma batedeira a venda, sonho de consumo adiado a meses, pois aqui os preços são impraticáveis. Na caixa o valor de 1800 kwanzas, o equivalente a R$ 36 reais. Mas quando perguntei a senhora quanto custava ela logo disse KZ3.000 ou seja, R$ 60.

Chora daqui, chora dali, mostro a ela o preço da caixa, ela desconversa diz que não pode abaixar. Uma angolana se aproxima e não pergunta nada. Eu digo que ela quer comprar a batedeira e pergunto quanto custa pra ela. A moça ri e diz que é Kz 3.000.
Vou embora e peço pra ela pensar no preço que eu volto.

Outra barraca e uma caixa térmica é nosso alvo agora. De novo o preço vai as alturas. Argumento que no supermercado é mais barato a moça diz que não, que a que tem lá é outra de uma marca inferior.

Já estou quase desistindo de comprar qualquer coisa quando vejo uma bacia de alumínio, surpresa, surpresa está de graça cerca de R$ 4,00. Agora sim o Roque mostra a sua cara.

Volto na batedeira, mais um choro daqui um chora dali e coloco na mesa KZ 2500 pra levar agora. Quer ou não quer… A senhora chora mais um pouco, diz que assim só ganha Kz 100. Eu argumento que no supremercado é mais barato e ela aceita com cara de coitadinha.

Resultado final:

1 batedeira Kz 2.500
1 caixa térmica Kz 2.800
1 bacia kz 200

Conhecer os últimos dias do Roque Santeiro, não tem preço!

PS: A batedera, made in china já quebrou!

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Glorioso e suas Histórias


Aeroporto 4 de Fevereiro antes da reforma (foto by site: cpires)

Desde que cheguei há dois anos atrás o aeroporto internacional 4 de fevereiro, batizado carinhosamente de “Glorioso” pelo Diário de África, já rendeu muitas histórias, algumas intrigantes, outras irritantes, mas sem dúvida nenhuma muitas curiosas e engraçadas.


Aeroporto 4 de Fevereiro depois da reforma (foto by site:airportworld)


Hoje sem dúvida nenhuma o aeroporto funciona como um verdadeiro aeroporto internacional, a maioria dos vôos chegam e saem na hora.

Não existe mais aquela fila horrível para pegar o formulário da vilância sanitária, a emigração funciona rapidamente, existem carrinhos para pegar as malas e ninguém fica do lado das suas malas querendo te arrancar uma gasosa, seja ela em kwanzas, dólares e reais, aqui os gatunos são bem ecléticos,rs.


(foto by site jorna de angola)

Mas essas são coisas do passado, agora temos até taxis de verdade nos esperando do lado de fora. O ar condicionado funciona a todo vapor e a lanchonete está lá 24h por dia para matar a fome de quem chega ou quem vai.

Ah, quase ia me esquecendo de falar da reforma, o lugar ficou realmente bonito, mármores e granitos, iluminação, cadeiras e até internet… Sim, sim, sim…. Agora o aeroporto está nos trinques!


(foto by site Angop)

Mas uma coisa não muda e creio que nunca vai mudar : as curiosas histórias do glorioso!

São coisas que só acontecem por esses lados mesmo, como por exemplo na minha última ida ao Brasil. Estava eu bonitinha na fila para entrar na fila da emigração quando uma senhorinha angolana com carinha de vó me aborda.

Senhorinha: A senhora não me faz um favor?
Eu: Não sei, depende!
Senhorinha: risinho de quem sabe que vai pedir algo difícil.
Eu: O que a senhora precisa, já estava eu imaginando que ela me pediria para levar alguma mala que havia estrapulado o limite de peso. Para isso já tinha a resposta na ponta da língua (já despachei). Mas não… nada de mala…
Senhorinha: Não podes levar os passaportes dos meus filhos para São Paulo
Eu (com aquela cara de atônita de quem foi pega de surpresa e demora pra processar a informação): Como?!
Senhorinha: Os passaportes deles caducaram e agora eu tenho de madar os novos.
Eu (já refeita do susto): A senhora me desculpe, mas eu não posso fazer isso. A senhora tinha de ter pedido a renovação na embaixada lá do Brasil.
Senhorinha: Mas é que lá deu problema, faltou documento…
Eu (agora já dona da situação): Ah me desculpe, mas não posso não. Aliás ninguém pode andar com passaporte de outro. Se a polícia federal me pega eu sou presa. Por que a senhora não manda por DHL?
Senhorinha: Demora muito.
Eu: Ah não demora não, são só 15 dias e chega direitinho.
Senhorinha: com sorrisinho de desaprovação sai andando em busca de outra vítima…

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O bilhete amarelo



Estava eu na bicha da bomba, o que para quem vive em Luanda significa ficar no mínimo 30 minutos a espera.

