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9 de abr. de 2011

Literatura Clássica (Quadro Sinóptico)

LITERATURA CLÁSSICA

- Antiguidade Clássica (de IX a.C a VI d.C)

- Ocidente: Grécia / Roma

GENÊRO ÉPICO

- Primeiras Obras:

- Ilíada e Odisseia (Aedo: Homero)

- Epopeias

- Estrutura: Versos / Cantos

- Mistura-se Realidade e Ficção

- Mitologia (Religião) e Alegoria

- Identidade Grega / Herói

Ilíada: Guerra de Troia

Heitor X Aquiles

Laocoonte – Sacerdote de Apolo

Cavalo de Troia

Odisseia: A Volta de Ulisses

Penélope

Telêmaco

GÊNERO LÍRICO

- Rapsodos: criam suas próprias composições

- Eu lírico

- Poemas / Versos

- Manifestação das Emoções e idiossincrasias

GÊNERO DRAMÁTICO

- Origem: Baco / Dioniso – séc. V a.C.

- Téspis: 1º Ator

- Dramaturgos:

- Ésquilo: Oréstia

- Sófocles: Édipo Rei

- Eurípedes: Medeia

ROMA

- Eneida (Aeneis) – Virgílio – séc. I a.C.

Dido e Eneias

Mito: Romanos são os antigos troianos

31 de ago. de 2009

OBRAS CLÁSSICAS

Aqueles que escolhem adentrar pelas vias acadêmicas, seja nos cursos de graduação ou, mais adiante, nos de pós-graduação lato ou strictu sensu, são, em algum momento, obrigados a se defrontar com textos clássicos. A priori, alguns mais céticos pensam que essas obras "velhas" servem apenas para conferir certo tipo de status à disciplina estudada nos cursos superiores; outros, mais entusiastas, buscam saber ao máximo a respeito dos antigos autores e de sua contribuição para o pensamento humano. Certamente, estes últimos não hão de se desapontar, porque, para receber o predicativo de clássico, uma obra deve propor algo de novo e consistente, não somente para a geração na qual ela tomou forma, como às próximas que dela se servirão para buscar modelos e sínteses.

Quando comentamos "mas que cara mais maquiavélico" ou brincamos "ser ou não ser, eis a questão", podemos até desconhecer, contudo tais comentários encerram conceitos desenvolvidos em obras clássicas dos chamados "mestres" do passado. "Eles estão mortos!" - dirão uns; "são de outros tempos" - afirmarão outros. Os mais lúcidos, entretanto, redarguirão sem vacilar: "Eles vivem! O que pode ser mais atual do que Maquiavel ao se observar o poder?! O que pode ser mais atual do que o conflito por que passa Macbeth, de Shakespeare, ao se defrontar com a grande oportunidade de ser aclamado 'rei'?!"

Há também um valor equivocado atribuído a tais obras. Para alguns, as histórias e tratados filosóficos do passado têm a importância de servirem meramente como forma de demonstrar erudição. Isso é o mesmo que se vangloriar de carregar uma chave de ouro de um baú cujos tesouros são incalculáveis, sendo que a chave possui, na verdade, valor ínfimo se comparada a qualquer outro objeto contido na arca. Outros desprezam-nas e seguem suas vidas sem saber que muitos de seus conflitos e indagações ilustram passagens fantásticas da vida de guerreiros, reis e outras personagens imaginárias.

Utilizando de metáfora, algo tão ao gosto das fábulas: enquanto existem os que têm o tesouro e o ignoram, outros, tendo-o ao alcance de si, contentam-se só em mostrá-lo, iludidos com seu brilho.

Encontram-se hoje tantas obras à mão, por que ignorá-las?

10 de ago. de 2009

A METAMORFOSE

A seguir estão alguns comentários feitos sobre a novela "A Metamorfose", do autor Franz Kafka.

Pode-se ler o texto em documento neste link.

