Istmo
ROGERIO SANTOS
era um tempo
de portas fechadas
e chaves escondidas
mas vi estrelas
que brilharam verdes
na noite do céu do Saara
o peito atravessado
pela Cordilheira do Atlas
degelo
lágrimas inventando um oásis
o silêncio que hoje me orbita
o barulho que hoje me habita
tem olhos de tâmaras
o oceano que separa
é o mesmo que une
o istmo é o destino