Muitos dizem que o apogeu de
sucesso de uma equipa de futebol é a criação de uma identidade própria que marque
uma geração futebolística. É criar uma escola e uma marca que irão ficar
marcados e imortalizados na história de futebol. Da mesma forma que ficou na
história o Catenaccio do Inter e o Futebol Total do Ajax, acreditamos agora que
irá ficar na história o Tiki Taka do Barcelona.
No entanto, sabemos que tudo na
vida nasce, vive e morre. Principalmente nos dias de hoje, tudo se transforma
tão rápido e os processos de mudança são tão velozes que as mesmas ideias não
sobrevivem muito tempo se não se readaptarem rapidamente.
Não pretendo dizer com isto que o
Tiki Taka está já numa fase descendente e que já não funciona tão bem. Apesar de nos últimos jogos o Barcelona ter mostrado
algumas hesitações e fragilidades, a verdade é que lidera o campeonato espanhol
por uma larga vantagem e na Champions ainda terá uma importante palavra a
dizer.
Porém, estou de alguma forma
convicto que será cada vez mais difícil o Barcelona obter resultados tão
evidentes como na era Guardiola se de alguma forma não evoluir o seu estilo de
jogo e se não começar a pensar em estratégias alternativas. A verdade é que se
notam já muitas equipas que começam de alguma forma a mostrarem-se cada vez
mais imunizadas e preparadas para o estilo de jogo culé. Os complexos
mecanismos de sucesso e as dinâmicas da máquina blaugrana já estão cada vez
mais dissecados e estudados ao pormenor. Os últimos jogos contra o Ac Milan e o
Real Madrid foram exemplos evidentes.
Muitos adversários do Barcelona, principalmente
as equipas com maior qualidade de plantel e de contra ataque venenoso, começam
a evidenciar sistemas de jogo já especificamente concebidos para travar o Tiki
Taka e com bons resultados. E perante estas estratégias de adaptação do
adversário, a falta de um plano B, de um estilo de jogo alternativo, torna o
Barcelona perigosamente previsível em certos momentos decisivos.
Independentemente do futuro do
Tiki Taka uma coisa é certa, todos nós nos iremos lembrar sempre do Barcelona
da era Guardiola e acredito firmemente que muitas das ideias do Tiki Taka irão ter
sempre um lugar especial no ADN de futuras escolas futebolísticas.