foi a votos
É que sou moralista mas não sou idiota!
____________escritos e AFINS
"Deslembrando
minha existência
me peguei pensamentanto
forçando o alembramento
da memória das coisas"
Excerto do poema "Deslembramento"
de Ana Maria Lopes
(descoberto, por acaso, num motor de busca de imagens)
Já alguma vez lhes tinha contado que era muito despistada, desligada mesmo de certos assuntos. Em suma, uma verdadeira nativa do planeta Agostini?
Para que tenham uma pequena ideia, já consegui, por exemplo, comparecer ao casamento de uma das melhores amigas, apenas no dia seguinte; enfiar a minha gata na máquina de secar durante 45 minutos.....
Pois é. Infelizmente tenho esse PEQUENO defeito de fabrico.
Quais filhos da put@, qual carapuça, uns QUERIDOS é o que eles são!
Fula que fiquei com a situação, resolvi que ia tratar da minha SUBIDA da taxa de juro ao crédito à habitação,pessoalmente. Como temia as filas intermináveis na minha agência bancária, à uns minutos atrás optei por telefonar.
É por estas e por outras que não fico rica. Sou despistada com os dinheiros, não confiro, não comparo….refilo quando não devo e nem dou por isso quando devo.
Nunca me confiem a gestão das vossas contas. É um favor que vos peço!
Só me vem à cabeça a frase "Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais". Ontem aconteceu-me um episódio que contrariou muito a dita cuja. Surpreendi-me pela positiva com a generosidade de algumas pessoas e pela negativa com os animais cá da casa que andam a comportar-se como se não tivessem sido educados nos melhores colégios.
A "minha Júlia" que é uma amiga e se preocupa, encontrou uma solução. Vai daí que a coisa se passou mais ou menos assim:
Júlia - "Donana, vou explicar o seu problema ao António, jardineiro, muito boa pessoa".
Eu – Deixe-se de ideias mulher! Eu lá tenho condições para pagar a um jardineiro.
Júlia – Mesmo assim vou falar com ele. Vai ver que as coisas se arranjam sem gastar muito dinheiro.
Adorei o António, pequenino, de bigode farfalhudo e tão, mas tãooooooooo prestável, que de imediato se ofereceu para me trocar o pneu.
Ele – Dona Ana, para cá e para lá. Trate-me só por António!
Eu – Combinado! Pode também tratar-me por Ana, sempre fico com a sensação de que ainda sou uma jovem inconsciente.
Vou plantar-lhe relva e colocar um sistema de rega em que só precisa de abrir e fechar a torneira. Vou plantar isto e aquilo. Vou cortar aqui e ali. Vou…Vou…Vou…
Devo dizer-lhes que fiquei quase sem fôlego, tantos foram os "Vou!".
Eu - ANTÓNIO!!!!! Ei, ei, ei!!!! Não percebeu que eu prefiro ter dinheiro para comer, a olhar para o verde do jardim?
António – Claro que percebi e admiro a sua atitude. Não dá valor às aparências. Por isso mesmo vou fazer-lhe tudo isto, calmamente…sem urgências. O serviço vai ser pago por outros clientes, com muito dinheiro. Não se preocupe! A Ana paga-me, pouco, se quiser e apenas quando puder. Temos que ser uns pelos outros!
E sabem que mais!? Que se lixe! O António é que tem razão.
Nota pequenina de rodapé, assim ao jeito das que vêm acompanhadas de asterisco nos contratos: Se por acaso for algum daqueles clientes ricos do António, aceite desde já as minhas desculpas. É que o que tem de ser tem muita força!
Peço desculpa por esta minha ausência, por ultimamente não ter "dado de vaia" (deixem-se de preguiças e procurem o significado). Acontece que não pretendo fazer deste espaço uma obrigação, mas sim uma inspiração, uma vontade, mesmo que fraca, mas não deixando nunca de o ser.
Os meus neurónios, aqueles poucos ainda em actividade, têm andado numa perfeita agitação a tentar processar novas informações e em busca de soluções para os desafios profissionais que me esperam.
