Mostrar mensagens com a etiqueta Algés. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Algés. Mostrar todas as mensagens

domingo, 19 de abril de 2020

As lápides da Ponte Velha de Algés

Fotografia de Eduardo Portugal anos 50


"E eis-nos chegados à ponte que a Câmara de Lisboa fez construir em 1608 por conta do Real do Povo, mercê dos esforços e da tenacidade de um arrábico, que levou muitos anos de vida exemplar no convento de São José de Ribamar, chamado, em religião, frei Rodrigo de Deus."
Mário de Sampayo Ribeiro
"Da Velha Algés"
Separata do Boletim Cultural e Estatísco da Câmara Municipal de Lisboa
Volume 1 - nº 3, 1938



Fotografia sem autor, anos 40


Mário de Sampayo Ribeiro (cuja obra acima referida admiro particularmente) menciona em
"Da Velha Algés"  o detalhado relato sobre a construção da Ponte Velha de frei António da Piedade sobre a Ponte Velha de Algés, o qual passo a publicar abaixo :




 Joaquim Boiça, reputado historiador da região de Lisboa também nos trás um excelente texto referente a esta temática:

"No início do ano de 1848, numa publicação periódica lisboeta, a «Revista Popular», semanário de «Literatura e Indústria» que se fazia acompanhar de «gravuras originais em madeira executadas por artistas nacionais», foi impressa a que reputamos ser a mais antiga representação da desaparecida
Ponte de Algés, construída em 1608.
 A gravura, de um artista não identificado, possui indiscutível valor iconográfico e documental. Com um traço vigoroso e razoável rigor representativo, revelam-se as características construtivas da velha ponte, que possuía um só arco, de volta perfeita, com o tabuleiro de circulação a acompanhar a sua
modelação e alçado marcado por pilaretes e pináculos, solução que emprestava uma maior elegância formal ao conjunto. O enquadramento paisagístico, próximo e longínquo, revela a vegetação que brotava junto à ribeira, o muro delimitador e um renque de árvores da quinta dos duques de Cadaval,
na margem esquerda, e uma casa, em posição travessa, na margem direita, e, servindo de ponto de fuga de toda a composição, dois moinhos nos cabeços de Linda-a-Velha (*).
 Para lá da realidade representada, de meados do século XIX, que não diferiria muito da do tempo da fundação da ponte, a gravura encerra outras dimensões. Evoca a memória histórica de uma época em que as ribeiras, mais ou menos caudalosas, que rasgavam o território oeirense e juntavam as suas águas às do Tejo começaram a deixar de ser obstáculos à circulação de gentes e de mercadorias que «das partes de Cascais, Oeiras e outros lugares » pretendiam ir à capital (Frei António da Piedade, Crónica da Província de Santa Maria da Arrábida…, 1737) e evoca a acção determinante de um
frade de Santa Catarina de Ribamar, Frei Rodrigo de Deus, que obteve junto da Câmara de Lisboa a autorização e os meios indispensáveis à construção das três pontes que passaram a servir o então Reguengo de Algés (sobre as ribeiras de Algés, Linda-a-Pastora e Laveiras). Evoca, por outro lado, uma paisagem natural e construída há muito desaparecida, seja a que a gravura reproduz, numa atmosfera vincadamente bucólica e pitoresca que sensibilizou outros artistas, como o rei D. Carlos (desenho a carvão, de 1886, muito pouco conhecido, da «Ponte de Algés»), seja a que, num registo histórico evolutivo, emerge em inícios do século XX, em que junto à ponte, qual fronteira, surgem as chamadas «Portas de Algés», de controlo alfandegário e policial, um moinho «americano», outras duas pontes e construções urbanas que o tempo também acabaria por consumir. Evoca, ainda, mil e uma estórias e vivências, que aqui, necessariamente, ficam por contar."




UMA DESCOBERTA OCASIONAL




De facto este mundo tem coisas do "arco da velha"...
 Andava há anos em busca das lápides da antiga ponte velha de Algés e depois de muito procurar, pesquisar em arquivos e após diversos contactos para a CMO e CML, cheguei à triste conclusão de que teriam eventualmente desaparecido para sempre perdidas algures num meandro camarário, a verdade é que nenhuma entidade, obra ou arquivo me conseguia explicar onde teria sido depositado tão grande pedaço da história algesina.
 A ponte velha de Algés foi construída em 1608 e demolida nos anos 40 do século passado aquando do encanamento da ribeira, desde esse acontecimento que nunca mais se soube do seu paradeiro, até que ...

