Hoje assinala-se, em Portugal, o dia do farmacêutico. 26 de Setembro é o dia dos santos gémeos, Cosme e Damião, considerados os padroeiros da Medicina e da Farmácia - a Ordem dos Farmacêuticos adoptou-o como Dia do Farmacêutico desde 1989. Uma profissão nem sempre valorizada mas importantíssima no âmbito dos cuidados de saúde prestados à população. Mesmo quando o reconhecimento do nosso papel pelas entidades competentes e pelos outros intervenientes na saúde é quase nulo, há um reconhecimento que vale todo o nosso trabalho, dedicação e esforço; é o reconhecimento dos nossos utentes. Em suma, é difícil mas gratificante. E estes 14 anos que já levo de profissão levam-me a acreditar que valeu a pena chegar aqui.
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos" Charles Chaplin
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013
domingo, 11 de novembro de 2012
Banco de medicamentos (post assumidamente tendencioso)
Esta semana, a caridade tem andado na ribalta. Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar contra a fome viu-se envolvida numa polémica que se estendeu pelas redes sociais e que se deveu uma série de declarações infelizes sobre o aumento da pobreza no nosso país e o clima de austeridade em que vamos sendo obrigados a viver.
Para além disso, na passada sexta-feira foi assinado este Protocolo para formalização do banco de medicamentos entre o Ministério da Solidariedade e Segurança Social, a APIFARMA e a União das Misericórdias Portuguesas. Esta medida parece-me totalmente descabida tendo em conta as constantes descidas de preços nos medicamentos vendidos nas farmácias e a quantidade de substâncias activas disponíveis como medicamentos genéricos. Haverá outras coisas igualmente necessárias e que provavelmente implicam uma despesa superior nomeadamente aos idosos mais carenciados como sejam as fraldas. Para além disso este protocolo levanta-me algumas questões técnicas:
- As empresas farmacêuticas terão assim tantas embalagens de medicamentos com 6 meses de validade em stock? E porquê? Porque é que não foram encaminhados para o mercado? Serão medicamentos que não têm suficiente prescrição para terem rotação no mercado? E, se for assim, quem são as pessoas que os irão tomar?
- No site do Ministério diz que «A partir de agora, as empresas farmacêuticas passam a poder doar diretamente a instituições sociais que disponham de serviço médico e farmacêutico,» Deve ser falha minha mas nunca ouvi falar de nenhuma instituição social que tivesse serviço farmacêutico, ou pelo menos, que esse serviço fosse executado pelo profissional correcto, um(a) farmacêutico(a). Imagino que os medicamentos não irão directos do laboratório para o doente. Haverá mesmo quem garanta as condições de conservação dos medicamentos?
- E as associações que não estiverem ligadas às Misericórdias? Não têm direito a usufruir destes medicamentos?
- E vai abranger só idosos institucionalizados ou também outros idosos?
Até quando iremos arranjar estas situações paliativas (Banco Alimentar e Banco de Medicamentos) em vez de dar condições às pessoas para poderem comprar o que precisam com os seus próprios meios?
A frase é batida mas "mais que dar o peixe, é importante ensinar a pescar".
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terça-feira, 6 de novembro de 2012
SBV
Como disse no post anterior, ontem estive em formação.
O tema era Suporte Básico de Vida (SBV) com Desfibrilhador Automático Externo (DAE). É pena que não haja mais pessoas com formação neste tema. Não é só obrigação dos profissionais de saúde, é obrigação de todos os cidadãos.
Já não foi a primeira vez que participei numa formação sobre SBV mas já estava desactualizada. É importante ir renovando a formação para voltar as manobras. Espero nunca ter que usar mas em caso de necessidade até posso conseguir salvar uma vida, ou pelo menos, tentar.