O início desta semana foi doloroso, a 2km da minha casa, durante uma madrugada deu-se um violento acidente. Soube da notícia logo pelo café da manhã no sítio do costume…o carro ficou desfeito, os quatro ocupantes morreram todos. Fiquei constrangida, muito incomodada…
À hora do almoço, uma colega liga-me a dizer que três alunos da nossa escola e um outro que também lá tinha estudado tinham morrido num acidente. O tal acidente.
O condutor, P., 19 anos. O N., uma paz de alma, 18 anos. Os outros dois tinham sido meus alunos, tinham ambos 16 anos…dois deles eram uns safados problemáticos, dois deles faziam-me rir tantas vezes, dois deles gostavam muito da minha disciplina e penso que, de mim também.
Toda a comunidade escolar os conhecia, eram populares, davam nas vistas, muitas vezes davam problemas e dores de cabeça aos professores e colegas, não eram uns "santinhos" mas eram, no fundo, sensíveis e amigos de quem lhes estendia a mão ou um simples sorriso.
O H. emprestou-me o seu casaco num dia de actividades ao ar livre em que me queixei do frio. Entrava-me constantemente sala adentro no inicio da aula, apesar de já não ser meu aluno…"Tenho saudades, a professora era fixe!", "Eu era bom nisto, não era?"…"Eras H.! Quando atinavas, eras! Mas agora sai-me da sala antes que me enerve a sério." No ano lectivo que passou integrou uma turma "especial" foi o melhor aluno.
Gostaria de acreditar que foi uma consequência movida pelo desespero das perdas. Gostaria de acreditar que estes comportamentos realmente não existem. Gostaria de acreditar mas já não sei em que acredite…
Olhei em redor e senti a falta de tantos meus alunos, sossegados, mais estudiosos…menos solidários, mais frios…
Os outros, os "safados", estavam lá todos. Desesperados, sofridos. Levaram as urnas em braços durante a distância longa. Retiraram as pás dos coveiros para serem eles a cobrir os corpos dos amigos com a última terra.
Que descansem em paz!
Estou de certo modo ASSUSTADA.
Tenho imensas coisas para fazer, chatas, inerentes às minhas responsabilidades quotidianas e profissionais.
A fase que sucede imediatamente o retomar da actividade profissional é-me sempre difícil, ainda mais quando sofro uma mudança radical de espaço físico, de cargos, directrizes e colegas. A juntar tenho ainda a inércia de um mês a borregar entre sofás, cama, esplanadas e areais. Verdade seja dita, não me encontro ainda programada para o trabalho. Encontro-me num limbo que insiste em puxar-me para o fundo e não me deixa iniciar as actividades. Estou esmagada entre as lutas de consciência, entre o "anjinho" e o "diabinho".
Verdade se diga, não tenho sido bafejada com inspiração para a escrita.
Tenho andado ocupada com outras coisas e talvez seja desta que fique curada do "maldito" vício do blogue, para o qual a conta da internet partilhada (em gastos) com o filho, esteja a ser um forte contributo. Para além disso estou também a atravessar uma fase de readaptação no que respeita às tão importantes mariquices emocionais.
Sinto que terminei um ciclo…
Wish me luck!
Se há coisa que me enerva é o preconceito, ou mania, que ainda prevalece do "cor-de-rosa-vómito" para as meninas e o "azul-cueca" para os meninos. Esta gente ou tem muito mau gosto ou uma falta de imaginação que até dói.
Apesar de ainda ser uma jovem - o meu irmão é que é velho como o caraças e eu fui tia logo com 9 anos - vou ser tia-avó, vai daí que fui com a minha mãe, que por sua vez vai ser bisavó, comprar um mimo para o nosso novo rebento que está há 2 meses a praticar natação na barriga da mãe e já mede 5 cm.
As opções eram variadíssimas, entre o azul e o rosa, o rosa e o azul. Com alguma sorte ainda consegui encontrar uma ou outra peça branca ou "amarelo-armário-de-cozinha-da avó".
Fiquei com uma neura que só me deu vontade de sacar de uma tesoura e retraçar as mariquices que me apareceram à frente.
Com tantas cores, caramba… que falta de imaginação que estes dromedários têm!