domingo, 31 de janeiro de 2010

(IR)Realidades...

A vista rígida…
Mergulha no relvado…
Deste crepúsculo…
Da existência…
Ternuras fugidias…
Cinzento esmagador…
Desenhou letras ao contrário…
Nas entranhas da noite…
Vacilam sombras no escuro...
Procurando transparência…
Pura tolerância…
Na busca do amanhecer…
A meada desfiada…
De estrelas cadentes…
Sem fio por onde se lhes pegue…
Calcorreamos a madrugada…
Esquecemos os dias…
Absortos em nós…

sábado, 30 de janeiro de 2010

(In)Existências...

O ouro e a prata,
Seriam valores supérfluos,
Se algumas criaturas,
Soubessem o valor real,
Da amizade verdadeira…

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

(In)Perfeita... Mutatis...Mutante...


Chegou serenamente…
Nas margens da noite…
A larva inspiração…
Parou a meu lado…
Vinha cansada…
Contorceu-se…
Aninhou-se…
Pernoitou em mim…
Cobrimo-nos…
Com o manto retalhado…
De fantasias rasgadas…
Adormecemos embalando os medos…
E no tear da madrugada…
Teceu no vazio…
Uma teia…
Envolvendo-nos…
De desejos perdidos…
Circundamo-nos com filamentos…
De promessas incertas…
Entrelaçou pontas de finos sonhos…
Enclausurou-nos…
Num ponto de interrogação constante…
Aonde pende um feio casulo…
Preso a um fio de esperança…
Baloiçando ao sabor das vontades…
No remanso de esperas sufocantes…
Rascunhos imperceptíveis…
Ninguém sente a minha falta…
Um raio de sol rasga o embrulho…
De tão frágil que era…
Tombando por terra...
Metamorfose concluída…
Esvoaçante de asas coloridas…
O agora verme adornado…
Pavoneia-se no azul do céu…
Á procura de uma nova flor…
Pensamento livre onde pousar…
E eu constrangida na dor…
Desta metamorfose imperfeita…
Contorço-me rastejando o desconhecido…
Não perco a esperança de voltar a ver-te…
Mas acomodo-me de novo…
Dentro deste pertinente e apertado…
Deformado invólucro…
Simples casulo vazio…
Eu…



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Razões de viver...


Hoje transcrevo aqui, uma pequenina parte de um grande e significativo texto, que eu escrevi há já algum tempo, e apesar de muito pessoal, mas porque hoje é um dia peculiar para mim, estive a reler esses escritos passados e tenho muito gosto em partilhar com vocês, uma das mais sólidas razões de viver que uma mãe pode ter…


…Nestes momentos, sentia sempre umas mãos pequeninas, que para eu limpar os suores frios da fadiga, me esticavam uma toalhinha macia, até aquela apertada arena onde eu já quase jazia. Delicada toalha, tecida com os mais belos sorrisos e carícias, contendo entrelaçadas, finas linhas de esperança, e alegremente colorida de olhares inocentes, de criança e bordada com delgadas palavras doces, onde se lia,” NÃO DESISTAS MÃE!”
Ouvia-os ao longe, os sons das palavras que daqueles inocentes e melodiosos lábios, salpicavam em cima de mim, e sem o saberem, as palavras de uma linguagem cândida mas tão fortes, em que eu me agarrava, afincadamente, para me erguer e combater de novo. Sentia estes apelos miudinhos que me chamavam de novo á vida. Eram como se fossem gotas de um especial tónico de coragem, que eles, os meus filhotes, me davam a beber. Bebia sofregamente essa coragem, por mim sim, por mim. Mas muito, muito mais, e mais por eles.
_ Vai passar mãezinha, vais ver que vais ficar boa! Diziam eles, enquanto me davam, beijinhos repletos de inocentes carinhos, no “dói-dói”.
Acreditem que não são só os beijos de mãe que curam as feridas dos filhos. Os beijos de filhos curam muito mais as feridas de uma mãe.
Necessitavam ainda tanto de mim, aqui, ao pé deles. Queria vê-los crescer, tinha que ajuda-los a crescer afinal.
Corriam, saltavam brincavam alegremente de novo, quando eu e ainda que a custo, esboçava um sorriso forçado, e lhes dizia para os tranquilizar:
_ Sim, a mãe vai ficar boa, já passou, já passou…
Girava a cara depois para o outro lado, para não me verem, enquanto chorava constrangida, e envolta em fracos retalhos de forças, avançava e recolhia-me naquela mágoa e continuava, a lutar pela vida!
Não podia simplesmente esmorecer e dar a vitória ao inimigo, assim de mão beijada, não, nem podia pensar em desistir quando tinha por perto os meus heroizinhos, os meus soldadinhos de chumbo, que tanto me ajudaram para eu não desanimar…


