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2020/02/15

NAM presta homenagem a Humberto Delgado no Panteão Nacional

O Movimento Cívico "Não Apaguem a Memória" - NAM organizou, no Panteão Nacional, em Lisboa, uma homenagem ao general Humberto Delgado no dia 13 de Fevereiro de 2020, dia do 55º aniversário do seu assassinato pela PIDE. A homenagem teve nomeadamente a participação do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, de Frederico Delgado Rosa e Rita Delgado, netos de Humberto Delgado, do coronel Manuel Pedroso Marques, participante na tomada do quartel de Beja e companheiro da acção revolucionária de Humberto Delgado. Estiveram presentes vários "Capitães de Abril", como Vasco Lourenço da A25A ou Rosado da Luz, da direcção do NAM.
A ideia foi trazida por Anália Gomes membro da direcção do NAM e a sua concretização deve-se ao presidente da direção, Fernando Cardeira.
Deixo aqui um conjunto de imagens do evento, na maior parte fotos de elevada qualidade de Carlos A. Pereira Martins que gentilmente mas enviou e facilmente se identificam pela sua assinatura.

O Panteão (imagem do Google mapas)

O Programa

A chegada do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues 

Intervenção da directora do Panteão Nacional, Isabel Melo.
Intervenção do presidente da direcção do NAM Fernando Cardeira
Intervenção de Pedroso Marques

   Frederico Delgado Rosa neto de HD, José Zaluar, Rita Delgado neta de HD e Fernando Cardeira
Na 1ª fila Maria Antónia Palla, mãe do 1º Ministro, Noémia Ariztia e Mário Lino
Maria do Céu Guerra fala com Ferro Rodrigues
Intervenção de Rita Delgado
Vasco Lourenço, Raimundo Narciso, Manuel Pedroso Marques
Rosado da Luz, Vaso Lourenço,  Raimundo Narciso, Carlos Pereira Martins e Pedroso Marques
José Zaluar, Rita Delgado e Fernando Cardeira




Intervenção do Presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues


2018/11/09

Homenagem a Edmundo Pedro no CCB quando faria 100 anos

Ontem, dia 8 de Nov de 2018, decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, por iniciativa do seu presidente, Elísio Summavielle, uma homenagem a Edmundo Pedro falecido há pouco e que faria 100 anos nesta data. 
Com a sala repleta a homenagem reuniu muitos dos amigos de Edmundo.
Além de Elísio Summavielle que moderou a sessão esta teve como oradores João Soares, Luís Osório, Vasco Lourenço, Fernando Pereira e Paulo Almeida. 
Os oradores fizeram a história do combatente anti-fascista Edmundo Pedro e também em parte do pai Gabriel Pedro e restante família.
A pedido da mesa e na sequência de sugestão de João Soares falei da vinda de Gabriel Pedro,  pai de Edmundo, a Portugal em Outubro de 1970, e na sua participação na primeira acção armada da ARA, a sabotagem do Cunene. Gabriel Pedro estava exilado em Paris e era procurado pela PIDE, apesar disso e dos seus 70 anos de idade, insistiu junto do PCP, em Paris, para vir clandestinamente a Portugal e participar na primeira acção armada da ARA.
Referi depois o activo papel de Edmundo Pedro no Movimento Cívico "Não Apaguem a Memória" - NAM, de que era um dos sócios honorários. Com esse objectivo fiz um power-point que foi exibido no início da sessão. A homenagem terminou com a exibição de um pequeno vídeo da Fernanda Paraíso onde Edmundo dá uma entrevista, pouco tempo antes de falecer. 

