Poemas, contos, imagens... palavras e silêncios. Mergulhos e naufrágios de AílaSampaio
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Final de ano
Final de ano, período de balanço, limpeza das gavetas e do coração... é preciso esvaziar a memória, abrir espaço para novos arquivos, renovar as esperanças e edificar novos sonhos. Um ano termina, o outro começa, e a vida continua em seu fluxo inexorável. É imprescindível fechar as portas para o que passou, deixar ir o que na verdade já se foi, mas ficou aprisionado no nosso desejo de que ficasse. É preciso compreender que só quando nos libertamos do passado podemos viver o presente e enxergar as possibilidades e os caminhos que nos esperam... só com o coração desocupado de mágoas e o olhar desarmado se pode enxergar o verde crescendo por detrás das janelas da alma!
Aíla Sampaio
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
De repente
Era verão em mim
quando tuas mãos faziam sol
em meu corpo
e o mar avançava olhos adentro
azul de tanto desejo.
De repente, o outono no deserto
e
no criado-mudo
tudo reduziu-se a uma fotografia.
Aíla Sampaio
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A distância
Ele me olha como se eu tivesse uma porta pro infinito.
Como se quisesse desocupar-se de si mesmo
e habitar meus pensamentos mais secretos.
Ele me deseja como se eu fosse a única
e o mundo fosse acabar;
não quer o céu, não teme o inferno,
não purga sofrimentos nem experimenta a felicidade
que eu lhe poderia dar.
Vive tudo a distância,
certo de que não me terá nem perderá nunca.
Aíla Sampaio
Assinar:
Postagens (Atom)
CICLO INEVITÁVEL
“Faz tempo, sim, que não te escrevo, ficaram velhas todas as notícias”, disse o poeta num soneto à mãe nos anos 40. A velocidade do temp...
-
“Faz tempo, sim, que não te escrevo, ficaram velhas todas as notícias”, disse o poeta num soneto à mãe nos anos 40. A velocidade do temp...
-
Finalmente vi, sem dor, teu olhar colher a tarde e o vento cobrir-te do vermelho-alaranjado que desceu do céu. Não eras mais meu... parei ...
-
O Livro das ausências , de Hermínia Lima, traz dezenas de poemas acerca de faltas que habitam, ausências presentificadas pela saudad...