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quinta-feira, 19 de março de 2020

A PROCURA DA VERDADE EXIGE SABER E SENSATEZ

A procura da verdade exige saber e sensatez
(Public em O DIABO nº 2255 de 20-03-2020, pág 16)

A difusão de palavras, de ideias, de doutrinas, não é suficiente para convencer pensadores ávidos do conhecimento e da verdade e, por maioria de razão, para esclarecer as pessoas menos sabedoras. É certo, porém, que os menos conhecedores e mais carecidos de inteligência podem ser enganados e iludidos, temporariamente, mas depressa se poderão mudar para outro propagandista ou falso profeta.

Ora, se não bastam palavras, ideias ou doutrinas para convencer as pessoas, de que maneira se devem conduzir estas a aderir a uma corrente de pensamento ou a uma doutrina científica ou social? Há argumentos imbatíveis: os da realidade, da verdade dos factos, das realizações claras e iniludíveis que não podem ser desmentidas. Perante isso, os nossos políticos, principalmente alguns jovens, pouco documentados de forma multifacetada, que procuram destruir os feitos dos nossos heróis históricos, os valores do nosso passado nacional, e pretendem baralhar os espíritos mal preparados sobre género, racismo, escravatura e sobre falácias “doutrinárias” sobre direitos, estão condenados ao insucesso e ao descrédito, sem o futuro que ambicionam.

Por exemplo, em vez de usar palavras, ideias e opiniões sobre a diferença entre os últimos 45 anos e igual período imediatamente anterior, será mais convincente preparar uma lista verdadeira das realizações concretizadas em cada um dos períodos, em obras públicas, de interesse nacional, das reformas efectuadas nos principais serviços públicos de defesa, de segurança, de saúde, de justiça, etc. E, depois, podem fazer-se comparações verdadeiras e honestas, com base em decisões, acções, realizações, e evitar palavras balofas e intencionalmente enganadoras.

Para se formarem opiniões bem estruturadas e fundamentadas é indispensável ter em consideração todos os aspectos reais, aceitando cada caso na sua individualidade, sem desprezar pormenores, porque cada facto tem a sua particularidade, devendo ser considerado diferente dos outros. Tal como cada pessoa tem o seu ADN próprio, também as realidades materiais e sociais são diferentes, e devem ser aceites tal como são, com vantagens e inconvenientes, embora as diferenças possam ser tomadas em apreço quando decidido o seu aproveitamento. Esta realidade é tida em consideração na preparação da decisão, no momento em que se faz a listagem de possíveis soluções, sem desprezar as que possam parecer disparatadas; como dizia um grande mestre aos seus instruendos e, depois, colaboradores, “durante 5 minutos a asneira é livre”. Mas ao analisar cada uma, respeitando as suas características, a maior parte das possíveis hipóteses é afastada para se escolher a que contém mais vantagens e menos inconvenientes, e que garanta a melhor eficiência na acção a desenvolver.

Na escolha da modalidade ou de qualquer das suas particularidades há que fazer um esforço para evitar cair na tentação da precipitação em defesa de um ou outro pormenor, porque tal imponderação é própria de ignorantes que se consideram possuidores da verdade. O sábio só tem dúvidas enquanto o ignorante só tem “certezas”, mesmo que ao ser perguntado por argumentos não vá além de “porque sim”. As dúvidas têm a força de exigir mais análise e estudo, aspectos que definem a busca de sabedoria que caracteriza o sábio. O comportamento mais positivo nos variados aspectos da vida ou da realidade assenta na ponderada procura da verdade, isto é, na atenção dada a todos os pormenores, não menosprezando nenhum, a fim de a decisão nada ter de casual e assentar em bases concretas. Mas, mesmo assim, nada deve ser considerado definitivo, porque na natureza tudo muda e, após a decisão, não se deve ficar surpreso quando surgir necessidade de pequenos ajustamentos, normalmente devidos a alterações ambientais que valorizam mais um factor do que outro. Enfim: penso, logo existo; observo, logo aprendo.