Seguem-se imagens do power-point: sobre participação de Edmundo em iniciativas do NAM de que era sócio honorário.
 Visita do NAM à antiga prisão política do Forte de Peniche em 2006-04-01
2006-07-01  NAM organiza concentração de ex-presos políticos e amigos, no Aljube, para reivindicar museu. Edmundo no início da escada, à esquerda.  (Iniciativa do associado Artur Pinto e também ex-preso político na cadeia do Aljube ).
..Nas traseiras do Aljube, Edmundo Pedro fala aos presentes
2006-10-05  Manifestação com início do local da antiga sede da PIDE, em Lisboa, contra a decisão da PGR que declarou arguidos João Almeida e Duran Clemente  na manifestação, origem do NAM, em 2005-10-05, junto do local da antiga sede da PIDE. Fala Henrique de Sousa pelo NAM.
2006-12-06 Homenagem aos ex-presos políticos. Edmundo Pedro e Nuno Teotónio Pedro descerram lápide no antigo tribunal Plenário da Boa Hora. Seguiu-se sessão solene.
2008-10-05 Tela gigante, junto da ex-sede da PIDE, no 3º aniversário do NAM
Os autores da tela - alunos da Escola Superior de Belas Artes com o prof. Lima de Carvalho
2008-10-05   Edmundo Pedro apõe assinatura na tela 
2008-10-29 Colóquio  na Assembleia da República “Tarrafal: uma prisão dois continentes” – Fundação Mário Soares - NAM
 2008-10-29 “Tarrafal: uma prisão dois continentes” a assistência.
.2008-10-29 Colóquio “Tarrafal: uma prisão dois continentes
Homenagem na FIL a Edmundo Pedro no seu 90º Aniversário
 2009 -04-28  simpósio, no Tarrafal. Organização: Governo de Cabo Verde, Fundação Mário Soares, e NAM.  Intervenção Pedro Pires  presidente da República de Cabo Verde.
Mário Soares fala no Simpósio do Tarrafal
 Prisões do campo de concentração do Tarrfal 
"O segredo" celas de castigo.
Edmundo e Mário Soares no Tarrafal durante o simpósio.
2010-04-25 Edmundo Pedro fala na inauguração de uma placa que assinala a antiga sede da PIDE, iniciativa do NAM em colaboração com a CML.
2012-01-04  Homenagem pelo 50º aniversário, aos heróis da revolta do quartel de Beja. Organização da Comissão de Participantes [no assalto] e NAM .
      2014-01-28  Homenagem aos advogados dos presos políticos da ditadura - Iniciativa NAM                           com a Assembleia da República.  (Foto da autoria do fotógrafo José Gema)

Na homenagem, na AR aos advogados dos presos políticos da ditadura (Foto da autoria do fotógrafo José Gema)

2018/01/28

EDMUNDO PEDRO deixou-nos

Faleceu ontem, o nosso querido amigo Edmundo Pedro. Faria 100 anos em Novembro. Foi um lutador incansável pela liberdade até ao fim dos seus dias. Foi um combatente intrépido contra a ditadura salazarista cujo ódio o vitimou e a toda a sua família de forma terrível. 
Os seus três grossos volumes de memórias contam-nos de forma empolgante a sua prodigiosa e dramática vida e da sua família.
Foi um fervoroso comunista na sua adolescência e juventude. Depois afastou-se do PCP e da sua ideologia. Foi fundador do PS e um seu destacado activista até ao fim da vida.
Jovem, então membro destacado da organização da Juventude Comunista, mais uma vez dirigiu uma acção de agitação, um comício relâmpago, na Escola Comercial Veiga Beirão após o que todos fugiam cada um para seu lado para evitar a polícia. Assim fizeram mas o irmão com 14 anos foi apanhado por um grupo fascista, a "Liga 28 Maio" (data da chegada de Salazar ao poder) que o espancou com tal violência que o matou.
                             No 90º aniversário de Edmundo Pedro, na FIL, em 2008

Edmundo foi preso pela primeira vez, durante um ano, aos 15 anos e pouco depois, em 1936, foi de novo preso e enviado para o "Campo da Morte do Tarrafal" em Cabo Verde, na primeira leva de prisioneiros para aquele campo de concentração em que ia preso também o seu pai Gabriel Pedro e de onde saiu apenas 9 anos depois. A sua juventude, dos 17 aos 27, passou-a ali, naquele desespero, onde tantos prisioneiros morreram por maus tratos, pela insalubridade do local, pela recusa de assistência médica. 
Conheci o Gabriel Pedro na Associação 25 de Abril nos anos 90 e foi ele que me forneceu dados para compor uma mini biografia do seu pai, exemplo de coragem e bravura, no livro que publiquei sobre a Acção Revolucionária Armada - ARA, em 2000.  A vida de Gabriel Pedro é igualmente empolgante. Depois de Tarrafal e de todas as prisões políticas, do Aljube a Peniche, tal como sucedeu com o filho Edmundo, estava ele exilado em Paris, e pediu insistentemente ao PCP (Gabriel Pedro entrou e saiu várias vezes do PCP mas morreu seu militante) para vir clandestinamente a Portugal para participar na primeira acção da ARA e assim sucedeu foi ele com Carlos Coutinho o homem da sabotagem do Cunene o mias moderno transporte de carga para abastecimento das guerras coloniais. Tinha 70 insistiu e veio participar na luta armada,  na sua luta de sempre contra a ditadura. 
Tal pai tal filho! Heróis a não esquecer.
Gabriel Pedro foi também um destacado defensor da Memória da luta contra a ditadura. Com 87 anos foi um dos fundadores do Movimento Não Apaguem a Memória - NAM e até ao fim da sua inextinguível energia uma activista ou principal actor das suas iniciativas.
No meu blog MEMÓRIAS fiz uma busca por "Edmundo Pedro" e está aqui o link para a descrição de muitas das suas participações no NAM 
         
