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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Balanço de Leituras | Novembro 2017


Já estamos em Dezembro e Novembro foi um pouco fraco em leituras. Apenas li 4 livros. Digo apenas, pois para o meu ritmo é pouco. Mas gostei bastante das leituras que fiz. Li bons livros de não-ficção. Um género que gosto cada vez mais.

Dezembro está cheio de projectos e actividades....vamos ver como as leituras vão correr.

E vocês, o que leram em Novembro?

Boas leituras.


Leituras

Um Melodia Inesperada, de Jodi Picoult
Cartas a Um Jovem Escritor, de Colum McCann

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Um ano com a Jodi | Dezembro 2017



O livro escolhido para o mês de Dezembro para projeto "Um ano com a Jodi" é Dezanove Minutos. Vamos a mais uma leitura conjunta? Quem alinha?


Sinopse:
Mais uma vez, Picoult aborda um assunto delicado na sociedade contemporânea, um tiroteio no liceu, levantando perguntas como: o seu filho pode tornar-se num mistério para si? O que significa ser diferente na nossa sociedade? É justificável para uma vítima ripostar? E quem - se é que alguém - tem o direito de julgar outra pessoa?
Em Sterling, New Hampshire, Peter Houghton, um estudante de liceu com dezassete anos, suportou anos de abuso verbal e físico por parte dos colegas. O seu amigo, Josie Cormier, sucumbiu à pressão dos colegas e agora dá-se com os grupos mais populares que muitas vezes instigam o assédio. Um incidente de perseguição é a gota de água para Peter, que o leva a cometer um acto de violência que mudará para sempre a vida dos residentes de Sterling.

Boas leituras!

Canal da Dora | Books & Movies
Blogue da Elisa | A Miúda Geek

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Balanço Mensal | Outubro 2017


Já estamos em Outubro. Incrível, não é?! Outubro foi novamente um mês fraco em relação às leituras. Mas cada vez menos me preocupo com isso. Quero apenas ler! Pouco ou muito, isso para mim é o mais importante. Que venha Novembro.

E vocês, o que leram em Outubro?

Leituras
Quero-te Morta, de Peter James
Um Questão de fé, de Jodi Picoult
Os Vícios dos Escritores, de André Canhoto Costa


Leituras Infanto-Juvenis

A Lenda do Menino da Gralha, de Julieta Aurora Santos
As Contadeiras de Histórias, de Sofia Paulino
O Planeta Muradi e os Mudarekos, de Rita Vilela e Sofia Paulino

domingo, 29 de outubro de 2017

Passatempo 4 | 3.º Aniversário do Blogue "Jardim de Mil Histórias" | "O Último dos Nossos", de Adéläide de Clermont-Tonnerre | Clube do Autor

E os passatempos não param. Desta vez é a Editora Clube do Autor que irá oferecer o livro O Último dos Nossos, de Adélaïde de Clermont-Tonnerre a um/a leitor/a do blogue.
Para participarem só têm que responder ao formulário e cumprir todas a regras de participação. O passatempo vai decorrer até ao dia 26 de Novembro, às 23h59m.

Regras de Participação:

Boa sorte a todos!

Regras de Participação:
1. Só será permitida uma participação por pessoa;
2. É obrigatório ser seguidor público do blogue e fazer partilha do passatempo apenas no Facebook ;
3. É obrigatório colocar "Gosto" na Página de Facebook da Clube do Autor e na página do blogue "Jardim de Mil Histórias";
4. O livro será enviado pela editora e não se responsabiliza por extravios dos CTT;
5. O vencedor será escolhido através do Randon.org;
6. O vencedor será anunciado aqui no blogue e contactado para o e-mail referido no questionário;
7. Apenas serão aceites participações com moradas de Portugal Continental e Ilhas.

Passatempo 3 | 3.º Aniversário do Blogue "Jardim de Mil Histórias" | "Londres de Shakespeare por cinco groats ao dia", de Richard Tames | Editorial Bizâncio

Mais um passatempo. Desta vez é a Editorial Bizâncio que irá oferecer o livro Londres de Shakespeare por cinco groats por dia, de Richard Tames a um/a leitor/a do blogue.