Ao meditarmos neste tema devemos recordar a “decisão” de mudar o Infarmed de Lisboa para o Porto, depois anulada, a decisão de construir o terminal de contentores no Barreiro, já anulada, as sucessivas tentativas de reforçar o aeroporto de Lisboa com solução na Ota, em Alcochete, em Alverca, no Montijo, em Beja. Se não houver uma decisão válida, ainda podemos ver a interdição do aeroporto de Lisboa que está a lesar seriamente os seus moradores por ser a 2ª cidade europeia martirizada pelos ruídos dos aviões nas descolagens. ■

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

JORNAL ANGOLANO OBRIGA A SÉRIA REFLEXÃO


A notícia Jornal de Angola ataca de novo "elites portuguesas ignorantes e corruptas" obriga a séria e profunda reflexão a fim de serem tiradas as devidas conclusões e, eventualmente, ao olhar para dentro, proceder a revisão da nossa sociedade.

As frases seguintes talvez não sejam calúnias ou acusações gratuitas e poderão servir de alerta para uma auto-análise, uma introspecção que conduza a um «mea culpa», isto é a um processo de regeneração:

… a comunicação social portuguesa, dominada pelas elites portuguesas corruptas e ignorantes …

… em Portugal, políticos e jornalistas, intelectuais com ideias submersas em ódios recalcados …

… não podemos continuar pacientemente à espera que a inteligência ilumine as elites portuguesas corruptas e ignorantes …


Aos políticos não adianta pedir atenção para estas insinuações, mas dos jornalistas será de sugerir, independência, imparcialidade, rigor na informação difundida e coragem em denunciar casos de tráfico de influências, de corrupção e de enriquecimento ilícito, bem como abusos contra os direitos do homem e do cidadão. Não podemos ter de continuar a crer apenas nas palavras do prof Paulo Morais.

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

ELES SABEM MAS NÃO QUEREM ?


É bem conhecida a expressão «Querer é poder». Ela encerra a relação sequencial entre a informação, o querer, o poder, a acção e os resultados.

Do conjunto dos discursos lidos hoje na AR em comemoração do 39ª aniversário do 25 de Abril, verifica-se existir um conhecimento perfeito dos maus e dos bons caminhos para conseguir os mais altos interesses nacionais. Dessa forma, o poder executivo tem ao seu alcance todo o saber necessário para decidir, de modo a evitar as más soluções, de resultados indesejados, e poder optar pelas melhores. Parece ser veleidade desnecessária dos comentadores fazer sugestões ao Governo com intenção de o estimular a observar os diversos factores implicados nas decisões necessárias para o crescimento e desenvolvimento de Portugal e para a melhoria do Bem-Estar dos cidadãos.

Mas se, apesar de poderem dispor de todo o saber, como se compreende que não queiram, pois se quisessem podiam, segundo o velho refrão? Será que não querem ou são obrigados a não assumir que querem? Haverá, como por vezes se ouve e lê, poderes não democráticos, ocultos, misteriosos, não confessados que condicionam e dominam o Poder executivo? Será verdade que as guerras em que os EUA se metem são instigadas pelos industriais de armamento, como insinuou Dwight D. Eisenhower? Terá fundamento ou será aleivosia o dito de que os governantes agem em função da vontade de quem por trás da cortina lhes puxa os cordelinhos e os impede de desempenhar, cabal e responsavelmente, aquilo que deles se espera?

Será esta a explicação do fenómeno aparente de eles saberem mas não quererem?

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Educação com objectivo de conhecimento



Nuno Crato é o ministro da Educação no actual Governo, pelo que esta conferência deve ser ouvida com muita atenção para, depois, vermos se a sua actuação corresponde às propostas aqui referidas. Oxalá que sim, que consiga pôr em prática as suas ideias.