29 de mai. de 2009

Imagens e Figuras de Linguagem

As imagens a seguir foram construídas a partir de figuras de linguagem. Você seria capaz de identificá-las?

Veja mais sobre o assunto clicando no link: http://www.multiculturas.com/retorica/introd.htm

8 de mai. de 2009

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são utilizadas para conferir expressividade à mensagem. Costumam agir sobre o imaginário do receptor, causando o "estranhamento" da palavra, seja no aspecto semântico, sonoro ou das ideias que se apresentam por meio delas.

Embora em sua maior parte sejam popularmente chamadas de metáforas, cada uma revela características bem singulares, o que conduz a uma nomenclatura mais específica, destinada a preservar a percepção dos elementos particulares que as compõem e dos meios de que se valem para gerar maior ou menor expressividade.

Não é raro encontrar mais de uma dessas figuras em uma frase apenas.

Meu verso me sorri como mil bocas aflitas.

Na frase acima é possível encontrar: Metalinguagem, Personificação, Comparação, Hipérbole, Metonímia (Sinédoque) e Paradoxo. As cinco últimas, sendo figuras de linguagem, não por acaso, evocam imagens.

Na imagem que ilustra este tópico, temos exemplos de catacrese: nariz do avião, olho do furacão, anel viário, braço do sofá, cabeça de alho, banana de dinamite, ponte aérea, "windows" (janelas). A estes podemos acrescentar alguns outros: "mouse" (rato), boca da garrafa, asa da xícara, perna da mesa, pé da cadeira, braço do violão, dente de alho, pronto-socorro, folha de papel, lixo (lixeira), água-viva, água doce e verbos como embarcar e alavancar em contextos que não envolvam respectivamente barco e alavanca.

Não se deseja, aqui, esgotar o assunto, apenas apresentá-lo.

Clique aqui e confira algumas imagens tratadas como figuras de linguagem. / Outras imagens e link para site mais especializado sobre o assunto.

8 de mar. de 2009

Branca de Neve

Como foi estudado, a criação literária trata da "recriação da realidade". Por esse motivo, a obra artística abre-se a múltiplas interpretações, que, ao contrário de se excluírem, complementam-se.

No vídeo abaixo, vemos uma interpretação possível para a história de Branca de Neve, feita por Márcia Tiburi, professora de Filosofia.

O universo simbólico das histórias ditas infantis encerram, não raramente, as chamadas "verdades gerais", tão apreciadas no universo da Literatura.

Não ignorando a intertextualidade, pode-se recorrer ao mito grego de Eros e Psiquê, narrado em um dos capítulos do livro Asno de Ouro, de Apuleio, no séc. II d.C. Ou no poema do escritor português Fernando Pessoa, que retoma o mito grego em seus versos.

Detalhe da escultura "Eros e Psiquê", do artista Antonio Canova

"Narciso diante da fonte", de Caravaggio.

27 de fev. de 2009

Trabalho da peça Medeia

Assim a pintura de Eugène Delacroix, artista do Romantismo francês (séc. XIX), retratou a personagem Medeia.

Clique no link a seguir para ler a proposta de trabalho, considerando a peça "Medeia", de Eurípedes.

A quem interessar ler a peça na íntegra, clique aqui.

Ouça "Mulheres de Atenas", de Chico Buarque, cuja letra é citada no trabalho proposto.

Comentário sobre os trabalhos e sugestão de resposta.

17 de fev. de 2009

Sobre Metalinguagem

Metalinguagem ocorre quando determinada linguagem, seja ela, por exemplo, escrita, visual ou sonora faz referência a si mesma ou a outra linguagem. A palavra tratando a palavra, como no dicionário e na gramática, ou o poema tratando sobre a palavra, poesia; ou um poeta escrevendo sobre o Poeta; uma ciência explicando a própria ciência são exemplos de metalinguagem por excelência.

