Identification of microsatellite loci in olive (Olea europaea) and their characaterization in Italian and Iberian olive trees
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Etiquetas: Artur Machado, Biotecnologia, Duarte Mendonça, oliveira
Este blog é da responsabilidade do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores e pretende dar conta das actividades desenvolvidas ao longo de 2006 - Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, bem como das actividades realizadas na mesma área temática,ou não, nos anos posteriores.
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Por outro lado, segundo Francisco Branco, a mosca-da-azeitona mostrou-se uma das pragas mais preocupantes para a sua produção. “Este ano perdemos um pouco por causa da mosca-da-azeitona. Além disso, outras pragas manifestaram-se como o caruncho, a lagarta, as térmitas e o cancro da oliveira”, revela ao nosso jornal. E continua: “A minha colheita foi feita até finais de Setembro, o que não acontecia antigamente, era muito mais tarde, em Outubro”.
Em números, o produtor do Porto Martins, no ramo desde a década de 80, revela que a quantidade de azeitonas sofreu uma diminuição na ordem dos 10 por cento, embora este ano tenha havido um acréscimo de 40 por cento na produção comparando ao ano anterior. Um número que no seu entender poderia ter sido muito superior. “Infelizmente é necessário a utilização dos pesticidas, caso contrário seria difícil colher azeitonas em bom estado. Precisávamos de um químico que afastasse a mosca em definitivo”, sugere.
Na área de cultivo de Francisco Branco, chamada “O Mato do Ti’ Manuel Branco”, existem três variedades de oliveiras, a cobrançosa, a cordovil e, atingindo a maioria, a galega, que originam a azeitona preta, escoada na ilha Terceira. A sua quinta, localizada na freguesia do Porto Martins, recebe com frequência a visita de alunos das escolas básicas para conhecer e aprender o cultivo, a história e a produção das azeitonas. Práticas desenvolvidas entre as crianças que o olivicultor considera determinantes para dar continuidade à tradição.
“As escrituras desta propriedade remontam a 1932 e 1934, pois era dividida em duas. Herdei esta actividade do meu pai e espero que os meus filhos e netos prossigam com o trabalho até agora desenvolvido”, confessa.
Recuando no tempo, desde 1985 que não se verifica uma grande produção de azeitonas idêntica às que haviam na década de 50, considerado o período áureo no Porto Martins. Mas mais antigas revelam-se algumas árvores, que segundo Francisco Branco se situam entre os 150 e 170 anos de idade.
O cultivo da oliveira, introduzida nos Açores pelos primeiros povoadores, requer trabalho e dedicação, durante todo o ano, que para este olivicultor significam “vida” e “amor”.
Actualmente existem cerca de 35 olivicultores no Porto Martins com produções para venda e auto-consumo.
Novas pragas
Contactado pelo nosso jornal, David Horta Lopes, do Departamento de Ciências Agrárias do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores revela que para além destas pragas existe o algodão-da-oliveira, uma outra nova que apareceu este ano. “Trata-se de uma psila que é muito abundante no Continente mas que apenas foi identificada no Porto Martins este ano, em Junho, afectando a mancha de oliveiras que ali existe”.
A origem da mosca-da-oliveira e o seu aparecimento anual, por vezes com níveis populacionais elevados, segundo o professor da Universidade -Centro de Biotecnologia dos Açores, surge como consequência dos frutos infestados que caem no solo.
“Este ano, em Setembro, foram capturados perto dos 2000 adultos em apenas seis parcelas que estamos a monitorizar. Estas populações provem do facto de parte dos frutos caírem para o solo infestados com larvas desta mosca no seu interior, e servirem de material para assegurar da existência e viabilidade de populações futuras desta praga”, sustenta.
No Continente os maiores problemas da oliveira são causados pela praga da “traça-da-oliveira” e a “gafa”, esta última uma doença que não existe nos Açores.
Este ano as condições climatéricas foram “óptimas” para o desenvolvimento da oliveira, razão pela qual a produção tenha aumentado e para que se registe um adiantamento nas colheitas da azeitona. “Isso leva a um avanço no desenvolvimento dos diferentes estados fenológicos da cultura, diferentes fases desde o aparecimento de novas folhas e gomos florais até à floração e formação do fruto”, explica David Horta Lopes, acrescentando que “Já em 2003, como o nosso clima tem um Inverno ameno e a temperatura é mais ou menos constante ao longo do ano, se registava um adiantamento de cerca de um mês em relação à colheita no continente”.
Estudos da UA
Segundo David Horta Lopes, a Universidade dos Açores (UA) realizou, em 2003, um trabalho de estágio em oliveiras “pioneiro na identificação e monitorização dos problemas fitossanitários que afectam a produção da mancha olivícola do Porto Martins”. Esse trabalho, retomado em 2008, em colaboração com os Serviços de Desenvolvimento Agrário da Terceira (SDAT), consiste no “acompanhamento de seis parcelas seleccionadas dentro de toda a mancha, a diferentes cotas altimétricas, onde foram observados e monitorizados a traça, mosca, algodão, tripes e cochonilhas, quinzenalmente, através da colocação de armadilhas com atractivo alimentar e feromona sexual”, especifica o professor.
Na monitorização da mosca foram inclusive realizados testes de diferentes tipos de armadilha e atractivos alimentares, sendo que foram também avaliados os prejuízos causados pela mosca através da recolha de frutos no início e maior altura da colheita. Dados que, de acordo com David Horta Lopes, permitiram já determinar a curva de voo da mosca para este ano e definir o mês de Setembro como a altura de registo do maior pico populacional da mosca. “Pretendemos com este estudo ajudar o olivicultor do Porto Martins na definição da oportunidade de tratamento desta praga e mostrar-lhe que existem outros meios de protecção capazes de lhe dar essa informação e limitar esta praga para além dos químicos numa perspectiva de trabalho que se denomina de protecção integrada”, conclui.
(In Sónia Bettencourt - A União)
Etiquetas: agricultura, David Horta Lopes, oliveira, Porto Martins, pragas, protecção de plantas