sábado, 14 de agosto de 2010

FAVELA



por Irinéa Maria Ribeiro, sábado, 14 de agosto de 2010 às 02:28

Um dia o bicho pegou, o bicho comeu...Kevin postou e eu absorvi.

Ouvir a música de Arlindo Cruz, despertou em mim um sentimento diferente. Parei pra pensar. Quem sou eu pra julgar? Mal sei o que é realmente crescer numa favela, conviver com todas as possibilidades da pobreza... não estou sabendo conduzir meu pensamento, porque trago em mim, enraizado, o preconceito de quem nasce na cidade, de quem nunca passou sufoco, de quem nunca levou uma geral, de quem não teve que fugir com a guerra do tráfico, nem das balas da polícia.

Deixo a letra desse samba, que me espantou à primeira ouvida, mas que depois de algumas vezes, lendo a letra, quero entender uma favela, aprender , vivenciar e respeitar a forma de ser de seus habitantes. E vc?


http://www.youtube.com/watch?v=ekO0b0GZHrI&feature=player_embedded


FAVELA

(Arlindo Cruz, Acyr Marques e Ronaldinho)

Favela, ô Favela que me viu nascer Eu abro meu peito e canto o amor por você Favela, ô Favela que me viu nascer Só quem te conhece por dentro Pode te entender O povo que sobe a ladeira Ajuda a fazer mutirão Divide a sobra da feira E reparte o pão Como é que essa gente tão boa É vista como marginal Eu acho que a sociedade 'Tá enxergando mal Entendo esse mundo complexo Favela é a minha raiz Sem rumo, sem tino, sem nexo E ainda feliz Nem sempre a maldade humana Está em quem porta um fuzil Tem gente de terno e gravata Matando o Brasil...


NUMA CIDADE MUITO LONGE DAQUI

(Arlindo Cruz / Franco / Acyr Marques)

Um dia, o bicho pegou/ O coro comeu /Polícia e bandido bateram de frente,/ E aí meu cumpadre/ Aí tu sabe /Aí foi chapa quente, chapa quente...

Bateu de frente /Um bandido e um Sub-tenente lá do batalhão /Foi tiro de lá e de cá / Balas perdidas no ar /Até que o silêncio gritou Dois corpos no chão, que azar / Feridos na mesma ambulância /Uma dor de matar /Mesmo mantendo a distância não deu pra calar.

Polícia e bandido trocaram farpas /Farpas que pareciam balas / E o bandido falou:Você levou tanto dinheiro meu /Agora vem querendo me prender / E eu te avisei você não se escondeu / Deu no que deu / E a gente tá aqui pedindo a Deus pro corpo resistir / Será que ele tá afim de ouvir? Você tem tanta bazuca,Pistola, fuzil e granada / Me diz pra que tu tem tanta munição?

É que além de vocês / Nós ainda enfrenta um outro comando, outra facção / Que só tem alemão sanguinário / Um bando de otário, Marrento, querendo mandar / Por isso que eu tô bolado assim / Eu também tô bolado sim /É que o judiciário tá todo comprado /E o legislativo tá financiado / E o pobre operário que joga seu voto no lixo / Não sei se por raiva ou só por capricho / Coloca a culpa de tudo nos homens do camburão / Eles colocam a culpa de tudo na população

{E o bandido }E se eu morrer vem outro em meu lugar {Polícia...}E se eu morrer vão me condecorar / E se eu morrer será que vão chorar? E se eu morrer será que vão lembrar? E se eu morrer... {já era}E se eu morrer , E se eu morrer... {foi!}E se eu morrer
Chega de ser subjugado / Subtraído, um sub-bandido de umSub-lugar, sub tenente de um Sub-país, um sub-infeliz sub- infeliz..
LaiálaiálaiálaiálaiáLaiálaiá
Mas essa história eu volto a repetir
Aconteceu numa cidade muito longe daqui, Numa cidade muito longe,muito longe daqui, Que tem favelas que parecem as favelas daqui E tem problemas que parecem os problemas daqui Daqui Daqui Daqui...

É isso aí... uma reflexão cabe a todos nós....(IMR)

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