Abaixo há alguns exemplos de metalinguagem em que a pintura, a fotografia, a palavra e alguns de seus agentes, como o pintor e o fotógrafo, fazem referências a si explícita ou implicitamente (como no caso das mãos de Escher mais abaixo retratadas) e aos instrumentos particulares de cada uma das artes em questão.

Observe as imagens abaixo e repare que em algumas delas há mais de um elemento metalinguístico.

Poema "Código", de Augusto de Campos

Quadro de René Magritte

Autorretrato do fotógrafo Meren

Imagem publititária

Autorretrato do artista M. C. Escher

Gravura de Escher

Autorretrato do pintor Magritte

Quadro do pintor brasileiro Almeida Júnior, em que ele aparece ao fundo

Autorretrato do pintor Norman Rockwell

9 de fev. de 2009

Literatura 3 - Conceitos

Há alguns conceitos importantes a serem tratados que não devem ser confundidos, a saber: verso; estrofe; poema; prosa; poesia.

As definições aqui trabalhadas terão efeito meramente didático e estarão distantes do aprofundamento que merecem dentro da teoria literária.

O verso é a linha de cada poema. Não necessariamente recebe pontuação ao seu final, seu tamanho costuma ser determinado pelo ritmo e cadência pretendidos pelo poeta, no caso das melopeias. Pode ser também determinado pelo efeito visual, no caso das fanopeias.

Estrofe é o conjunto de versos. As estrofes costumam ser nomeadas de acordo com o número de versos que possuem, assim como o verso pode ser nomeado pela quantidade de sílabas poéticas que o formam. As estrofes também podem ser classificadas pelas rimas que as compõem.

Poema é o texto escrito em versos. Seu conteúdo pode ser narrativo ou pode exprimir o universo de um eu-lírico. Também recebe nome de acordo com suas características formais. A Ilíada e a Odisseia, por exemplo, são histórias narrativas escritas em versos, ou seja, são grandes poemas épicos. A essa forma de poema dá-se o nome de Epopeia /Epopéia/.

Prosa é o texto escrito em parágrafos. Quanto à forma, é o tipo de texto mais comum de ser encontrado. Revistas, jornais, livros, bulas de remédio, manual de instruções, sermões, romances etc., veem nessa forma a maneira mais eficiente de apresentar um texto. Entretanto, existem na Literatura textos em prosa em que há preocupação com o ritmo e com o trabalho com a palavra em si. Em tais casos utilizamos a expressão "prosa poética". Pode acontecer de um texto em prosa ter mais poesia do que um texto em versos, isto é, um texto em prosa pode ser mais poético do que um poema.

Poesia não é texto, é o que pode ou não existir em um texto em verso ou em prosa (isso porque aqui tratamos somente do universo da palavra escrita). O verso e a linha são o corpo, a poesia é a essência, a alma. Essa essência é tanto mais poética quanto for a habilidade do poeta em revelar, por meio da palavra, um universo subjetivo ou um ponto de vista inusitado sobre determinado tema. Para isso, é comum o uso do verso, mas não se descarta a utilização da prosa, em que o ritmo também pode ser trabalhado, não somente pela palavra mas pela pontuação.

A poesia costuma trabalhar com o "estranhamento" da palavra. Estranhamento ocorre quando certa palavra não é esperada em um contexto específico, porém carrega um significado que pode guardar algum tipo de relação com a situação abordada pelo poeta. Por exemplo, a palavra enrugar remete à pele, no entanto pode ser entendida quando usada em um contexto diferente: "o mar se enrugava todo ao ser acariciado pelo vento". Ela, nesse novo contexto, causa um estranhamento, mas a mensagem é ainda entendida. A palavra acariciar aí também está deslocada de seu sentido original.

Clique sobre a imagem: "Cisnes refletindo elefantes" - Salvador Dalí, 1937.

