A tecnologia escraviza
(Publicada no Semanário O DIABO em 06 de Novembro de 2018)
Os séculos passaram, o conhecimento aprofundou-se, as tecnologias permitem melhorar o nível da civilização, mas a maioria das pessoas está cada vez mais dependente de ideias tóxicas, que alguns pseudo-intelectuais distribuem, sem cerimónia, a todos os que têm acesso à comunicação social e redes electrónicas. E isto não se passa apenas com o povinho menos esclarecido, pois há governantes e doutores a evidenciarem sintomas e indícios de tal toxicidade.
Há dias foi a encenação de Tancos que serviu para expandir o tóxico de que o Exército embarcou numa manobra de apagamento da sua imagem de dignidade que parecia bem consolidada. Depois, veio a aversão à PSP que tem sido duramente vilipendiada devido a uma fotografia de três criminosos fugidos do tribunal em que iam ser ouvidos e que, num prazo curto foram recapturados por agentes daquela força de segurança que tem por missão a defesa de todos os cidadãos. A rapidez da recaptura devia ter sido motivo de elogio da competência e do espírito de missão que evitaram que os criminosos fossem fazer mais atropelos contra a segurança das pessoas, como tinham feito antes. Poucas pessoas se manifestaram com apreço. Houve alguém que lançou uma campanha de acusação à fotografia porque ela era crime contra o direito de privacidade dos criminosos que têm mostrado não respeitar qualquer direito das suas vítimas. E nisso embarcou muita gente de mente atrofiada, vítima da toxicidade difundida pelos fanáticos da ideologia anti-social que pretende demolir todos os valores da Humanidade. Até o Ministro da Administração Interna, em vez de elogiar a rapidez e eficiência dos seus agentes policiais, embarcou na campanha demolidora do respeito que eles devem merecer da Nação, reduzindo o seu discurso à fotografia que não devia ter sido vista nos jornais.
Critica-se o PM por ter aceite o pedido de demissão de um ministro de quem se disse que concordou com a encenação dos acontecimentos atribuídos a militares no caso Tancos e, antes, houve quem o aplaudisse por manter o MDN e o CEM dizendo que mereciam a sua confiança, mas logo se iniciaram campanhas demolidoras contra estas entidades, dizendo que a decisão pecou por tardia. Ele acabou por encarar a realidade com coragem, ultrapassando possíveis inconvenientes eleitorais e tomar a decisão lógica, certamente convicto de que “errar é humano” e “vale mais tarde do que nunca” e aceitar os pedidos de demissão e fazer a escolha de substitutos. Teimar na protecção de amigalhaços é positivo mas não deve ser demasiado nem incondicional.
A tecnologia sujeita o ser humano e regras e condições impostas pelo uso da máquina mas, quando usada na comunicação, ela presta-se a violência psíquica de domínio de multidões, com a agravante de estas, subjugadas a forças insistentes e poderosas, se transformarem em cordeiros obedientes que se deixam arrastar para situações dramáticas, como explica a juíza brasileira Andrea Barcelos no vídeo que explica a ideologia do género e a cultura da morte e deixa visualizar os primeiros passos para um apocalipse, mais moderno do que o profetizado na Bíblia.
No Brasil as eleições presidenciais mostraram a força de tal ideologia. Na primeira volta, um candidato mostrou ter muita aceitação por defender a ordem, a segurança, o respeito pela dignidade das pessoas, a legalidade para terminar com a série de abusos que permitiram a uma minoria explorar impiedosamente a maioria. Mas o seu opositor pôs em marcha uma estratégia, não com a ostentação das suas capacidades e intenções, mas com a demolição da imagem do rival, pintando-o como ditador, autoritário, fascista, etc., ocultando que a alternativa seria a continuação dos erros recentes, a instabilidade social, a violência, a insegurança e os atropelos à dignidade das pessoas.
Com a liberdade dada a tais procedimentos o futuro seria muito problemático. ■
António João Soares
06-11-2018
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
A TECNOLOGIA ESCRAVIZA
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Etiquetas: tecnologia
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
FOGOS FLORESTAIS - PRAGA RECENTE
Fogos florestais existem há poucas décadas
Nasci numa aldeia da Beira Alta, na zona do pinhal, e vivi lá até quase aos dezanove anos. Tinha os olhos postos na Natureza durante a maior parte do dia (só para me deslocar entre a casa e o liceu, a pé, demorava hora e meia de manhã e outro tanto à tarde). No pinhal podiam assar-se castanhas ou sardinhas ou qualquer grelhado sem preocupações de atear incêndios. Nem sabíamos o que isso era e não me lembro de ver por lá um carro de bombeiros.
