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No jardim com Manoel de Barros

Caracóis não aplicam saliva em vidros; mas, nos brejos, se embutem até o latejo. Nas brisas vem sempre um silêncio de garças. Mais alto que o escuro é o rumor dos peixes. Uma árvore bem gorjeada, com poucos segundos, passa a fazer parte dos pássaros que a gorjeiam. Quando a rã de cor palha está para ter – ela espicha os olhinhos para Deus. De cada 20 calangos, enlanguescidos por estrelas, 15 perdem o rumo das grotas. Todas estas informações têm uma soberba desimportância científica – como andar de costas. 5august in the garden Upload feito originalmente por maedchen jalapak Poema de Manoel de Barros, http://cristianccss.wordpress.com/2008/02/22/melhores-poesias-de-manoel-de-barros/