Porque hoje é quarta (2)
Hoje não é quarta. É quinta. Antes fosse quarta, que eu gosto de chegar a tempo e horas. Ou gostava. Dantes. O pior é que, se calhar, já nem quinta é. Já era. Agora é mas é sexta. Estou cada vez mais Português. Sem horas nem horários. Chega-se quando dá jeito. Depois, fica-se a jeito, para o que der e vier. Portugal, por estas e outras, há muito que perdeu o combóio, pois este — apesar de tudo, o que foi dito e o que fica por dizer — parte e chega sempre à hora certa. Bom seria escrever do quarto da quinta com vista para o mar; mas, já não há quinta, nem quintal, nem terra, nem mar, nem nada, neste triste país deserdado e desterrado. Por isto, mais vale é estar calado. Ainda para mais, porque homem calado passa por inteligente, segundo as crenças locais. Bom disfarce esse, para indigentes mentais e outros que tais. Já uma mulher calada é mais perigosa do que uma faca afiada. Mais perigosa ainda só de bico calado e faca na liga. Mas, dessas também já não há. Quem nos dera a Severa e companhia — com Vimioso e tudo! Agora, radical diz que é a play station e o hip hop manhoso — para rapazolas imberbes, com borbulhas no cérebro. Elas ficam a xuxar no dedo. A medo...
Fim de festa de uma Civilização.
Fim de festa de uma Civilização.
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