Não estou a mentir, nem sequer a fantasiar. Como era possível? A explicação é fácil. O terreno do pinhal estava limpo, sem material combustível. E nunca ouvi alguém dizer que ia limpar o pinhal. Não havia a preocupação de limpar o chão do pinhal, não havia a intenção de evitar fogos florestais. Simplesmente, eles não tinham possibilidade de ocorrer porque isso resultava como efeito secundário de outra actividade fundamental.
Em vales onde hoje cresce mato diverso, desde silvas a giestas e outra flora, nessa época fazia-se agricultura que servia de alimento às pessoas e ao gado. Essa agricultura necessitava de fertilizantes que, tradicionalmente, eram de origem biológica com maior participação do estrume das camas do gado e de pátios ou lixeiras. Para isso, o mato do pinhal era cuidadosamente roçado uma vez por ano e amontoado em local abrigado dos ventos onde ficava a curtir com a chuva e outra água que fosse oportuno. Isso era um factor da hoje chamada prevenção de incêndios. Outro factor era a esgalha dos pinheiros que consistia em libertá-los dos ramos inferiores, já secos que iam servir para alimentar a lareira da cozinha e que melhoravam a qualidade da madeira do tronco que recuperaria do nó. Eram também cortados alguns ramos não secos que eram aproveitados como estacas para as videiras, para o feijão, para as ervilhas etc. Também, duas vezes por ano era apanhada a caruma que caía no chão nas estações de verão e outono, a qual tinha um destino mais ou menos semelhante ao dos produtos da roça.
Deste circuito fechado nascia a prevenção de incêndios sem se pensar nela. Mas as coisas mudaram, a agricultura passou a fazer uso de adubos químicos, depois as pessoas deixaram a agricultura e passaram a trabalhar em profissões mais limpas, deixou de haver bois para os transportes, a charrua e o arado. E o chão dos pinhais passou a ser uma selva impenetrável difícil de atravessar pelos rezineiros e começou a surgir a praga de que nestes últimos dias muito se tem falado.
Os teóricos começaram a dizer que os proprietários eram obrigados a limpar as suas matas e até criaram fábricas de biomassa, que eram alimentadas pelos produtos da limpeza das matas. Houve uma em Mortágua que durou poucos meses ou anos. Como podia o dono dos pinhais pagar a limpeza e, depois, o transporte para a fábrica da biomassa? E esta teria margem para financiar essas despesas dos seus fornecedores? O problema é complexo e ainda não foi encontrada solução viável, como se vê nos próprios parques naturais, propriedade pública, onde o fogo tem exercido a sua soberania.
E, assim, fala-se mais de combate aos incêndios que na sua prevenção. Mas o combate pode ser feito precocemente sem causar grandes estragos. Um amigo mostrou-me a sua tese de mestrado em que defende a implantação de uma malha de sensores de temperatura que cobre toda uma área a proteger, de forma a que qualquer fósforo seja detectado por três sensores que, automaticamente, transmitem a uma central de bombeiros o local exacto onde acaba de ser aceso o fósforo e basta lá enviar um jipe com um balde água (se a demora for grande será necessário um autotanque), para parar ali mesmo o incêndio, impedindo a sua propagação a grandes áreas.
Esperemos que as tecnologias vençam a ambição dos fornecedores de materiais de utilização e de consumo nos combates a este flagelo que, por um lado causa desgraça a muita gente mas, por outro, contribui para o enriquecimento de alguns.
António João Soares, em 8 de Agosto de 2016
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Etiquetas: combate, incêndios florestais, prevenção, tecnologia
segunda-feira, 18 de abril de 2016
A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E A PRÓXIMA GUERRA
A tecnologia não nos permite prever o que será a próxima guerra
O futuro é cada vez menos previsível Precisamos de governantes e de altos responsáveis pelos diversos serviços, dada vez mais competentes e melhor preparados para saber geris as dúvidas e incertezas com que se defrontarão.
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Etiquetas: futuro, tecnologia
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Fragilidade da vida actual
Duas notícias de ontem e hoje colocam em evidência a fragilidade da vida actual proveniente da dependência de tecnologias que, por terem evoluído rapidamente, carecem de segurança e de alternativas automáticas.