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Consultor e balonista desnorteado

Transcrevo esta anedota recebida por e-mail de remetente identificado por ser muito actual neste período de desnorte para fazer face à crise, com o Orçamento para 2011, sem retirar os tachos aos «boys».

Um homem, voando num balão, dá conta de que está perdido. Avista um homem no chão, baixa o balão e aproxima-se:

- Pode ajudar-me? Fiquei de encontrar-me com um amigo às duas da tarde; já tenho um atraso de mais de meia hora e não sei onde estou...

- Claro que sim! - responde o homem: O senhor está num balão, a uns 20 metros de altura, algures entre as latitudes de 40 e 43 graus Norte e a longitude de 7 e 9 graus Oeste.

- É consultor, não é?

- Sou sim senhor! Como foi que adivinhou?

- Muito fácil: deu-me uma informação tecnicamente correcta, mas inútil na prática. Continuo perdido e vou chegar tarde ao encontro porque não sei o que fazer com a sua informação...

- Ah! Então o senhor é socialista!

- Sou! Como descobriu?

- Muito fácil: O senhor não sabe onde está, nem para onde ir, assumiu um compromisso que não pode cumprir e está à espera que alguém lhe resolva o problema. Com efeito, está exactamente na mesma situação em que estava antes de me encontrar. Só que agora, por uma estranha razão, a culpa é minha!...

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Educação sem objectivo bem assumido

Os professores universitários queixam-se de que os Alunos são "cada vez mais fracos". Há dias, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a professora de Técnicas de Laboratório e Segurança, Elvira Gaspar, reprovou quase 70% dos seus alunos, o que foi um escândalo por que se mostrou desinserida do objectivo fundamental imposto superiormente, pelo menos de forma implícita, informal, de mostrar boas estatísticas que evidenciem um bom sucesso escolar.

As notícias parecem conduzir à conclusão de que os professores universitários estão desinseridos da filosofia da ministra da Educação que defende que não deve haver chumbos nem retenções. Aluno que entra na escola deve chegar ao 12ª sem ser incomodado!!! Porque é que no ensino superior não se sintonizam com esta modernidade e não dão os diplomas a alunos que nada saibam???!!!

Os concursos televisivos em que os concorrentes ao prémio têm de responder a perguntas de escolha múltipla, mostram o nível de conhecimentos de muitos diplomados que por ali passam. Uma triste imagem dos resultados dos critérios do «sucesso escolar». E o espectáculo ainda vai no início!

Além de sugerir a leitura dos artigos atrás linkados, transcreve-se a crónica seguinte


Uma perigosa reaccionária
JN. 100825. 00h12m. Por Manuel António Pina

Uma professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa ficou sem a regência de duas cadeiras por ter chumbado mais de 50% dos alunos. O motivo invocado pelo Departamento de Química da Nova para a punição não deixa dúvidas: "Aumento súbito do insucesso escolar".

O resultado das recentes políticas de ensino

Desde que, no sistema educativo português, foi consagrado entre os direitos, liberdades e garantias fundamentais o direito ao sucesso escolar, quem se meta entre um aluno e o diploma a que tem direito (atrevendo-se, como no caso, a dar notas negativas em exames finais) é culpado do pior dos crimes, o de terrorismo anti-estatístico.

Se o futuro licenciado sabe ou não sabe alguma coisa (ler, escrever e contar, por exemplo), é irrelevante; o país, as estatísticas e as caixas dos supermercados precisam de licenciados. Foi isso que a professora da Nova não percebeu. Arreigada a valores reaccionários, achava (onde é que já se viu tal coisa?) que "um aluno só merece 10 valores se adquiriu as competências mínimas nas vertentes teóricas e práticas da disciplina". Campo de reeducação em Ciências da Educação com ela.