 O ano passado de visita ao Palácio Pimenta, onde esta instalado o museu da cidade de Lisboa, a propósito de ver pessoalmente algumas peças e os jardins, aproveitei e visitei a exposição permanente sobre a história de Lisboa.  Uma vez que foi a primeira visita que efectuei, sentia uma lógica curiosidade sobre o que iria encontrar naquelas salas. Ao entrar na primeira sala, parei no centro para efectuar uma vista geral ... louças de várias origens e vidros descobertos na Casa dos Bicos e no campo das Cebolas, alguns magníficos painéis de azulejo retratando a Lisboa pré terremoto de 1755, sinos de antigas igrejas lisboetas e alguns pedaços de edifícios retirados dos escombros do terremoto ... de repente algo me chamou a atenção, junto à entrada perto de mim, duas lápides uma com o brasão da cidade outra dizendo "A CIDADE MANDOU FAZER ESTA PONTE NO ANO DE 1608"... ao ler estas palavras quedei-me entregue a uma imensidão de pensamentos em catadupa, seria possível que, aquelas sejam as lápides da ponte Velha de Algés que há anos procurava e que ninguém sabia onde se encontravam? Eram idênticas em tudo, mas sabendo eu que a cidade de Lisboa mandou construir diversas pontes nesse ano, pelo menos três no concelho de Oeiras e outras tantas em Lisboa (em todas foram colocadas lápides idênticas, como na da Cruz Quebrada por ex), seria necessário ou a comparação fotográfica, ou a existência  da sua proveniência nos registos das peças. As peças eram o item nº 1 e 2 da exposição, e na discrição apenas constava: "lápides com o brasão da cidade e data de construção 1608", nada que me indicasse de onde teriam sido retiradas, perguntei aos técnicos da CML no local, nada sabiam, consultou-se o arquivo on line a descrição era a mesma, no entretanto chama-se mais um técnico que prometeu ir investigar a questão e a coisa ficou por ali.




 Fotografei então as lápides mas desde logo, as fracturas no cimo, onde originalmente se encontravam duas cruzes, me pereceram familiares, e não me enganei, ao comparar as peças existentes na exposição com as fotografias que temos em arquivo, as semelhanças são evidentes e claras.
 Estava portanto, perante uma importante relíquia das memórias algesinas, felizmente estão bem conservadas, expostas ao público para que todos as possam apreciar, tinha-se era perdido o conhecimento da sua origem e o seu passado, mesmo assim foram consideradas de muito relevo pela CML, a ponto de serem apresentadas nesta importante exposição.
 Informei então a CML destes novos dados, de modo a que fossem atribuída a correcta classificação ás peças, conservando-se assim, para memória futura um pedaço de história de Algés que se julgava desaparecida, bendita a hora em que me lembrei de visitar o palácio Pimenta e o museu da cidade.




 Mas a história rocambolesca deste património não ficaria por aqui. Regressei uns meses depois ao Museu da Cidade no palácio Pimenta para rever as peças nº 1 e 2 da sua exposição, as lápides da ponte velha de Algés. Uma visita que juntou uma tarde de lazer com a família ao meu hobby pessoal (a história da cidade), não podia deixar de constar rever as lápides da "nossa" ponte para verificar a alteração solicitada por mim no arquivo e na legenda das duas peças. Tinha sido solicitada pela Gazeta a revisão do registo das duas peças e a sua classificação como provenientes da ponte velha de Algés com as devidas provas documentais e fotográficas. Ora foi com evidente alegria que constatei que o museu da cidade se dignou aceder ao meu pedido e deu seguimento à devida correcção. Podemos assim nos orgulhar de Algés ter agora duas peças de muito relevo na exposição, já que não se sabia a sua proveniência, seria pois como se de lá não viessem.
 Infelizmente como "não há bela sem senão" o Museu da Cidade corrigiu a legenda mas incompreensivelmente acrescentou na pequena nota explicativa o seguinte paragrafo:

" A ponte de Pedrouços permitia a circulação de muitos peregrinos que demandavam a igreja do convento de Nossa Senhora a Boa Viagem (Junto ao atual Estádio Nacional)."