No silêncio sois meu grito
Na escuridão sois a luz
Semente que germinou em mim…

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sei...de um MAR...


"Sei de um mar...
Que sente numa brisa...
Vontade de sonhar!"

Sou só um grão de areia
Esquecida partícula…
Distante do mar…

Mar…
Imitando as tuas cadências…
Plagio as ondas imortais…
Imprimo, constantes reticências…
Arquivo-as entre dunas e canaviais…
Mar…
Agridoce, melodia ensurdecedora…
Salgada musa inspiradora…
Guardas meus segredos….
Esculpidas pegadas de devaneios…
Mar…
Alcanças o meu rasto…
No areal da poesia…
Arrastando este distante mastro…
Nos encantos da maresia…
Mar…

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

(In)Discreta...Lua...


No espaço indefinido...
Sou a vítima escolhida...
As nuvens negras riem-se de mim...
Guardo na minha mão vazia...
A tua sombra lapidada...
Despudorada...
Apresentas-te nua...
Oculta na escuridão do cosmos...
Decantei-te...
Nas asas da poesia...
Ópio das noites...
Esperava-te e tu não vinhas...
Disperso-me nos esconderijos da escrita...
No penhasco do infinito...
Auge longínquo de onde me convidas...
Atravesso fronteiras invisíveis...
Voo em direcção a ti...
No rasto de uma estrela cadente...
A claridade me reflecte...
Cavalgo os verbos indizíveis...
E sonho...
Efémero sonho...
Clausura de memórias...
Escarlate resguardo de fantasia...
Fugaz o esgar milenar...
Com que me contemplas...
Na terra do nunca…
Galopas a escuridão...
Alteras-te em fases...
O quanto significa...
Os momentos que me olhas...
Á noite,
Vens espreitar-me,
No desabitado do meu ser...
No céu...
Azul celeste...
Palco celestial...
Musa inspiradora...
Na tela da incerteza...
Vaidosa nua...
Espelhas-te no meu lago...
Lua cheia...
De devaneios...
Lua nova...
Desbotada esperança...
Quarto crescente...
Enche-me de forças e aguardo...
Quarto minguante...
Imperceptível reflexo de luar...
Eclipse total de mim…
Lua errante na vastidão do firmamento…

domingo, 24 de janeiro de 2010

Fénix?...Talvez...

(excerto)
Pairam no ar nuvens de fumos…
Eclodem ainda centelhas…
De noites ensombradas…
Desaparecem na brisa…
Fagulhas do passado…
Refulgentes nas labaredas…
Crepitam as dores…
Melodia do restolho a arder…
Mágoas no vento se espalham…
Arrastando tristezas que já não quero…
Silêncios que percebo…
Sentimentos aguçados…
Rompem cortinas do passado sombrio…
Nesgas de esperança…
Rasgando o opaco véu…
No azul celeste…
Entrevejo o sol…
Canículas de força…
Refrescantes alentos do vento norte…
Sopros de inspiração agreste…
Acalmam os suores de horrores…
Neste lume, calor que me consome…
Fornalha de medos acesa…
Nicho de espinhos…
Serei Fénix neste meu ninho…
Construído de penas envelhecidas…
Revestido de esperas amargas…
Amarguras gastas…
Expectativas inúteis…
Palavras ásperas…
Algemei nas chamas…
Fantasmas do passado…
Ficarei destemida á espera…
A ver arder a silhueta…
Inábil que me pertence…
Até desaparecer escrava…
Consumida a ultima sombra de mim…
No clarão da ruína…


Coragem!


