quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Irreversíveis



Há palavras que, depois de pronunciadas,
ecoam pelo resto da vida
maiores que quaisquer gestos que neguem outras intenções.
Há  dolos irreparáveis que repercutem no tempo
e tornam irreversível a mágoa causada.
Há dores que não latejam
mas que se podem sentir
no silêncio das portas fechadas.
Há lugares para onde nunca se volta,
para os quais se morre ao partir.


Aíla Sampaio 





 

sábado, 3 de agosto de 2013

Vilanias do tempo




Conta-me dos anos que me antecederam e do que fazias quando não me tinhas. Talvez eu compreenda as vilanias do tempo que atrasou o nosso encontro e te fez chegar tarde à minha vida. Conta-me dos meses de solidão e saudade a caberem em poucos dias de abraços e eu te poderei perdoar por conseguires viver longe de mim, mesmo depois de tanto atraso em nossas rotas!


Aíla Sampaio




Bagagem







Minha casa é meu corpo,
chão de areias movediças
e angústias sem asas.

Como ir embora das minhas próprias paredes
se não há porta que se feche ou que se abra? 

Como desfazer-me do que tenho 
se a única bagagem que carrego 
é a minha alma? 


Aíla Sampaio




CICLO INEVITÁVEL

  “Faz tempo, sim, que não te escrevo, ficaram velhas todas as notícias”, disse o poeta num soneto à mãe nos anos 40. A velocidade do temp...