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sábado, setembro 21, 2013

-Não veio....
-Mas como?Ele sempre vem!
-Naquele ano as crianças caçaram vaga-lumes e colheram ameixas amarelas .A mãe os trouxe para perto cantando alguma coisa sobre o sol, a lua...as estrelas.O pai descansando...ouvia ,como menino, esta história toda!
-Mas não era natal?
-Era sim.Quero dizer...era dezembro!...Mas neste tempo eles não sabiam destas coisas de comprar e comprar...e dormiram encantados depois que soltaram as luzes, feito lanternas como barcos no mar.
-Pois é mãe...quem será que inventou o papai noel?

terça-feira, setembro 17, 2013

Somos diferentes, Sancho.O que desejo é somente colher as flores! Meu senhor, não há colheita delas.Rocinante leva água, pão e armas! E nós mesmos... apenas as espadas! Silêncio Sancho! Não escutas as vozes que as estradas nos trazem? São as flores que nascem e eu as colho.Estou com os olhos cheios delas...para que Dulcinéia me tenha para sempre.

sexta-feira, setembro 13, 2013

Quando tem cheia de rio, aperto o nó na garganta.Perco o Leco que foi com a última vez da andança.Um barco passava e recolhi: as roupas, o frio, os guris...Mas o Leco só abanava o rabo e não entendeu a gente.Leco não dormiu mais aqui.Arrumei outro, preto, igual mas de latido estranho.E depois de agora, dois anos...a cheia volta a lembrar.Que Leco vou botar no lugar?Apesar disso gosto da cheia...dá esta dor de saber...que a estrada não tem fronteira.A rua, no ano que foi, há mais de muito depois...tinha o barco maior no meio do meu galinheiro...e eu me senti dona do lugar inteiro!Gosto de rio que se enche, que se engravida e volta, que ninguém entende e xinga e gosta...mata,morre, emagrece, engorda.O rio é mulher, vez ou outra.

domingo, julho 28, 2013

Qualquer dia destes te recebo com ar de domingo e como vinho tinto mancho minha vida para sempre.Num destes dias, faço a comida, coloco a mesa e uma música dos anos 80.Assim, num destes sonhos, no Natal e na Páscoa compomos...um poema simples, sem palavras.Qualquer dia destes...a vida nos cala.

segunda-feira, março 11, 2013


Galope galopando...

Num" lembro não senhor! Foi só um galope..."galopando".Um desses de zunir ouvido de cão.Eram muitos, tantos!.Andantes como os outros, foram passando.Deixaram esta poeira, depois da promessa!.Sempre é assim! Poeira!.Mas nem dá para reclamar!Gente que é gente tem destes ventos , estes farelos.Onde se vai... se deixa resto.Eu aqui deixei de querer mal.Até ajuda a passar o tempo.Porque , este sim, o tempo, que não deixa nada prá trás.Falo por experiência, que lembrança não é resto.É dor de viver para sempre cada coisa que nunca foi.

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Não carece de nome, doutô, o que faço ou deixo assim no descanso.É só esta mania de fazer do barro mais que a sorte...Meu canto!.Mas se lhe fizer um agrado dar o nome de louco, sou sim...que isso lhe traga um tanto.Mas não leve a mal ou bem, o nome nem faz minha reza.Gosto de amassar a terra e dela tirar o que vem.Só não sabia que era pecado cavar coisa assim sem destino e fazer lata,panela ou carrinho, da lama que vem dali.Achei que no cemitério, a chuva do corpo da gente, dava para a lama um ar de semente...e fui escavar logo ali.
Mas não reclamo não...minha única prisão é "apaixonar" por ela...esta solidão.(Adriana Bandeira)
leve
quando perco
o sono
o cansaço
o abandono
leve
assim
quando me
perco de
mim
de ti
leve
no encontro
com o que
vem
leve
me
...

segunda-feira, maio 07, 2012

Na pedra fria, brotada semente.Só da pedra nasce o detalhe dos lábios e  a forma da palavra gente.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Esperança

Quando o corte faz risco em folha, fazendo a réstia do sol nascer na estrada, ainda na madrugada recobre a luz, o trigo.Que o pão há de ser feito aos dias, aos goles, aos anos, para que se doure o caminho a cada vez que nos dizem que isso é nada.

domingo, novembro 13, 2011

segunda-feira, julho 11, 2011

Vida curta

Meu pé inchado que dá gosto não dançar.Fui forrozeá e gastei um osso que nem vaca, que nem porco, quando esconde a hora da "carneação".Encosto minha barriga que mexe, meu peito que esquece e vou dormir de tanto frio.Nasci sem ninguém saber que morri.