4 de fev. de 2009

Sobre Escolas Literárias

Observando o mundo ao redor, o ser humano tem a impressão de que tudo sempre esteve do jeito que está: pronto! No entanto, com mais vivência, percebe, por meio das mudanças ocorridas em seu ambiente, que, na verdade, seu habitat é continuamente modificado, não só pela natureza, como também por ele mesmo.

Quanto à natureza, embora infindos sejam seus esforços por domá-la, pouco tem conseguido; quanto a ele mesmo e aquilo ao seu alcance, aos poucos percebe que tem uma boa dose de livre-arbítrio.

As ações escolhidas por ele, a partir de então, serão definidas tendo por base seus valores, seu conceito de mundo e de si mesmo. O que produzir será marcado por essas diretrizes. Desse modo, podemos inferir que as obras humanas nascem inicialmente no campo abstrato do pensamento e da idiossincrasia, determinadas por valores e conceitos, e concretizam-se, materializando-se, na medida permitida pelas circunstâncias.

E o que isso tem a ver com Literatura?

Ora, o que move a criação artística senão a vontade do artista de expressar-se? A vontade nasce de uma necessidade, seja ela elevada ou não. A obra artística transmite sempre uma mensagem, ainda que às vezes a mensagem captada seja diferente da emitida. Enfim, na obra de arte transmitem-se ideias, valores, conceitos e ideais.

Na Literatura, a palavra servirá à transmissão desses conceitos, valores etc., geralmente provocando a união de artistas da palavra que têm afinidade entre si. Assim, criam-se as chamadas escolas literárias. Tais escolas agrupam autores que escolhem determinado modo de escrever, elegendo linhas estéticas a seguir (frequentemente elaborando uma teoria sobre o belo ou não para escrita). Isso contribui para criação de uma grande diversidade de estilos, abordagens de temas e, consequentemente, ao surgimento de escolas literárias. Há também os chamados movimentos literários, os quais abordaremos futuramente.

Disso advém que os autores cuja identificação se relaciona à Escola do Romantismo não escreverão como aqueles identificados entre os da Escola do Realismo. Embora haja pontos convergentes entre as duas escolas.

É mais ou menos o que ocorre no meio musical. Eruditos não costumam compor Rock and Roll, roqueiros nada querem com Pagode, e assim por diante. A escolha do gosto musical afeta muitas vezes até o modo de se vestir e de se relacionar, bem como elege conceitos de beleza para música e não raramente um estilo de se viver a vida. Apesar de a matéria-prima dos três estilos citados ser a mesma, as notas musicais e, às vezes, a palavra, o modo de sua utilização é bastante diferente. Nas escolas literárias ocorre o mesmo.

Observe as duas imagens a seguir. Sendo expoentes de uma mesma arte, a pintura, foram criadas seguindo conceitos de função e estilo completamente diferentes. Caso fossem textos, os atribuiríamos a escolas literárias distintas.

(clique sobre a imagem)

Literatura 2

Como já foi comentado, grande parte da Literatura nasce na tradição oral, ligando-se fortemente à cultura e aos valores de um povo ou de um grupo de pessoas afins. A contação de histórias ajudava a construir a identidade de grupo e a transmitir de forma subjetiva valores considerados necessários muitas vezes à sua sobrevivência.

Nas raízes da literatura ocidental, encontram-se as obras Ilíada e Odisseia, atribuídas ao poeta Homero. Na primeira, narra-se o desenrolar da guerra de Troia, motivada pela honra manchada do rei Menelau, irmão de Agamênon. Sua esposa Helena fora raptada por Páris, irmão do admirado guerreiro Heitor, ambos filhos do rei de Troia.

Agamênon, rei mais poderoso entre os gregos, recruta nas diversas cidades-estado gregas frotas armadas para supostamente defender os interesses de seu irmão, entretanto nutrindo incontido desejo de glória pessoal e vontade de domínio para além das fronteiras da Grécia.