Para participarem só têm que responder ao formulário e cumprir todas a regras de participação. O passatempo vai decorrer até ao dia 26 de Novembro, às 23h59m.

Regras de Participação:

Boa sorte a todos!

Regras de Participação:
1. Só será permitida uma participação por pessoa;
2. É obrigatório ser seguidor público do blogue e fazer partilha do passatempo apenas no Facebook ;
3. É obrigatório colocar "Gosto" na Página de Facebook da Editorial Bizâncio e na página do blogue "Jardim de Mil Histórias";
4. O livro será enviado pela editora e não se responsabiliza por extravios dos CTT;
5. O vencedor será escolhido através do Randon.org;
6. O vencedor será anunciado aqui no blogue e contactado para o e-mail referido no questionário;
7. Apenas serão aceites participações com moradas de Portugal Continental e Ilhas.

Passatempo 2 | 3.º Aniversário do Blogue "Jardim de Mil Histórias" | "O Vício dos Escritores", de André Canhoto Costa | Saída de Emergência

Mais uma editora que colabora na comemoração do aniversário do blogue.

Desta vez é a Saída de Emergência que irá oferecer o livro Os Vícios dos Escritores, de André Canhoto Costa a um/a leitor/a do blogue.

Para participarem só têm que responder ao formulário e cumprir todas a regras de participação. O passatempo vai decorrer até ao dia 26 de Novembro, às 23h59m.

Regras de Participação:

Boa sorte a todos!

Regras de Participação:
1. Só será permitida uma participação por pessoa;
2. É obrigatório ser seguidor público do blogue e fazer partilha do passatempo apenas no Facebook ;
3. É obrigatório colocar "Gosto" na Página de Facebook da Saída de Emergência, na página das Edições Desassossego e na página do blogue "Jardim de Mil Histórias";
4. O livro será enviado pela editora e não se responsabiliza por extravios dos CTT;
5. O vencedor será escolhido através do Randon.org;
6. O vencedor será anunciado aqui no blogue e contactado para o e-mail referido no questionário;
7. Apenas serão aceites participações com moradas de Portugal Continental e Ilhas.

Passatempo 1 | 3.º Aniversário do Blogue "Jardim de Mil Histórias" | "Imagina que não estou aqui", de Adam Haslett | Editorial Presença

O blogue está a comemorar o seu 3.º aniversário. E algumas editoras juntaram-se a esta comemoração.
A Editorial Presença irá oferecer o livro Imagina que não estou aqui, de Adam Haslett a um/a leitor/a do blogue.

Para participarem só têm que responder ao formulário e cumprir todas a regras de participação. O passatempo vai decorrer até ao dia 26 de Novembro, às 23h59m.

Regras de Participação:
Para responder às questões do formulário ver site da editora

Boa sorte a todos!

Regras de Participação:
1. Só será permitida uma participação por pessoa;
2. É obrigatório ser seguidor público do blogue e fazer partilha do passatempo apenas no Facebook ;
3. É obrigatório colocar "Gosto" na Página de Facebook da Editoral Presença e na página do blogue "Jardim de Mil Histórias";
4. O livro será enviado pela editora e não se responsabiliza por extravios dos CTT;
5. O vencedor será escolhido através do Randon.org;
6. O vencedor será anunciado aqui no blogue e contactado para o e-mail referido no questionário;
7. Apenas serão aceites participações com moradas de Portugal Continental e Ilhas.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Revista Inominável # 10 | 2 anos de Inomináveis


Este mês saiu mais uma edição da revista Inominável. E esta edição é comemorativa, pois a revista faz 2 anos!! Leiam aqui

Nesta edição foi subordinada a um tema: preto e branco. E para a minha rubrica "Ler o Mundo" realizei uma entrevista à bibliotecária Rita Neves, da Biblioteca Municipal de Santarém numa tentativa de mostrar que as bibliotecas não são só a preto e branco.

E há passatempos! Portanto não deixem de ler a revista e participar.

