Depois de ler o artigo de opinião de Helena Matos, surgiu-me este alerta aos «responsáveis» pela Europa.
A EUROPA DEVE ESTUDAR E APRENDER COM A QUEDA DE ROMA no ano 410 dC. A sociedade europeia deve aprender a evitar derrotar-se. Hollande usa a basófia para dizer que a França é forte, mas ela cada vez expõe maiores vulnerabilidades. Não tirou as adequadas conclusões nem adoptou as correctas medidas na sequência do primeiro ataque. O segundo não foi evitado por palavras de tolerância. E como será o terceiro?
Em vez de governantes e parlamentares perderem tempo precioso com ninharias e baboseiras, será urgente concentrar-se nos pontos essenciais, vitais, de DA a garantirem a sobrevivência da Europa e dos Europeus, contra inimigos internos e externos.
Tem que ser feito uso de perspicácia, inteligência, sentido de responsabilidade, de realismo, com coragem, sem hesitações suicidas.
Para ler o artigo atrás referido siga o link
domingo, 17 de julho de 2016
LIÇÃO DA QUEDA DE ROMA PARA OS EUROPEUS
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A. João Soares
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domingo, 6 de setembro de 2015
PARIS EM CONFUSÃO BRUTAL
Para onde estão a conduzir a humanidade?
Que futuro estão a preparar para as novas gerações?
Qual o papel dos responsáveis pelos governos dos Estados e pela direcção das Instituições Internacionais, todos pagos pelos contribuintes?
É absolutamente necessários que se procure harmonia, paz e justiça social entre todos os humanos.
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A. João Soares
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terça-feira, 16 de julho de 2013
PORQUE SÓ FALAM ???
O professor João César das Neves, como é seu costume, elabora reflexões oportunas, perspicazes e profundas sobre pormenores da actualidade que escapam à generalidade das pessoas. Transcrevo o seu artigo de opinião publicado ontem:
Necessidade de falar
Diário de Notícias. 15/072013. Por JOÃO CÉSAR DAS NEVES, naohaalmocosgratis@ucp.pt
Quanto menos se sabe de um assunto, mais se fala dele; e a veemência cresce com a incerteza e a insegurança. Gostamos de conversar sobre amor, saúde, negócios, desporto e política, precisamente aquilo que menos controlamos. Afinal são esses os temas dos horóscopos...
No meio de uma crise socioeconómica, as coisas agravam-se. É espantosa a quantidade de oráculos férreos e afirmações definitivas em temas que todos, incluindo o orador, sabem ser fluidos e controversos. É o próprio sofrimento da realidade que impele a necessidade de falar, substituindo a objectividade pelo magro conforto da retórica.
Quando alguém sofre, para mais injustamente, as suas palavras ganham peso especial. Por isso os maiores disparates passam por sabedoria na boca de vítimas. No aperto e na confusão, teorias mirabolantes justificam direitos insustentáveis, concedendo ao seu autor credibilidade indiscutível. Assim o debate sobe de tom, com afirmações drásticas em assuntos ignorados.
Um truque habitual na elaboração de temas desconhecidos é o uso de postulados simples, que a própria retórica torna indiscutíveis. Por exemplo, todo o País sabe que a classe política é uma vergonha. O que isso significa é difícil de compreender, pois todas as gerações sempre o repetiram, e os políticos só são louvados depois de mortos. Serão Passos e Seguro piores do que Cavaco e Soares? Merkel e Hollande? Kohl e Mitterrand? O insulto foi igual em todos.
Esse desprezo pela classe política tem a enorme utilidade de explicar a situação sem sujar as mãos na confusão da crise. Não se fala da realidade, mas do discurso sobre a realidade. A isto junta-se um truque elementar: todos gostam de um bom paradoxo; por isso é quase irresistível acreditar que o País sofre não da doença, mas da cura. Porque é que um político faria uma coisa dessas, para mais sem notar, fica sempre omisso. Mas, afinal, nesta vergonha até nem admira. O que interessa é que assim se pode ignorar totalmente a economia, limitando os argumentos ao circo da classe política que, como toda a gente sabe, é uma vergonha. É espantosa a quantidade de pessoas que falam da crise sem nunca referir a dívida esmagadora, as distorções produtivas, ou seja, a crise. A recessão é económica, mas não se discute economia; só política.
Alguns argumentos são contraditórios, sem o empolgado tribuno se dar conta. Muitos empresários queixam-se amargamente que os ministros, sem perceberem nada de empresas e mercados, tomam medidas que as destroem.
Quem o diz, por muito verdade que tenha (e infelizmente tem), não se dá conta de que está a cair no mesmo erro que denuncia, precisamente ao fazê-lo. Porque as actividades governativa e legislativa são também muito difíceis e complicadas, pelo menos tanto quanto as empresas e mercados. E os gestores e agentes económicos sabem tanto ou menos delas do que os políticos sabem de economia. Assim, ao criticarem a influência que as leis têm na sua acção, atribuindo-a à ignorância da classe política, o analista de café mostra uma ignorância pelo menos igual à que critica.