Penteio o cabelo, passo batom, boto os pés pra cima, troco de rádio, canto, falo sozinha (sim eu falo sozinha, e atire a primeira pedra quem nunca fez isso) e me perco nos meus devaneios. Quando acontece uma cena inusitada.

Um dos inúmeros rapazes que ficam vendendo todo o tipo de quinquilharias nas bichas bate no vidro.

Olho sem nem ver o que ele vende e digo que não, mas ele insiste fazendo gestos para o carro de trás e mostra um papelzinho.

Abro uma frestinha do vidro e pego o papel imaginando que fosse mais uns daqueles pedidos de esmolas comuns em SP, mas que nunca vi em Luanda.

Segue abaixo a transcrição do bilhete:

Olá, obra prima..
Sou xxxxx, e candidato-me a teu motorista particular. Que tal? Meu contacto é: 00000000
Estou no carro que está a sua trás.

Beijão

xxxxxxx

Já levei cantadas no trânsito em SP, mas pedido de emprego foi a primeira vez.

Ou será que foi uma cantada?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um giro de 180° pelas gruas de Luanda.



Todo mundo sabe que Angola passa por uma grande transformação, que o mercado imobiliário está a todo vapor, mesmo com a crise que assola o país as construções não param.

Abaixo seguem algumas fotos que ilustram bem as mudanças que estão ocorrendo na cidade...

Embaixada dos EUA e ao fundo uma obra dos chineses


Refinaria de Petróleo, a única de Angola até o momento


Porto de Angola, com filas intermináveis de návios. Já existe um projeto de ampliação com transferência para a região da Barra do Dande.


Torre Ambiente, misto de residencial e comercial na baixa de Luanda. Vista privilegiada da Baia.


Baia de Luanda, já está um curso de requalificação total, com passeios e equipamentos de esportes para os usuários.


Fortaleza de São Miguel, fechada para reforma há mais de 6 meses e sem data para reabrir.


Torre do Atlantico, entregue ano passado. Localizado de frente para a Baia. Na parte da frente escritórios e nos fundos residencias. Ao lado o prédio do BPC e ao fundo as gruas dos novos arranha céus de Luanda.


Prédio da Sonangol e Tour Elisée, ambos entregues em 2008.


Prédio histórico do BNA, um dos poucos preservados em Luanda. Ao fundo as obras para aterrar a baía, um verdadeiro atentado ao meio ambiente.


Sana Vip Hotel, primeiro hotel 5 estrelas de Angola, as obras estão aceleradas para que fique pronto para o Can. Alguém aposta nisso? Ao fundo o prédio da Assembléia e a direita o prédio colorido dos chineses. A noite várias luzes ficam acesas formando painíes coloridos, desenhos animados e etc.


Ao centro o Skina Vip Hotel, mais um que corre contra o tempo para atender o CAN. A esquerda um prédio residencial, provavelmente o Kaluanda.


Zimbo Tower e Kinaxixi Residence, ambos residenciais no coração do Kinaxixi.


Banco Espírito Santo, últimos retoques para a inauguração. A direita no canto de baixo pode-se ver as obras do Kinaxixi Complex que será erquido onde ficava o famoso mercado Kinaxixi e a estátua da Rainha Ginga, que aliás ninguém sabe onde foi parar.


O famoso prédio da Cuca e o Prédio da Lagoa abandonado desde 1975, foi invadido e tornou-se uma verdadeira favela vertical. Existem vários projetos para demolição do mesmo, que se tornou uma verdadeira bomba relógio.


Comandante Gika, um grande complexo com residenciais de alto luxo, torre de escritórios e shopping. A esquerda o Ed. São Paulo, tambem de alto padrão como tudo que é feito em Angola. A direita é possível ver as gruas do Solar do Alvalade e o Hotel Alvalade outro símbolo de Angola.


Hotel e Cassino Intercontinental, outro hotel de 5 estrelas para atender a forte demanda da cidade.


Cemitério Alto das Cruzes, localizado numa das regiões mais nobres da cidade, ao lado do Intercontinental e em enfrente a embaixada dos EUA.


Three Towers, outro complexo residencial e comercial com a melhor vista da cidade.