Boas leituras.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Balanço de Leituras | Setembro 2017



Se Agosto não foi abundante em leituras, Setembro também não o foi. Esperava que o este mês seria um pouco melhor nesse sentido, contudo imprevistos acontecem e não podemos fazer nada senão aceitar. Resta esperar e ter esperança que os próximos meses sejam melhores.


Leituras

O Poder das Pequenas Coisas, de Jodi Picoult 
Rugas, de Pablo Roca
Os Falsários, de Bradford Morrow

E vocês o que leram em Setembro?

Boas leituras.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

terça-feira, 5 de setembro de 2017

TAG | "30 Perguntas sobre séries"



Há muito que quero falar de Séries no blogue, mas ainda não tinha tido oportunidade. E nada melhor que iniciar com uma Tag. Vi esta Tag no canal da Dora "Books & Movies" e achei que era perfeita para a ocasião.

Vamos começar?


1 | A tua série favorita
De sempre. É a minha "série de conforto".




2 | A melhor série que tu estas a assistir no momento

Adorar!!





3 | Uma série que tu não gostas.






4 | Uma série que tu só assistes quando não tens nada para fazer.

Ou outra do género.





5 | Uma cena de série que te fez chorar.

Algumas do Lost. Não vou falar em cenas pois não quero dar spoilers.





6 | Uma série de Terror.

Não vejo séries ou filmes de terror.



7 | Uma série de Acção.






8 | Uma série de Ficção.

Esta categoria foi um pouco difícil. No entanto, optei por "Era uma vez". 





9 | A série mais antiga que tu assistes.

Qualquer uma do CSI. E embora tenha terminado vou escolher CSY: NY.






10 | A tua personagem de série favorita.
O Phill. Adoro.





11 |  Uma série que tu odeias






12 | Uma série que deixou saudades.

Muitas, mas muitas saudades!





13 | Uma série que tu deixaste de assistir.

Fiquei na 3.ª temporada. Deixei de ter interesse.




14 | Uma série em que eu assisti todos os episódios.

Todos. Não perdi um! Nem os extras.





15 | A última série que tu começaste a assistir.

Ainda muito no início. 




16 | Melhor abertura de série.





17 | Uma série que já poderia ter acabado.

Apesar de ver e adorar acho que já poderia ter acabado.





18 | Uma série que não deveria ter acabado.

Uma das melhores!




19 | Uma série que me surpreendeu e eu acabei por gostar dela

Uma série sobre stalkers. Não pensava que iria gostar, mas acabou por ser boa.





20 | Uma série que foi cancelada e eu gostava muito.

Pelo que sei foi cancelado, mas a esperança é a última a morrer.





21 | Uma série que todas as pessoas gostam menos eu

Desculpem os fãs, mas não consegui assitir. Não me cativou.





22 | Uma série que eu fui perdendo o gosto aos poucos

Cansei. 




23 | Uma personagem de série muito engraçado.

O Castle. Ri-me imensas vezes com ele.





24 | Uma série que eu queria gostar mas eu não gosto

Vou tentando ver, mas não gosto tanto. 






25 | Uma série que eu gosto mas não gosto da protagonista
Acho que a actriz que representa o papel de Penny foi um erro de casting. Não simpatizo muito com ela. 





26 | Uma série que tu nunca assististe






27 | A série com a melhor trilha sonora.

Adoro a música de abertura. Uma série policial, com produção sueca. Gostei bastante. O actor sueco Michael Nyqvist morreu recentemente.
É a música Hard Time - Seinabo Sey






28 | A série da tua infância 

Não infantil, mas juvenil. 






29 | Uma série que deveria virar filme.

Não sei do que estão à espera. 





30 | Indica uma série


Esta é das melhores séries de comédia que vi nos últimos tempos. É uma série de humor, francesa com duas famílias como protagonistas. Uma muito liberal e outra mais conservadora. Ri-me à gargalhada vezes sem conta. Uma série que passou na RTP2 e terminou recentemente. Fais pas ci, fais pas ça ficou traduzida como Pais Desesperados. Se conseguirem assistam. Vai valer a pena.


