domingo, 17 de janeiro de 2010

O Monte dos Vendavais - Emily Brontë

Título: O Monte dos Vendavais
Autor: Emily Brontë
P.V.P.: 16 €
Data 1ª Edição: 20/10/2009
Nº de Edição:
Nº de Páginas: 320
Colecção: Obras Literárias Escolhidas
Nº na Colecção: 9

Sinopse:
O Monte dos Vendavais é uma das grandes obras-primas da literatura inglesa. Único romance escrito por Emily Brontë, é a narrativa poderosa e tragicamente bela da paixão de Heathcliff e Catherine Earnshaw, de um amor tempestuoso e quase demoníaco que acabará por afectar as vidas de todos aqueles que os rodeiam como uma maldição. Adoptado em criança pelo patriarca da família Earnshaw, o senhor do Monte dos Vendavais, Heathcliff é ostracizado por Hindley, o filho legítimo, e levado a acreditar que Catherine, a irmã dele, não corresponde à intensidade dos seus sentimentos. Abandona assim o Monte dos Vendavais para regressar anos mais tarde disposto a levar a cabo a mais tenebrosa vingança. Magistral na construção da trama narrativa, na singularidade e força das personagens, na grandeza poética da sua visão, nodoso e agreste como a raiz da urze que cobre as charnecas de Yorkshire, O Monte dos Vendavais reveste-se da intemporalidade inerente à grande literatura.

A minha opinião:
Um livro magistral que me apaixonou desde a primeira página. Emily Brontë soube criar, como nenhuma outra, personagens fortes, carismáticas, que ultrapassam o tempo, tornando-se bastante actualizadas nos dias que correm. A vingança impera no Monte dos Vendavais. Quando Heathcliff é adoptado pela família Earnshaw tudo no Monte dos Vendavais muda. Desprezado por Hindley e amado por Catherine (sem saber), Heathcliff torna-se numa criança e jovem adolescente desprezado e colocado de parte pela família, sobretudo quando o patriarca morre. Assim que Catherine casa com o seu vizinho Edgar Linton, Heathcliff desaparece voltando anos mais tarde riquíssimo. O seu desejo de vingança é cada vez mais acentuado, começando por arruinar aquele que lhe quis tanto mal na infância: Hindley. Depois disso, e apesar de continuar a amar Catherine, o ódio pelo seu marido e casamento é de tal forma grande, que acabará por matá-la. Será que os fins justificam os meios? Será que toda a vingança que Heathcliff orquestrou o fez um homem mais feliz? Apesar de Heathcliff ser uma personagem bastante forte, rodando a história do livro à sua volta, Emily Brontë soube tirar partido da personalidade das duas Catherine, mãe e filha, mulheres muito obstinadas para aquele tempo, e de Ellen Dean, a governanta, narradora de toda a história do Monte dos Vendavais.

Classificação: 5/5

sábado, 14 de março de 2009

Porquê considerar desafio se o importante é ler e incentivar a ler…

Confesso que andei uns bons meses arredada do mundo da leitura e dos livros, ficando-me apenas pelos jornais e revistas. Não porque os livros fossem maus, mas porque simplesmente quando neles pegava, achava que já não tinha pachorra para estar duas ou três horas sentada a ler ou sequer cinco minutos quando, noutros tempos, cheguei a estar até às 3 e 4 horas da manhã a ler, porque simplesmente não conseguia parar enquanto não soubesse o final da história. Devem ser fases da nossa vida em que nos sentimos mais propensos a investir noutras áreas… ou então, deve ser mesmo o peso da idade a avançar!! J
A leitura de um livro, além do conhecimento que nos pode proporcionar, deve ser acima de tudo um prazer. Por isso, não compreendo muitas vezes as pessoas que lançam o repto pessoal de num ano quererem ler 30, 50 ou 100 livros!! Será que o mais importante não é chegar ao final do ano e verificar que, apesar da lista de livros que pretendíamos ler ter sido reduzida, continuam diariamente a ser editados novos títulos, o que aumenta outra vez a nossa lista e nos possibilita continuar a viver nesta espécie de ciclo vicioso e desfrutar do mundo da leitura... Por isso, porque razão andar a estipular metas de leitura?!?
Para calcular o tempo de leitura de um livro há que ter muita coisa em conta, desde logo, a forma, subtileza e ritmo de leitura de cada leitor. Já para não falar na disponibilidade de tempo. Hoje até posso dedicar três ou quatro horas à leitura, mas amanhã, provavelmente nem dez minutos vou ter para o fazer…
Há também quem contabilize o número de páginas… factor também variável. Isto porque, como todos os amantes da leitura sabem, o tamanho de letra e número de caracteres varia e influencia essa contagem. Assim como, o tipo de livro que estamos a ler. Se for um com uma linguagem muito simples e acessível, com toda a certeza que cada página será lida mais rapidamente, do que se for um livro mais técnico ou com uma linguagem mais complexa.
Já para não falar que alguns livros contêm páginas em branco ou com pequenas informações ou dedicatórias e que disparam logo o número de páginas.
Para mim, o tempo de leitura de um livro é decidido essencialmente por dois factores: primeiro, o tempo livre que tenho para me dedicar à leitura e depois, o interesse que o livro que está a despertar… se eu estiver a gostar da história não há dúvida que rapidamente quero chegar ao fim. No entanto, se a história não me agradar tanto, a leitura acaba por se revelar mais morosa, sempre há procura de um novo ingrediente que impulsione ou dê um novo alento à história.
Daí, eu não concordar com o facto de muitos leitores estipularem o número de dias em que vão ou pretendem ler um livro só para, daqui a uns meses poder dizer que conseguiu ler um certo número de livros num ano e que ultrapassou (ou não) o número dos que leu no ano anterior.
E agora podem dizer: Ela está para aqui com este paleio todo, mas no blogue das Marias elas indicam os livros que já leram este ano!!! Sim, mas quando o decidimos fazer não foi em jeito de desafio pessoal ou até, conjunto. Decidimos fazê-lo, primeiro, porque essa é uma forma de todos aqueles que visitam o nosso blogue saber o que lemos e assim, identificar o(s) nosso(s) género(s) literário(s) e ainda, as críticas literárias por nós publicadas que pode pesquisar. Em segundo lugar, até para nossa própria organização pessoal, porque as nossas estantes têm cada vez menos espaço para os muitos livros que adquirimos. E depois, porque comprando livros com bastante frequência, torna-se complicado saber/decorar todos os títulos que integram a nossa biblioteca pessoal e aqueles que já lemos.
Acima de tudo, julgo que o mais importante é ler e incentivar os outros a ler… e os blogues são um bom meio para o fazer.
Sei que alguns visitantes das Leituras das Marias podem não concordar comigo, e até lançaram os seus desafios pessoais de leitura no início de 2009, mas aqui fica o meu desabafo…

Por isso, resta-me apenas agradecer à Maria Manuel que, no ano transacto, com o seu entusiasmo e fascínio pelos livros, acabou por me (re)despertar e devolver a paixão e interesse pela leitura… sem metas estipuladas :)

Bigadita miga!

Continuação de boas leituras para todos!