Sairei Fénix renascida…
Elevando-me num firme voo…
Em direcção ao desconhecido…
Sem certezas…
Quando a cinza estiver fria…
Mas com a convicção de ser eu…
Eu não eu, mas eu Fénix de novo viva!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ideias...Ceifadas...


Frios, caem dos céus…
Pós brancos de silêncios…
Tristes desabafos meus…
Nesta longínqua terra de esquecimentos…

Onde com amor, sem arrogância…
Cultivo vastas searas de palavras…
Maldita, a foice da ignorância…
Que vem por trás de mim ceifa-las…


(foto, olhares.com)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Acordem-me...na Primavera...



Acomodo-me para reflectir…
Obedecer pardacento…
Vou hibernar sentimentos…
Em sonhos orvalhados…
Alfobre de mágoas…
Sulcos de esquecimentos…
Valado profundo de desprezos…
Chão fértil remexido…
Lancei uma mão cheia…
Bolbos de esperança…
Sementes penetradas…
À pressa…
Quase…
Por descuidos…
Germinarão vontades semeadas…
Na dor decomposta…
Memória abafada…
Acordarei jardim florido…
Emanarei fragrâncias estranhas…
Desejarás meu pólen…
Pretenderás sorver néctares cobiçados…
Em voos oblíquos…
No meu jardim proibido…

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pérfido...(In)Condicional...

Prisioneira das lembranças…
Moribunda...
Nos escombros…
Tumultuosos…
De silêncios arcaicos…
Torres de promessas caídas…
Entalada entre vontades inacabadas…
Penduradas na estante do quase…
Enovelo filamentos soltos…
Nos poemas perseguidos…
Pretextos ocos…
Arquejam palavras esvoaçantes…
Revolta empoeirada...
Demora sentida…
Saudade insana…
Tatuada em mim…

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

(In)Completo...vazio...


Não consigo escrever
Hoje não há poema
Medito desde o amanhecer
Como explicar este dilema

Apoderaste-te das letras
Num semblante primitivo
Enclausuraste-as em gavetas
É inocente o poema cativo

Na ambígua labareda…
… De silêncio…
Queimaste as palavras…

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ausência...


Sinto falta do teu sorriso…
Vagueiam entre mim, mágoas…
Soluçam desejos nas trevas…
Quereres invertidos…
Sentimentos acorrentados…
Abandono-me ao desânimo…
Dilacera a ferida no silêncio…
Nascente de segredos…
Enxurrada de ideias revoltas…
Transbordam no rio confuso…
Do meu afastamento…
Sem um vestígio…
De ti…
Ausência do meu sorrir...
Desfaleço em medos…
Refugio-me na minha sombra…
(foto, olhares.com)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Murmúrios...De silêncios...


Tudo o resto…
O resto é silêncio…
Encanta-me a brisa do mar…
Acorrentam-me as marés de esperança…
Na liberdade de sonhar…
O marulhar de medos é-me indiferente…
Na arquitectura das palavras vinco vontades…
Aliso as falésias da distância…
Com murmúrios ondulantes…
Bruma de saudade…
Retalhos de poesia…
Esbatida em espuma…
O resto é silêncio…
Tudo o resto…

sábado, 16 de janeiro de 2010

Janelas...(In)Discretas...