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

YouTube | Canal Jardim de Mil Histórias


Todos nós evoluímos. Criamos e pensamos em projectos novos, ideias novas. Este é mais um passo, uma experiência, um projecto.

Ainda não era a altura certa. Até um dia...Hoje foi o dia. O canal de YouTube do Jardim de Mil Histórias já está criado. Não é (nem será) perfeito. Não quero a perfeição. Apenas partilhar aquilo que mais gosto. Mas vou procurar melhorar. Sempre. Conteúdos, edição...tudo.

Agora é trabalhar. Diz que agora sou YouTuber :)

Espero que gostem. 

Boas leituras. 



quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Balanço de Leituras | Agosto 2017



O mês de Agosto foi fraco em leituras, mas muito bom em descanso, passeio. Aproveitei o bom tempo, as viagens e a minha família. E por isso mesmo não podia ter sido melhor. As leituras...recupero em Setembro!

E vocês? O que leram em Agosto?


Leituras
A Espia do Oriente, de Nuno Nepomuceno (Trilogia Freelancer # 2)
My Space | Baby Blues # 25, de Jerry Scott e Rick Kirkmann (opinião em breve)
Expiação, de Iam McEwan (opinião em breve)

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Devaneios | A minha relação com os livros


Todos mudamos. Crescemos, mudamos de opinião, mudamos de gostos. Isto também se aplica a nível literário. Crescemos literáriamente. Eu sou. O que gosto hoje não é o mesmo que gostava há anos atrás.

E a minha relação com os livros também mudou. Sempre fui uma compradora compulsiva. Sempre que passava numa livraria comprava um livro que gostava. A Feira do Livro era sempre uma desgraça. Nunca lia opiniões de livros em blogues. Não conhecia o Goodreads. E isso foi uma coisa positiva que o blogue me trouxe. Ajudou-me a gerir as compras de livros, a ser mais racional e mais económica. 

Já não acumulo livros. Vendo, troco ou faço doações à biblioteca. Não fico com livros que não gostei ou que não vou ler. As idas à biblioteca passaram a ser muito frequentes e até já converti o mais novo cá em casa. 

E vocês? Como é a vossa relação com os livros?

Boas leituras.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Balanço de leituras | Julho 2017


O mês de Julho foi muito bom em leituras. Embora com pouca disponibilidade para ler consegui manter um bom ritmo de leitura.

O mês de Agosto espera-se fraco em leituras, mas excelente em descanso, sol, praia, almoços, jantaradas, passeios, convívios e algumas festas. Cá o espero.

E o vosso mês de Julho, como correu?


Leituras

As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis
A Música da Fome, de J. M. Le Clézio
A Factura, de Jonas Karlsson
A Mulher do Camarote 10, de Ruth Ware
Orgulho e Preconceito, de Jane Austen


Leituras Infantis
O Rosto da Avó, de Simona Ciraolo

terça-feira, 18 de julho de 2017

O Livro da Minha Vida # 7 | Ana Lopes



Hoje regressa mais um segmento aqui no blogue: O Livro da Minha Vida. A convidada de hoje é Ana Lopes, do blogue O Sabor dos Meus Livros. Um blogue que sigo há algum tempo e gosto muito. Visitem, pois acho que vão gostar.

A Ana aceitou o meu convite para partilhar o livro da sua vida. Uma tarefa nada fácil, eu sei. 

Aqui fica o livro da vida da Ana.




Nome: Ana Lopes
Profissão: Professora e blogger nos tempos livros
Blogue: O Sabor dos Meus Livros
Idade: 42 anos



«“Respiro fundo múltiplas vezes e acaricio a lombada, a capa. Da leitura que terminei há umas horas [No país da nuvem branca] já quase nada resta. Deixou a porta escancarada para esta releitura que será a primeira deste ano e sem dúvida a mais significativa, a mais ansiada, a mais premente.
Acompanhar-me-á um permanente nó na garganta.”