Mas será este paralelo justo? Estão economia e sociedade ao nível da política? Não se pode dizer que o Estado tem a influência e a sociedade é vítima, pois todos vemos como o poder é frágil e como, em democracia ou não, os governos dependem desesperadamente do apoio das forças sociais. Por outro lado, existe uma ilusão de óptica neste argumento. A sociedade é muito maior do que o cantinho da conversa. O facto de esta empresa ou de este mercado serem prejudicados não prova que a política não sirva o todo. Aliás, a experiência recente mostra-o abundantemente, quando durante décadas os governantes pareciam ajudar os múltiplos cantinhos da sociedade, arruinando o País. É, aliás, por isso que é preciso agora prejudicar empresas e mercados para equilibrar a sociedade.
Nos momentos difíceis, as pessoas sentem uma irreprimível necessidade de falar, normalmente com mais veemência do que juízo. A vantagem desta compulsiva ânsia de dizer disparates é que "cão que ladra não morde".
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A. João Soares
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sexta-feira, 5 de junho de 2009
Quem nos defende?
Quem defende a sociedade das investidas destes criminosos? Há faunos não só pelos bosques mas também no centro das cidades. As pessoas estão sujeitas a serem molestadas gravemente, porque o Governo quer poupar dinheiro em prisões e outros estabelecimentos adequados, embora haja muitas despesas do Estado que deviam ser reduzidas, mas que ninguém ousa cortar. Porquê?
Transcreve-se notícia do CM.
Cadastrado tenta violar outra mulher
Bragança: Vítima conseguiu fugir após ser molestada
Correio da manhã. 04 Junho 2009 - 23h22. Por Tânia Laranjo / Liliana Rodrigues
Apelidam-no de predador sexual. Marcava as vítimas e atacava. Há menos de um mês tentou voltar a repetir o crime pelo qual já esteve duas vezes preso. Ontem, voltou à prisão, para ficar em preventiva até ao julgamento.
Desta vez, a vítima foi uma mulher de 30 anos. A 9 de Maio, a vítima chegava a casa após mais um dia de trabalho, cerca da 01h00 da manhã, no centro da cidade de Bragança, quando foi violentamente interceptada pelo agressor.
O homem obrigou-a à força a entrar para o seu carro, chegando mesmo a agredi-la. Amedrontada, a mulher seguiu no automóvel com o agressor até um local isolado, onde ainda foi molestada sexualmente.
No entanto, a mulher conseguiu escapar e fugiu a pé. O homem ainda a perseguiu, mas não chegou a alcançá-la. Apresentou queixa às autoridades.
O suspeito é um ex-emigrante, de 31 anos, e sucateiro de profissão. Vive sozinho e já cumpriu nove anos de cadeia em França e quatro em Portugal, pelos mesmos crimes.
Ontem, durante toda a tarde, o homem foi ouvido pelo juiz de instrução criminal. O magistrado acabou por determinar que deveria aguardar pelo julgamento na cadeia.
A detenção foi feita anteontem pela Polícia Judiciária de Vila Real. O suspeito foi indiciado por rapto, sequestro e tentativa de coacção sexual à mulher.
No decurso das investigações, os inspectores da Judiciária apreenderam a viatura que foi usada para sequestrar a mulher, além de roupas e outros objectos que podem servir de prova em tribunal.
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Casa de ministro assaltada
A casa do ministro Mariano Gago foi alvo da ambição de ladrões. Não são os pormenores da violação da casa e do roubo que me despertam a atenção, por serem casos infelizmente muito banais. Mas é significativo o fato de a criminalidade já não se limitar aos cidadãos mais pobres e desprotegidos e não evitar os poderosos da política. (Ver «Mulher de Gago atacada em casa»).
A escolha deste alvo vem demonstrar, a nível governantes, o que o povo já sabe e sente, que há ineficácia dos ministérios da Administração Interna e da Justiça na prossecução das suas funções de garantir uma vivência segura e justa aos portugueses.
Eventualmente, os autores do roubo poderão já ter sido presentes aos juízes por várias vezes e estarem em liberdade com a obrigação de se apresentarem semanalmente à polícia. Até podem antes ou depois do roubo, ter ido cumprir essa imposição da Justiça. E isso prova que esse regime não garante segurança para a população em geral nem para a casa de um ministro.
Também fica a dúvida da finalidade dos discursos do MAI ao dizer que a luta contra a criminalidade é a sua prioridade, pois a realidade leva a perguntar «e se o não fosse, como seria a vida dos portugueses?». Os portugueses estão hoje a viver com grandes preocupações de segurança e é para hoje que as medidas do MAI devem ter eficácia. As que tem tomado, como se vê, não têm sido eficazes.
Será por falta de pessoal competente no MAI e nas Forças de Segurança? Quantos funcionários pensantes existem no ministério? Quantos assessores e outros colaboradores tem o MAI? Qual o critério da nomeação? Qual o método e o rigor da avaliação do seu desempenho? Iguais interrogações são aplicáveis às Forças de Segurança.
E na Justiça? Qual o seguimento dado ao resultado do esforço dos agentes policiais? A celeridade da Justiça tem sido a mais adequada para reprimir e evitar crimes?
