Eu nunca
mais tinha visto
Este passarim
Mudou suas
penugens
Acho que não
Aqueles riscos
pretinhos
Cor de ébano
alguns bemóis nas teclas pretas
do piano
Cor de ébano
alguns bemóis nas teclas pretas
do piano
Que parecem
riscados com carvão
Minha pergunta
filosófica
Quem os
pintou
Conhece a
arte dos pincéis
Artesão dos grafites
Artesão dos grafites
Quem o
ensinou a cantar
A debulhar estas notas musicais
no teu bico de aço
A debulhar estas notas musicais
no teu bico de aço
Quem escreveu
sua partitura
Escrita a mão no coração do sol
a pauta do céu azul
porque quanto cantas parece
que lê sua a partitura
na nervura do ceú
Escrita a mão no coração do sol
a pauta do céu azul
porque quanto cantas parece
que lê sua a partitura
na nervura do ceú
Ensinou-lhe
o grave o contralto
Eu sei quem
desenhou o bandolim
Mais quem
desenhou este passarim
E os ensinou a cantar?
Ele tinha
desaparecido
Pensei que
ele podia até estar
Extinto
Perdido numa era Cenozoica
Qualquer
Perdido numa era Cenozoica
Qualquer
Ou preso
numa arapuca
Gaiola ou
numa cumbuca
O lindo céu
azul de Porto Velho
É tua
gaiola sem grades
Sem bordas
Vão além do
oriente
Meu rouxinol
Martim-pescador
Eu te chamo
assim - tu conheces
A minha dor
Meu beija-flor
Eu te chamo
assim
Por que
pensava num rouxinol
Quando tu
apareceste
Aquele canto
me deixou vendo
Arco-íris
Até no
orvalho da flor
E nas minhas
lágrimas emocionadas
Que deslizavam
no meu palor
Luiz Alfredo - poeta
Tordo
ResponderExcluirDesapareceu das matas o passarim
Sem explicação, sem algum acordo
Mas ficou-nos uma saudade assim
Deixou um buraco no peito, o tordo.
Terá sido portanto este, o seu fim?
Diz-me ao contrário a minha mente
Porque para a natureza seria ruim
Tornaria mundo de Érato diferente.
Porém foi visto o tordo novamente
No meio da mata de novo cantando
Clamando as céus: estou contente.
Mas eu ainda pergunto, até quando?
Dependendo do Homo, esse demente
Vai continuar o passarim voando?
Belo soneto sobre meus versos
ResponderExcluirtortos
que versam sobre o tordo
passarim
mui belo poeta