Isto foi o que registei no meu caderninho das leituras mal retirei da estante aquele que é um dos livros da minha vida. Até ao momento não havia feito nenhuma releitura em 2017, porque conscientemente ou não estava a preparar-me para receber de novo a história de Gemma e de Diego, a história de um amor dolorosamente belo que abalroou a vida de dois jovens italianos que casualmente se conhecem em Sarajevo, no ano em que aí se celebraram os Jogos Olímpicos de Inverno.
Comprei esta obra em 2012. Comprei-a após ter lido Não te movas e me ter completamente apaixonado pela escrita emocional e belíssima de Margaret Mazzantini. A primeira leitura de Vir ao Mundo demorou praticamente um mês, não por causa do número de páginas da obra, mas porque a avalanche de sensações e sentimentos que experimentei desde as suas palavras iniciais foi sufocante, cortou-me o fôlego vezes sem conta, trouxe à superfície angústias, medos e dores que senti como se fossem minhas, só minhas.


A releitura ocorreu quase cinco anos depois e, uma vez mais, foi impossível fazê-la à velocidade normal de uma qualquer leitura. Vir ao mundo acompanhou-me em casa, no trabalho, por todos os lados durante 21 dias e despoletou tudo de novo – o nó na garganta, o peso no estômago, os nós dos dedos brancos da força com que cerrava os punhos, o encostar e abalar do livro junto ao meu peito e as lágrimas que correram infindáveis vezes, de forma descontrolada, como correm agora que bato as teclas para escrever este texto. Um texto que tem que ser perfeito, que desesperadamente transpareça o quanto este livro é também ele soberbamente perfeito, o quanto a sua leitura dói, nos faz sofrer, uivar em silêncio de incompreensão, de injustiça, de compaixão, de tristeza, de mágoa e dor pelos protagonistas da sua narrativa, sejam eles pessoas ou espaços.
Como referi, Vir ao mundo conta-nos a história de Gemma e de Diego. Mas a sua narrativa não se centra apenas na sua história de amor. É isso e muito mais. É a história de um amor completo, doce, pleno, sofrido, mas que não termina. É a história de Gemma, de uma mulher que sabe que só se sentirá completa se for mãe, mãe de um filho de Diego – “ – Quero um filho com uns pés assim. (…) – O que têm de belo estes pés?  – São os dele…” É a história de uma maternidade desesperadamente buscada, de uma maternidade que só será realidade no corpo de uma outra mulher, de alguém que não seja “incompatível com a vida” de alguém que não tenha “uma esterilidade de noventa e sete por cento… uma esterilidade total.” É a história dessa maternidade finalmente alcançada, de uma maternidade que já dura há dezasseis anos, mas que apenas Gemma sentiu como verdadeira, como concreta bem depois do nascimento de Pietro – “Terei de esperar pelo dia em que ele, na terceira classe, me há-de baptizar.” É a história de Gojko, de Aska, de Sebina e de Armando, personagens que nos invadem o coração. Um com a sua ironia, o seu sentido de humor, a sua amizade indestrutível e um sentido de lealdade comovente. Outra com a sua inocência atrevida, os seus sonhos, a sua rebeldia, a sua música e a sua juventude. Outra com a sua meninice, o seu temperamento forte, a sua aura de esperança e a sua vontade de lutar. Outro com a sua doçura, a sua timidez e a sua forma tão suave e delicada de trazer luz à vida de quem o rodeia.