Mas se é de lamentar o que aconteceu ao ministro, também, por outro lado, merece regozijo dos portugueses por verem aparecer uma oportunidade de, dentro do Governo, ser tomado conhecimento da insegurança geral do País. Também se salienta o facto da provável intenção de informar que não passou de um aviso, pois houve sensibilidade para o estado de saúde da senhora, que não foi sequestrada, nem utilizada como refém para obtenção de resgate, nem sequer molestada.
A esse aviso, será de adicionar outro, o de que o caso da Grécia e outros de França podem acontecer por cá, mas com os ódios dirigidos não aos inocentes comerciantes e donos de carros estacionados nas ruas, mas aos detentores do Poder.
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quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Roubaram um portátil no tribunal
A par da saúde e do ensino, a população é muito sensível à segurança de pessoas e bens. Ninguém gosta de ser agredido ou roubado, pelo que todos alimentam grandes esperanças na actividade eficiente da Justiça desde o mais simples e remoto posto da GNR aos mais altos postos da função judicial, passando pela actividade do poder legislativo nesta área.
Porém, segundo notícia recente, apenas 20% da população tem confiança nos tribunais. Poderá dizer-se que aqueles que confiam são pouco mais do que os funcionários da Justiça, em sentido lato. Mas o certo é que mesmo os juízes não têm confiança na justiça e não hesitam em classificar de «erro grosseiro» algumas posições e decisões de colegas (ver notícias sobre o processo de indemnização a Paulo Cardoso). E têm razão os juízes realistas e corajosos que criticam a eficiência dos Serviço a que pertencem, pois eles próprios estão sendo vítimas da insegurança que não conseguem debelar: agressões aos juízes de Vila da Feira, ofensas verbais do arguido Torres, roubo do computador portátil a uma magistrada encarregada de um processo mediático, assalto ao Tribunal de Elvas ocorrido «à hora de almoço», período em que estava aberto, tendo sido furtado um computador portátil do interior do gabinete de um magistrado do Ministério Público, contendo dados de processos em fase de investigação.
Mas haja esperança, talvez agora surja uma reacção positivam com visível acréscimo da eficácia da Justiça, quer em celeridade, quer em resultados que sejam apreciados pela população. Tal reacção não é original. Depois de largo período de modorra crescente e sustentada das forças policiais, houve um acréscimo brutal da criminalidade no mês de Agosto, e o facto de ter sido assaltado o escritório de advogado de uma figura grada do PS e de ter sido roubada a casa de férias do PGR, em terras da Beira Alta, as forças policiais acordaram e saltaram para a rua em sucessivas operações com resultados de grande visibilidade, de que resultou aumento da sensação de segurança da população. E com tal intensificação da actividade foi destruído o mito de que as forças policiais tinham falta de efetivos, pois ficou provado que o segredo da eficácia está na organização e na programação da actividade operacional.
Nesse caso, o resultado só não foi mais eficaz porque os tribunais não deram uma sequência eficaz à acção das policias. Mas agora, que a insegurança se fez sentir na pele da Justiça, a luta contra a criminalidade, que afecta a segurança de todos os portugueses, será mais eficiente e obterá melhores resultados com maior poder dissuasor para os criminosos e maior efeito na tranquilização das populações.
Oxalá que o resultado seja o melhor e que o próximo inquérito sobre a opinião da população acerca da Justiça mostre que os que confiam nos tribunais passem dos actuais 20% e subam aos 80% ou mais.
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sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Criminalidade violenta não é histeria
Acredito piamente que os portugueses nem todos somos estúpidos, mesmo os que não somos políticos, e custa deparar com quem usa da escrita nos jornais para defender os seus tutores ou outros interesses, tratando todos os leitores como inteiramente incapazes de pensar. No DN de hoje uma jornalista, usando o título «estado de histeria», a propósito da onda de criminalidade violenta, fala de «uma repercussão mediática desproporcionada. Em consonância, a classe política e a magistratura da nação vieram confirmar uma espécie de estado de sítio».
Deliro ao ver a ginástica que muitos políticos e afins obrigam os números a fazer, a fim de os utilizarem como argumentos para uma situação e a sua contrária. O general Leonel Carvalho responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), com muito cuidado a medir as palavras para não desagradar ao Governo, a que a jornalista atrás citada é muito leal, revelou que a criminalidade em Portugal aumentou 10% no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período do ano passado. Afirmou «posso garantir que esse aumento não vai além dos 10 por cento e também em relação à criminalidade violenta e grave o que se espera é que seja 10 por cento».
Ora a jornalista considera este aumento uma ninharia que não justifica tal «repercussão mediática desproporcionada». É uma ninharia, porque são apenas 10%!!! Mas quando os trabalhadores pedem um aumento de mais 1% é uma coisa incomportável fora dos limites do bom senso. Quando o PIB, mesmo que seja passageiramente, num mês, em comparação com o do ano anterior, sobe 1%, é uma vitória merecedora de grandes parangonas e gordos discursos. Mas a subida de 10% da criminalidade violenta, que lesa os portugueses nas suas vidas e nos seus haveres, é apenas uma ninharia que não justifica uma «histeria». Francamente, senhora jornalista, não ofenda a nossa inteligência.