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segunda-feira, 24 de maio de 2010

O saber científico e a realidade

Tendo passado muitas décadas em estreito contacto com pessoas de grau académico superior fui confirmando a frase que um dia ouvi – o generalista sabe nada de tudo enquanto o especialista sabe tudo de nada. O generalista tem vagas noções, por vezes demasiado superficiais de uma vasta gama de assuntos, e o especialista sabe com profundidade um estreito sector do conhecimento.

Na vida prática em que são frequentes equipas de trabalho multidisciplinares é fundamental a função dos generalistas que têm que quebrar as barreiras separadoras dos especialistas de sectores diferentes e obter deles o contributo aplicável à melhor consecução do objectivo que o grupo pretende atingir. Um dos maiores óbices é, muitas vezes, o hermetismo da linguagem de especialistas, demasiado egocêntricos e com exagerada auto-estima, mostrando muitas vezes conhecer de cor textos de grandes sábios, sem tornarem evidente que digeriram bem tais teorias. O generalista deve saber dialogar com os especialistas e facilitar que eles dialoguem entre si com vista ao objectivo, a missão da equipa a que pertencem.

Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, «Portugal publica por ano 7 mil artigos científicos com relevância internacional», isto é, cerca de 20 por dia, o que constitui um factor de riqueza para o País. Assinalou que a publicação de artigos científicos no nosso país registou, na última década, um “crescimento explosivo, o maior crescimento europeu”. Neste espaço já foram referidos casos que vieram na imprensa mas, pelos vistos, eram uma amostra minúscula, certamente dos mais preocupados pela publicidade e que deram entrevistas aos jornais.

Segundo a notícia «Criar a ponte entre o 'saber' e o 'fazer'», constata-se que têm sido raros os casos em que se processava a transferência de conhecimento e inovação das universidades portuguesas para o tecido produtivo, à custa de dificuldades de comunicação e conjugação de interesses. Não era fácil a ligação da ciência à realidade prática. Contudo, o cenário tem vindo a mudar e a cooperação entre os meios académico e empresarial, principalmente nortenhos, tem sido uma prova dessa alteração. As pessoas consciencializaram-se de que "o funcionamento em rede entre empresas, universidades e organismos de investigação, é fundamental para a competitividade do país e traz vantagens mútuas para todas as partes" como disse Nuno de Sousa Pereira, director da Escola de Gestão do Porto - University of Porto Business School (EGP-UPBS).

Ainda bem que o panorama nacional está a olhar para as realidades da indústria e para as unidades criadoras de riqueza através da actividade económica. Com efeito, tendo sido encerradas as antigas escolas técnicas, comerciais e industriais o que. agora se considera um grave erro com efeitos de enfraquecimento do valor da mão-de-obra, por desqualificação, parece agora necessário criar formas de formação profissional devidamente estruturadas.

Quanto ao hermetismo e obsessão de especialidade, há quem diga que um dos grandes males do país é aparecerem muitos professores universitários no governo. Sem terem capacidade para descer à realidade e para decidirem em termos práticos e com utilidade para a vida dos portugueses. Outro mal do Estado é a percentagem excessiva de gente do Direito nas estruturas mais elevadas do poder.

Trata-se do oposto à China, em que sendo as inundações periódicas das extensas planícies pelas enchentes provindas do degelo, levaram à predominância de engenheiros hidráulicos nos órgãos do poder e com a sua colaboração e integração nos objectivos do Estado têm contribuído para um desenvolvimento de cerca de 10% ao ano em anos consecutivos. Entre nós, pelo contrário, a chusma dos de Direito não tem justificação racional e não tem aumentado a segurança das pessoas e bens, não tem melhorado o funcionamento da Justiça e a própria feitura das leis tem sido de tal forma deficiente que se fala agora que vão para o lixo três centenas de leis.