Nas águas-furtadas de minha casa há uma clarabóia…
Que eu não abro…
Para não ver o cinzento do céu, sem sol…
No meu quarto há uma janela…
Que eu abro para ver o belo manto branco da neve…
E sentir sem querer…
O inverno frio…
Na minha sala há uma janela…
Que eu abro para ver a primavera…
No colorido jardim…
Cheira a relva acabada de cortar…
Fecho os olhos e ouço encantada…
Os pássaros…
No seu enfeitiçado sol-e-dó…
Num canto da sala…
Há uma janela"Windows"…
Não tem arestas…
Abro esta virtual janela…
Com cautela…
Acerco-me ao peitoral desta janela entreaberta…
Para descobrir o mundo...
Espreito pelas suas frestas…
Às vezes vejo mais que o que pretendia…
Por vezes não vejo o que desejo…
Minha ousadia, falece em quimeras…
Com absurdos corriqueiros do dia-a-dia…
Temas de inocências perdidas…
Ou deleito-me em sossego…
Se da minha virtual janela…
Avisto planícies de poesias…
Que colho com prazer…
Tosca maneira de querer…
Mas ainda vou descobrir um dia…
Nesta janela virtual um/a amigo/a
Vizinho/a a quem eu diga….
_ Olá, bom dia!



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

(Som)Brioso...Túnel...


Um dia…
Foste a luz hipnotizante
Ao fundo do túnel…
Do meu túnel de breu…
Exibindo-me a saída…
Forçosamente…
….
Hoje breu como nesse dia…
De novo o mesmo túnel escuro…
Que vais deixando claro…
Com o rasto da tua sombra…
De mim se afastando…
Entrevejo….
O teu vulto de costas…
Escuto…
Teu cúmplice o silêncio…
Fechando portas…
No meu vazio…
Frio túnel…


(foto, olhares.com)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Requiem...Para o Haiti...

Apenas…
Consternação…
É o que resta…
Escombros de dor…
Esperança sem cor…
Tristeza sem fim…
Entulhos de agonia…
E eu que posso fazer, daqui?
É tão longe para ajudar o Haiti…
E é tão perto para sentir mágoa, aqui…

Solidarizo-me no pesar negro…
Exteriorizo o luto…
Cruzo as mãos…
Não na indiferença…
Mas na impotência…

Cruzo as mãos...
E agradeço...
Por estar viva...
Pelo que sou...
Pelo que tenho...
Afinal não é pouco...
Muitos seres já não o são...
Muitos seres nada têm...
Requiem... Para o Haiti...


(Re)Ler-te...em Braille...


Escrevo…

Mas...Hoje queria ler-te…
Hoje queria que fosses livro…
Queria que fosses escritura em Braille…
Queria ler-te com a ponta dos dedos…
Sentir o teu texto…
Sedutor…
Devorar palavras…
Em silêncio…
Trocando páginas…
Dedos humedecidos…
Folhear-te…
Sentir o cheiro das folhas…
Tacteando…
Com minhas mãos…
Percorrer limites…
Devorar o conto…
Enigmático penetrante…
Soltar a mente que não mente…
E declamar em tom eloquente…
O final extasiante do teu poema...
Após te ter escrito…
Às escuras…

Foi um prazer…
Ler-te…
Em Braille…





quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Entre...Montanhas...


Sonho…
Rasgar a cortina da distância…
Correr para ti…
Num desespero já gasto…
Enlear meus braços exaustos da demora…
Em teu esguio pescoço…
Oferecer meus lábios tímidos…
Aos teus beijos que anseio…
Sentir tuas mãos macias percorrerem meu corpo digno…
Ceder a esse desejo ardente que o vento fecundou…
Suportando silêncios…
Aguentamos vontades claras…
Nessa negrura do complicado…
Trocar sôfregas carícias atrasadas…
Desfrutar o momento…
Sem questionar o tempo, que durará…
Esta loucura sabida…
Estes actos premeditados…
Deste pecado absolvido…
Por esta força de amor proibido…
Entre mares e montanhas...
Fluem torrentes de luz e...
sonho...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Tons..(Des)Esperança...


Tu…
Surges do nada que és…
Acanhadamente…

E te apoderas…
Das minhas vestes de falsa poetisa…
Usas-me para dizer vontades tuas…
Usas-me para expressar sentimentos reprimidos…
Usas-me para cobrir verdades nuas…
Usas-me para camuflar desejos sentidos…
Usas-me apenas…

Sou prisioneira neste castelo…
A que tu chamas corpo…
Aqui reclusa, nada vejo de belo…

Sou ninguém, por viver escondida…
Em ti, neste castelo assombrado…
Por ver com os teus olhos cegos a vida…
Exígua a que te limitas nesse teu letargo…

Usas-me…
Vestes-te de mim…
Com alegres penas desesperança...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Passos! Des...Com...Passados...


