A memória é um sótão atravancado de objetos inúteis,
onde tanto desejaríamos encontrar aquelas coisas perdidas que
- de tão perdidas -
já nem sabemos mais o que sejam...
Voa um par de andorinhas, fazendo
verão.
E vem uma vontade de rasgar velhas cartas,
velhos poemas, velhas contas recebidas.
Vontade de mudar de camisa,
por fora e por dentro... vontade...
Para quê esse pudor de certas palavras?...
Vontade de amar, simplesmente.
...Todas as manhãs o aeroporto em frente ......me dá lições de partir. ......Hei-de aprender com ele ......A partir de uma vez ......– Sem medo, ......Sem remorso, ......Sem saudade.
Que esta minha paz e este meu amado silêncio Não iludam a ninguém Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios Acho-me relativamente feliz Porque nada de exterior me acontece... Mas, Em mim, na minha alma, Pressinto que vou ter um terremoto!