Metade da Venezuela ficou ontem sem energia devido a uma falha eléctrica, numa das linhas de maior capacidade. Chegou a ser necessário retirar os passageiros das carruagens de Metro que ficaram paradas nos túneis, na capital.
Em Caracas, as ruas transformavam-se num longo estacionamento, devido ao não funcionamento dos semáforos e às tentativas dos condutores em passar nos cruzamentos todos ao mesmo tempo.
Outra notícia informa que na Geórgia, no início da semana passada (28Mar) uma idosa cortou o fornecimento de internet do seu país e da vizinha Arménia. Quando procurava lixo reciclável num amontoado de sucata, e escavava para encontrar cobre enterrado, encontrou um cabo que decidiu cortar. Mas este cabo,de fibra óptica,era responsável pela transmissão de sinal de rede entre os dois países, tendo deixado ambos sem acesso à internet durante cinco horas, e afetando também algumas zonas do Azerbeijão.
Isto faz pensar que, há menos de um século, a vida era muito mais simples e independente das tecnologias. Poucas aldeias portuguesas tinham electricidade. Nunca se corria o risco de ficar às escuras, porque as velas, os candeeiros de petróleo, de azeite, e mais tarde de carbureto (hidróxido de cálcio, carbeto de cálcio, CaC2, que com a água produzia acetileno) nunca nos deixavam desamparados. Em cada lar havia vários candeeiros e só por grande descuido acabaria o combustível em todos ao mesmo tempo, sem haver uma pequena reserva na despensa. Isto mostra-nos como as tecnologias transformaram profundamente as vidas dos povos, dando mais comodidae, embora não tenham sido garantidas medidas eficazes de segurança que evitem os inconvenientes de quebras de funcionamento. Hoje a falta de electricidade ou de Internet fazem parar muitos serviços essenciais, com prejuízos difíceis de calcular.
Imagem do Google
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Etiquetas: dependência, tecnologia
sábado, 2 de janeiro de 2010
Naquele tempo. In illo tempore
Como já disse aqui e aqui, tenho imenso gosto em conversar com o velho António se bem que nem sempre tenho disponibilidade de tempo para o ouvir, tão assoberbado ando com os blogs e a preparação de leitura para os estimados visitantes. Mas ele realmente merece mais atenção da minha parte.
Por isso, neste início de ano, aqui vou referir uma pequena conversa de há dias. Estávamos a sós num snack-bar onde, a meu pedido, nos encontrámos para almoçar e conversar sobre a actualidade, para alinhavar o esquema de expor os meus pensamentos nos posts mais recentes que focavam coisas de algum melindre e exigiam cuidados especiais.
Conversar com este velho sábio que é um poço de saber, não o saber empinado das sebentas e recitado em reuniões sociais, mas de reflexões sobre tudo o que lê e ouve e que aprofunda na procura de respostas a uma série de perguntas do género: o quê?, quem?, onde?, como?, porquê?, para quê?, e depois?, etc. Depois, com as respostas que obtém, cria teorias filosóficas, muito suas, mas de muito interesse, e que ele nunca considera definitivas pois as constantes perguntas conduzem a actualizações.. Para ele é impossível sustentar um erro indefinidamente por teimosia ou capricho, como tem acontecido, nesta última meia dúzia de anos, em que os governos têm sido obrigados pela pressão popular a fazer recuos que têm causado custos incalculados e incalculáveis aos portugueses.
Com a sua base de saber e a sua filosofia, parece que o António tudo compreende e nunca se sente surpreendido por qualquer burrice de políticos, por ver sempre o que provavelmente está por detrás, quase sempre interesses inconfessados opostos aos interesses nacionais.
Mas no desenrolar da conversa sobre orçamentos, sociatas a que chamam «casamento», por não terem a originalidade querem aparentar, cabalas, palhaçadas, malhas, etc, um empregado do snack-bar deixou cair um prato que se partiu em vários cacos. Aí, o velho filósofo teve uma transmutação repentina e saltou para «in illo tempore»,.expressão que duvidou se tinha alguma coisa a ver com «os meus amores» de Trindade Coelho, e iniciou uma reflexão em voz audível sobre a sua meninice na aldeia, os amoladores, os latoeiros, etc.
A louça de barro rachada não era atirada ao lixo, era guardada com cuidado até uns dias depois se ouvir a gaita do amolador. Era uma gaita parecida com instrumentos musicais de grupos dos Andes, construídos por tubos paralelos de tamanhos diferentes que produziam notas desde as mais baixas às mais agudas e eram tocadas de modo característico, sempre igual, anunciador do amolador.