Para mais informações, podem consultar o site da Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha. Os formadores são muito bons e conseguem tornar um assunto delicado num tema divertido.
sábado, 13 de outubro de 2012
Farmácias em protesto
Quando há 20 anos, sensivelmente por esta altura, tive a minha primeira aula na Faculdade de Farmácia nunca pensei que iria passar pelo dia de hoje. Nessa altura não podia estar mais feliz, tinha entrado na minha primeira opção, Ciências Farmacêuticas, onde se conjugava a Química e a Saúde. Tudo era novidade. O futuro parecia risonho, todos os licenciados encontravam emprego e a profissão era bem paga. Durante os anos em que estive na Faculdade e nos primeiros anos em que trabalhei, nunca imaginei que, um dia, iria participar na maior Reunião Magna de Farmácia de que há memória e numa marcha até ao Ministério da Saúde entregando uma petição subscrita por 224 mil pessoas como forma de luta pela situação em que as farmácias se encontram. Não tinha muita vontade de ir mas não ficava bem com a minha consciência se não fosse porque a situação é, realmente, insustentável. Há farmácias a fechar, há farmácias com fornecimento suspenso, há farmácias com processos de penhora e litigios por dívidas. A continuar como está prevêem-se que mais 600 farmácias fechem em 2013. Este problema não afecta só os farmacêuticos proprietários mas todos os farmacêuticos e outros profissionais que trabalham na farmácia e também, primeiro que tudo, os doentes que vão ter cada vez menos acesso aos medicamentos, serviços e aconselhamento prestado pelos farmacêuticos.
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Gargalhadas partilhadas
O local de trabalho é o lugar onde passamos mais horas, mais até do que em casa. Em consequência, os colegas são também as pessoas com quem passamos mais horas. Ter um bom ambiente no trabalho é meio caminho andado para o sucesso. Obviamente que muitas vezes há conflitos, é inevitável. Daí ser agradável, de vez em quando, conviver com os colegas de trabalho noutro ambiente mais descontraído. E levar as gargalhadas que partilhámos para o dia-a-dia. E esta noite foi um momento assim.
P.S. - E agora não consigo dormir. Ai a cafeína...
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Olhar só para o nosso umbigo
Olhar só para o meu umbigo é a única explicação que eu tenho para não ter percibido que uma das pessoas que trabalha comigo (há 12 anos!) passava por um grande sofrimento. Quando soube do problema com que ela teve que enfrentar fiquei estupefacta. Eu, que sempre julguei ser intuitiva, não consegui ver o que lhe ia no coração. Que vida é esta que estamos a construir? É preciso olhar à nossa volta e deixarmos de nos preocuparmos só com os nosso problemas. Como diria Antoine Saint-Exupery "O essencial é invisível aos olhos. É preciso olhar com o coração".
Nesta época de Natal, em que ouvimos falar de tantas campanhas de solidariedade, pensemos que solidariedade não é só dar roupa, alimentos ou brinquedos. Dar um ombro onde os outros possam chorar as suas dores também é uma forma de solidariedade.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
E agora? Aonde é que isto vai parar?
Direcção da Associação Nacional de Farmácias demite-se contra baixa de preços
Sim, podem dizer que este homem é polémico, podem dizer que tem muito poder, podem achar que as farmácias são um lobby e que têm muito lucro. Isso é o querem que a opinião pública pense como se as farmácias fossem o bode expiatório do enorme buraco financeiro que deve haver no Ministério da Saúde.
De todos os estudos de satisfação sobre a saúde, as farmácias sempre foram o sector com que os utentes se mostraram mais satisfeitos. Estas medidas vão diminuir a qualidade do serviço, vão diminuir a quantidade de farmácias disponíveis ou então as que apresentarem mais dificuldades vão acabar por ser compradas por multinacionais. E não podemos esquecer que há muitos postos de trabalho em risco incluindo o meu.
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domingo, 27 de março de 2011
Sábado farmacêutico
Ontem lá fui trabalhar ao sábado de manhã. Já estou desabituada uma vez que, desde que entrou mais uma colega farmacêutica, trabalho muito poucos sábados. Na verdade, a manhã passa a correr.
À tarde fui. com 2 colegas e com o meu namorado, à Expofarma onde se encontram uma série de empresas ligadas à área da farmácia. É sempre engraçado já que sempre se vêem umas novidades e se encontra colegas da faculdade.
As empresas tentam atrair os visitantes com todas as estratégias possíveis, canetas, sacos e saquinhos, flores, café, ofertas de cremes e afins e até havia um laboratório que disponibilizava um exemplo de cozinha molecular, gelado de kiwi feito com azoto líquido. Com este elemento, o gelado fica feito quase imediatamente. É sempre giro ver como se faz. Parece feitiçaria porque, ao se colocar o azoto em cima dos outros ingredientes, vai-se libertando um fuminho branco que não deixa ver o que se passa. Quando o fumo se dissipa, surge o gelado. E ainda por cima é saboroso.