Para dar prosseguimento ao seu intento de promover essa guerra, será no entanto necessário contar com o Rei de Ítaca (cidade-estado grega), Ulisses, em grego, Odisseu.

Ulisses, guerreiro famoso, além de se destacar por seu hábil manejo das armas, sobretudo do arco, tem vigorosa inteligência e astúcia, sendo conhecido por solucionar problemas de maneira bastante criativa e incomum. Conta com o amparo da deusa da sabedoria Minerva, em grego, Atena.

Ulisses entende ser imprescindível o auxílio do lendário Aquiles, primo do também valoroso Ájax. O semideus decide acompanhar o ítaco para guerra após consultar sua mãe, Tétis, uma das musas das águas, a qual o adverte que, se não lutasse, sua vida seria feliz, longa e próspera, entretanto morreria esquecido para os séculos futuros. Do contrário, lutando, teria seu nome exaltado pelos poetas e conheceria a imortalidade, não do corpo, mas na imaginação e respeito das gerações vindouras.

Como guerreiro que era, ansioso pela "boa morte" (a morte no campo de batalha) e seduzido pela ideia de imortalidade , Aquiles seguiu para Troia.
Haverá por isso muitos conflitos entre ele e Agamênon, este último desejoso de humilhar seu mais importante guerreiro. Tal indisposição entre as figuras mais importantes do exército grego criará uma instabilidade entre as tropas que amargariam dez terríveis anos até a queda da cidade murada.

A guerra é então vencida com a astúcia de Ulisses, que inspirado por Atena, põe em ação a ideia do cavalo de Troia.

Há muitos detalhes interessantes ao longo dessa narrativa épica feita originalmente em versos. A partir de pequenos episódios, outros poetas criaram histórias trágicas e cômicas que são encenadas em teatros até hoje.

O que nos convém, entretanto, destacar, é a força simbólica contida nos mitos de Aquiles e Ulisses. Ambos seriam as principais referências para formação dos guerreiros gregos, para criação de seus valores e para inspiração durante os dias de batalhas reais, nas quais o sangue vertido era verdadeiro e a morte não era só mais o capítulo de uma história cheia de aventuras.

Sob esse aspecto, a literatura era indissociável da própria vida.

Leia também:

OBS.: QUEM LEU COM ATENÇÃO O TEXTO ACIMA DEVE TER PERCEBIDO A AUSÊNCIA DE ACENTUAÇÃO NAS PALAVRAS "ODISSEIA", "IDEIA" E "TROIA". ISSO DEVE-SE ÀS NOVAS REGRAS DE ORTOGRAFIA.

Veja as novas regras (clique aqui)

3 de fev. de 2009

Sobre Literatura

A palavra literatura, em seu étimo, remonta o termo letra. Esta última, inseparável da palavra, é a matéria-prima dessa arte, assim como as notas para música, e as cores e tintas para pintura.

A Literatura, como aqui entendemos, não tem compromisso com a realidade, com a denotação, mas pode valer-se dela, bem como da fantasia, da ficção. Sua flexibilidade permite, portanto, que seja explorada por meio de diferentes abordagens.

Inicialmente costuma-se abordá-la por seu conteúdo, isto quando a forma não causa um estranhamento imediato, antecipando uma análise formal ou, simplesmente, distanciando o receptor do significado real da obra. É o que acontece, por exemplo, ao se exigir que um jovem incipiente no mundo das letras compreenda Camões.

Forma e Conteúdo não raro se entrelaçam de modo a tornarem-se algo único, como é o caso das fanopeias /fanopéias/ e melopeias /melopéias/. Quando isso ocorre, um grau mais elevado de compreensão é exigido do receptor, demandando não somente um nível de letramento mais profundo, como também a experiência dentro de um universo que extrapola a letra, adentrando pelas veredas e caminhos tortuosos que regem a própria vida.

