terça-feira, 5 de abril de 2011

eu não sou uma Dominante

Eu reconheço que todos nós temos definições diferentes para coisas diferentes. Muitas dessas diferenças são semânticas e isso realmente não importa no final.

Já vi inúmeros tópicos aqui no FetLife e em outros lugares sobre pessoas que dizem a submissas que elas são fakes ou "não submissas o suficiente" quando elas são firmes. Todos apontam a infração, a submissa é encorajada a ignorar esses comentários como sendo inúteis, blá blá blá. Nós todas já vimos isso. Provavelmente todas nós já viramos os olhos e rimos da insegurança do "dominante".

Em alguns tópicos neste grupo, houve menção sobre "falar a partir de uma perspectiva Dominante”. Se isso se refere a alguém dizendo: "Eu digo à minha submissa x" ou "Eu mando minha escrava fazer y", então eu concordo que isso é visto a partir de uma perspectiva Dominante e é contra as regras do grupo. Não vejo nenhum problema ali.

O que eu vi - mais de uma vez por isso não acho que alguém específico está sendo apontado - é que a assertividade está agora sendo referida como uma "perspectiva Dominante". Sabe como? Para mim, parece exatamente o mesmo que "você não é submissa o suficiente" ou "você é uma falsa submissa". Isso me sugere que se alguém tem uma espinha dorsal, não é submissa. Para ser gentil e recatada sobre isso - isso é loucura. E é uma falácia perigosa.

Na minha profissão, trabalho em uma indústria muito machista e eu sou uma líder da indústria. Tenho publicações, dou palestras, falo e ensino no mundo todo sobre a minha especialidade. Eu gerencio projetos de vários milhões de dólares. Eu trabalho com CEO's em uma base regular. Isto não faz de mim uma Dominante.

Eu falo o que penso - espero que com tato e diplomacia. Faço com que conheçam minhas opiniões. Isto não faz de mim uma Dominante.

Fora da minha própria relação D/s, eu não me submeto a NINGUÉM. Isto não faz de mim uma Dominante.

Eu promovo workshops sobre coisas como o serviço de jantar formal e participo de painéis bdsm101. Isto não faz de mim uma Dominante.

Eu organizo eventos e os executo bem. Isto não faz de mim uma Dominante.

Se me fazem uma pergunta, vou dar uma resposta ou a minha versão de uma definição. Isto não faz de mim uma Dominante.

Se me pedem orientação, eu vou dá-la. Isto não faz de mim uma Dominante.

Eu direi "não" quando eu sentir necessidade. Isto não faz de mim uma Dominante.

As qualidades que fazem uma boa submissa são as mesmas qualidades que fazem um bom Dominante são as mesmas qualidades que fazem uma boa PESSOA. O que nos diferencia é o lugar onde fica a autoridade ou o controle - qual lado da moeda nos dá prazer.

Não confunda assertividade com Dominação ou acredite que só Dominantes são assertivos. Se o fizer, então você está seriamente desconsiderando a capacidade de uma submissa de ser uma participante ativa vibrante em um relacionamento de troca de poder. Não confunda auto controle com Dominação. Se você fizer isso, está desconsiderando a força, valor e poder que uma submissa traz a um relacionamento D/s.

Você tem que ser assertiva, para ser uma submissa? Claro que não. Você tem que ser completamente subserviente para ser uma submissa? Mais uma vez - claro que não. Só isto já prova que a submissão é diferente para cada uma de nós. A submissão é - em nossos próprios modos - o que nos faz felizes. Dizer que alguém "não é submissa o suficiente" é um julgamento muito severo. Para dizer isso, alguém que é assertivo fornece orientação e definição, está falando de uma perspectiva Dominante, é - para mim - tão duro, se não pior, porque é um julgamento proferido por seus pares.

Acho que isto é muito angustiante.

dove

Ontario, Canadá

reprodução e tradução do texto autorizados pela autora para postagem aqui, apenas

todos os direitos reservados

leia mais sobre a autora em

http://www.differentequals.com

tradução por rianah de Lestat

Um comentário:

  1. Adorei seu espaço.. seguindo-te..

    Feliz Dia das crianças.. bjos da lua..

    =)))

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banksy

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