Vates são pregadores nos desertos
E, se bem sucedidos, viram lendas
De glória e homenagens são cobertos
Sob louvação e premiações tremendas.
Mas, ainda que bons, não são espertos
E, as vezes, sob privações horrendas
Eles se perdem em destinos incertos
Andam amoque por estranhas sendas.
E, se perdidos, permanecem quedos
Como se poetas tivessem segredos
Terríveis de consequências mortais.
Se livres, poetas soltam as travas
Porque suas obras não são escravas
E gostam de conquistar seus portais