Na pétala
de uma flor desliza
Uma gota de
orvalho cristalina
Uma nota
musical
Repleta de
um quântico arco-íris
A rosa
também chora
E na sua
tez desliza uma gota
De lágrima
A dialética
é uma ciência
Que não foi
toda desvendada
Por isso acho
estupendo uma gota
De orvalho
escorrendo
Numa flor
num galho
Um corvo
olha de soslaio
E aquele
raio ultra-romântico
Do ambarino
luar
A gotícula
prismática tem seu último
Ato
No palco da
vida
Mas não
pense que a gota morre
Não
Ela se
divide em múltiplas gotinhas
E cada uma
tem seu raio de luz
E sua
história
Desfazem no
ar
Ou caem no
chão
E vão
encharcar raízes profundas
De árvores
repletas de parábolas
E ninhos
Onde sob
sua sombra
Vem
descansar o leopardo
De olhar
metafísico
Aquele que decifra
os enigmas
Do
necessariamente humano
Soneto-acróstico
ResponderExcluirAo efêmero
A dialética é aquela ciência não exata
Há nela a ser desvendado um mistério
E se nenhuma coisa determina na lata
Remete-nos a pensamento mais sério.
Mas se a gota deslizando nos arrebata
É porque adotamos um diverso critério
Tanto que a hermética gotinha se mata
Indiferente às pessoas deste planisfério.
Cada evento tem seu palco nesta vida
Assim tal como se divide essa gotinha
Garanto que ela percebera ser querida.
Ou, talvez, nenhum propósito ela tinha
Tentando somente nunca ser percebida
Afinal nasceu, viveu e morreu sozinha.