Mais uma vez, o Estado assassino e terrorista de Israel desrespeita as leis internacionais, os direitos humanos e age pela violência e pela morte. Destaque na mídia mundial hoje, o ataque israelense contra navios de ajuda humanitária que buscavam amenizar o sofrimento do povo palestino. O sequestro dos navios e a morte de civis aconteceu em águas internacionais.
ISRAEL ATACA CIVIS EM MISSÃO HUMANITÁRIA
do portal Vermelho
As Forças Armadas israelenses atacaram nesta segunda-feira a “Frota da Liberdade”, integrada por 750 pessoas em seis embarcações, que se dirigia a Gaza para prestar solidariedade à população palestina. A frota humanitária pretendia entregar mais de 10 mil toneladas de suprimentos na Faixa de Gaza. Segundo a TV israelense (Canal 10), no mínimo 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no ataque.
O porta-voz do Exército israelense, general Avi Benayahu, afirmou que o ataque aconteceu em águas internacionais. "O comando agiu em alto mar entre 4h30 e 5h, a uma distância de 70 a 80 milhas (130 a 150 km) de nossa costa", afirmou o general à rádio pública.
Segundo a imprensa israelense, as autoridades militares tinham duas opções: uma intervenção em alto-mar contra a pequena frota ou uma abordagem quando os barcos entrassem no limite de 20 milhas. Acabaram escolhendo a primeira.
Em entrevistas coletiva, o número dois do Ministério das Relações Exteriores israelense, Daniel Ayalon, destacou que seu país "fez todo o possível para deter" a frota, mas seus integrantes "responderam inclusive com armas".
Ayalon fez vagas acusações de que ativistas da frota estavam armados e que alguns deles mantinham relações com “organizações terroristas internacionais", como a rede Al Qaeda.
ANP
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nos territórios palestinos devido ao ataque. Em comunicado emitido na Cisjordânia, por meio da agência oficial palestina "Wafa", Abbas não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel.
"O que Israel cometeu contra os ativistas da 'Frota da Liberdade' é um massacre", disse Abbas. Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de "crime contra a humanidade, já que foram atacados ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda".
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, leu diante das câmaras um comunicado no qual assegura que "nada pode justificar" o "crime" cometido hoje por Israel. "Esse crime reflete mais uma vez a falta de respeito de Israel pelas vidas de civis inocentes e pelo direito internacional", acrescentou.
Um dos principais assessores de Abbas, o chefe negociador palestino Saeb Erekat, qualificou o ocorrido de "crime de guerra" que "confirma que Israel age como um Estado acima da lei". Ele pediu uma resposta "rápida e apropriada" da comunidade internacional.
"Eram embarcações civis, que levavam civis e bens civis - remédios, cadeiras de rodas, comida, materiais de construção - para os 1,5 milhão de palestinos fechados por Israel. Muitos pagaram com suas vidas. O que Israel faz em Gaza é horrível, nenhum ser humano esclarecido e decente pode dizer algo diferente", apontou Erekat.
O chefe do governo em Gaza do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, qualificou o ataque como "brutal" e convocou um Dia da Ira, ou seja, que os palestinos tomem as ruas em protesto pelas mortes.
Ele pediu à "comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, que ajam o mais rápido possível para proteger os navios e os ativistas e pôr fim ao bloqueio" que Israel mantém sobre Gaza há anos com a cooperação do Egito.
Além disso, pediu a Abbas que suspenda "imediatamente" o diálogo entre israelenses e palestinos com mediação dos Estados Unidos. Representantes da comunidade palestina com cidadania israelense convocaram para amanhã uma manifestação geral.
Repercussão
As mortes dos ativistas envolvidos na expedição de ajuda aos palestinos teve repercussão internacional. O governo do Paquistão condenou o uso de "força descarada" por parte de Israel contra uma "missão humanitária" que se dispunha a fornecer ajuda humanitária aos palestinos de Gaza.
O Ministério de Assuntos Exteriores da Turquia reagiu duramente ao ataque e, em comunicado, afirma que o governo israelense terá que enfrentar as consequências por seu comportamento.
