domingo, 30 de agosto de 2009
Oito dísticos para a minha terra
Queria agora uma tarde de chuva no Seridó
com seu aconchego de mãe verdadeira.
Queria agora construir castelos
na areia permeável do terreiro de casa.
Queria botar água no vaso de louça
para as horas sertanejas.
Queria o lençol de retalhos coloridos
cheirando a pedras do quaradouro.
Queria sentir o redemoinho na entrada da casa
para eu dizer: “cruz, cruz, cruz!”.
Queria um sonho com melaço de açúcar
para adoçar os meus confusos sentimentos.
Queria construir um tempo de memórias
com antíteses disfarçadas em ventanias.
Queria alimentar meus sonhos verdes
Para receber, tranqüila, a maturidade.
Maria Maria
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
À luz de candeeiros
As tardes de um ontem longe
acendem as minhas janelas
à luz de candeeiros
e trazem lembranças sinestésicas:
o cheiro de uma tarde de chuva,
o aroma do café coado no pano,
o sabor da broa de leite.
Em que baú de mim
guardei a rústica parede da infância?
em que tijolo salitre se escondem
meus insólitos segredos?
Maria Maria
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Meninice
No quintal da minha juventude
vô vaqueiro entoava um canto:
__ Beba água de poesia,
menina!
Tome um gole, todo dia
como forma de oração!
Parecia religião
o que vô vaqueiro dizia:
__ Ser fiel à poesia
é dar vida à emoção.
E aí, entre o canto e a voz,
a palavra exalava o tom azul
do meu começo.
Maria Maria
sábado, 8 de agosto de 2009
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