Vir ao mundo reúne todas estas histórias – de crianças, adolescentes, jovens e menos jovens. Mas há um espaço, uma cidade que as protagoniza e que une na mais absoluta perfeição o que já por si seria uma narrativa com contornos perfeitos. Ao longo das 532 páginas da obra calcorreamos a cidade de Sarajevo. Calcorreámo-la em 1984, no apogeu dos Jogos Olímpicos de Inverno. Calcorreámo-la em 1991, 1992, em pleno cerco da guerra civil dos Balcãs e calcorreámo-la em 2008, como capital da recente e independente Bósnia-Herzegovina. E apaixonámo-nos por ela, rendemo-nos aos seus encantos. Uma cidade que era o espelho da tolerância, da pacífica e harmoniosa convivência entre povos de etnias e religiões diferentes, que em 1984 olhava com confiança para o futuro, que abria devagarinho as suas portas para o mundo e que em 1991, 1992 é devastada, arrasada por uma guerra de contornos brutais, que assiste incrédula e indefesa ao massacre que abate os seus habitantes como se fossem lebres – “… aquela cidade transformada num campo de lebres a dizimar.” “Sarajevo é um grande campo de tiro ao ar livre. Uma reserva de caça.” Uma cidade que em 2008 renasceu das cinzas, mas que ainda está em convalescença, que ainda mostra feridas por cicatrizar. A cidade de Gojko, a cidade de Aska, a cidade de Sebina, a cidade de sarajevitas que não esquecem, que ainda choram os seus mortos, mas que paulatinamente vão começando a viver de novo – “ _ Certo dia, passei junto de um prado vermelho de papoilas e, pela primeira vez, não pensei em sangue, fiquei encantado com aquela beleza tão frágil. Era suficiente menos de um machado, de um míssil maljutka, era suficiente um sopro de vento. Aquele prado estava ali parado para nós, estava à nossa espera a seguir à curva. Um campo imenso pontuado de línguas vermelhas, como corações caídos do céu sobre a erva. Ia de carro com a minha mulher. Parámos e começámos a chorar. Primeiro, eu; depois, ela também veio atrás de mim como um rio. Foi um pranto que lentamente nos esvaziou, nos ressarciu. E a partir dessa tarde começámos a respirar com o peito. Conseguíamos suportar a nossa respiração. Durante anos esteve retida na garganta, não conseguia parar… Dois meses mais tarde, a minha mulher estava grávida.”
Por tudo o que referi, é quase redundante dizer que a releitura de Vir ao mundo foi esmagadora. Foi esmagadora porque reavivou a vontade quase incontrolável que sinto de conhecer Sarajevo. Foi esmagadora porque me trouxe tudo o que busco numa leitura. Foi esmagadora porque, como mãe, senti as dores, o desespero, a loucura, o egoísmo, os medos e as angústias de Gemma como minhas. Foi esmagadora porque me voltei a render ao amor dos dois protagonistas da narrativa. Foi esmagadora porque criei laços inquebráveis com todas as personagens. Foi esmagadora porque a escrita de Mazzantini é magistral, dolorosamente bela. E foi ainda esmagadora por causa da banda sonora que nos vai acompanhando ao longo da história e da qual fazem parte canções como estas – I wanna marry you, de Bruce Springsteen; Where the streets have no name, dos “meus” U2; Losing my religion, dos REM.
Concluindo, repito o que já referi – este é um dos livros da minha vida e que adoraria que fosse lido por todos aqueles que ainda não o leram e não conhecem Margaret Mazzantini. É um verdadeiro crime que esta autora tenha deixado de ser traduzida para português, apenas porque a venda dos seus livros não foi economicamente rentável… Espero, para bem de todos, que essa situação seja revertida num futuro próximo. Eu continuo a lê-la – já li em espanhol mais três obras suas, mas seria maravilhoso que todos pudéssemos saborear os seus livros na nossa língua, apesar de a edição que reli ter algumas gralhas incompreensíveis…
Há uns meses a minha querida companheira do blogue “Jardim de Mil Histórias” pediu-me que participasse na rubrica “O livro da minha vida”. Ainda não lhe havia respondido… Talvez porque estava à espera desta releitura. Sendo assim, aqui o tens, Isa!»

Muito obrigada à Ana pela partilha do livro da sua vida. Já está na minha lista.

Boas leituras.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Conversas de Mil Histórias | Sandra Barão Nobre



Jardim de Mil Histórias - A Sandra tem um blogue “O Acordo Fotográfico” que liga duas das suas paixões: os livros e a fotografia. Como surgiu este blogue?