Só que apenas a jornalista lhe chama histeria. O Sr. Presidente da República, achou que havia motivo suficiente para acordar o Governo do seu silêncio acerca de tal onda. O responsável pelo Observatório de Segurança referiu-se de forma iniludível ao «aumento da criminalidade». O próprio Ministro da Presidência reconheceu que há «aumento da criminalidade violenta".
Segundo as notícias, sem aspecto de «histeria», no último mês e meio houve, em média, mais de um assalto por dia a agências bancárias. Nesse curto período houve 50 assaltos a agências bancárias. Desde o início de 2008, já se registaram 150 assaltos a bancos nacionais. Em 2007, por esta altura tinham ocorrido 136 assaltos. Afinal, onde está a histeria? E a criminalidade violenta não é apenas constituída por assaltos a bancos. Quer a senhora jornalista queira ou não, 10% (dez por cento) é um grande aumento, que seria muito desejável no PIB ou nos salários dos mais pobres, mas totalmente recusável na «criminalidade violenta».
Para nos mostrar que não passa de histeria, aponte os gabinetes de governantes que não são guardador pela polícia, os governantes que não andam com guarda-costas, colados a si, os governantes e seus colaboradores directos que se deslocam nos transportes públicos como qualquer cidadão. Não quero que lhes aconteça mal algum, mas se acontecer, não tenho dúvidas de que o combate à criminalidade violenta torna-se de imediato mais eficaz, desde a acção da Polícia até aos Tribunais.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Insegurança. Palavras
Por mais palavras enganadoras que nos digam, a insegurança em que Portugal está a viver preocupa as pessoas, e a solução desejada não pode resumir-se a palavras. No entanto vamos dar uma olhadela pelo panorama das palavras recentes.
Cavaco Silva (1), em Odemira, dirigiu-se aos jornalistas para deixar um sinal de alerta: "A onda de assaltos e crimes violentos que se tem vindo a verificar no nosso país é uma coisa muito séria". E, no seu entender como Chefe de Estado, a situação exige outra intervenção do Estado, e pede ao Governo novas medidas para combater um novo fenómeno criminal e meios para que as forças de segurança cumpram a sua função: "É preciso adaptar a estratégia", explicou o Presidente, acrescentando "esperar que (as polícias) tenham os meios e instrumentos necessários" para isso. São palavras cautelosas como convém ao seu cargo, mas evidenciou participar com convicção nos sentimentos vividos no terreno pela população.
O General Garcia Leandro (2), com a sua clarividência e frontalidade já do conhecimento dos portugueses, diz que o aumento da criminalidade se deve "ao número de armas ilegais e sem controlo, aos guetos que se vão criando nas cidades e à difícil inclusão social e à crise que o país atravessa". Considera que "existe de facto este aumento de criminalidade, mas o que temos de analisar é se é sazonal ou não" e explica que Agosto é um mês "de muito movimento e os malfeitores aproveitam-se".
Mas, a sua diversificada experiência e sentido prático levam-no a citar o assalto à carrinha de valores da Prosegur, na semana passada, na auto-estrada do Sul (A2), como um dos exemplos que "é crime organizado puro", e argumenta que, em boa parte, "foi irresponsabilidade da empresa. Não tomaram as devidas precauções de segurança. As rotinas são muito perigosas e os criminosos são cada vez mais cuidadosos no estudo que fazem do alvo".
Segundo ele, para obter uma solução "não se pode esperar que seja o Estado a fazer tudo. As empresas têm de apostar na prevenção. Os bancos, por exemplo, arriscam demais. Há soluções tecnológicas que ajudam a prevenir assaltos. Aliás alguns bancos já dispõem dessa tecnologia. As entidades privadas têm de assumir responsabilidades".
Admite que tem havido aumento preocupante de crimes como carjaking (roubo violento de veículos na presença do condutor), roubos a tesourarias, estações de correios, postos de abastecimento e roubo ou furto por esticão, que registaram mais ocorrências.
Por outro lado, o General Leonel de Carvalho (3), procurando estar sintonizado com o Governo e ser politicamente correcto e sossegar a população pelo método ‘sorriam para chegar ao além com ar feliz’, defende que a situação, «sendo preocupante, não tem a dimensão que os órgãos de comunicação têm tentado transmitir à opinião pública». Mas acaba por evidenciar que não estava a falar com sinceridade, ao sacudir a água do capote, dizendo que apenas é coordenador e não tem responsabilidades operacionais! Com tais palavras, deixa-nos a dúvida: coordenador de quê e para quê? Qual a necessidade do seu cargo? Que benefício colhem os portugueses da sua coordenação?
Posteriormente, o Ministro da Presidência (4) reconheceu que há "algum aumento da criminalidade violenta", que são "situações que não devem ser minimizadas", mas assegurou que o Governo "está a acompanhar a situação com preocupação" e está a "adoptar as medidas necessárias". E acrescentou que "as palavras que devemos deixar é de confiança nas Forças de Segurança e serenidade da população em face da situação que se está a viver".