Como entender a personagem Bentinho, de Machado de Assis, se a vida ainda não ofereceu a oportunidade do idílio e do ciúme? Como julgar a antagonista Juliana, de Eça de Queirós, ignorando-se as privações e humilhações de uma vida inteira? E que mundo intransponível se torna o das personagens de Guimarães Rosa?

Na literatura universal há personagens de ficção que chegam a ser tão humanos quanto nós. No entanto, se a literatura se limitasse ao universo humano, a que fosso escuro se condenariam as criaturas fantásticas dos mitos e fábulas que nos fazem sonhar e temer a escuridão?

Quantas dessas criaturas não são responsáveis justamente por fazer o humano se reconhecer como tal, com suas virtudes e fraquezas?

Embora atualmente seja difícil desvincular a literatura da escrita, desde seus primórdios esta arte vê-se ligada à narração de histórias por meio da fala. Mais do que escritor, aquele que produzia literatura era muitas vezes um anônimo contador de histórias, ou um cantador, chamado poeta.

Dominando o uso da palavra, inventando e reinventando histórias, contando com recursos para além da palavra, como pausas silenciosas e gestos, até objetos, o poeta era considerado frequentemente um visionário, escolhido dos deuses ou profeta. Ele perpetuava um repertório de figuras imaginárias que num dia vindouro conheceriam a imortalidade graças à escrita.

Janus e seu convite

Aproveitando o ensejo da inspirada e inspiradora preleção do professor Gutemberg no primeiro dia de aula do Colégio Nobel, escolhi uma entre muitas representações do deus Janus para saudar os novos alunos de 1° ano do Ensino Médio.

Isso porque convém o exame dessa e de outras alegorias na matéria que nos diz respeito, uma vez que a Literatura também se ocupa do universo simbólico, recorrendo não raramente à Filosofia na tentativa de caminhar com mais segurança e propriedade pelo reino da Alegoria.

Escreveu certa vez o poeta alquimista Jacques Villeneuve:

"Eis a pedra,

de humilde aparência,

por isso a odeiam os tolos,

e mais a amam os que sabem."

A imagem da "pedra" está ao lado, repelindo os tolos e convidando os que não se deixam vencer pelas aparências a desvendá-la.

Aceitam o convite?

Um grande abraço e votos de um ótimo ano!

Prof. Leo

Leia também: Alegoria (clique aqui)

7 de dez. de 2008

Sobre o exagero e a caricatura

Assista ao vídeo a seguir do show "Notícias Populares", da companhia de comédia "Os Melhores do Mundo", e leia o texto:

A fim de entender melhor o movimento e a natureza dos astros, as lentes de aumento são apontadas para o céu e até mesmo enviadas a ele em satélites. Para sondar o mundo microscópico, durante muito tempo invisível, mais uma vez é necessário o uso de potentes lentes combinadas entre si. Isso porque a ampliação serve bem à observação; essa é uma constatação científica que tem sua aplicação também nas questões das relações humanas.
A lente de aumento usada nas artes dramáticas, literatura e afins é o exagero, por meio do qual nasce a caricatura.
Se existe um lugar em que o extremo é bem-vindo, esse lugar é a comédia. Um ditado oriental sabiamente instrui: "O riso é um furo através do qual se enxerga a verdade". Excesso e riso costumam andar de mãos dadas, assim freqüentam o mundo do humor há tempos.
Ao se lançar mão desse recurso para se destacarem alguns aspectos de uma personagem, por exemplo, outras características, certamente, acabam obscurecidas; disso advém a "imagem" caricatural. Esta não corresponde completamente à realidade, mas serve bem ao propósito do riso e, portanto, à verdade. É interessante perceber que, sob tal ponto de vista, realidade e verdade não podem ser consideradas palavras sinônimas.
Não raramente, cartunistas se valem de personagens reais, tornando-os caricatos, e ressaltam desde alguns predicados físicos até discursivos. A evidência extremada de tais predicados, além de criar humor, dá ensejo à construção de um pensamento crítico. Vale ressaltar, no entanto, o fato de a "lente de aumento" ser uma interpretação possível feita por um terceiro, neste caso um cartunista, e não a expressão máxima da verdade.
Desde as peças cômicas de Aristófanes (Grécia Antiga), das peças da Commedia dell´Arte, passando por esboços de Leonardo da Vinci (Renascença) e as primeiras caricaturas de folhetins, de Daumier (França, séc. XIX), até os programas como Zorra Total (Brasil, séc. XXI), o exagero e seu "irmão", o absurdo, não perdem sua eficiência, proporcionando o riso e a oportunidade de fazer seu fruidor se posicionar criticamente diante do objeto posto em evidência.
Caricaturas feitas por Leonardo da Vinci
Em "O Grande Ditador", filme de Charles Chaplin, o riso da ficção é o grito de pavor da realidade de então. Hitler, na caricatura construída pelo ator inglês, é Hinkel, ser digno de dó. Para criticar a realidade de seu tempo (política pré-2a Guerra Mundial), talvez a comédia tenha se prestado melhor do que a tragédia.
Hinkel - personagem de "O Grande Ditador"