Era um homem com uma bicicleta que tinha uma roda de amolar movida pelos pedais e que servia para amolar (afiar, aguçar) facas, tesouras, canivetes. Além disso reparava guarda-chuvas, punha uns pingos de solda num cântaro de levar à fonte e colocava gatos na louça, na tal louça rachada. Os gatos eram como que agrafos que apertavam os dois lados da louça em que tinha sido colocada uma maça que colava as duas partes, e a peça poderia assim continuar ao serviço por mais uns tempos, talvez meses.
Mas o António não é pessoa para se agarrar teimosamente a um assunto sem o relacionar com outros, sem dele tirar conclusões para a actualidade e projectar no futuro. E surgiu a pergunta e agora?. Agora é a degradação do ambiente de forma continuada e sistemática. Mas que tem a ver uma coisa com a outra?
Agora, à mínima deficiência atira-se para o lixo. A camisa a que cai um botão vai para o lixo. Isto que parece progresso acabou por escravizar as pessoas a uma vida artificial. O ambiente é sobrecarregado com a exploração de matérias primas para mais produção, o lixo é sobrecarregado com maiores quantidades, alguns de demorada eliminação natural ou incinerados com a consequente poluição atmosférica. Tudo isso em prejuízo cada vez mais grave do ambiente, da Natrureza, E as pessoas? Essas têm que trabalhar mais e viver numa pressão constante e deixarem-se viciar no consumismo. Os horários de trabalho para fazer face à maior necessidade de produção são mais sobrecarregados e é ocupada mais mão-de-obra com menos tempo de descanso e lazer. E para as pessoas ganharem para a sua necessidade de consumo, deixam de ter tempo para VIVER, e vão «andando», sem darem atenção aos filhos, aos pais e avós idosos, sem terem tempo para actividades de convívio social e de cultura.
E do alto da sua sabedoria bem consolidada e sempre em actualização permanente, o António dizia que não é saudosista do «in illo tempore» que até se tem adaptado muito bem aos tempos actuais e dá lições de vida a quem o quiser ouvir.
O António compreende tudo o que está a passar-se, mas teme pelo futuro dos netos que vão ter uma vida muito mais escravizadora do que a actual. As pessoas vivem na ânsia constante da inovação, das novas tecnologias, mas estão a construir as correntes que as prendem. Ainda não sabem trabalhar bem com um novo aparelho e logo compram outros, passando a vida sempre ignorantes, aprendizes, sem nunca saberem tudo. Sabem sempre nada de nada. O António diz que é um generalista, porque procura saber nada de tudo. E nunca quis ser especialista porque esses têm um horizonte muito estreito, sabendo tudo de nada!
E assim se passou aquele almoço muito frugal no aspecto de alimento físico mas riquíssimo do ponto de vista espiritual e intelectual. Muito obrigado caro António. Até breve e Bom Ano 2010.
Publicada por A. João Soares à(s) 11:33 2 comentários
Etiquetas: consumismo, lixo, tecnologia
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Tecnologia e o pastor
Texto de autor desconhecido, recebido por e-mail em anexo pps
Estava um velhote dando de pastar ao seu rebanho de ovelhas quando de repente lhe aparece pelo inóspito caminho um reluzente todo o terreno Navigator 4x4 full equip, o qual se detém frente ao velhote e sai da viatura um jovem de menos de 30 anos, de fato preto, camisa da mesma cor tipo “Hugo Boss”, sapatos “DKNY”aproxima-se do velho e diz:
“Sr. Se eu adivinhar quantas ovelhas tem no seu rebanho, oferece-me uma?”
O velho responde com alguma surpresa:
“Sim, pode ser!”
Então o jovem volta ao seu 4x4, tira um Toshiba Tecra 9000 Pentium IV a 3,2 Ghz com 1 Gb de RAM. Liga-se à rede via satélite, entra numa base de Dados de 500 Mb, entra numa página da NASA.
Através do GPS, identifica a zona exacta onde está o rebanho, calcula a média histórica do tamanho de uma ovelha tipo “Merino” através de uma tábua dinâmica de Excel, e com a execução de algumas Macros personalizadas em Visual Basic acaba por completar um diagrama de fluxo.
Depois de 20 min. diz ao velho: “Você tem 1347 ovelhas; 256 machos; e 1091 fêmeas e 4 podem estar prenhas.”
O velho assombrado, disse que efectivamente assim era, e que podia levar uma ovelha.
