Nas instituições somos uma categoria contratada para manter o “status quo”, porque ainda somos utilizadas para garantir políticas sociais compensatórias e a manutenção do assistencialismo.
E, não resta dúvida, somos uma categoria cujos outros profissionais se arvoram no “direito” de dizer com todas as letras o que devemos fazer.
Por que isto acontece?
No meu ponto de vista, porque ainda não nos apropriamos, na prática, dos Fundamentos Teórico-Metodológicos, Ético-Políticos e Técnico-Operativos.
Não nos damos conta que ser assistente social é assumir um lado, o lado da garantia de direitos. E, para tanto, é necessário ter muita clareza da concepção de sociedade pela qual vamos lutar para garantir estes direitos.
É necessário, portanto, nos darmos conta de que o instituído tem compromisso com o pensamento hegemônico da classe dominante, e que o instituinte traz, na sua essência, para nós assistentes sociais, a ocupação dos espaços de resistência, logo, a articulação de coletivos contra-hegemônicos na garantia de direitos.
Portanto, somos bem-vindos nos espaços institucionais ou sócio-ocupacionais quando assumimos o objeto dado, isto é, quando consentimos em trabalhar a partir do que nos mandam realizar, sem crítica, sem contestação.
E somos mal vistos e perseguidos quando, ao re-elaborarmos o objeto dado, implementamos o nosso processo de trabalho a partir da articulação dos fundamentos do Serviço Social.
No entanto, para manter a coerência teórica, é necessário aprofundar os conhecimentos adquiridos para, então, a partir de estratégias, se poder garantir e consolidar espaços de resistência na luta contra a violação de direitos.
Maria da Graça Türck
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