Quanto ao fraco desempenho de «cientistas» na vida real, há dias uma entidade, de alto nível académico, disse que há muito previa a actual crise financeira e que desde 2003 escreveu sobre isso, mas na realidade, embora com audiência e com cargos de responsabilidade, não se nota que tenha feito o suficiente para evitar a crise, nem para lhe atenuar os efeitos, nem agora para a resolver, atacando frontalmente os factores estruturais de erro que a causaram. E sem esses factores serem eliminados, a crise, mesmo que agora se resolva, voltará a aparecer em breve.

Teorias sem prática, sem enfrentar o óbvio, o simples, o real, não têm utilidade e até podem ser nocivas, pelo gasto de recursos em aventureirismos descabidos.

É realmente urgente que se crie a ponte entre o «saber e o «fazer».

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

O homem é como um livro

O Universo é uma imensa livraria. A Terra é apenas uma de suas estantes. Somos os livros colocados nela.

Da mesma maneira que as pessoas compram livros, apenas pela beleza da capa, sem pesquisarem o índice e conteúdo do mesmo, muitas pessoas avaliam os outros pela aparência externa, pela capa física, sem considerarem a parte interna. Outras procuram livros com títulos bombásticos, sensacionalistas histórias de terror ou romances profundos.

Também é assim com as pessoas: há aquelas que buscam sensacionalismos baratos, dramas alheios ou apenas um romance. Somos homens-livros lendo uns aos outros. Podemos ficar só na capa ou aprofundarmos nossa leitura até as páginas vivas do coração.

A capa pode ser interessante, mas é no conteúdo que brilha a essência do texto. O corpo pode ter uma bela plástica mas é o espírito que dá brilho aos olhos.

Também podemos ler nas páginas experientes da vida muitos textos de sabedoria. Depende do que estamos buscando na estante. Podemos ver em cada homem-livro um texto-espírito impresso nas linhas do corpo.

É importante o conjunto do psíquico, emotividades, sentimentos e afeições, mas só quem lê o interior o descobre. Só quem vence a ilusão da capa e mergulha nas páginas da vida íntima de alguém, descobre seu real valor, humano e espiritual. Será bom que todos nós possamos ser bons leitores conscientes. Que nas páginas de nossos corações, possamos ler uma história de amor profundo. Que em nossos espíritos possamos ler uma história imortal.

E que, sendo homens-livros, nós possamos ser leitura interessante e criativa nas várias estantes da livraria-universo.

A capa amassa e as folhas podem rasgar.Mas, ninguém amassa ou rasga as idéias e sentimentos de uma consciência imortal. Até ao fim da vida devemos aperfeiçoar o livro que será publicado pela editora da vida, na estante terrestre...

Texto retirado de anexo de e-mail em Power Point

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sábado, 13 de março de 2010

Geração com menos de 40

Ao longo de mais de 40 meses de existência, este blogue tem abordado, por várias vezes, casos de sucesso de jovens em vários sectores da vida prática, aproveitando para estimular toda a juventude para a sua valorização pessoal, a aprendizagem da gestão dos recursos à sua disposição (a vida, o tempo, o saber, e algumas «ferramentas» e matérias primas) com vista à felicidade própria e ao desenvolvimento da sociedade, quer nacional quer global.

Costumo dizer que é lógico que um septuagenário não se sinta muito interessado em preservar e melhorar o ambiente, porque poucos anos poderá beneficiar de qualquer melhoria que venha a ser obtida. Mas, pelo contrário, um jovem tem todos os motivos para preparar o ambiente, as tecnologias, o relacionamento entre as pessoas, a justiça social, a gestão dos recursos próprios e nacionais, o desenvolvimento do País, porque isso irá condicionar toda a sua vida que espera venha durar muitos anos.

Por estas razões, não podia deixar de aqui focar a notícia «Sucessos da geração com menos de 40» que se refere à conferência "Portugal abaixo dos Quarenta - Sonhando uma história com futuro", organizada pelo Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), da Companhia de Jesus, em Lisboa, e a que vão assistir mais de 700 pessoas.