 Esta nota explicativa não só demonstra desconhecimento da historia de Algés como também até da própria geografia da região de Lisboa, mais estranho ainda se tivermos em consideração que me prontifiquei a enviar um resumo da história daquelas pedras como suporte do meu pedido de revisão de registo. Ora nem a ponte de Algés tem nada a ver com a de Pedrouços, nem Algés nada tem especialmente a ver com o convento da Nossa Senhora da Boa Viagem, tem sim com o de São José de Ribamar, assim sendo lá voltei "à carga" e solicitei nova revisão da nota explicativa das peças. :-)
 Ainda não tive oportunidade de voltar ao Palácio Pimenta, mas de qualquer forma conseguiu-se esta pequena vitória de termos hoje o nome de Algés naquele registo e a alegria de a sua história não se ter perdido para sempre.



(*) Os referidos moinhos serão os de Outurela e não de Linda-a-Velha

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A Capela do Convento de São José de Ribamar




 O convento de S. José de Ribamar foi fundado em 1559 por Dom Francisco de Gusmão, fidalgo cavaleiro da Casa da infanta D. Maria, e sua mulher Dona Joana de Blasbelt. A igreja foi dedicada a S. José. O convento inicial, de construção precária, ruiu em 1595, sendo posteriormente reconstruido. No início do século XVII, Dom Pedro Castilho (bispo inquisidor-geral) mandou fazer a sacristia e reedificar a casas do cardeal. Mais tarde, em 1617, foi construída a casa do capítulo, a abobada da igreja e aumentado o número de celas, tendo agora o convento a capacidade para 30 frades. Nos finais do século XVII, era venerada por muita gente uma imagem do Menino Jesus que havia na sacristia do convento. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o convento e as suas terras foram vendidas a José Marques da Costa soares. Em 1872, o conde de Cabral comprou a propriedade e o velho convento foi transformado em palacete para habitação. São do século XIX as muralhas que suportam as terras de Ribamar, o torreão e as duas guaritas. Actualmente, o antigo convento e posteriormente palacete conserva ainda elementos arquitectónicos e paisagísticos de grande interesse histórico e artístico. A igreja, a sacristia e o claustro, os painéis de azulejo e o palacete de arcarias estão enquadrados pelos belos jardins com vegetação exótica e rara (dragoeiros, palmeiras e outras espécies). 

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de valor concelhio, de acordo com o Edital nº 184/2004 (2ª série), publicado no Diário da Republica Nº 67, II Série, 19 de Março de 2004.



1961 Capela do Palácio do Conde da Foz (Convento São José de Ribamar), 
fotografia de Eduardo Portugal


O estatuto dos frades arrábidos (que dos franciscanos eram os de regras mais apertadas) — dispunha que as igrejas de seus conventos não podiam ter de comprimento mais que oitenta palmos, medidos da porta de ingresso até a parede de fundo do altar-mór. Pois a de São José de Ribamar em Algés era mais pequena. Tinha, porém, três altares, — o principal e dois colaterais. No altar-mór estavam duas imagens muito veneradas, uma de cada lado do sacrário — a de Nossa Senhora da Conceição, cuja festa era custeada pelo conde de Aveiras, D. João da Silva Telo (o que vendeu o palácio de Belém ao Senhor D. João V) e a de S. José — padroeiro da casa — que todos os anos, a 19 de Março, era objecto de devota festividade promovida pelos condes de Santa Cruz, depois marqueses de Gouveia e mais tarde duques de Aveiro, família que veio a ter um dos fins mais trágicos que a nossa História regista. No retábulo, de boa obra de talha, que ainda existe embora deslocado de seu primitivo lugar, veneravam-se, cada qual em seu nicho, mais quatro imagens — a de S. Francisco das Chagas, que era festejado pelo proprietário do cargo de provedor da Alfândega; a do portuguesíssimo Santo António, cuja festa corria por conta da casa dos condes de Castelmelhor; a de S. Luiz, bispo de Tolosa, de quem se não esqueciam os marqueses de Nisa; e, finalmente, a do grande reformador e instituidor dos arrábidos, S. Pedro de Alcântara, o qual, no curioso dizer do cronista, «se contentava com a solenidade da Província».
 Nos outros altares viam-se: no do lado da Epístola, S. João Baptista e no da banda do Evangelho, a milagrosa imagem do Menino Jesus, que fôra dádiva do sexto conde de Portalegre, D. Diogo da Silva, que aí estava sepultado. - A imagem do santo padroeiro da casa era famosa para, por sua intercessão, se alcançar sucessão nos matrimónios. Dera-a Dona Filipa de Sousa, mulher de Diogo das Póvoas, que foi provedor da Alfândega de Lisboa. Este casal aspirava a ter um herdeiro, mas as suas pretensões sempre se haviam malogrado e, por isso, já desesperavam de o alcançar. Logo que a bem-dita imagem de S. José foi colocada no altar, Dona Filipa implorou seu valioso patrocínio para o deferimento, pelo Altíssimo, de seu maior desejo e, diz a história, obteve o almejado despacho tendo, meses depois, a Luiz das Póvoas, que lhe sucedeu no morgadio. Este facto tornou-se conhecido e levou muita gente a apegar-se com o Santo Patriarca para conseguir a fructificação de seu leito.

