Para Bartira e Noee A bordo de uma nau improvável, projeto de um sonhador, zarpamos da marina de Camdem. São 3 da tarde. O intrépido marujo ata e desata cordas e faz soar o apito. Estamos de partida. Nas margens, os olhares se voltam para nós. Sentada no velho sofá que outrora ornamentou a sala de alguém, aceno para os transeuntes quase me sentindo uma rainha. O verde outrora brilhante do sofá se acomoda na plana balsa de tosca madeira. Os mais curiosos lançam-me a pergunta: “Você quem fez?” Compenetrada, aponto o nosso comandante. Entre goles de vinho, fragmentos da metrópole desfilam ante nossos olhos incrédulos. Um bêbado tenta embarcar e nos mostra a língua ao ser impedido; namorados se beijam quase ocultos pela vegetação da margem; corredores ofegantes em constante luta para manter a boa forma; noivos em brinde e juras de amor eterno (nas fotos do álbum aparecerá a nossa nau); ciclistas e seus cachorros compenetrados; desconhecidos que acenam. O vôo inesperado do c
poesia, troca de idéias e escritos diversos