Continuarei…
Caminhando…
Conduzindo passos desalinhados…
Deixando pegadas…
Indelevelmente...
Ténues...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Extraordinários...Absolutos...


Fitam-me de perto os olhos semicerrados,
Da ignorância…
Sinto o vibrar,
Das pestanas enregeladas,
Da inveja…
Pressinto-lhe o odor
No rosto húmido,
Do desprezo…
Incomoda-me o hálito mortífero
Dos sábios,
No corpo analfabeto
Da arrogância…
Das palavras cobardes
No ardor
Da boca nefasta
Dos juízes espúrios…
Sombras dantescas
Depreciam a minha escrita,
Ditos arabescos…
Sem beleza...




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Gotejando...

“Dedico este singelo poema a minha Amiga Ana,
Que se encontra hospitalizada,
E aqui…
Aprisionada nesta distância, que nos torna impotentes…
Foram musas as lágrimas,
Ainda que mudas,
As quais avistei na sua voz…
Para si…Ana, rapidíssimas melhoras!”


Hoje quero ser uma gota…
Porém não sei de quê…
Talvez…
Gota de dor,
Se for uma lágrima…
Gota de esperança,
Se for gota de chuva no árido deserto…
Gota inútil,
Se for respingo das ondas no mar imenso…
Gota de vida,
Se for gota de sémen semeada no fértil útero…
Gota importante,
Se for a gota que faz vazar o tanque…
Gota de morte,
Se for gota de veneno forte…
Gota oculta,
Se for a gota de suores clandestinos dos amantes…
Gota de pecado,
Se for a gota de saliva que seca num beijo roubado…
Mas de todas as gotas possíveis e imaginárias,
De todas as cores e todos os feitos,
Se puder escolher a gota,
Quero ser…
Gota vaidosa,
A gota de orvalho, a mínima gota que brilha ao sol da manhã…

(O sol é o seu sorriso! Sorria para eu brilhar!)



E ainda…
Porque sei daquele vício secreto…

(hupssss, não era para dizer!)

Um chocolatinho “virtual”
(Na realidade como-o eu!)
(...)
E um miminho...
Não ocupo o vazio que sente....

Mas eu...
eu...
ich denk...




quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Para lá dos molhes...Além dos olhos...


Para lá dos molhes…
Imagino o que não vejo…
Absorvo salpicos impregnados de mistério…
Acerco-me mansamente dos escolhos…
Presa á âncora da montanha…
Que carrego nos ombros puídos…
Percorrendo trilhos de maresia…
Sigo murmúrios de calma…
Agrego as reticências…
Que me lembram tuas cadências…
Melodia das ondas do oceano…
Arrastando algas de segredo…
Escurece a barra…
Desmaiada em medos…
Sal cruel…
Bendita brisa…
Seca-me os olhos…
Das lágrimas vertidas…
Na vertente de um mar achado…
(foto de um amigo)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Encontro...(Des)Marcado...

Quando acordei hoje de manhã, senti uma exaltação dentro de mim.
No espelho, vi um brilho diverso no meu olhar.
Perseguia-me determinada inquietude.
Tentei lembrar-me que dia seria, para me sentir assim especial!
Já lá vai há algum tempo o dia do meu aniversário, que por acaso também não me diz muito.(os anos começam a pesar!)
Não seria por certo esse o motivo, para me sentir tão ansiosa.
Um furor no estômago cheio, ainda que vazio…
Uma leveza extrema, nesta criatura de peso…
Uma alegria contagiante, neste ser nostálgico…
Uma vontade de fazer, que supera a inércia adquirida…
Um orgulho de existir, derruba até a sombra de meu ser convertido invisível…
Que dia é hoje meu Deus? Que não consigo lembrar-me!
Embelezo-me, como há muito não o faço…
Visto-me, calço-me, soberanamente, elegante …
Onde vou assim?
Saio de casa, introduzo a chave na fechadura, ao rodar, sinto um “click” na minha cabeça!
Procuro na bolsa a minha agenda, e leio o que ontem me prometera a mim, própria!
“Amanhã, serei eu mesma!”
Ah!
Afinal hoje tenho um encontro marcado comigo!
(foto olhares.com)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mar...Distante...