O governo turco diz que o Exército israelense usou a força contra um grupo de ajuda humanitária, que inclui "idosos, mulheres e crianças" que viajam nos navios, o que considerou "inaceitável".
O Ministério de Assuntos Exteriores da Grécia iniciou um mecanismo de gestão de emergência com um telefone à disposição dos familiares dos gregos que estão na "Frota da Liberdade", pois três dos navios que a compõem procedem deste país.
Yanis Maistros, porta-voz em Atenas da seção grega da iniciativa, declarou que "os navios foram sequestrados"; e que "receberam disparos a partir de lanchas e helicópteros israelenses quando estavam navegando em águas internacionais, próximas ao litoral israelense".
Assim como os gregos, a comunidade europeia também reagiu ao incidente. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje às autoridades israelenses uma "investigação completa" sobre o ataque à "Frota da Liberdade".
O Líbano pediu a convocação do Conselho de Segurança da ONU. O Irã qualificou o ataque como desumano. O Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha classificou o ataque como um fato inaceitável. O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner disse que nada justifica o uso de tal violência.
O ataque também mereceu enérgica condenação da Organização da Conferência Islâmica.
A “Frota da Liberdade” foi a segunda tentativa de romper o bloqueio à Faixa de Gaza, imposto por Israelo desde 2007. Entre o final de 2008 e o início de 2009, Israel realizou um massacre àquele território palestino, que deixou cerca de 1500 mortos.
O ataque revela o terrorismo de Estado de Israel e demonstra que o país não pretende permitir a libertação do povo nem a criação do Estado palestino.
Para o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu Alemão, o ataque revela o verdadeiro caráter do governo de Israel que mantém uma ocupação a ferro e fogo do território palestino. Ele afirmou ainda que além de uma ação pacífica, a Frota da Liberdade tinha um significado simbólico. “O PCdoB se solidariza com as famílias das vítimas e se soma à denúncia contra o governo sionista de Israel”.
Site da Missão Humanitária aqui.
BRASILEIRA ESTAVA NA FROTA ATACADA
informações da BBC Brasil
Uma amiga da brasileira Iara Lee enviou nesta segunda-feira uma carta ao Itamaraty em que solicita o apoio do governo brasileiro na busca por informações sobre a cineasta, que havia decido participar da frota de ajuda humanitária a Gaza atacada pelo exército israelense.
Lee teria relatado por telefone a colegas no Brasil, na noite de domingo, que as embarcações já estavam cercadas e que o clima era "de medo" entre as pessoas a bordo.
"Falamos com ela ontem (domingo) à noite. Ela contou que os navios estavam cercados pelo Exército de Israel e o tom dela era de medo e tensão", disse à BBC Brasil a professora da USP Arlene Clemesha.
Segundo Arlene, esse foi o último contato com Iara. A cineasta vinha utilizando o Facebook para fazer comentários sobre a viagem e, algumas vezes, usava um celular via satélite.
Motivos
Com a confirmação do ataque israelense, a professora da USP decidiu enviar uma carta ao Itamaraty, solicitando o apoio do governo brasileiro na busca por informações sobre a brasileira.
No último contato, Iara teria ainda dito a Arlene que as pessoas a bordo já estavam tentando planejar "alguma estratégia" para o caso de serem atacados.
"Ela falou que há idosos e crianças nas embarcações. E que uma ideia seria tentar empurrar os soldados israelenses para o mar", disse a professora da USP.
Em uma carta-depoimento escrita antes da viagem, a cineasta relatou os motivos que a levaram a participar da expedição humanitária.
"Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também".
"Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não violentas, que chamam atenção ao bloqueio, são indispensáveis esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo. Simplesmente não há justificativa para impedir que cargas de ajuda humanitária alcancem um povo em crise", acrescentou a cineasta, que teria aproxidamente 48 anos.
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Mais uma vez, o governo israelense tem a cumplicidade do governo estadunidense. Seus dinheiros, amigos, justificam qualquer arbitrariedade e mortes. A Casa Branca disse que os Estados Unidos “lamentam profundamente” a perda de vidas e indicou que espera saber mais detalhes sobre as circunstâncias do ocorrido, mas não condenou o ataque de Israel.