De todas estas palavras e a alusão demasiado vaga a prometidas «medidas necessárias» e à confiança nas Forças de Segurança, parece poder concluir-se:
As Forças de Segurança, os órgãos da Justiça e a estrutura administrativa e política que encabeça e tutela estas instituições falharam em dois aspectos:
1. Com a sua lassidão, falta de previsão e rotina tépida, permitiram que a criminalidade aumentasse e criasse uma desconfortável sensação de insegurança em toda a população que não beneficia de guarda-costas;
2. Estas instituições evidenciam incapacidade de fazer face à crescente «onda de assaltos e crimes violentos» e não dispõem de energia organizativa para se reestruturarem de imediato para o desempenho da importante função de garantir aos portugueses a defesa de pessoas e bens, e a possibilidade de viverem uma vida familiar, social e profissional em moldes normais.
A sugestão de Garcia Leandro é muito sensata, de utilização permanente, mas os portugueses não podem suprir as incapacidades do Estado materializada nas Forças de Segurança e na Justiça actuais.
NOTAS:
(1) Cavaco Silva põe pressão sobre o Governo
(2) Observatório fala em subida sazonal do crime
(3) GCS: Número de crimes aumentou 10% no primeiro semestre
(4) Governo reconhece aumento da criminalidade violenta
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A. João Soares
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quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Justiça, segurança, insuficiente
Tentei colocar aqui os links de alguns posts publicados neste blog acerca do tema Justiça, mas deparei com mais de vinte, pelo que sugiro aos interessados que façam o pedido de pesquisa, na parte esquerda da barra do blog.
Não vou, por isso, abordar o que já aqui foi publicado mas, apenas, as notícias alarmantes vindas a público nos dias mais recentes que dão um panorama muito preocupante da situação a que os cidadãos estão sujeitos, quanto à falta de segurança, à sensação de pouca eficiência da Justiça e à bagunça a que muitos já acham que é preciso pôr cobro com os próprios meios.
Vejamos então estes títulos: «Disparos voltam à Quinta do Mocho e impõem o silêncio», «Um morto e cinco feridos em tiroteio», na Quinta do Mocho em Loures, «PSP reforça presença no mercado semanal» em Viseu, em consequência de violentos confrontos entre duas famílias ciganas em Paradinha, «Pedido maior policiamento de bairros difíceis», «Ourives assassinado com dois tiros na cabeça», «Setúbal: Morreu ourives assaltado e baleado», «Sexagenário detido a assaltar carro de valores», «Armas com laser e explosivos em roubo a carrinha de valores», «Explosivo militar 'C4' foi usado para rebentar portas blindadas», «Bomba de gasolina assaltada em Almada», «Bomba de combustível da A5 assaltada após “carjacking”», «Centros de inspecção concordam com câmaras de vigilância», apesar de constituirem dano na liberdade e privacidade dos clientes; «Segurança Interna não suscitou dúvidas a Cavaco»; «PJ e prisões têm números diferentes de evadidos», o que é sinal de não serem utilizadas as vantagens do choque tecnológico e do simplex; Mas os «Agentes defendem base de dados única para todas as polícias»; «Base de dados conjunta só ajudaria a polícia»; «Polícia sem pistas que liguem suspeitos a outros homicídios»; Mas o «Governo não reforça segurança»; segundo ele as «Pulseiras electrónicas garantem controlo eficaz»; «Procurador limita poderes das polícias municipais»; «Juízes denunciam controlo político da magistratura»; «Regras de segurança à espera de clarificação»
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domingo, 22 de junho de 2008
A Justiça preocupa
Recebi este texto por e-mail do autor, José Morais da Silva, uma pessoa muito atenta à evolução da vida nacional e naturalmente preocupado com as incoerências que vai notando nos diversos sectores. E como a Justiça constitui um pilar importante para a sensação de segurança e civismo da sociedade, em que muita gente está a perder a confiança, como se ouve nos transportes públicos e na rua, decidi, pedir autorização para aqui o publicar.
Continua o regabofe na Justiça.
O Ministro afirma, com toda a prosápia própria de um pavão, que, quanto à hipótese de alterar o novo “Código Penal”, só para o ano!
E os casos trágico-cómicos continuam.
Eis alguns deles, tornados públicos pela Imprensa:
- Uma brasileira, matou o filho, de seis meses.
É presa e é presente a tribunal que lhe decreta prisão preventiva.
Mais tarde, o mesmo tribunal altera a medida de prisão, passando-a para termo de identidade e residência com a concordância do Ministério Público.
Ao mesmo tempo, adia a leitura da sentença.
Os advogados de defesa informam o tribunal que a ré, comprou passagem para o Brasil.
Se o tribunal alterar a situação da arguida, a defesa mete recurso, e ela foge sem a sentença.
Já não voltará a Portugal para ser punida, a não ser que o faça voluntáriamente!!!
- Um grupo de quatro jovens energúmenos, mata um jovem para lhe roubarem o casaco.
Um deles, assassina-o à facada.
Os outros amarram-no para ficar indefeso.
Apenas o que deu a facada está preso. Os outros estão em liberdade.
E, agora vem o melhor:
O Ministério Público propõe que os que estão em liberdade, apenas recebam uma pena suspensa.
O advogado de defesa, com toda a lata, propõe que o preso seja libertado e que a pena, se a houver, seja pena suspensa, pois o réu estava sob o efeito do álcool e até colaborou com a justiça!!
- Um jovem de 23 anos, testemunha de um processo, é alvo de uma tentativa de rapto executado por um dos réus com o auxílio de outro capanga.
