sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Música de Computador vol.4
Terminando as pendências do ano, aí vai o quarto volume da série.
Esse disco está um pouco mais lo-fi do que os outros, tem uns trechos experimentais, mas na sua maioria são músicas até bonitinhas (na medida do possível).
Toda a coleção requer uma certa persistência do ouvinte, especialmente no que diz respeito ao timbre das obras. Não espere nada que tocaria no rádio.
Dito isso, ouve quem quer:
Música de Computador vol.4 (2013)
O próximo deve sair em breve, é um pouco mais agitado e bem diferente desse.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
arqueologia musical
Escavando velhos HDs, encontrei uma penca de arquivos de composições pré-históricas, experimentos sonoros e primeiras tentativas de gravação em midi. Achei que dariam um bom contraponto à série Música de Computador, apresentando os primórdios dessa onda torta e solitária que, apesar de estimulante, me impulsiona a tocar de verdade, com outros seres humanos. De qualquer forma, uma parcela importante da minha "formação" enquanto músico obscuro, mas esforçado. E de alto valor sentimental, vá lá. Chuif.
Para os bravos:
Música de Computador - Early Works vol.1 (2002-2008)
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Stravinsky, música e processo criativo
Prosseguindo na leitura do livro Poética Musical em 6 lições - transcrição de uma série de palestras de Stravinsky na universidade de Harvard em 1939, traduzido por Luiz Paulo Horta -, achei de bom tom compartilhar outros trechos, que tratam desde o processo criativo da composição musical (ou de qualquer outra área) à crítica especializada, além da performance versus a reprodução mecânica, tema já abordado nesse post sobre um texto de Charles Rosen.
Grande parte das considerações do texto, a meu ver, não se aplica exclusivamente à música.
Stravinsky discorre sobre a feitura da arte em geral, e mais especificamente da música, colocando a inspiração em seu devido lugar, como consequência de um envolvimento anterior com o fazer. Defende a importância de regras particulares, limitações auto-impostas para a amplificação da liberdade criadora, e desdenha da aura sobre-humana delegada à figura do artista. É interessante notar, também, a preocupação que ele demonstra com a passividade do ouvinte gerada pelo "excesso de informação" com a difusão musical via rádio, em detrimento da educação musical, isso há mais de 70 anos.
Grande parte das considerações do texto, a meu ver, não se aplica exclusivamente à música.
Stravinsky discorre sobre a feitura da arte em geral, e mais especificamente da música, colocando a inspiração em seu devido lugar, como consequência de um envolvimento anterior com o fazer. Defende a importância de regras particulares, limitações auto-impostas para a amplificação da liberdade criadora, e desdenha da aura sobre-humana delegada à figura do artista. É interessante notar, também, a preocupação que ele demonstra com a passividade do ouvinte gerada pelo "excesso de informação" com a difusão musical via rádio, em detrimento da educação musical, isso há mais de 70 anos.
É longo, mas vale a pena.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
T.O.C.
tenho mania de ler os meus textos traduzidos porcamente pelo google
rever possibilidades de interpretação
e significados ocultos
ouvir as minhas gravações aceleradas, ao contrário, do avesso
em outros tempos e outros tons
enxergar tudo por todos os lados
rever possibilidades de interpretação
e significados ocultos
ouvir as minhas gravações aceleradas, ao contrário, do avesso
em outros tempos e outros tons
enxergar tudo por todos os lados
domingo, 1 de dezembro de 2013
todos na rua, 2ª edição
Para além do velho papinho de que não há espaço para se tocar no Rio de Janeiro, ou de que nada acontece fora dos parcos holofotes do independente legalizado e bonitinho new-mpb, ou do experimentalismo hermético (isso sem mencionar o samba, o mainstream-mainstream, o funk e o radinho de pilha), o Todos na Rua explora o caminho do meio e mostra a cara de uma cena rock quase invisível - mas com fiéis apreciadores -, no Rio de Janeiro, sem o aval de ois efe-emes, deques discos, estúdios erre-jotas, circos voadores ou de pautas no segundo caderno (nada contra, não é esse o ponto).
A Transfusão Noise Records, em 10 anos de estrada e mais de 60 discos no catálogo - muitos deles inteiramente gravados no Interstellar Lo-fi, o lendário estúdio em um pequeno quarto em São João de Meriti -, conta com uma infinidade de bandas em seu elenco e promove, nesse domingo, a segunda edição desse evento com palco ao ar livre e entrada franca. No melhor estilo faça-você-mesmo, independente de apoio governamental, de casas de show, patrocinadores, modinhas ou qualquer mídia tradicional; depende-se aqui, exclusivamente, das condições meteorológicas, da vontade do público, e do suor e equipamentos das próprias bandas. Na raça, fera. O evento traz muita música e boas vibes para os ares abandonados do domingo no Saara, pertinho da Praça Tiradentes.
Quem for, verá.
domingo
08/dez, 14h
Todos na Rua / Transfusão Noise Records
Rua Luis de Camões esquina com Gonçalves Lêdo
(próximo à praça Tiradentes)
Centro
Rio de Janeiro (RJ)
poética musical
Vivemos um período em que a condição humana passa por profundas transformações. O homem moderno vem perdendo progressivamente a sua compreensão dos valores e o seu senso de proporções. Essa inaptidão para entender realidades essenciais é extremamente séria, levando de modo infalível à violação das leis fundamentais do equilíbrio humano. No domínio da música, as consequências desse equívoco são as seguintes: por um lado, existe a tendência de afastar o espírito do que chamarei de alta matemática da música, de modo a degradá-la a uma utilização servil, de vulgarizá-la adaptando-a às exigências de um utilitarismo elementar - como logo veremos ao examinar a música soviética. Por outro lado, como o próprio espírito está enfermo, a música de nosso tempo, especialmente a música que advém de si mesma e que se crê pura, traz com ela os sintomas de um defeito patológico, e espalha os germes de um novo pecado original. (...)
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