BRAGA DA CRUZ
“Este livro em homenagem ao Professor Guilherme Braga da Cruz fez-me lembrar um belíssimo texto do Génesis em que Abraão intercede junto de Deus por Sodoma e Gomorra. E o argumento de Abraão e que um Deus Justo não pode destruir a cidade se nela existirem "homens justos". Deus aceitou e garantiu a Abraão que não destruiria a cidade se nela existissem pelo menos dez justos (cf. Gen. 18,32). No horizonte começa a anunciar-se o único verdadeiramente justo, Jesus Cristo, que com a Sua justiça salvou a humanidade e é a garantia de um termo positivo da história.
É decisiva a presença de "justos" na cidade, sobretudo daqueles que, identificados com Cristo, estão revestidos da justice de Deus. Eles são o "fermento na massa", a luz que se eleva para iluminar. São, em Cristo, o alicerce misterioso em que assenta a dignidade do homem e da história. Braga da Cruz foi um "justo" na cidade. Conheci-o num período particularmente difícil da sua vida pessoal: tinha sido "saneado" da sua Universidade de Coimbra. Se houve injustiças sem sentido provocadas pela revolução, esta foi uma delas. Os que trabalhávamos com ele no grupo que preparava os primeiros Estatutos da Universidade Católica parecíamos mais perturbados que ele próprio. Nunca tinha presenciado, ao natural, a superioridade de um homem de fé a reagir às adversidades deste mundo. A fé era nele a fonte de uma harmonia que dava a sua vasta cultura o sabor da sabedoria. A paz que nos comunicou, na adversidade e no sofrimento, era fruto do Espírito.
Esta obra, alem de justa homenagem, e um prolongamento dessa sabedoria, testemunho fecundo para quantos querem estar na cidade com dignidade e grandeza” (D. José da Cruz Policarpo).
“Este livro em homenagem ao Professor Guilherme Braga da Cruz fez-me lembrar um belíssimo texto do Génesis em que Abraão intercede junto de Deus por Sodoma e Gomorra. E o argumento de Abraão e que um Deus Justo não pode destruir a cidade se nela existirem "homens justos". Deus aceitou e garantiu a Abraão que não destruiria a cidade se nela existissem pelo menos dez justos (cf. Gen. 18,32). No horizonte começa a anunciar-se o único verdadeiramente justo, Jesus Cristo, que com a Sua justiça salvou a humanidade e é a garantia de um termo positivo da história.
É decisiva a presença de "justos" na cidade, sobretudo daqueles que, identificados com Cristo, estão revestidos da justice de Deus. Eles são o "fermento na massa", a luz que se eleva para iluminar. São, em Cristo, o alicerce misterioso em que assenta a dignidade do homem e da história. Braga da Cruz foi um "justo" na cidade. Conheci-o num período particularmente difícil da sua vida pessoal: tinha sido "saneado" da sua Universidade de Coimbra. Se houve injustiças sem sentido provocadas pela revolução, esta foi uma delas. Os que trabalhávamos com ele no grupo que preparava os primeiros Estatutos da Universidade Católica parecíamos mais perturbados que ele próprio. Nunca tinha presenciado, ao natural, a superioridade de um homem de fé a reagir às adversidades deste mundo. A fé era nele a fonte de uma harmonia que dava a sua vasta cultura o sabor da sabedoria. A paz que nos comunicou, na adversidade e no sofrimento, era fruto do Espírito.
Esta obra, alem de justa homenagem, e um prolongamento dessa sabedoria, testemunho fecundo para quantos querem estar na cidade com dignidade e grandeza” (D. José da Cruz Policarpo).
Em boa hora editado, neste livro de homenagem e de devoção ao grande Mestre coimbrão continuam hoje a impressionar o rumo e a postura de vida de Braga da Cruz, um exemplo palpável da viabilidade de uma coisa que hoje nos parece longe e mais longe do alcance qual é a da conciliação vitoriosa da dignidade humana, espiritual e académica. É essa a lição comum das dezenas de testemunhos de hoje e de ontem de grandes nomes das Academias peninsulares e do pensamento católico contemporâneo. Ferrer Correia, Damião Peres, Antunes Varela, Eduardo Correia, Pinto de Castro, Veríssimo Serrão, Castanheira Neves, Garcia Gallo, Alvaro D'Ors, Valdeavellano, Gibert... Pelo meio, discretamente, o magistral ensaio biográfico que se fica a dever a um dos animadores desta iniciativa, Gonçalo de Sampaio e Mello.
A exemplo do que sucedeu a outros Mestres, na assembleia reunida dos discípulos não podia (e devia) deixar de faltar um judas, um desses que também um dia foi discípulo e que noutro dia vilmente o renegou. Que pensará hoje António Hespanha, que, como Director Geral do Ensino Superior de Vasco Gonçalves saneou meia academia, e que terá estado na origem do miserável processo que martirizou os últimos dias de Braga da Cruz? A pedra do olvido que sugere o peso marmóreo desta obra não chega para nos evitar o cheiro fétido que ainda exalam esses e outros comportamentos. Que o dissessem Antunes Varela, Almeida Costa, Sebastião Cruz…
O perdão, esse fica de Braga da Cruz, de muito maior santidade que os demais.
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