Lininha do forró
Vozes: o marcador vozes representa várias falas, de outros tantos.

quinta-feira, junho 23, 2011

Eu mesmo falando

E quando eu apanhava eu dava...quando ardia eu sangrava o Outro, a cada nova aparição.E sempre, que não me engane nenhum doutor, nada disso vai passar.Sou esta pequena solidão.Ah!, sim...e sou também o que quiser de mim.


Antes de viver, 12 anos.
(adriana bandeira)
PS:o marcador vozes é resguardado a este trabalho em que escrevo como outro ou outra, numa tentativa de registrar vozes tantas,
de qualquer um.

domingo, maio 01, 2011

Aviários

É estranho... a porta aberta, o pão cheirando forno.É estranho o café quente e a janela com quintal.Ali prometerem aos animais a primeira denúncia do sol, as botas abrindo cocheiras,fazendo chuva ou temporal.Nem existem mais.Ontem as famílias foram para o galinheiro e de lá apertam botões.O bisavô que já morreu há tempo, nem sorri .Apenas espera a notícia do fim, chegar.

terça-feira, abril 26, 2011

Sem falas

O tempo rasgou minha parede, meu papel enfeite que me abrigava do frio.Cada vez sinto mais o vento gelado do início dos invernos.Ouço pouco e quase não falo porque minha voz é de outra época, é de outras pessoas e sou aqueles que já se foram.Estou fora de um si.Cuidado para não morrer assim,hein?


Firmino Caspel, 95 anos.
OBS: o marcador vozes serve às muitas possibiliddes de fala.

domingo, março 27, 2011

PÉROLAS DE ANITA

A tristeza não se vê porque ela está no olho.O coração se mu(n)do... você faz parte de tudo.O tigrão, eu brinco com ele...e ele me faz feliz.O coelhinho e o Tigrão me fazem sentir a mais feliz do mundo!

Anita Cardoso Rosa


Ps: as crianças fazem poesia.Anita tem 5 anos.
adriana bandeira

sábado, março 26, 2011

Luta de mulher

Nas floreiras planto o que o tatu bola não come.Não sou boa das mãos.Nem amei, nem foi em vão.Só não sabia destas coisas de prazer.Achei que ser mulher era vencer.

Luiza





PS:Vozes é um marcador que possibilita as falas de vários outros.

adriana bandeira

quarta-feira, março 16, 2011

Para o amor das partituras

Sou tua
as duas.
Se me quiseres,
a cada vez,
fazendo uma.

sábado, março 05, 2011

Vasilha

Vasilha é palavra linda.Dá para guardar na arca que é parecida.Beleza sem igual esta santa que se vestiu de rio para lembrar dos peixes.E eles fizeram nascer vertentes.Sangue que corre em veias, que se abre nas colheitas, como parindo barcos no mar do campo.Panela de barro no meio da mata, cozinhando o arroz, fazendo charqueada.Vai que a lua inventa outra? E desce nua para tomar banho também?Vasilha,dique,raso,fundo.Vasilha tem tudo... e carrega o mundo.

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Solidão

Eu queria que o vizinho viesse aqui na hora.E nem vem, nem vem, fica escondido.Só vem quando penduro a roupa, por causa do vestido que fica curto.Na hora da pancada aguento sozinha que estes dias achei de vingar.Na delegacia desisti.Foram chamando meu nego de criminoso, que isso ele não é  não.Foram dizendo que pegava cadeia, que isso e aquilo.E ai?Quem vai chegar no portão?Quem vai perguntar por mim?Não prende o nego, não! Que ele me bate mas se importa.Quero saber como faço para não denunciar, apenas desabafar!Esta coisa esquisita de achar que sou fantasma.Porque nem saio, nem sei, nem falo....Como faço para não deixar o nego,este que sabe que eu existo?Que isso ele sabe sim!

Dulce

O marcador vozes é assinado por vários.Cada um na sua forma de falar, que lhes garante um reconhecimento, um lugar dentro de cada um de nós.Somos estas vozes.
adriana bandeira

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Você e eu

Existe uma propriedade incomum entre nós.Não repartimos, não comunhamos.É apenas esta inscrição de sonho que , ao acordar, me faz perguntar: onde estou?Onde estás?