E como Angola não para de crescer, mais um prédio à nascer na Baixa de Luanda. Provavelmente mais um residencial da Total.


Alguém ainda tem dúvidas que Angola está a mudar?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cabelos...



As angolanas são apaixonadas por cabelos, as que têm melhores condições chegam a gastar mais de 1000 dólares para fazer um belo megahair e ficar com as madeixas soltas ao vento...

A principal fonte de cabelos é o Brasil, aqui se importa cabelos a peso de ouro. Confesso que a primeira vez que ouvi sobre o mercado negro de cabelos em Luanda achei engraçado e pensei que fosse brincadeira.

Mas o negócio é sério mesmo. Tão sério que outro dia passei por uma situação muito inusitada, rs. Estava eu de bobeira na recepção quando uma das meninas olha pra mim e diz:

Ela: ohhh menina, você não me dá seu cabelo?
Eu: O que?
Ela: seu cabelo, me dá?
Eu: Como assim, meu cabelo? Eu vou ficar careca?
Ela: Ahhh logo cresce!
Eu: Não posso ficar careca, né!!!
Ela: Corta curtinho!
Eu: Oh, vamos fazer o seguinte? Meu cabelo esta abaixo dos ombros, quando chegar no meio das costas eu corto na altura dos ombros e te dou. Tá bom?
Ela: Ah, não... Muito curto não vai dar nem para trançar!
Eu: (mostrando com as mãos o tanto de cabelo), mas tem muito cabelo, olha só... vai dar sim... Se você quiser eu te dou quando crescer.
Ela: Faz cara de decepcionada... Seu cabelo é tão grosso...
Eu: É grosso e tá caindo um monte desde que eu cheguei aqui.
Ela: Ah é a água. A água daqui estraga o cabelo.
Eu: Sorrisinho amarelo... é deve ser...

Sai de lá com peso na consciência, afinal de contas cabelo cresce, né?! Não me custa nada mudar o visual e fazer uma doação de cabelos. Talvez eu esteja sendo egoísta e me apegando demais a vaidades futeis.

Mas, mas, mas... EU ADORO MEUS CABELOS!!!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Carteira de Motorista

A carteira de motorista brasileira é válida em Angola, mas o seu prazo de validade é discutível. Alguns policiais de trânsito dizem que é só por 3 meses e claro tentam ganhar uma gasosa se te pegam dirigindo além desse prazo.

Foi o que aconteceu com um amigo meu, que foi até parar na esquadra. Depois do susto ele foi reclamar na superintendência e lá lhe informaram que o Brasil e a Angola têm um acordo que permite aos brasileiros utilizarem a carteira de motorista brasileira enquanto seu visto de trabalho for válido...

Pelo sim, pelo não... Eu já tenho a minha Carta de Condução Angolana! O que foi muito fácil de conseguir, basta ir (com a pessoa certa, diga-se de passagem), até a central de trânsito, assinar um papel, deixar as digitais e claro pagar uma taxinha... Pronto em duas semanas você estará habilitado pra conduzir em Angola.

Devo ressaltar que legalmente você estará habilitado, mas na prática são outros quinhentos... Conduzir em Luanda é uma verdadeira aventura, (e tem gente achando que eu sou louca por pegar a estrada para Cabo Ledo, rs), não existe a menor noção do que seja condução defensiva nessa cidade. Não existe o menor respeito por placas e mãos de direção. Se os condutores fazem o que querem os pedestres não ficam atrás. As vezes penso que eles devem achar que são super homens e mulheres maravilha... Eles se jogam na frente dos carros como se ninguém pudesse atingí-los...

Depois de desaprender direção defensiva, ai sim você poderá transitar pela cidade. E conhecer mais uma das dores de cabeça do povo.... Abastecer a viatura... Quase não existem bombas (posto de gasolina), na cidade. E as que existem estão sempre lotadas a gente chega a gastar 40 minutos na fila.

Outro dia estava voltando do trabalho já só com o cheiro da gasolina e nao achava uma bomba nesse inferno e o trânsito daquele jeito... Quando finalmente achei o segurança fala que a bomba está fechada para troca de turno.

E eu lá vendo vários carros na fila. Disse com a aquela minha carinha de meiga (que no Brasil sempre funciona), mas eu não posso entrar na fila?

Ele: ... Ahhhh se tiver um café pode

Eu: Café? Mas como assim café?

Ele: Ah, café! Você sabe, né? Café...

Eu: Não eu não sei, o que é café? Eu não tenho café nenhum... O que acontece se eu entrar na fila?