Sandra Barão Nobre - A ideia surgiu em Lisboa, em Agosto de 2010, num fim-de-semana que lá passei quando estava a aprender os rudimentos da fotografia. Num desses dias fotografei ao longe uma mulher a ler e ocorreu-me que seria interessante perguntar-lhe o que lia e depois escrever sobre isso. Partilhei a ideia com uma pessoa em meados de 2011 e fiz as primeiras fotos em Agosto de 2011. O Acordo Fotográfico só arrancou em Dezembro desse ano. Entre a ideia e a concretização passou-se um ano e meio. Porque me surgiu a ideia? Julgo que foi porque andava entediada com a minha vida profissional e precisava urgentemente de fazer algo que abanasse um pouco a rotina e a minha postura comodista, na qual não me revia de todo! Aprendi que o tédio, quando bem canalizado, pode estar na base da criatividade e da reinvenção.


J. M. H. - Neste blogue fotografa pessoas a ler, pelo mundo inteiro. Houve alguém que fotografasse que a tivesse marcado de alguma forma?
S. B. N. - Ao fim de 450 posts começa a ser difícil escolher... Tenho conhecido pessoas maravilhosas, com histórias de vida incríveis e generosidade suficiente para partilhá-las com milhares de estranhos. Gosto muito do texto que escrevi a propósito do meu encontro com a Maryam, no Irão, em Abril passado. Gosto muito, também, da história da Dora, que fotografei em Madrid, em 2013. E do post sobre o Winnie e ou Touy, que conheci no Laos, em 2014.


S.B.N. -  Qual o país que mais a marcou?
É uma escolha difícil porque todos os países que visitei estavam na minha lista de desejos por concretizar um dia. Visitar o Brasil pela enésima vez foi emocionante. Adorei Sydney, Timor-Leste foi incrível, Zanzibar é tão lindo que custa a crer que seja real, a África do Sul é belíssima, São Tomé e Príncipe não me sai da cabeça e o Irão está a transformar-se num vício. Talvez possa dizer que o Vietname me marcou particularmente porque não estava à espera de gostar tanto. Foi uma paixão ensolapada que me apanhou desprevenida e que ainda não processei racionalmente. E o Irão, também, por causa dos sentimentos mistos que me suscita: a sofisticada e refinada cultura persa vs. o fundamentalismo islâmico; o povo mais acolhedor do mundo vs. a vida sem democracia...
Sandra Barão Nobre


J. M. H. - A Sandra tem um projecto de terapia através dos livros: “A Biblioterapeuta”. Fale-nos um pouco desse projecto.
S. B. N. - Cruzei-me com o conceito de Biblioterapia em 2012/2013. Não sabia que a palavra existia, mas entendi imediatamente o significado que encerrava. Havia anos que procurava ajuda nos livros e que aconselhava livros a familiares, amigos e clientes (porque fui livreira durante 12 anos) com base no seu potencial terapêutico e transformador. Parti para a volta ao mundo, em 2014, com a Biblioterapia na cabeça e quando, em 2015, decidi mudar de vida vi nela a possibilidade de um novo caminho profissional. Obtive primeiro um certificado internacional de Coaching Practitioner e posteriormente apliquei a metodologia do Coaching à Biblioterapia que exerço. Lancei o serviço em Maio de 2016, há um ano, e estou satisfeita com a forma como tem progredido.


J. M. H. - Portanto acredita no poder curativo dos livros. Descreva uma situação em que sentiu que os livros a ajudaram.
S. B. N. - Já sentia a necessidade de me reinventar profissionalmente ainda antes de pedir a licença sem vencimento e partir para a grande viagem de seis meses à volta do mundo. Entre 2013 e 2015, já depois do regresso à vida dita “normal”, houve um punhado de livros que me ajudou a tomar a decisão de mudar de vida, de ser fiel aos meus valores de uma vez por todas e perseguir os meus sonhos, apesar dos evidentes sacrifícios que seriam necessários. Foram eles: “Um longo caminho para a liberdade”, de Nelson Mandela; “Como encontrar o trabalho perfeito”, de Roman Krznaric; “O elemento”, de Ken Robinson e “Projectar a felicidade”, de Paul Dolan. O clássico “Inteligência Emocional”, de Daniel Golan, foi lido muitos anos antes, mas também foi fundamental porque me deu ferramentas para a vida.