Apesar de a iniciativa ser organizada pelos jesuítas, "não é uma conferência de religião nem sobre religião", mas de "partilha de experiências de vida" e reflexão. Será interessante a troca de experiências de jovens válidos com histórias de sucesso a estimular a iniciativa, a criatividade, o sentido de responsabilidade e a capacidade de decisão necessários para o sucesso.

Portugal tem muito a esperar dos seus jovens para a vida económica, para a função pública e para a política, onde são cada vez mais indispensáveis pessoas bem preparadas, motivadas, honestas, impolutas capazes de fazer renascer valores éticos e patrióticos há muito menosprezados.

Não podem nem devem esperar ser guiados pelas gerações mais antigas porque essas já mostraram os fracassos repetidos em que afundaram o País. Há que evitar a repetição de tantos erros graves. É preciso escolher novos caminhos seguros que se dirijam ao sucesso e à justiça social.

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sábado, 9 de janeiro de 2010

Segurança, saber, responsabilidade e seriedade

Transcrevo o artigo do Correio da manhã de hoje escrito por pessoa que conhece o assunto por dentro, seguido de algumas considerações.

Segurança e seriedade
CM. 09 Janeiro 2010 - 00h30, Por Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

Olhando para o País actual em matéria de segurança, apercebemo-nos facilmente de que estamos perante o aumento da criminalidade em todas as suas vertentes.

Como afirmou o MAI, "a segurança é um assunto de Estado e deve ser tratada com seriedade". Aqui está uma afirmação que deve ser levada à prática. Se as alterações ao Estatuto da PSP, que entraram neste ano em vigor, e a Lei 12-A (LVCR) tivessem sido tratadas com seriedade e responsabilidade não teriam sequer sido aprovadas.

A verdade é que os responsáveis por este desconcerto legal, desconhecendo o funcionamento da PSP e roçando a incompetência, criaram a total confusão, obrigando o director nacional a produzir fórmulas mágicas para não pôr em causa o trabalho da instituição. Se este estatuto tinha por objectivo melhorar a motivação dos polícias e, por reflexo, a qualidade do serviço, aqui está um bom exemplo do seu contrário. Diplomas que têm por objectivo o desinvestimento na PSP, numa altura em que os cidadãos mais precisam de respostas céleres e eficazes da sua Polícia. Em suma, o que todos queremos é uma política de segurança responsável e séria, algo que falta a Portugal.

NOTA:
Ao ler este artigo, salta á memória um outro, «Responsabilidade e/ou convicção», que coloca em evidência que para encarar as situações é necessário conhecimento e sentido das responsabilidades. E quem fala de responsabilidades nos grandes problemas nacionais, presume o sentido de Estado, isto é, responsabilidade perante os interesses nacionais, o País, a Nação.

Falta na população conhecimento porque o ensino tem evidenciado muitas falhas e ineficácia e a formação profissional não colmata tais deficiências, como se vê na notícia «O que fazer com a água que quase enche a albufeira de Alqueva?». Neste caso, verifica-se não ter havido um estudo prévio antes da decisão, que devia ter esclarecido a utilidade do investimento, o planeamento de todas as obras para aplicação das águas, a programação de tudo o que havia de ser feito na sequência . Tal lição devia estar agora presente na preparação das decisões sobre os grandes investimentos, como aeroporto, TGV, auto-estradas etc.

É realmente indispensável que, antes das decisões, se conheça bem o problema com todas as suas variáveis, factores e implicações de cada hipóteses de solução, e se faça tudo com o maior sentido de responsabilidade e a máxima seriedade. A metodologia indicada em «Pensar antes de decidir», com eventuais pequenos ajustamentos, constitui uma boa base de trabalho.

http://domirante.blogspot.com/2008/12/pensar-antes-de-decidir.html

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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sociedade e valores

Os valores que servem de forma e fundo à sociedade actual estão em permanente mudança, o que vem dar força à referência de Manuela ao «iluminismo do séc XXI».

