VARZEÂNIMO,
por João Maria Ludugero.
Sim, tenho fama de medonho, de menino peralta
verdadeiro
E pra esse mundo inteiro
Sou um adulto-menino
Varzeano, afoito levado da breca,
Varze-ânimo com toda garra e desempenho,
Tenho o sol da alegria, tenho o dom da estripulia
A correr dentro e alto,
Com fortuna ou sem dinheiro, estou satisfeito a contento,
Sou o homem mais rico do mundo e mais feliz,
Tranquilo, sem pavor, não guardo medo da cuca,
Mas se invadem minha casa, atravessam meu caminho,
Aí eu mexo os alguidares e giro a pomba, com afinco,
Posso parecer “pequeno”, mas brigo bem,
Boto Fé na lida, dou sugestão, aconselho,
Mas nunca dou rasteira atrevida
E tenho um bom coração,
Felicidade é meu lema;
Todos sabem que eu sou Potiguar
Lá da gema varzeana,
Filho de Seu Odilon de dona Dalila,
Filho da estrela Dalva, dona Maria,
Sonhador de bonitos acordes no chão de dentro,
Minha cidade é um poema,
Todos sabem que eu sou, sou potiguar -
Comedor de camarão, graças a Deus,
E me orgulho de ser papa-jerimum,
Que paga promessa, de votos de Fé
E devoção, faz novena…
Mas se preciso for,
Bato o tambor na casa de Ana Moita,
E vou que voo aos Ariscos e ao Itapacurá,
Que cavalgo no Vapor de Zuquinha
E renovo esperanças no meu lugar…
É maravilhoso, não me leve a mal,
Minha Várzea é bonita, é cartão-postal,
Povão varzeano que nasce e renasce
Além do tempo de São João e São Pedro,
Ou na Semana da Cultura, no dia-após-dia,
Varzeano das quatro bocas e do rio Joca,
Da canção de saudade de dona Zidora Paulino
E de dona Maria de Seu Odilon,
Do feijão verde e da galinha caipira
Lá dos Seixos de dona Santina,
Mas que saudade que finca as raízes
Na querida terra de Joaninha Mulato!
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