1961 Entrada para a capela do Palácio do Conde da Foz (Convento São José de Ribamar), fotografia de Arnaldo Madureira


 Não resisto à tentação de contar-lhes uma história curiosíssima, embora me arrisque a não ser novidade.
 Dona Maria Francisca Isabel de Sabóia, que foi Rainha de Portugal e (por via de seu matrimónio com o Senhor D. Afonso VI ter sido anulado) depois Princesa Regente, porque a razão de Estado a obrigou a desposar seu cunhado, D. Pedro — Dona Maria Francisca, ia dizendo, para assegurar-se da ventura de dar sucessão ao Reino, prometeu uma novena de sábados a S. José de Ribamar, quer dizer: prometeu vir nove sábados consecutivos a fazer suas orações perante a milagrosa imagem do Santo patrono do convento. E deu começo à devota promessa ao mesmo tempo que uma outra senhora, fidalga e titular que, andava cumprindo idêntico fadário. No segundo sábado, porém, sucedeu coisa estranha e que deu muito que falar. A fidalga chegou mais cêdo e, como encontrou a porta da igreja fechada, foi em busca do irmão porteiro para que lha abrisse. Ele não se fez rogado e acudiu prestes, mas... por mais voltas que desse à chave não conseguia que ela pegasse nas guardas da fechadura. Teimou, empenhou-se na tarefa, porfiou, suou, empregou todos os esforços, chegou mesmo a pecar e a transgredir os preceitos da Ordem (perdendo a paciência e irando-se contra a engrenagem), mas a fechadura a nada se moveu e a senhora teve de contentar-se em fazer as suas orações desde o alpendre e regressar casa, com negros pressentimentos sobre o futuro da sua aspiração. O frade, porém, ficou-se mortificado até a medula...  porque o bergantim em que viajava a esposa do Príncipe Regente, D. Pedro, já se avizinhava na praia. A excelsa visitante desembarcaria brevemente e a maldita da fechadura seguia apostada em desfeitear as visitas, por mais alta que fosse sua hierarquia. E o bom do arrábido, cada vez mais perturbado, não atinava com uma saída airosa para tão grave embaraço. Até que tomou a resolução heróica de ir falar ao padre guardião a pedir-lhe licença para arrancar a engrenagem. No entretanto chegava Sua Alteza... e o frade, atrapalhado, inconscientemente, pela força do hábito, fez, mais uma vez, menção de abrir a porta dando a volta à chave... Mas... ¡oh prodígio! ... ¡oh maravilha! ... A fechadura obedecera suavemente, funcionara como se estivesse untada de fresco e a porta, girando nos fortes gonzos, ¡patenteou a entrada franca a Dona Maria Francisca Isabel de Sabóia! O caso foi faladíssimo e não faltou quem o interpretasse no sentido da Princesa encontrar aviamento a sua pretensão e da concorrente vê-la malograda. Os factos vieram, na devida altura, demonstrar o acerto dos vaticínios. No dia de Reis do ano seguinte (1669), as náus de guerra e todas as fortalezas salvavam. Todos os sinos de Lisboa repicavam festivos e, em acção de graças, o verbo assombroso de António Vieira reboava sob as abóbadas da Capela Real de Santo Tomé, nos Paços da Ribeira. é que a novena de sábados, que a Sereníssima Princesa levara a cabo ante a prodigiosa imagem de S. José de Ribamar, sempre alcançara bom despacho. Acabara de nascer uma menina que, a 2 de março seguinte, conduzida nos braços do chique de Cadaval, D. Nuno Álvares Pereira de Melo, iria a baptizar pelo bispo de Targa, D. Francisco Sôtomaior, sendo padrinho Luiz XIV — o Rei Sol — representado por seu embaixador na Côrte, o padre Saint-Romain. Essa menina era a Princesa Dona Isabel Luiza Josefa que chegou a ser jurada herdeira da coroa portuguesa, antes que seu Pai tivesse de seu segundo matrimónio (e sem a mediação de S. José...) o futuro D. João V.


