Deu-me hoje uma súbita saudade do Inverno. Uma pontada saudosista da chuva fria, inclinada pelo vento forte, os assobios das ruas cinzentas. Vontade de ver os telhados das casas orvalharem como plantas chorosas e quebrarem o horizonte em tons de um cimento mesclado, um cinzento húmido.
Deu-me hoje uma espontânea vontade do bom Inverno, aquele invernoso a valer, do quente apenas da luxúria, quente somente dos beijos, quente tão-só de corpos dormentes em vestes rigorosas, vestes pesadas. Os colarinhos subidos, as palavras roucas, as golas altas. As cores mortas e as vontades perto disso. Botas em poças de água, poças de chuva e poças para a chuva! Inexplicavelmente, apetece-me provar o casaco comprido e soltar o cabelo para não ter frio nas orelhas também. Sim, apetece-me sentir frio nas orelhas, no fundo das costas quando me sento e me sobem as camisolas, quais colarinhos, também eles subidos, barreando o vento forte, a chuva inclinada - poças para o vento!
E porque o sol fosco lá fora me atrapalha a vista, hoje abateu-se em mim o gosto pelo chocolate quente nos lábios gretados do frio, cieiro nos nós dos dedos e cotovelos crespados sob vestes rigorosas, pesadas vestes. E hoje fui apenas uma voz saudosista e rouca da chuva fria, inclinada pelo vento forte, assobiando nas ruas cinzentas, mescladas e húmidas. Hoje fui apenas um sopro súbito das cobertas quentes, a luxúria que o calor emana, senhor e rei.
Deu-me hoje uma espontânea vontade do bom Inverno, aquele invernoso a valer, do quente apenas da luxúria, quente somente dos beijos, quente tão-só de corpos dormentes em vestes rigorosas, vestes pesadas. Os colarinhos subidos, as palavras roucas, as golas altas. As cores mortas e as vontades perto disso. Botas em poças de água, poças de chuva e poças para a chuva! Inexplicavelmente, apetece-me provar o casaco comprido e soltar o cabelo para não ter frio nas orelhas também. Sim, apetece-me sentir frio nas orelhas, no fundo das costas quando me sento e me sobem as camisolas, quais colarinhos, também eles subidos, barreando o vento forte, a chuva inclinada - poças para o vento!
E porque o sol fosco lá fora me atrapalha a vista, hoje abateu-se em mim o gosto pelo chocolate quente nos lábios gretados do frio, cieiro nos nós dos dedos e cotovelos crespados sob vestes rigorosas, pesadas vestes. E hoje fui apenas uma voz saudosista e rouca da chuva fria, inclinada pelo vento forte, assobiando nas ruas cinzentas, mescladas e húmidas. Hoje fui apenas um sopro súbito das cobertas quentes, a luxúria que o calor emana, senhor e rei.
Só estou bem onde não estou e não sei bem onde isso fique.
hoje também tive saudades do inverno, mas isso foi por estar a arrumar as camisolas grossas :b
ResponderExcluir(HEY! I love you :D)
Poças para a chuva! Poças para o vento! que tanto adoro e deixam saudade. E, minha Joaninha, nunca mais me olhes a pensar "és doida", quando digo como gosto do Inverno xD Mas, para já, venham os bons dias, as frescas aragens - deliciosas pelo leve sabor - e o calor ardente - bem-vindo na praia e praguejado nas horas em que se tenta adormecer.
ResponderExcluirPoças para a tua escrita! @
O sítio onde num estás é já ali :o) mas num vale ir para lá porque se não este passa a ser o sítio onde não estás :o)
ResponderExcluirEu prefiro o inverno ao verão. Gosto muito de lareira :o))
Boa semana :o)
Saudade do inverno??? nem por isso! fogo, vou pa praia em dezembro nao?
ResponderExcluirLi este texto a imaginar-te à janela, a olhar para a chuva, e a cada gota estavas tu de olhos postos no calor desse Inverno.
ResponderExcluirMas agora tens uns meses de raios de sol intensos, e vai haver poucos dias de chuva.
se sonhasses o quanto eu odeio, ODEEEEEEEEEEIO pingar transpiração e as saudades, as SAUDAAAAAAAADES que tenho do gélido Inverno nessas alturas (...)
ResponderExcluirEu não tenho saudades... nenhumasssss
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