Borboletrando...

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Para Úrsula, uma Amiga alada

 

Encasulo -me

[Tessituras de mil pensamentos]

Fio a dor

Para cerzir as sedas

Das asas rotas

Descosturo -me...

No avesso,

 Ainda sou aquela borboleta

Que achava o céu pequeno

(Wania)

Entre os azuis e as sedas...

Soprou-me a poeira

Endireitou-me as tortas

Colou-me as sedas

Devolveu-me ao vento

No imenso azul

Voltei a dar cabriolas

toda frajola

nas mãos deste rapazola

Nuca fui tão livre

Sentindo-me presa

Nunca fui tão eu

Sendo só dele

(Wania)

Mareia...

Para uma onda do mar que bateu em mim...

Eu, a areia

Branca, fininha

que o tempo compactou

Tu, o mar

Verde, cristalino

que o vento agitou

Tua maresia me invade

Tuas ondas me bolem

Tua espuma me beija

Tuas águas me secam

No teu vai e vem infinito

Mareia, gozo bendito

(Wania)

Aerodinâmica...

Subo aos céus e chego mais ligeiro
Ó altura que vis-à-vis dá medo
Sento os olhos num livro certeiro
Abafo as orelhas sem segredo


Não poupo asas ao meu pensamento
Tecendo sem fim, palavras e rimas
Os poemas se lançam, movimento
Sem que a ansiedade oprima


Do tempo que resta, sou passageiro
Um hiato se abre com o mundo
Mas ao chegar, retorno em segundos


Os pássaros nunca quero imitar
No céu voam todos meus pensamentos
Terra firme, meus pés são de cimento

(Wania)

Mundos e fundos...

Velhas gavetas

Em pedaços, meu mundo

Falso o fundo!

Wania