Presente a tribunal, o arguido , apesar do seu cadastro, por outros crimes, é posto em liberdade com termo de identidade e residência!
- Foram dadas todas as facilidades a Valle e Azevedo para poder fugir para o estrangeiro.
E agora?
Claro que lhe irão continuar a a dar todas as facilidades para conseguir evitar a prisão, pois a lei vai ser usada até à exaustão para que a ordem de detenção e o pedido de extradição não sejam exequíveis.
A corda continua a ser esticada mas ela não chegará ao ponto de rebentar, porque este Povo está adormecido.
Não vê ou não quer ver que estão a ser gozados por grupos de políticos que utilizam as benesses que lhes foram dadas sem olhar a meios, as diferenças cada vez são maiores, idolatram um classe de inúteis ditos “Figuras Públicas”, vêm a ostentação ofensiva dos jogadores de futebol e continuam a alimentá-los enchendo os estádios e pagando o que não podem, aguentam os abusos da Galp e não a boicotam, aguentam a ERSE, as mordomias dos administradores das empresas públicas, as mordomias dos Ministros e deputados, etc., etc..
Uma tristeza sem fim.
Um abraço do
Morais da Silva
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quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Estatísticas do ministro versus insegurança
Apesar do MAI ter dito que, segundo as estatísticas, há menos criminalidade e menos insegurança, as notícias que aparecem com títulos garrafais dão-nos uma noção contrária. Já deixei de ler as «pequenas» notícias das páginas policiais mas, apesar disso, não posso ficar indiferente ao grau elevado de violência que as grandes noticias nos dão assim como os desabafos que se ouvem às pessoas nos transportes públicos e nas conversas das filas de espera.
Hoje trazem ênfase fora do comum duas notícias. Uma diz que três homens encapuzados e empunhando machados assaltaram ontem de manhã uma ourivesaria na zona turística do Funchal. Ameaçaram a empregada e, "em menos de um minuto, destruíram os mostruários à machadada e levaram várias dezenas de relógios e jóias", sendo o roubo avaliado em "mais de 500 mil euros", além dos estragos.
A outra notícia refere que em poucos dias, Alcochete foi varrida por uma onda de assaltos a residências que fora do normal para a região. No espaço de cinco dias (desde sexta-feira) foram praticados cinco assaltos. Foi considerado que, "dado o modus operandi, tudo aponta para um grupo que teve a preocupação de fazer o reconhecimento prévio dos locais, para saber se estava alguém em casa". Portanto não se trata de roubos ocasionais.
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Escutas para quê? Chantagem?!
Um Portugal desconhecido e muito atento
Ferreira Fernandes
O PGR Pinto Monteiro disse ao Sol suspeitar que ele próprio era alvo de escutas ilegais: "Como vou lidar com isso? Não sei. Como vou controlar isso? Não sei."
Pinto Monteiro, é a autoridade maior da investigação em Portugal... Estamos, pois, em plena guerra. Falo da "Guerra" de Solnado. "- Sargento, fiz um prisioneiro! - Onde é que ele está? - Não quis vir..."
Ainda sobre elas, as escutas, relembro a recente entrevista ao JN de Amália Morgado, que foi juíza no Tribunal Criminal do Porto durante 11 anos. Quando a PJ lhe apresentava números para escutar A ou B (os juízes têm de validar), ela confirmava se os telefones eram mesmo deles e "não poucas vezes", garante, não pertenciam à pessoa indicada. É simples curiosidade que leva a estas malandrices? Claro que não. Fazer escutas ilegais comporta esforço e riscos. Logo, quem o faz tem de ganhar com isso. Logo, existe uma indústria de chantagem. Não se sabia? Pois, a chantagem é um negócio discreto.
Sobre este assunto pode ler-se também:
Advogados exigem explicações do Governo sobre Pinto Monteiro
O telemóvel do procurador
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quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Uso insensato da estatística
Transcrição do seguinte artigo, do «Globalnottícias» de 18Out2007
Estatística não gosta de Alicínio
Por: Rafael Barbosa
Alicínio, 60 anos, vive na aldeia de Redondelo, em Valpaços, Trás-os-Montes. É homem de poucas posses, aspecto franzino e doente. Vive sozinho e sobrevive com cerca de 400 euros. Levantara aliás a pensão no dia anterior. Estava em casa a dormir. Acordou quando o sangue já lhe escorria pelo corpo.
Como se não fosse violência suficiente deixar um homem sem o dinheiro que lhe garante a sobrevivência, o jagunço que lhe entrou em casa esfaqueou-o e espancou-o selvaticamente. A população de Redondelo ficou chocada, mais do que com o assalto, com a violência usada. Mas Alicínio e a população de Redondelo pouco contam para quem pode e manda. O que conta é a estatística. E segundo a estatística, que o ministro Rui Pereira gosta de citar, a criminalidade está a descer. Alguém tem de explicar isso a Alicínio.
