segunda-feira, 24 de maio de 2010

O CAOS NA SAÚDE PÚBLICA e n'outros serviços

Você acha que os serviços públicos não funcionam a contento apenas porque alguém resolveu que seria assim?

Ou você acredita que realmente é por falta de dinheiro como, historicamente, as autoridades alardeiam, embora, elas mesmas, disputando o seu voto, garantem que tais serviços serão melhorados, serão ofertados em condições descentes e dignas, uma vez que você os eleja?

Caso você acredita que é porque alguém decidiu dessa forma, como explicaria que a cada novo partido que assume o poder – seja nos municípios, nos estados ou na União – a deficiência dos serviços continua – pouco melhor, pouco pior – e as desculpas, igualmente, são repetidas, idênticas, nada de novo?

Caso você acredita que é porque realmente falta verba, como justificaria as cifras astronômicas que apareceram para socorrer os tubarões, como chamou o Exmo. Sr. Presidente Lula, na última crise financeira?

Bem, vejamos a questão do ponto de vista da oferta e da procura.

Todos sabemos que os preços da comida, por exemplo, estão diretamente vinculados às condições climatológicas.

Frente ao excessivo calor e à seca os preços dos hortigranjeiros recentemente foram à estratosfera.

Por que isso aconteceu?

Com o clima desfavorável a produção ficou extremamente dificultada, por óbvio. Assim, aquele pouco que foi possível colher foi disputado pelo mesmo número de consumidores de antes e, a priori, com a mesma disponibilidade financeira, com o mesmo dinheiro para tal fim. Tal situação fez que o produtor/fornecedor aumentasse o preço. Na prática o produtor/fornecedor vai aumentando o preço até onde não sobrar produto vendável, mesmo na escassez. A partir de então ele baixa um pouco até encontrar o preço de equilíbrio.

E o que os serviços públicos têm a ver com isso?

O que aconteceria com os valores das consultas médicas, dos exames laboratoriais, dos serviços de clínicas e hospitais, por exemplo, caso o Sistema Único de Saúde disponibilizasse os mesmos à população em condições dignas e de acordo com as suas necessidades e a urgência?

Inicialmente, para o SUS funcionar de acordo com as necessidades da população e com aquilo que a legislação estabelece, teriam que ser contratados profissionais em grande quantidade.

A saída destes profissionais da iniciativa privada, possivelmente, num primeiro momento, provocaria um aumento substancial nos valores cobrados por consultas e serviços em geral. Porém, na medida que tais serviços fossem oferecidos em condições satisfatórias no sistema público, a população migraria para lá em peso e os preços desses serviços no setor privado despencariam. Os valores dos planos privados de saúde igualmente diminuiriam.

Com este esclarecimento, você acredita que o Setor Privado da Saúde pode ter interesse que a Saúde Pública funcione a contento?

O mesmo raciocínio podemos aplicar a toda gama de serviços que são de responsabilidade do Poder Público.

Caso a escola pública não tivesse a histórica deficiência estrutural, falta de material e de professores, bem como carência de vagas para alunos, você acredita que a escola particular cobraria as elevadíssimas mensalidades que cobra?

Caso você pudesse deixar a chave na ignição do seu carro, em qualquer lugar onde o estacionasse, com a certeza de encontrá-lo intocado no retorno, você gastaria o seu dinheiro com equipamentos de proteção e seguro?

Caso você pudesse deixar a sua propriedade, urbana ou rural, moradia ou de trabalho, sem preocupar-se com roubos, qual seria a sua necessidade de investir em grades, cães de guarda e outros equipamentos de proteção?

Não estamos a dizer que as pessoas que ganham dinheiro no setor privado estimulam, deliberadamente, a deficiência do setor público, porém, a questão sob a luz das leis econômicas é esta, e caberia às autoridades públicas constituídas equacioná-la a contento para a população, independentemente de quem seria o fornecedor do serviço – setor privado ou público – o que, infelizmente, não tem acontecido ao longo dos tempos.

Mas, quantas vezes assistimos na tevê, lemos em jornais e revistas, denúncias de favorecimentos praticados pelos agentes públicos em benefício de empresas privadas, muitas vezes, das quais são donos, usando terceiros.

As recentes denúncias que acabaram com a queda do então Governador do Distrito Federal, são fatos restritos àquela unidade da federação?

Gostaríamos de chamar a atenção para o seguinte:
- Estivéssemos, de fato, sob um regime democrático teríamos o sagrado direito à oportunidade de trabalho para todos, com o que seria perfeitamente possível todos terem condições para custearem eventuais tratamentos de saúde, não necessitando do Poder Público. O mesmo vale para todos os serviços que os entes públicos "prestam" à população.

Saúde e felicidade.

7 comentários:

  1. Realmente, meu caro. De certa forma, no capitalismo, tudo se resume à lei da oferta e da procura.

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  2. Receber as tuas visitas é gostoso demais e te visitar também encanta o meu coração. Este blog tem chamego e acalenta a minha alma!
    Que seus próximos dias sejam recheados de alegria e de paz!
    Bjkas, muuuitas!
    Sônia Silvino's Blogs!

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  3. Enquanto o ter for mais importante com o ser, as coisas não võa melhorar!

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  4. JPM, muito grata pela sua visita à Casa da Imaginação. Grande abraço,
    Tânia

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  5. Esse tema, amigo, sobre a saúde pública, é um dos mais sérios que temos, e que vem de longa data.

    Agora, cogita-se da possibilidade de haver uma complementação aos honorários dos médicos, por parte do paciente que tenha algum recurso financeiro, para com isso obter um tratamento de melhor qualidade. É possível que se trate de um balão de ensaio, para ver se a política nova pega ou não. Felizmente, a imprensa já se manifesta de forma contrária a essa modificação. Mas o fato é que sempre estaremos pisando em ovos.

    Temos que estar vigilantes para que não piore o que já está muito ruim.

    Um abraço,
    Pedro.

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  6. Obrigado por me seguir. Eu ti fiz uma visitinha no teu espaço e parabéns pelos teus trabalhos. E ti sego tb. Um abraço de: Manoel Limoeiro de Recife-PE.

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  7. Isso é um problema com muitas dificuldades de ser solucionado....é uma vergonha nacional...concordo com vc...Temos que vigiar sim!!!bjcas,mimirabolantes p/ vc....

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