5/27/2015

Evolução da horta

A horta vai de vento em popa, embora tenha sofrido alguns percalços.
Andavam a desaparecer plantas misteriosamente. Eu transplantava uma fila para a horta e no dia seguinte faltavam dez plantas, transplantava outra fila e mais dez plantas desapareciam. Gastei quase metade das plantas germinadas em tabuleiro, a repôr plantas que desapareceram da horta.
Descobri que as minhas cadelas encontraram formas habilidosas de saltar a cerca e de entrar e sair da horta, pela calada da noite. As alfaces e espinafres foram os alvos preferenciais, mas também desapareceram cenouras e outro tipo de plantas.
Durante este processo de desaparecimentos e averiguações, acabei por não instalar mais filas de plantas e por enquanto vou adiar essa instalação por mais algum tempo. Para já vou observando o que está a crescer.





O que temos mais são courgetes, couves, acelgas, tomates, batatas e rabanetes. Os rabanetes crescem muito bem e já entraram em diversas saladas. As courgetes começam agora a ficar comestíveis. O resto precisa ainda de tempo para se desenvolver. Mais do que encher-nos a barriga, estas plantas pioneiras servem-nos como ferramenta de aprendizagem e para recolha de sementes para futuras plantações e sementeiras, mas o gozo de comer um rabanete e umas folhinhas de couve nascidas na nossa horta, também alimenta a alma.




5/25/2015

Vizinhança selvagem II

Continuam as noites "estreladas" com pirilampos. É um espectáculo lindo, chegam a ser dezenas em cada moita e arbusto e parecem estar a tocar sinfonias de luz. Tentei filmá-los, mas a minha máquina não tem sensibilidade para captar luzes tão fracas, o vídeo só capta escuridão.
Temos tido outros visitantes selvagens dignos de nota.
Melros: parecem especialmente atraídos pelos pinheiros da nossa entrada.
Corujas: há dias o meu pai deu de caras com uma pousada num poste da vedação e de vez em quando ouvem-se à distância.
Mochos: há pouco tempo um mocho pequenito teve o azar de cair na chaminé da nossa lareira (que felizmente não estava acesa) e conseguimos resgatá-lo e safá-lo de boa. Assim que o trouxemos à rua, voou logo para a mata.
Rapina mistério: há uma rapina de estimação que há meses voa por cima de nós em círculos (à caça) e de vez em quando vemo-la nos seus vôos picados nos terrenos em redor. Nestes últimos dias tem-nos brindado com a sua aproximação. Da janela do meu escritório, vi-a pousar numa pedra e pouco depois lançar-se sobre o que deveria ser um passarinho distraído, pois só vi um tufo de penas brancas a voar em todas as direcções. Ontem esteve pousada no pinheiro em frente à janela e hoje pousou no portão da entrada e consegui vê-la um pouco melhor. É castanha, com o peito todo branco. Ainda não consegui identificar que tipo de rapina é, andávamos a chamar-lhe milhafre, mas também pode ser uma águia ou um falcão. É parecida com estes bichinhos:
Bútio vespeiro
Peneireiro-cinzento
Espero a oportunidade de a fotografar com o zoom, para ver se consigo identificá-la.
Entretanto tivemos um encontro imediato com uma cobra com cerca de 1.5 mts, mesmo à porta de casa. As cadelas deram o alarme: fui ver o que se passava e deparei-me com as cadelas a morder a cobra e a cobra a morder as cadelas. Foi difícil conseguir afastá-las, para a cobra poder fugir, mas lá se conseguiu enfiar debaixo dumas pedras, para desgosto das minhas meninas.
Meninas que são aparentemente as responsáveis pelos danos que se andavam a verificar na horta. Mas disso eu falo depois.

5/04/2015

Vizinhança selvagem

Não fazia ideia de que tão perto da minha anterior morada, se encontrava um lugar suficientemente remoto para ser habitado e visitado por todo o tipo de animais silvestres.
É habitual ver por aqui coelhinhos a saltar e rapinas a voar em círculos. Consta que uma cobra grandinha habita o nosso poço e já vi outras mais pequenas a rondar a casa. 
Temos um bom número de ratitos do campo que servem de alimento às cobras e que as minhas cadelas também adoram caçar (com muita pena minha, pois acho os ratinhos adoráveis).
Tinham-nos dito que haveriam javalis por aqui e é certo e sabido que eles andam por aqui. Nunca os vimos, mas já os ouvimos no terreno e eles deixam a terra bem remexida quando passam por aqui a noite. Um destes dias deixaram um trilho de pegadas bem marcado. Aparentemente, uma mamã com os seus bebés. Espero não me encontrar de caras com essa família feliz, pois as mães javalinas são um bocado super-protectoras.
Os nossos cães passaram noites agitadas sem pregar olho por causa deles e em consequência, também nós.
Entretanto houve uma acalmia na movimentação dos javalis e noites mais tranquilas, até há poucos dias atrás, em que os cães voltaram a enlouquecer. 
Uma destas noite tive de apontar a lanterna para a vedação, para ver se conseguia descortinar a razão de tanta algazarra e vi uns olhos não identificados a brilhar do lado de fora. Pensei que fosse um gato ou um cão, embora um cão fosse improvável àquela hora. Hoje tive melhor sorte, pois ainda no crepúsculo, consegui ver passar a 10 metros de mim aquele que penso ser o dono daqueles olhos- Apesar do tamanho, pareceu-me ser uma raposa. Li algures que as raposas pesam entre 5 a 6 kgs, mas aquele era bicho para 10-12 kgs, mais ou menos do tamanho das minhas cadelas. Por isso fiquei na dúvida, talvez fosse um cão selvagem, mas pela cauda, focinho e movimentos, estou convencida que era uma raposa.
Entretanto chegaran os pirilampos, É lindo ver o jardim cheio de luzinhas a piscar, parecem luzes natalícias. Os cães é que parecem ficar ainda mais desassossegados com a novidade. Eles também não estão ainda habituados à vida no campo :)




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