Deixo também algumas fotos de iniciativas do NAM onde temos o nosso grande Edmundo Pedro.

 5 Out 2006 1º aniversário do NAM
 Edmundo Pedro e Nuno Teotónio Pereira descerram lápide no Tribunal Penário
 Na manifestação organizada por Artur Pinto, no NAM, com ex-presos junto do Aljube em 2006

 No Aljube em 2006 nas traseiras do edifício do Aljube que o NAM levaria a museu 
  No Aljube na inauguração da grande exposição " A Voz das Vítimas", em 2011
 No Aljube na inauguração da grande exposição " A Voz das Vítimas", em 2011
 Na inauguração do Postalete  junto da antiga sede da PIDE 
 Tarrafal

Edmundo Pedro no colóquio sobre o Tarrafal na Assembleia da República em 29 de Outubro de 2008

2015/04/24

O NAM está na origem do MUSEU DO ALJUBE- RESISTÊNCIA E LIBERDADE que se ianugura em 25 de Abril de 2015

O Movimento Cívico Não Apaguem a Memória - NAM enviou hoje um convite e a seguinte informação aos seus associados relativamente à inauguração, amanhã, 25 de Abril de 2015, pelas 19h, do "Museu do Aljube - Resistência e Liberdade" (fica em Lisboa, ao lado da Sé).
Quem queira saber mais sobre a acção desenvolvida desde 2005 pelo NAM para que este museu fosse criado e também sobre outras iniciativas do NAM pode ir aqui ao blog MEMÓRIAS e com um clique escolher no índice do lado direito o evento e fotos.
 
 MUSEU DO ALJUBE - RESISTÊNCIA E LIBERDADE

Estão todos convidados e convocados para a inauguração, em Lisboa, do “Museu do Aljube – Resistência e Liberdade”, às 19 horas do dia 25 de Abril. 
Lembramos que o museu do Aljube foi o primeiro e mais importante objectivo da luta do NAM em prol da MEMÓRIA, gorado que estava o objectivo da Sede da ex-PIDE que esteve na origem do Movimento, em 2005. 

Lembremos                          “O CAMINHO PARA O ALJUBE”: 

2006-07-01 – Artur Pinto, ex-preso político do Aljube, fundador e dirigente do NAM, organizou em nome do Movimento, uma concentração junto ao edifício do Aljube com a presença de mais de uma centena de ex-presos políticos, familiares e amigos. Desta concentração resultou um abaixo-assinado onde se exigia a ” recuperação do edifício do Aljube como local de memória da resistência ao fascismo.”
Este documento foi assinado por 56 ex-presos políticos e acompanhou a petição do NAM com mais de seis mil assinaturas, entre as quais as dos ex-presidentes Jorge Sampaio e Mário Soares. Nela se exigia a salvaguarda dos locais de memória da resistência antifascista e foi entregue, ao então Presidente da AR, Dr. Jaime Gama.                     (Um clique nas fotos amplia-as)



2006-07-26 Deu entrada na Assembleia da República a petição/abaixo-assinado.

2006 –    Várias representações do NAM reuniram com todos os grupos parlamentares da AR e com o seu presidente para explicar os objectivos do Movimento, com particular destaque para a criação do museu no Aljube.
houve da parte de todos um claro apoio.  

2007–03–08  - Relatório, excelente, do deputado Marques Júnior sobre a petição aprovada pela Comissão de Assuntos Constitucionais Liberdades e Garantias. 

2007-03–31 – Debate da petição no Plenário da AR. Vale a pena ler o Diário da Assembleia da República que o relata e observar as intervenções dos vários partidos. (O debate está aqui: Link 

2008–03–26  Da petição do NAM resultou a aprovação pela AR, por unanimidade, da Resolução n.º 24/2008 que recomenda ao governo e demais autoridades nomeadamente:

1) Apoio a programas de musealização, como a criação de um museu da liberdade e da resistência, cuja sede deve situar-se no centro histórico de Lisboa (antiga instalação da Cadeia do Aljube), enquanto pólo aglutinador que venha a configurar uma rede de núcleos museológicos….”  