J. M. H. - Que tipo de trabalho faz a Biblioterapeuta?
S. B. N. - A Biblioterapia que exerço — quer com clientes individuais, quer em contexto corporativo — trabalha em prol de uma mudança para melhor. Procuro conhecer o melhor possível a pessoa ou instituição que procura os meus serviços, investigo e apresento a lista de títulos a ler, providencio algumas orientações para essas leituras e depois, no decorrer das sessões seguintes, trabalhamos sobre as aprendizagens e descobertas feitas e vemos de que forma podem ser aplicadas na vida do dia a dia,  através do estabelecimento de um plano de acção, para potenciar uma transformação positiva. Aqui, gostaria de salientar que o grau de compromisso dos clientes é fundamental para que o método funcione.


J. M. H. - O que a mais fascina neste novo desafio profissional?
S. B. N. - A aprendizagem constante e a noção de que estou a ajudar os outros.


Para mais informações sobre o livro
J. M. H. - Lançou recentemente um livro Uma Volta ao Mundo com Leitores. Como surgiu esta oportunidade? Sempre foi um desejo seu?
S. B. N. - Quando regressei da volta ao mundo, em 2014, achei que poderia ter material para
publicar um livro sobre a experiência enquanto viajante e autora do Acordo Fotográfico. Contactei duas editoras: uma disse-me que o projecto, tal e qual e o concebera, não era comercialmente viável; a outra nunca me respondeu. Passaram-se uns meses sem que pensasse nisso, mas a verdade é que quando fui para Cabo Verde trabalhar, em 2015, levei comigo tudo o que tinha escrito durante a grande viagem e ocupei as minhas horas livres a organizar os textos e a passar os diários a limpo. O livro ficou praticamente terminado nessa altura. Depois fechei-o na gaveta. Até ao dia 27 de Dezembro de 2016, quando chegou por e-mail o convite da Relógio d’ Água.


J. M. H. - Enquanto leitora que livros gosta de ler? E do que não gosta de ler?
S. B. N. - Dei-me conta recentemente que não leio livros de política, economia, gestão... Gosto muito de ler romances e foi o género literário que mais consumi até há uns dois ou três anos. Mas agora estou a ler muito mais ensaios filosóficos, históricos, obras da área das ciências sociais. Dos dez livros que li este ano, apenas três eram de ficção.


J. M. H. - Que projectos tem para um futuro próximo?
S. B. N. - Tenho uma série de projectos de Biblioterapia importantes a arrancar e para os quais tenho grandes objectivos. Não me posso adiantar muito ainda, mas julgo que terão, a longo prazo, um impacto social significativo. Vou continuar a escrever para o Acordo Fotográfico, claro, e espero que as viagens sejam uma importante fonte de inspiração. Em Outubro parto para Myanmar para mais uma viagem Magellan Route organizada por mim. Se alguém se quiser juntar ao grupo é só entrar em contacto comigo: ainda há vagas. Em 2018 voltarei ao Irão. De forma mais imediata, estou agora a investir na promoção do meu livro “Uma Volta ao Mundo com Leitores”.


J. M. H. - Qual o livro da sua vida?
S. B. N. - Esta é aquela pergunta que me faz provar do meu próprio veneno, porque também eu a coloco muitas vezes aos leitores que fotografo e é raro alguém saber responder com convicção. Pois bem, é muito difícil escolher apenas um livro, mas posso apontar “Os Maias”, do Eça de Queirós, como o romance que me ajudou a fazer a transição da Literatura juvenil para a Literatura dos adultos e para a grande Literatura. Devo-lhe muito como leitora, formou-me e tornou-me exigente. Depois, mais recentemente, “Servidão Humana”, de Somerset Maugham e “Memórias de Adriano”, de Marguerite Yourcenar, um livro colossal que tem toda a Humanidade lá dentro. Estou constantemente a pegar nele para reler um parágrafo ou outro.

Sandra, muito obrigada por esta entrevista.