Apesar dos «discursos obsoletos» a puxar a brasa a sardinhas diferentes ou iguais mas com temperos diferentes, há uma linha condutora entre aquilo que todos pretendem, como ideal. A equidade, igualdade e oportunidades, embrulhadas no termo «justiça social», a necessidade de boa gestão de recursos, as vantagens do ensino, a importância do conhecimento, do saber, o poder embrutecedor do mau uso da televisão, da Internet e, em geral, da comunicação social, o significado da desigualdade do saber, mais do que do dinheiro, estão a constituir um conjunto de factores que, segundo certas ópticas, são pequenas revoluções tecnológicas, culturais, de trabalho e de relacionamento que, depois de amadurecidas e coordenadas por um ideólogo, podem constituir a grande revolução social do século XXI tal como o foi a Revolução Francesa em fins do século XVIII.

Mais do que o fosso entre ricos e pobres, tomará forma mais marcante o fosso que separa os dotados de capacidade de aprender e aqueles que não dominam a arte do conhecimento e que, por isso, lutam com dificuldade de relacionamento com os primeiros.

A este propósito, valerá a pena ler o artigo do DN a seguir transcrito.

Já que falam de igualdade

Pedro Lomba, jurista

Caros senhores políticos da esquerda e da direita, Nos próximos tempos, até às eleições, vamos ouvir-vos falar muitas vezes de igualdade. Os que estão à esquerda vão querer amarrar Sócrates e têm aí o Relatório da União Europeia que mostrou Portugal no fim dos países onde a riqueza é mais mal distribuída. Os que estão à direita irão argumentar que a justiça social precisa menos de retórica do que de um Estado eficiente na gestão dos recursos. A probabilidade de uns e outros pegarem no tema com discursos obsoletos, os primeiros em 1974 e os segundos a reagir a 1974, é elevada. Antes que venham com as vossas receitas, há talvez algumas coisas em que devem pensar.

Vivemos a época mais igualitária que Portugal e o mundo alguma vez conheceram. No século XIX, era preciso ter dinheiro para votar, quando não para existir. No século XX, era preciso ter dinheiro para estudar. No século XXI, partimos de uma situação mais confortável. Um ensino predominantemente público expandiu as hipóteses de aprendizagem e ascensão para aqueles que o usam bem. Uma economia privada permite que os mais talentosos e esforçados triunfem. A maioria de nós é exposta desde cedo ao mesmo tipo de estímulos, da televisão e da Internet, respondendo, para o mal e para o bem, com normas de comportamento mais ou menos idênticas.

Ao mesmo tempo, as coisas estão a mudar todos os dias. Estamos a passar por uma série de revoluções tecnológicas, laborais e culturais que tornam a vida muito mais difícil para os que não aprendem e não se adaptam. Vivemos uma era em que a informação é abundante e circula depressa, em que muita coisa acontece em simultâneo, em que a diferença entre o que sabemos e não sabemos pode acabar por ser decisiva.

Neste tempo, a grande desigualdade não é financeira, entre os que têm mais e os que têm menos, mas cultural e de conhecimento. Os estudos mostram que aqueles que tiram bons cursos superiores têm melhores empregos do que os outros. Os estudos mostram que há uma nova elite culturalmente apetrechada que só se relaciona com outras elites culturalmente apetrechadas.

Na era cognitiva, como lhe chamou o fantástico colunista do New York Times David Brooks, precisamos de tratar a sério do conhecimento e do modo como as pessoas interagem umas com as outras a aplicar esse conhecimento. Precisamos de combater o abandono escolar para diminuir o fosso entre os educados e os não educados. Precisamos de pensar na informação como um novo espaço para políticas que permitem às pessoas mais oportunidades de usar os seus méritos.

O nosso tempo dispensa que desenterrem as velhas políticas igualitaristas e redistributivas que só criam uma falsa segurança num mundo cada vez mais exigente. Lembrem-se: são as oportunidades.

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