À tarde fui. com 2 colegas e com o meu namorado, à Expofarma onde se encontram uma série de empresas ligadas à área da farmácia. É sempre engraçado já que sempre se vêem umas novidades e se encontra colegas da faculdade.
As empresas tentam atrair os visitantes com todas as estratégias possíveis, canetas, sacos e saquinhos, flores, café, ofertas de cremes e afins e até havia um laboratório que disponibilizava um exemplo de cozinha molecular, gelado de kiwi feito com azoto líquido. Com este elemento, o gelado fica feito quase imediatamente. É sempre giro ver como se faz. Parece feitiçaria porque, ao se colocar o azoto em cima dos outros ingredientes, vai-se libertando um fuminho branco que não deixa ver o que se passa. Quando o fumo se dissipa, surge o gelado. E ainda por cima é saboroso.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Momento surreal do meu dia
Eu, atrás do balcão, e as minhas colegas ali à volta. Aproxima-se uma senhora que eu tinha atendido há uns dias quando estava de serviço e diz, com o ar mais natural do mundo:
- Olhe o meu marido tomou os medicamentos que comprou aqui e já lá está debaixo da terra.
Eu, de olhos esbugalhados e queixo caído, penso, num primeiro momento, "Ela está a brincar" e, num segundo momento, penso "Ela está a culpar os medicamentos pela morte do marido". Mesmo assim pergunto:
- Como?
E ela continua (sem emoção, sem uma lágrima, como se estivesse a falar de outra pessoa qualquer:
- Pois, tomou os medicamentos, jantou bem, dormiu umas horas e morreu.
E ela vai contando os pormenores, toda bem disposta. Nunca, quase 12 anos de profissão me contaram da morte de alguém desta maneira tão desprendida. Nem queria acreditar.
- Olhe o meu marido tomou os medicamentos que comprou aqui e já lá está debaixo da terra.
Eu, de olhos esbugalhados e queixo caído, penso, num primeiro momento, "Ela está a brincar" e, num segundo momento, penso "Ela está a culpar os medicamentos pela morte do marido". Mesmo assim pergunto:
- Como?
E ela continua (sem emoção, sem uma lágrima, como se estivesse a falar de outra pessoa qualquer:
- Pois, tomou os medicamentos, jantou bem, dormiu umas horas e morreu.
E ela vai contando os pormenores, toda bem disposta. Nunca, quase 12 anos de profissão me contaram da morte de alguém desta maneira tão desprendida. Nem queria acreditar.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
"Contacte a assistência"
O primeiro dia de trabalho do ano foi muito desgastante. Em tantos anos nunca vi um começo de ano tão complicado em termos informáticos. 3 chamadas para a assistência técnica e chego sempre à conclusão que os técnicos andam tão à nora como eu. Será só comigo?!
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Pancreatite
Um dia destes há um utente da farmácia que me diz assim: "Tenho que lhe agradecer. Se não fosse a Dra, a minha mulher podia ter morrido." E eu fiquei a olhar para ele sem perceber. Então o que tinha acontecido? A mulher dele tinha ido lá à farmácia num dia de serviço. Contou-me que já tinha ido ao hospital (distrital e público) no dia anterior. A medicação que estava a tomar era adequada para as queixas gástricas que ela apresentava mas não estava a ser eficaz pois ela continuava com cólicas. A sra procurou a farmácia para que lhe dessemos qualquer coisa para as dores. Eu achei que ela já se devia sentir melhor mas parecia estar a piorar mais ainda. Felizmente seguiu a opinião que lhe dei e foi, novamente, ao hospital. Quando chegou ao hospital (desta vez era privado) foi-lhe diagnosticada pancreatite, mais um bocadinho e podia não ter salvação.
Ser farmacêutico não é só vender mas sim analisar cada situação que aparece e é gratificante quando o nosso trabalho é reconhecido. E ainda há quem ache que o farmacêutico é um mero comerciante...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Queremos medicamentos com preço (adenda)
O link para a petição dos medicamentos com preço estava errado. Peço desculpa pelo facto. Já está corrigido. Obrigada, Jorge.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Queremos medicamentos com preço
Estas últimas semanas têm surgido uma série de medidas e de alterações a nível da saúde com intenção de diminuir a despesa com medicamentos. Para além das diminuições de comparticipação de alguns grupos terapêuticos, o preço total dos medicamentos vai sofrer uma descida de 6%. Ao mesmo tempo que vai haver esta descida, o governo decretou que os medicamentos comparticipados deixassem de ter o preço marcado. Ora, em todas as áreas de negócio, o preço marcado é uma obrigação legal para defesa dos consumidores. Qual será a razão obscura para que os medicamentos não tenham preço marcado?! Soa assim a pouca transparência na área dos medicamentos não é?! Para tentar contrariar esta legislação, promoveu-se uma petição a enviar à Assembleia da República.