Ele: Agente multa...

Dei meia volta e fui pra casa muito puta....

No dia seguinte voltei no mesmo posto, e lá se vão 40 minutos na fila e isso porque eram 6 horas da manhã...

Ai que saudades dos postos 24 horas de São Paulo com suas deliciosas lojinhas de conveniência, sempre prontas a te vender um chocolatinho, seus frentistas calibrando os pneus, lavando o vidro, checando a água e o óleo...

Hehehehe, tô aqui rindo sozinha!!! Eu sempre odiei ter de párar no posto para por gasolina, hehehehe quem diria que um dia eu ia sentir saudades disso, hehehehe

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Fortaleza de São Miguel



De longe a Fortaleza se destaca pela solidão em cima da colina. Imponente protegendo a cidade, mas ao se aproximar o descaso torna-se explicito. O marco da história de Luanda está abandonado, não existe nenhuma informação e o museu fechado.



Ao entrarmos na Fotaleza fomos interpelados por alguns soldados que nos informaram que podíamos tirar fotos, mas não na direção da casa do presidente... Eu cá com os mes botões me pergunto, depois que inventaram o google earth será que faz alguma diferença?



O mais bonito da Fortaleza é a vista e o mais divertido foram as crianças que encontramos na porta. Criança é sempre uma diversão, adoro ficar de papo com elas, mas as crianças de Angola são tão lindas, seus rostos tão expressivos e como elas se divertem na frente de uma câmera...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Estamos Juntos



Os angolanos ao se despedirem utilizam um cumprimento que em minha opinião é o mais bonito que eu já ouvi:

ESTAMOS JUNTOS!

Eu não sei quando essa expressão começou a ser usada nem a sua origem. Peço aos meus colaboradores angolanos assíduos que se souberem me expliquem.

Nos os expatriados em Luanda Estamos Juntos também, torcendo para ver as coisas melhorarem, torcendo para afastar a saudade do Brasil, torcendo para que os dias passem mais rápidos e leves...

Eu sei que têm muitos expatriados que lêem meu blog e não se manifestam. Hoje esse post é para vocês.

Porque nós realmente ESTAMOS JUNTOS!!!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Os visitantes

Essa semana eu tomei um belo susto. Seguindo os passos do F. da casa de luanda(http://www.casadeluanda.blogspot.com), eu instalei o sitemeter um programa que conta tudo sobre quem visita o blog.

Eu achando que ninguém lia as minhas baboseiras... Olhem só, foram mais de 150 visitantes desde sexta-feira. E a maioria arrasadora é de portugueses, aposto que grande parte vêm do blog da migas (http://migascomgindungo.blogspot.com/).

Mas enfim, eu quero saber, quem são vocês que me visitam e não falam nada? E olha quem tem gente perdendo um bom tempo por aqui.. rs

Bem, mas devido a dimensão inesperada que esse blog tomou eu tomei medidas para diminuir a minha exposição. Por isso retirei as minhas fotos e os posts mais pessoais. Afinal de contas a gente nunca sabe, né?!

No passado eu tive problemas com um outro blog e agora prefiro manter esse aqui mais discreto. Eu sei que poderia deixá-lo particular, mas que chatice, né! Eu acho que as palavras devem ser soltas ao vento, ou nesse caso no espaço cibernético...

Leiam a vontade e falem comigo também :)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O dia do homem



Aqui em Angola todas as sextas-feiras é o dia do homem, confesso que mesmo depois de 1 mês aqui ainda não consegui aceitar isso com naturalidade.

O dia do homem funciona da seguinte maneira: os homens saem para se divertir, enquanto as mulheres e namoradas ficam em casa cuidando dos filhos.

Eu sempre pergunto para as meminas, como elas deixam e elas sempre me respondem: "o que eu posso fazer? È o dia do homem. Você tem de aprender muito sobre Angola para entender isso".

E lá vão eles para a gandaia, alguns só voltam pra casa no domingo. Mas tudo tem limite, se chegar na segunda, ai tem briga!

Outro dia eu perguntei para um Angolano casado que toda sexta teima em me chamar para sair, mesmo eu já tendo dito um milhão de vezes que não saio com homens casados, mas enfim perguntei se não havia o dia da mulher também, ele achou minha pergunta tão absurda já que mulher tem de ficar é em casa cuidando dos filhos e se não fizer isso ou começar a reclamar do dia do homem, eles simplesmente vão embora...

No país onde as mulheres dão um duro danado o final de semana é mais duro ainda...