Mágoas minhas sobre ti lancei…
Algumas difíceis de afogar…
Rasguei velas gastas do passado…

Dessa embarcação fugitiva que fui eu, nada mais, (ou pouco) resta …
Ilhéu longínquo onde encalhou a armação revestida de nostalgia…
Saqueadores de afectos ceifaram a ultima réstia de brilho meu…
Tesouros aparentes de inconstantes aventuras…
Assustadora e repentina essa maldita felicidade ilusória, esmoreceu…
Naufraguei no fascínio da noite sem dia…
Tempo sem tempo…
Esboçando um sorriso escuro e na tua branca espuma de mar lançado…


(foto de um amigo)

O som...da minha escrita...


A minha escrita
Tão-só esboço
Tem o som pobre de um realejo
Ou de uma gaita-de-foles
Repleta de ar pejo
Com ela lustro a melancolia
Impregnada de sentimento
Assim uso meus servis poderes
Eu sou o avesso do queria ser
Sou o avesso sugerido
Na existência que detesto
Das raras Vicissitudes
Não descubro na minha poesia virtudes
Cavalgo nas entre linhas
Á procura de uma frase por inventar
ou uma rima para versos
Inacabad…
(imagem, olhares.com)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Parabéns...MÃE...

Para ti…
Flores do teu jardim, mãe…


Por muito que escrevesse…
Não iria ser capaz,
De dizer tudo o que mereces.
Por mais que escrevesse…
Não iria encurtar esta distância,
Que nos separa.
Por mais que escrevesse…
Não iria voltar atrás o tempo,
Para não te fazer sofrer nunca.
Por mais que escrevesse…
Não iria aliviar o peso que carregas.
Por mais que escrevesse…
Não iria estancar as lágrimas que semeias,
Por mais que escrevesse…
Não iria saber retribuir o amor que me deste.
Por mais que escreva não consigo atenuar a tua mágoa…
Deixo de escrever e digo-te apenas,
PARABÉNS MÃE…
Saudades, mãe…
(seriam poucas para ti, todas estas prendas)


(Mas também sei que era uma única prenda, aquela que hoje te faria feliz… bjs mãe)

sábado, 2 de janeiro de 2010

(Des)Encontro-me...no azul dos sonhos...

No abismo de silêncio…
Tento encontrar fragmentos de mim…
Violenta a busca de paz que não encontro…
Nas linhas abstractas que rascunho…
Nas palavras indizíveis que rasuro…
Na folha transparente que me foge…
Cristalina salgada substância escorre…
No rosto invisível de serva esquecida…
No cinzento previsível de um destino…
Sobrevive porém a diminuta ilusão do azul dos sonhos…
Presa a esta quebradiça linha do horizonte…
Que aperto nas mãos cansadas…
Escondida entre linhas nesta humilde poesia…

(Re)Virar...a página...

Virar mais uma página…
Neste meu livro da vida…
E escrever um novo capítulo!
Queria esquecer o ano que terminou…
E “quase” não me deixa saudade…
Sinto-me ainda cansada das forças que empreguei,
Numa luta desigual…
Num ringue exíguo…
Venci combates incógnitos…
Aonde não via o adversário…
Afrontando o risco dia a dia…
Retardando o ponto final…
Da história que ainda não quero ver o fim…
Mas…
Não, não quero relembrar o sofrimento…
Mas só a beleza deste ano findo…
Beleza?
Será que existiu alguma?
Vou rever atentamente…
E se encontrar algum facto realmente belo,
Recordarei…
Sim, existiu algo deveras encantador!
“Ou quase”…
(Estou viva…)
(imagem do google)

Recomeçar...

"Recomeça…
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças. "

poema de Miguel Torga
e foto da mana
(que esperou que as abelhas decidissem, em qual girassol pousar)