NOTA: Os senhores políticos deviam ter mais senso ao falar de estatísticas em problemas de pessoas. As estatísticas são úteis para efeitos de estudo, planeamento e controlo, mas não para argumentar com as pessoas que, logicamente, sentem o seu caso pessoal com subida importância. Para referir um exemplo clássico, será doloroso o Sr a que, num restaurante, «almoça» um croquete e um copo de água, enquanto o outro cliente presente come um frango de churrasco com meia garrafa de vinho, dizer-lhe que estatisticamente cada um comeu meio frango de churrasco. O Sr. ministro seria capaz de dizer frontalmente ao Sr. A essa estatística? Imagina qual seria a reacção desse cidadão?
Por favor senhores políticos, deixem de considerar parvos todos os cidadãos. É certo que alguns poderão sê-lo. Mas, apesar de tudo o que se diz, poucos cidadãos estão na política.
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segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Só resta a fuga ou o abrigo
Estado de sitio. Para os abrigos, já!
Por António Ribeiro Ferreira, Correio da Manhã
O sitio, já se sabe, está cada vez mais mal frequentado. Pior ainda, está cada vez mais perigoso.
- Andam por aí bancários feitos banqueiros a pôr em causa o dinheiro de accionistas e clientes de instituições financeiras;
- andam por aí magistrados do Ministério Público em guerra com outros magistrados da mesma instituição;
- andam por aí inspectores da Judiciária a caluniar outros inspectores da mesma polícia;
- andam por aí dirigentes desportivos a afirmar alto e bom som que o futebol indígena é uma farsa de alto a baixo;
- andam por aí políticos a transformar a política num caso de polícia com histórias de faca e alguidar;
- andam por aí uns vândalos feitos ecologistas a invadir e a destruir propriedades agrícolas;
- andam por aí uns senhores liderados pelo Torquemada Louçã a tentar impor a ordem e os bons costumes;
- anda por aí uma GNR incapaz de prender e levar à justiça uns energúmenos que recebem apoios do Estado para vandalizar bens privados e infernizar a vida a cidadãos que trabalham;
- anda por aí um Governo do senhor presidente do Conselho, José Sócrates, que admite alianças na Câmara de Lisboa com os mentores políticos desses actos criminosos.
No meio deste triste espectáculo, neste infeliz e cada vez mais mal frequentado sítio, o desemprego aumenta de ano para ano, a economia desacelera, a Europa foge a sete pés e as únicas coisas que crescem são as receitas fiscais e a despesa do Estado. É verdade.
As contas publicadas dos primeiros sete meses de 2007 não deixam margem para quaisquer dúvidas. O défice do chamado subsector Estado caiu 22,6 por cento só por via do brutal aumento das receitas fiscais. Os números são eloquentes. Os impostos directos subiram 12,4 por cento e os indirectos 5,5. E depois de tantas reformas anunciadas, de tanta propaganda sobre o rigor e o controlo de gastos na Administração Pública, do corte de funcionários públicos e de outras coisas mais, a despesa do referido subsector subiu 4,1 por cento. E os gastos com pessoal cresceram 3,4 por cento. Sem manipulações grosseiras de alguns avençados socialistas, a realidade é esta. Nua e crua.
O Estado continua a gastar mais do que deve e a diminuição do défice só se faz à conta dos aumentos dos impostos e do verdadeiro assalto que a máquina fiscal anda a fazer a todos os cidadãos e empresas, com particular incidência nos que, desgraçadamente, não podem fugir para lado nenhum e têm de viver neste sítio perigoso e cada vez mais mal frequentado.
A situação, como se vê, é negra. E as soluções muito poucas. Resta aos cidadãos a fuga ou a procura de refúgio nos abrigos. Rapidamente.
António Ribeiro Ferreira
NOTA: Já de nada servem as protecções clássicas como o elmo, a cota de malha, a armadura a couraça, a fortaleza com ameias. É indispensável o abrigo mas deve ser bem enterrado, de grande espessura, blindado, à prova de armas nucleares.
Este texto faz recordar os posts recentes:
Indícios pouco tranquilizadores,
Pontos fracos dos portugueses,
A condição humana, nacional,
Portugal... nem do pequeninos.
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terça-feira, 3 de julho de 2007
Mal-estar na função pública
Casos na Função Pública penalizam o Governo, diz PS
Isabel Teixeira da Mota, JN
Correia de Campos está no centro das últimas polémicas do Governo.
Na origem da quebra de popularidade do Governo poderá estar a sucessão dos mais recentes casos de afastamento ou de penalização de funcionários públicos no local de trabalho, analisou ontem o socialista Eduardo Vera Jardim no programa da Rádio Renascença "Falar Claro". "São casos que afectaram a imagem do Governo", sustentou o deputado.
O também ex-ministro da Justiça sustenta que as denúncias podem surgir do próprio aparelho partidário do PS, designadamente ao nível local. "A verdade é que há uma reacção pouco sã dos aparelhos partidários a nomeações com as quais eles próprios não estão de acordo, e isso pode criar perigos, mas não são incitados pelo Governo".
Vera Jardim que partilha com a social-democrata Manuela Ferreira Leite o espaço de debate moderado pelo jornalista Paulo Magalhães, sublinhou mesmo que "estes casos não são bons para o Governo" e declarou que os últimos números das sondagens, revelados pelo Diário de Notícias, "são o reflexo dessas situações negativas para a governação".
O socialista, contudo, defende que os altos cargos da administração pública "têm que aderir ao programa do Governo que está a ser executado. Se eles não estão de acordo, põem em perigo a execução dessa política".