Eu já assinei...
terça-feira, 19 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Troca velho por novo
Ontem a meio da tarde, quando nada fazia prever, desatou a chover a cântaros. A nossa farmácia tem um suporte de chapéus de chuva bem giro (patrocinado por um analgésico bem conhecido). Tendo em conta que a farmácia foi remodelada, e está bem catita, não dá jeito nenhum que as pessoas entrem com os chapéus a pingar até ao balcão. Até aí tudo muito bem... O que não está nada bem é haver pessoas distraídas que, quando saem, pegam numa bela sombrinha, que não lhes pertence mas que está em melhor estado do que a que traziam, se vá embora alegremente e deixe um chapéu de chuva velho e até com varetas partidas. O burburinho que se gerou quando a legítima proprietária deu pela troca foi um bocadito desagradável. Ainda por cima, hoje em dia, não há necessidade nenhuma disso com tanta gente a vender artigos desses. Ainda no outro dia, quando saí do teatro e estava a chover imenso, apareceram logo três "comerciantes" de rua a tentar vender um chapeuzito a quem saia do Teatro Nacional D. Maria II. Grande oportunidade de negócio...
domingo, 26 de setembro de 2010
Dia do Farmacêutico
Muitos parabéns a todos os farmacêuticos, especialmente aqueles que tambén são bloggers. Hoje assinala-se o Dia de S. Cosme e S. Damião, padroeiros da medicina e da farmácia. Apesar dos tumultos que têm atingido a profissão nos últimos tempos, o reconhecimento e a confiança dos utentes fazem com que valha a pena. Só é pena as capacidades profissionais dos farmacêuticos não serem reconhecidas por certos sectores da sociedade que ainda continuam a ver o farmacêutico como mero "vendedor" de medicamentos.
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quarta-feira, 28 de julho de 2010
Novas instalações
Já há uma semana que não passava por aqui. O trabalho tem sido muito já que há uma colega de férias (mas os utentes não foram de férias, essa é que essa). Para além disso, as obras acabaram, finalmente. Este fim-de-semana fizemos as mudanças para abrir, nas instalações renovadas, na segunda-feira. O trabalho foi muito mas valeu a pena, é a farmácia mais bonita das redondezas. Agora toda a gente quer ver a farmácia nova, tem sido um corropio e os comentários das pessoas são um espectáculo. Tem sido muito simpáticas e elogiado muito. Dizem que parece um salão de baile (o que é um exagero), que é demais para a nossa cidade, que até as funcionárias parecem mais bonitas e por aí fora. Agora é começar a contar os dias que faltam para as férias...
sábado, 3 de julho de 2010
De plantão...
Trabalhar na saúde tem algumas desvantagens. Uma delas é a necessidade de trabalhar quando os outros estão a divertir-se ou a dormir. Umas vezes está calor, podia-se ir até à praia mas estamos de plantão (como dizem os meus utentes brasileiros). Ou então, como hoje, todos se divertem num concerto ao qual eu adorava ter ido e aqui estou eu mais uma vez de serviço. Será que não se arranjava uma serenata?! Fico a aguardar...
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Apetece-me mudar de atitude...
No meu trabalho deparo-me com situações que me levam a actuar como infinita paciência. Como se fosse uma "madre Teresa de Calcutá"... E isso, às vezes, cansa e desgasta...
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Trapalhada
Nos últimos dias falou-se nas alterações de comparticipações dos medicamentos. As medidas foram tomadas com tanta pressa que as comparticipações estão numa trapalhada tal que ninguém entende os conceitos que conduziram às regras actuais. Desconfio que nem quem redigiu a portaria percebeu muito bem. E é bem capaz de o Estado aumentar ainda mais a despesa com os medicamentos. Lá se vai a minha teoria de que as mulheres são melhores gestoras, afinal quem manda na saúde é uma mulher e o resultado podia ser bem melhor....
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