Princesa Dona Isabel Luiza Josefa

domingo, 29 de outubro de 2017

Volvo Ocean Race 2017, Lisboa - dia 1

O Vestas à chegada à praia de Algés



A falta de vento transformou fim da primeira etapa da Volvo Ocean Race numa lotaria e ainda por cima foi demorada a resolver.
 Lisboa mostrou-se mais uma vez caprichosa com a maior regata de circum-navegação do mundo. Os participantes na regata foram recebidos ao largo da costa portuguesa com ventos fracos ou inexistentes a parir do nascer do dia e entraram na barra do Tejo percorrendo o caminho até Pedrouços praticamente parados. Junto a Carcavelos uma das equipes esteve quase a largar ancora para que o barco não regredisse com a maré, outra teve mesmo de o fazer ao largo de Algés a poucos metros da boia de chegada (Sun Hung Kai/Scallywag, do australiano David Witt) para não encalhar, tendo mesmo batido com o patilhão no fundo.





 Venceu esta primeira etapa O Team Vestas - 11th Hour Racing, do skipper norte-americano Charlie Enright, com um desempenho espectacular deixando as restantes embarcações a horas de distancia. Os segundos classificados, os espanhóis do Mapfre sob a liderança do basco Xabi Fernández, chegaram à barra de Lisboa com quase 20 km de vantagem sobre os terceiros, da Dongfeng do francês Charles Caudrelier. Uma vantagem que, sem vento, foram perdendo,conseguindo segurar o segundo lugar mas com apenas 15 minutos de vantagem.
 Entre o 4.º (AkzoNobel) e o 5.º (Sun Hung Kai/Scallywag, do australiano David Witt) tivemos também uma disputa interessante. O AkzoNobel - equipa a braços com uma grave crise interna, com o skipper holandês Tienpont despedido a uma semana do início da Volvo Ocean Race e readmitido por ordem do tribunal a dois dias da partida - acabaria por assegurar o 4.º lugar, ficando o Scallywag a seguir na tabela. A bordo do AkzoNobel estava o velejador português António Fontes, emprestado à última hora em Alicante pelo Scallywag (onde era suplente). Fontes tornou-se assim o primeiro português na história de mais de 40 anos desta regata a terminar uma etapa em Lisboa.
 A última batalha foi a mais disputada. O Team Brunel, capitaneado pelo veteraníssimo velejador holandês Bouwe Bekking - sete voltas ao mundo, agora a iniciar a 8ª - cruzou a meta com apenas sete minutos de vantagem sobre o barco de bandeira portuguesa Turn the Tide on Plastic, de cuja tripulação fez parte, nesta etapa, o português Bernardo Freitas. Foi o fim de uma batalha entre os dois que já durava há dias, sempre encostados um ao outro.






O recinto da Volvo Ocean Race em Pedrouços abrirá ao público terça-feira. Para dia 3 está prevista a regata costeira no Tejo. Dia 5 a frota partirá para a segunda etapa, Lisboa-Cidade do Cabo (África do Sul). As obras de construção seguem a todo o vapor como podem ver nas imagens, iremos ter portanto 5 dias de festa aberta ao público na doca de Pedrouços e muita animação no rio Tejo com as "In Port Races" previstas para Lisboa. As portas abrem dia 31.



Equipa/Tempo/Pontuação

1. Vestas/11th Hour Racing/6 dias 2h 8m 45s/ 8 pontos
2. MAPFRE/ 6d 4h 42m 30s/ 6 pontos
3. Dongfeng Race Team/ 6d 4h 57m 48s/ 5 pontos
4. Team AkzoNobel/ 6d 6h 11m 56s/ 4 pontos
5. Sun Hung Kai/Scallywag 6d 6h 57m 44s/ 3 pontos
6. Team Brunel/ 6d 8h 29m 00s/ 2 pontos
7. Turn the Tide on Plastic/ 6d 8h 36m 52s/ 1 ponto