Já a ex-ministra das Finanças sugeriu que o primeiro-ministro está a entrar numa fase mais "sensível" e reactiva às críticas, às anedotas ou a outros tipos de apreciações menos agradáveis. "Uma das características que qualquer político deve ter é agir de acordo com a sua consciência e ser absolutamente imune e praticamente indiferente às críticas. Se o não for, não vai a lado nenhum", atirou Ferreira Leite. "É mau para o Governo e para os ministros porque cria uma imagem absolutamente negativa que as pessoas e até os apoiantes do PS começam a criar".
A antiga funcionária do Banco de Portugal questionou ainda "quem denuncia? O que acontece a essas criaturas que denunciaram? Foram promovidos? Não. Fazem isso gratuitamente ".
NOTA: Realmente, tal como foi feito um concurso para o melhor português, também seria interessante organizar uma lista de factos notáveis do ano a submeter a concurso par ver qual o premiado!!! Espero que me indiquem factos para juntar ao do deserto na margem Sul do Tejo, ao do perigo de sabotagem nas pontes sobre o Tejo, como argumento para que o aeroporto fique na Ota!
É preciso acabar com a corrupção e com as nomeações por confiança política e que devem passar a ser por concurso público em que será escolhido aquele que tiver melhores condições para o lugar, independentemente dos laços familiares ou de amizade com os políticos.
Devemos ser dirigidos, a todos os níveis, pelos melhores portugueses e não por critério de «local» de nascimento como na monarquia.
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segunda-feira, 2 de julho de 2007
A Pobreza no Mundo
O relatório dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 2007 (OMD), que será apresentado pela ONU, hoje em Genebra, apresenta números que devem ser ponderados e não esquecidos pelo poderosos do Mundo. Se, por um lado, diz que o número de pobres no mundo baixou de 1,25 mil milhões para 980 milhões de pessoas (dados de 2004), o que corresponde a 16% dos habitantes da Terra, que vivem com menos de um euro por dia. Por outro lado, afirma que há ainda um longo caminho a percorrer para se cumprirem as metas de desenvolvimento até 2015, sublinham as Nações Unidas.
As condições deficientes na saúde materno-infantil traduzem-se na morte anual de 500 mil mulheres por complicações evitáveis derivadas da gravidez e do parto e as mortes por sida aumentaram para 2,9 milhões em 2006 (2,2 milhões em 2001). Em 2005, 15 milhões de crianças perderam um ou ambos os pais devido à pandemia. A evolução positiva está a ser lenta e na Ásia Ocidental há recuos. Nesta região, a taxa de pobreza duplicou de 1,6% da população para 3,8% nos últimos 14 anos e, além disso, os que são pobres são cada vez mais pobres.
O panorama é mais animador no Sul e Sudoeste da Ásia e Extremo Oriente, onde "o crescimento económico colocou a região a caminho de alcançar a meta de pobreza dos OMD", o que. como também se vê em outras regiões, leva a concluir ser possível alcançar os objectivos se "há uma liderança política forte, políticas consistentes, estratégias práticas associadas a apoios financeiros e técnicos internacionais".
Os objectivos para o saneamento básico também estão a ser difíceis de alcançar , nomeadamente, na África subsariana, onde existem as maiores desigualdades em termos de acesso a bens básicos. Metade da população do mundo em desenvolvimento continua a não ter acesso ao saneamento básico. A meta era que mais 1,6 mil milhões de pessoas tivessem as casas com as infra-estruturas básicas, mas a manter-se a actual situação, 600 milhões ficarão fora desse objectivo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destaca no prefácio do relatório, entre as razões para a falta de progressos mais visíveis, o "facto de os benefícios do crescimento económico não estarem a ser distribuídos de forma equitativa». Além disso, nalguns países os esforços estão a ser comprometidos pela insegurança e instabilidade causadas por factores como os conflitos armados e o VIH/sida.
Ban Ki-moon acusa os países ricos de fugirem à responsabilidades a que se comprometeram em 2000, na cimeira promovida pela ONU e em que foram aprovados os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015. E, em 2005, na Cimeira de Gleneagles, concordaram com o reforço do apoio monetário, o que não aconteceu, chegando em alguns casos, as ajudas a diminuírem.
"Os países mais industrializados do mundo comprometeram-se a duplicar a ajuda a África até 2010, mas a ajuda oficial total diminuiu em termos reais em 2,1% entre 2005 e 2006. Só cinco países doadores alcançaram ou excederam a meta das Nações Unidas de afectar 0,7% do seu Produto Interno Bruto à ajuda ao Desenvolvimento", diz o secretário-geral da ONU, concluindo: "Não restam dúvidas que é necessário que os líderes políticos tomem medidas urgentes e concertadas".
No referido relatório, José António Campo, subsecretário-geral para os assuntos económicos e sociais, chama também a atenção para os perigos do aquecimento global e alterações climatéricas, "cujos efeitos potencialmente catastróficos se começam a fazer sentir na área económica e social". As emissões de dióxido carbono, o principal responsável das mudanças, passaram de 23 mil milhões de toneladas em 1990 para 29 mil milhões em 2004.
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