2006 a 2008 – A direcção do NAM teve encontros com o presidente da CML, António Costa e com o então ministro da Justiça, Alberto Costa, para a criação do Museu do Aljube. Houve da parte de ambos total receptividade. Do presidente da CML para assumir a remodelação do edifício, e assumir a tutela do futuro museu. Do ministro da Justiça, ex-preso político do Aljube, para transferir os serviços do seu ministério que ocupavam o edifício. 

2009-04-25   Assinatura de um protocolo entre a CML e o NAM para realização de uma grande exposição no Aljube, uma parceria do NAM com o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC-UNL) e a Fundação Mário Soares (FMS) e que seria um ensaio para o futuro museu.

A FMS foi a principal responsável pelos meios logísticos e organizativos, a parte conceptual em que a FMS e o NAM participaram teve como principal protagonista o IHC da UNL, dirigido por Fernando Roas e no qual como investigadora e membro da direcção do NAM teve importante papel a historiadora Irene Pimentel.
Além disso o NAM foi o responsável pelo projecto que obteve o apoio financeiro da Comissão das Comemorações do Centenário da República e ainda angariou junto de sócios e amigos mais de 40 mil euros para a exposição e obras no edifício. A exposição, em 2010 e 2011 foi um êxito.

2013 – A direcção do NAM é surpreendida pela criação de um Conselho Consultivo para a instalação do museu que tem uma Comissão Instaladora com representantes da CML, da FMS, do IHC-UNL e ainda, o futuro director que veio a ser o historiador Luís Farinha, Henrique Cayatte e Domingos Abrantes mas ninguém do NAM.

O NAM e Vários dos seus activistas fazem parte do grupo de 23 “Personalidades” cujo primeiro nome é o do historiador António Borges Coelho, sócio honorário do NAM e a nossa associação faz parte do conjunto de 14 organizações que compõem o Conselho Consultivo mas este nunca foi… consultado! O NAM a entidade que está na origem do museu foi assim, sem qualquer explicação, surpreendentemente, excluído da Comissão instaladora.

2015– 04-17 – Foi organizada pela CML uma visita guiada dos membros do Conselho Consultivo ao museu. Na reunião final quer Irene Pimentel quer Raimundo Narciso, fizeram observações sobre o futuro museu e este na qualidade de presidente da direcção do NAM (2014-16) deu conta de ter havido surpresa e desagrado pela não participação do NAM na referida Comissão Instaladora. 

Aqui chegados o NAM pretende fortalecer as relações com a CML e desenvolver uma cooperação frutuosa com o museu e o seu director.
O museu poderá ter e terá seguramente, um importante papel para que “Não Apaguem a Memória” da luta gloriosa contra a ditadura e pela Liberdade, uma luta que afrontou terror, torturas e assassinatos, levada a cabo por muitos milhares de portugueses que não se submeteram ao regime fascista de Salazar e Caetano.
O Museu poderá ser um importante instrumento na formação cívica, em especial dos jovens. O NAM está empenhado em dar o seu melhor contributo, em cooperação com todas as entidades e pessoas que prossigam os mesmos fins para que se tire o máximo partido deste importante museu municipal.
Raimundo Narciso
Presidente da Direcção do NAM     
__________________
Nota: as 4 primeiras fotos são no exterior do Aljube, durante a concentração convocada por Artur Pinto, na 3ª vê-se, o historiador António Borges Coelho, sócio honorário do NAM, a falar para a assistência que enche as traseiras do Aljube, na 4ª vê-se a falar Edmundo Pedro, sócio honorário do NAM, ex-presso político que começou pelo campo de concentração do Tarrafal, aos 17 anos durante 10 anos, com o pai, Gabriel Pedro,  na 5ª , no gabinete do presidente da AR, da esquerda para a direita o deputado Osvaldo de Castro (de costas) presidente da Comissão Parlamentar de ACDLG, sócio do NAM, já falecido, Raimundo Narciso, presidente da Direcção do NAM, Nuno Teotónio Pereira, sócio honorário do NAM,  Lúcia Ezaguy Simões, vice-presidente da Direcção do NAM, Maria Barroso associada do NAM e que todos conhecem, Jaime Gama, presidente da AR. Na última foto Catarina Vaz Pinto, vereadora da Cultura da CML.