O jovem pega um dos animais e carrega-o para o seu 4x4.
Estava prestes a partir quando o velho o deteve e lhe perguntou: “Desculpe mas se eu adivinhar para quem trabalha, você devolve-me o animal?”
O jovem respondeu sorrindo: “Claro, homem, tente !” Enquanto abria a porta do veículo preparando-se para partir.
O velho então disse:
“Você trabalha como assessor no Governo de Sócrates !”
O jovem absolutamente surpreendido, disse: “Certo, como adivinhou ???”
O velho respondeu-lhe:
«Por 4 razões:
Primeiro, pela pinta de maricas.
Segundo, apareceu sem que eu o chamasse.
Terceiro, cobrou por dizer algo que eu já sabia.
E Quarto, nota-se que não tem a mínima ideia do negócio,porque pegou no meu cão em vez da ovelha.»
CONCLUSÃO: São os frutos do Choque Tecnológico. Os equipamentos até são bons, o que não presta é a cabeça deles. Os equipamentos não suprem a falta de inteligência.
Publicada por A. João Soares à(s) 15:49 0 comentários
Etiquetas: presunção, tecnologia, vacuidade
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Vovô nem é tão velho!
Uma tarde o neto conversava com seu avô sobre os acontecimentos e, de repente, perguntou:
- Quantos anos você tem, vovô?
E o avô respondeu:
Bem, deixa-me pensar um pouco... Nasci antes da televisão, das vacinas contra a pólio, comidas congeladas, foto copiadora, lentes de contacto e pílula anticoncepcional.
Não existiam radares, cartões de crédito, raio laser nem patins on-line.
Não se havia inventado ar condicionado, lavadora, secadoras (as roupas simplesmente secavam ao vento).
O homem nem havia chegado à lua, "gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual.
Das lésbicas, nunca havíamos ouvido falar e rapazes não usavam piercings.
Nasci antes do computador, duplas carreiras universitárias e terapias de grupo.
Até completar 25 anos, chamava cada homem de "senhor" e cada mulher de "senhora" ou "senhorita".
No meu tempo, virgindade não produzia câncer.
Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal, a ser responsáveis pelos nossos actos.
Acreditávamos que "comida rápida" era o que a gente comia quando estava com pressa.
Ter um bom relacionamento, era dar-se bem com os primos e amigos.
Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava férias juntos.
Não se conhecia telefones sem fio e muito menos celulares.
Nunca havíamos ouvido falar de música estereofónica, rádios FM, fitas K-7, CDs, DVDs, máquinas de escrever eléctricas, calculadoras (nem as mecânicas quanto mais as portáteis).
"Notebook" era um livreto de anotações.
Aos relógios se dava corda a cada dia.
Não existia nada digital, nem relógios nem indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.
Falando em máquinas, não existiam cafeteiras automáticas, microondas nem rádio-relógios-despertadores.
Para não falar dos videocassetes, ou das filmadoras de vídeo.
As fotos não eram instantâneas e nem coloridas.
Havia somente em branco e preto e a revelação demorava mais de três dias.
As de cores não existiam e quando apareceram, sua revelação era muito cara e demorada.
Se em algo lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made in Taiwan", nem "Made in China".
Não se havia ouvido falar de "Pizza Hut", "McDonald's", nem de café instantâneo.
Havia casas onde se comprava coisas por 5 e 10 centavos
Os sorvetes, as passagens de ónibus e os refrigerantes, tudo custava 10 centavos.
No meu tempo, "erva" era algo que se cortava e não se fumava.
"Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.
Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.
Agora me diga quantos anos acha que tenho?
- Hiii... vovô.. mais de 200! Falou o neto.
- Não, querido, somente 58!
NOTA: Realmente a nossa geração assistiu a grandes mudanças. E como tudo roda cada vez mais veloz, os nossos filhos vão ver tudo a desfilar vertiginosamente. E os nossos netos nem sequer se vão aperceber das coisas a voarem esfumadas devido à velocidade! Como será a humanidade nos próximas décadas? Outra questão: Como aprenderão a história se os suportes existentes deixam de poder ser lidos por não haver máquinas? (os filmes de 16mmm, 8mm, superoito, os discos de 1«78, de 33, de 45, as bobinas de fita, as cassetes, as disquetes) E dentro em pouco, os CD e os DVD também são postos de lado substituídos pelo blue ray e o que mais virá?
Publicada por A. João Soares à(s) 19:24 6 comentários
Etiquetas: evolução, tecnologia