Já aqui falei dela. É preciso conhecer a Gracinda porque qualquer descrição fica muito aquém da personagem. É uma artista plástica com forte cotação no mercado e grande talento. É uma pessoa delirante, imparável, de uma criatividade e energia invejáveis. É simpática, afável, generosa, divertida. E escreveu-me a dizer que faz neste fim de semana mais um dos seus "ateliers abertos" para partilhar experiências e... (por que não?) promover a venda de criações suas ("O Natal também é Arte", diz ela no seu mail) que darão excelentes presentes de Natal. Porque isto de os artistas viverem do ar que respiram é pura poesia...
A sua mais recente criação esteve exposta na FAC (Feira de Arte Contemporânea), em Lisboa, há duas semanas e chama-se "Corpus Meum".
A respeito desta fase da sua obra, cito (do seu blog):
Liberdade
A mão do ser Humano, com um dedo oposto - o polegar - foi uma aquisição evolutiva extremamente importante, pois deu um poder de defesa e capacidade de modificar o meio ambiente...permitindo até pintar!
Justamente, são as mãos o meu principal instrumento na pintura, há mais de 30 anos.
Um dia, deixei de SENTIR AS MÃOS!
Experimentei várias sensações........até à ausência delas e achei que não tinha mãos!
Em finais de Novembro de 2004, fui submetida a uma intervenção cirúrgica à mão esquerda.
A cirurgia foi a libertação do nervo mediano, ou um corte do ligamento anelar anterior do carpo.
Pois! A libertação do nervo!... Mas não a minha! Penei todo este tempo, até que em Agosto de 2007 dou por mim a fotografar a mão esquerda com a mão direita, pois é dela que se trata neste trabalho.
Recorri às novas tecnologias e acrescentei pontos eléctricos luminosos.
Imperceptíveis no primeiro olhar, representam os choques que senti, por cada nervo a ser libertado. A libertação de cada um passa por essa ausência de contornos, de amarras, de realidades, de barreiras.
espaço
E assim é a Gracinda Candeias. Já aqui disse uma vez que vale a pena conhecer a mulher e a obra. Vai mais uma vez valer a pena passar pelo atelier dos Coruchéus, este fim de semana, para partilhar as experiências do Corpus Meum... e dos scones que ela já nos prometeu. A verdade é que, scones à parte, e já que não estava em Lisboa no fim de semana em que decorreu a FAC, estou morta de curiosidade para conhcer esta nova fase da Gracinda. Não vou faltar.