Apesar desse laço atávico entre o exacerbamento e o cômico, o excesso também pode servir ao texto sério, como o de Ignácio de Loyola Brandão, "O homem que espalhou o deserto".
Seja para o riso ou não, a família do excesso, da caricatura, do grotesco e do absurdo andará sempre agarrada à ironia.
Lady Kate - personagem de Zorra Total
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Leia também um conto de Alcântara Machado.

9 de jul. de 2008

FICHAMENTO DE LIVRO

FICHAMENTO DO LIVRO

1- Nome do livro:

2- Autor e sua breve biografia:

3- Foco narrativo:

Tipo de Narrador:

° narrador-personagem; ° narrador-observador; ° narrador parcialmente ciente; ° narrador onisciente.

4- Breve resumo do livro:

5- Personagem principal:

Características Físicas:

° Forte ° Fraco ° Criança ° Adolescente ° Adulto ° Idoso ° Animal ° Bonito ° Feio ° Alto ° Baixo ° Gordo ° Magro

° Outras características relevantes:

Características Psicológicas:

° Inteligente ° Parvo ° Astuto ° Dissimulado ° Superficial ° Altruísta ° Sábio ° Egoísta ° Mentiroso ° Honesto ° Vaidoso ° Humilde ° Íntegro ° Orgulhoso ° Hipócrita ° Pacífico ° Belicoso ° Afoito ° Ansioso ° Irascível ° Calmo ° Tranqüilo ° Conciliador ° Responsável ° Inconseqüente ° Simples ° Complexo ° Feliz ° Triste ° Introspectivo ° Extrovertido ° Corajoso ° Covarde ° Misericordioso ° Vingativo ° Desastrado ° Organizado ° Sensível ° Insensível ° Conformado ° Inconformado ° Confiante ° Curioso ° Sem auto-estima ° Herói ° Anti-Herói ° Plano ° Alta densidade psicológica

° Outras características relevantes:

6- Outros personagens relevantes para a história, uma de suas características mais marcantes e sua relação com o personagem principal:

7- Há personagem antagonista? Quais suas características físicas e psicológicas?

8- Há verossimilhança externa? Explique.

9- Qual é a função principal do livro? (pode haver mais de uma):

° Entreter;
° Informar;
° Convencer sobre um ponto de vista (transmitir uma ideologia);
° Passar um ensinamento moral;
° Sensibilizar;

10- Justifique sua escolha na questão anterior:

Quais são suas impressões pessoais a respeito do livro? Justifique-as.

QUIZ: POR QUE OU POR QUÊ?

Havendo dificuldade em visualizar o quiz, clique no link abaixo: