segunda-feira, novembro 29, 2010

Portugal e o euro.


No período 1992-2001, a taxa média anual de crescimento económico na Zona Euro foi de 2,1% enquanto que em Portugal foi de 2,9%.
Com a nossa entrada no euro em Janeiro de 2002, com os Pactos de Estabilidade, com os “ajustamentos” da nossa economia aos desígnios da EU, deu-se precisamente o inverso. Portugal passou a decrescer mais do que a EU. Entre 2002 e 2009, a média das taxas de crescimento na Zona do Euro baixou para 1%, mas a de Portugal desceu mais ainda, para apenas 0,4%.
As previsões do FMI para o período 2010 -2015 revelam que este declínio vai continuar. Segundo o FMI a média das taxas anuais de crescimento anuais no período 2010-2015 será de 1,4% na Zona do Euro e de somente 0,8% em Portugal.

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"o pai dos mercados"

Desta forma, entendem-se, no artigo 200º do Cód.VM, por mercados regulamentados
aqueles que:

(a) funcionem regularmente;

(b) obedeçam a requisitos iguais ou similares aos fixados para os mercados de bolsa em especial no que respeita à (i) prestação de informação; (ii) à admissão dos membros do mercado e dos valores mobiliários à negociação; e (iii) ao funcionamento do mercado;

(c) Sejam autorizados, a pedido da entidade gestora, por Portaria do Ministro das Finanças, ouvida a CMVM.

A Portaria do Ministro das Finanças n.º 1183/99, de 4 de Novembro concedeu ao MEDIP (Mercado Especial de Dívida Pública), por solicitação da MTS – Portugal e ouvida a CMVM, a qualidade de mercado regulamentado destinado à negociação por grosso de valores mobiliários representativos de dívida pública portuguesa.

Fernando Teixeira dos Santos
Presidente da CMVM
9 de Julho de 2001

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chantagem económica
Porque os países estão endividados, o FMI e o Banco Mundial podem obrigá-los (é uma espécie de chantagem económica) a reorientar de modo “apropriado” sua política macroeconómica conforme aos interesses dos credores internacionais .
(ERIC TOUSSAINT).

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domingo, novembro 28, 2010


A rendição de Obama aos super-ricos

Ninguém protestou realmente quando o presidente e seu assessor David Axelrod soltaram um balão de ensaio nas últimas semanas, insinuando que os cortes de impostos de Bush para os 2% mais ricos vão se prolongar “somente” durante os próximos dois anos. Para todos os efeitos, o eufemismo “durante os próximos dois anos” significa, na verdade, para sempre – ou ao menos o tempo suficiente para que os super-ricos tenham tempo de mobilizar os recursos necessários e financiar os Republicanos necessários, para que estes, uma vez eleitos, façam dos cortes algo permanente.

Privilégios para 2% da população
É como se Obama estivesse fazendo campanha para sua própria derrota. Graças em grande parte ao resgate de Wall Street no valor de 13 bilhões de dólares – enquanto a dívida dos EUA seguia crescendo para o resto dos 98% mais pobres do país. Este agraciado sector de 2% da população recebe agora aproximadamente três quartos de todos os dividendos que produz a riqueza nacional (entre lucros, rendas e ganhos de capital). Isso é quase o dobro do que recebiam uma geração atrás. Enquanto isso, o resto da população é chamado a apertar o cinto, com montes de hipotecas em via de execução que estão deixando muita gente sem suas casas.

Baudelaire brincava dizendo que o diabo ganha justamente no momento em que consegue convencer a todos de que ele não existe. As elites financeiras de hoje vão ganhar a guerra de classes no momento em que conseguirem convencer o eleitor de que não existe tal guerra. E Obama está tratando de ajudar-lhes.

Trata-se da velha demagogia desavergonhada. Chegou o momento em que se deveria acabar com as isenções fiscais para o sector financeiro. Mas Obama vai em frente e pretende-nos convencer de que “dois anos mais” vão nos ajudar a sair desta crise creditícia. Mas os planos dos Republicanos são avançar no Congresso e no Senado em 2012, na medida em que os eleitores de Obama vão optando por ficar em casa, como fizeram no início de Novembro. Assim que “dois anos” significa, em termos políticos, para sempre. Por que votar em um político que promete “mudanças”, mas logo transforma essa promessa em uma mera exclamação, que na verdade segue com as políticas de Bush e Cheney no Afeganistão e no Iraque e também as do Wall Street’s Democratic Leadership Council, da ala direita de seu partido? Depois de tudo, um dos líderes desse Conselho foi precisamente Joe Lieberman, o mentor de Obama no Senado.

O peixe grande come o peixe pequeno
O axioma político que está operando aqui é “o peixe grande come o pequeno”. Com a chegada das vacas magras não há arrecadação suficiente para seguir inchando as fortunas dos super-ricos e, ao mesmo tempo, pretender dispor de recursos suficientes para pagar as pensões e os auxílios sociais prometidos tanto aos cidadãos estadunidenses quanto aos europeus. Alguém tem que ceder e os ricos demonstraram ser bastante espertos para tomar a iniciativa. Para ter uma visão antecipada do que vai acontecer nos EUA, fixem-se na luta da Europa neoliberal desencadeada contra a classe média e trabalhadora na Grécia, Irlanda ou Letônia.
(Michael Hudson - New Economic Perspectives)

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sexta-feira, novembro 26, 2010

o "polícia bom"


Mais do que a defesa dos súbditos alemães o que Angela Merkel procura, é salvaguardar os interesses dos bancos alemães principais compradores da dívida pública portuguesa.
Por detrás das piedosas advertências há sempre o frio calculismo dos interesses económicos particulares.
Angela Merkel está longe de ser o "polícia bom" da EU.
Na lógica da "globalização", a Alemanha não faz mais do que qualquer um dos paises com superavits nas suas balanças de transacções correntes - compram a dívida dos paises para financiarem as suas exportações.

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Londres
Rio, Brasil
james Mcmullan

quarta-feira, novembro 24, 2010

pagar pelos outros


Os trabalhadores portugueses não são responsáveis:

Pela especulação financeira responsável pela crise em que vivemos.
Pela criação no mundo financeiro de produtos titularizados de dívida e exotéricos derivados.
Pela uso que as instituições financeiras fizeram dos depósitos, quando na expectativa de ganâncias elevadas utilizaram tais depósitos e múltiplos empréstimos na compra daqueles tóxicos produtos financeiros.
Pela deficiente regulação das empresas de ratting que atribuíram classificações ao sabor das conveniências dos seus clientes.
Pelas verbas astronómicas cedidas às instituições financeiras pelo governo responsáveis pelo agravamento catastrófico do Défice Público.
Pela criação de múltiplos organismos parasitários do Estado, que devoram sem qualquer benefício para a comunidade uma verba de cerca de 10% do PIB.
Pela corrupção instalada a todos os níveis na administração do Estado.
Pela má gestão generalizada do aparelho de Estado.

Não os obriguem a pagar os erros dos outros.

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terça-feira, novembro 23, 2010

Que futuro?


Não há sessão parlamentar nos últimos tempos em que os parlamentares socialistas não lancem este desafio às bancadas da oposição – os senhores criticam as nossas propostas mas infelizmente não apresentam uma outra qualquer solução alternativa. E na verdade não tem havido uma resposta convincente dos partidos parlamentares, do PC ao CDS, a este desafio. A oposição parece não ser capaz de objectivar uma alternativa credível que nos tire do atoleiro em que nos encontramos. Para desgraça dos cidadãos, o sistema político parece encontrar-se bloqueado e incapaz de forjar uma alternativa de desenvolvimento económico e social que dê esperança aos portugueses num futuro melhor. O que se diz é que os tempos futuros vão ser piores e austeros para todos. Os jovens de hoje irão viver uma vida mais difícil que os seus pais e os portugueses terão que se conformar com esta “realidade”.
Este negativismo dos governantes e economistas que os apoiam compreende-se. A situação económica e financeira de Portugal é demasiado grave. À crise internacional junta-se o despesismo corrupto institucional que devora todos os anos o equivalente a 10% do PIB. Os governantes, responsáveis e beneficiários directos deste despesismo parasitário, são naturalmente incapazes de alterar ou inverter convictamente o mundo obscuro, disfuncional, irracional, despesista em que se converteu todo o aparelho de estado. Por outro lado, como fiéis seguidores da “modernidade” neoliberal convertida como pensamento único na Europa comunitária, adoptaram este modelo económico que consideram como a única via de desenvolvimento. Torna-se assim compreensível, que os defensores deste “pensamento único”, fiéis às suas convicções, mas conscientes dos resultados desastrosos das políticas neoliberais responsáveis pela crise, sejam levados a considerá-las como fatalidade histórica inultrapassável a que nos teremos de habituar. Não admitindo diferentes políticas económicas que as velhas receitas neoliberais e confrontados com a crise que atravessamos tornam-se logicamente incapazes de qualquer visão optimista do futuro.
Uma resposta política as estas falácias tem que ser dado. Os portugueses terão que encontrar uma nova alternativa política fora do actual e bloqueado quadro partidário existente. Uma alternativa política com novas soluções não é apenas possível mas desejável e de inegável urgência.

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Barack Obama, é "o maior encantador de serpentes de todos os tempos".

Una manifestante ucraniana con los labios simbólicamente cosidos asiste a una manifestación en Kiev (Ucrania) este lunes. Más de cinco mil empresarios se han manifestado insultando al gobierno y los diputados en contra de la subida de impuestos aprobada en el Parlamento el pasado 19 de noviembre de 2010. (20 minutos)

Georgia o'keeffe

sábado, novembro 20, 2010

Lo de Lisboa, puro teatro


Lo de Lisboa, puro teatro
20 NOV 2010 09:45

Tarin Kot (Afganistán).- Sonrisas ante las cámaras, trajes de chaqueta y peinados de peluquería. La cumbre de la OTAN en Lisboa se ve, estando en Afganistán, como si se tratara de algo de otro mundo, a pesar de que lo que se habla allí es precisamente de este país. O al menos eso es lo que se dice, aunque a veces te entran serias dudas.
“La OTAN prevé que España ceda en 2012 el control de su provincia afgana”, “La OTAN confía plenamente que abandonará Afganistán en 2014”, “La Alianza Atlántica ve posible traspasar la seguridad a Afganistán antes de lo previsto” son algunos de los titulares sobre la cumbre que la prensa española ha publicado en las últimas horas.
Aquí, en Uruzgán, la provincia del sur de Afganistán en la que me encuentro y de donde Holanda empezó a retirar sus tropas en agosto, los policías y soldados afganos, que son los que en teoría deberán encargarse en solitario de la seguridad del país cuando las tropas internacionales se vayan, no tienen ni idea de que a más de seis mil kilómetros de distancia se está decidiendo que ellos tendrán que cargar con el muerto.
Ya ahora están pagando un alto precio: por ejemplo, entre enero de 2007 y octubre de 2008, el ejército afgano perdió 505 militares, y la policía, 1.215 agentes. Esta semana en Uruzgán tres policías más murieron como consecuencia de un artefacto explosivo.
“Cuando a finales de 2009, el presidente Obama fijó la fecha para el inicio de salida en julio de 2011 no se habían cumplido ninguno de los objetivos estratégicos de la intervención internacional en materia de seguridad, gobernanza y desarrollo, ni se habían conseguido los objetivos fijados en la de la estrategia de seguridad aplicada hasta entonces. El relevo, en lugar de culminar un proceso de transición, se ha convertido en la apertura del mismo”.
La ministra de Defensa, Carme Chacón, es miembro del patronato del Real Instituto Elcano. Así pues, ella sabe bien, como todos los asistentes a la cumbre de la OTAN, que lo de Lisboa es puro teatro porque nadie tiene ni idea de qué pasará en Afganistán.
(Mónica Bernabé, Elmundo)

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sexta-feira, novembro 19, 2010

A NATO e a guerra


Não sei de que regime de excepção se trata ou em que legalidade se apoiam as polícias e as autoridades nacionais, que lhes permite proibir a entrada em território nacional a cidadãos da comunidade europeia, pelo simples razão de trazerem consigo panfletos de carácter pacifista (material anti-NATO na linguagem oficial). Ao que parece, as autoridades nacionais estão deveras empenhadas em eliminar qualquer manifestação pacifista que venha a ocorrer nos dias da cimeira da NATO.
Manifestações pacifistas e apelos à paz, não são bem vistas nos dias que correm. Não se apercebem ou pouco lhes importa, que ao procederem assim, são as próprias autoridades que associam a NATO à guerra e a guerra à NATO.
Neste mundo globalizado de domínio quase absoluto do capitalismo selvagem, do capitalismo neoliberal, a Nato vai-se constituindo no seu braço armado, sempre pronta a impor pelas armas a sua vontade a qualquer país, em qualquer parte do mundo, desde que ouse ensaiar caminhos de desenvolvimento diferentes. É que, só a globalização responde aos anseios de uma elite mundial ávida de ganâncias sempre crescentes. O “novo conceito estratégico da NATO”, ao que se diz a cimeira de Lisboa irá definir, responderá seguramente a estes anseios.
Montaram e manipulam uma comunicação social “globalizada” que controlam a seu favor, pela mentira ou ameaça, sempre que o consideram indispensável. Recorde-se as mentiras com que justificaram a intervenção no Iraque ou o empolamento da ameaça do vírus da gripe A.
A poderosa indústria militar americana exige que os seus arsenais de armamento, acumulados ano a ano, sejam periodicamente esvaziados. As guerras, com alguma periodicidade nos últimos anos, justificadas em falsos pretextos e a qualquer preço, são uma necessidade intrínseca da poderosíssima industria militar. Depois do Afeganistão surgirão, um a um, a Coreia do Norte, o Irão ou a Venezuela, como potenciais novos conflitos. Mais tarde, e nesta mesma lógica, não será absurdo de todo imaginar uma terceira guerra mundial, tendo por inimigos os amigos de hoje.

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quinta-feira, novembro 18, 2010

Falar menos e trabalhar mais (III)



As 17 empresas cotadas no PSI-20 que já divulgaram os seus relatórios de gestão pagaram, no ano passado, 76 milhões de euros aos administradores executivos. Só os presidentes destas companhias receberam 17,3 milhões de euros entre salários fixos, bónus e prémios.
O 'campeão' das remunerações em 2009 foi António Mexia, presidente executivo da EDP, que auferiu um total de 3,1 milhões de euros. Destes, apenas 703 mil euros dizem respeito a salário fixo, já que o restante foi atribuído em forma de bónus anual - respeitante ao desempenho da empresa no ano anterior - e em prémios plurianuais.
Também Zeinal Bava, presidente executivo da Portugal Telecom, beneficiou de prémios plurianuais devido ao fim do mandato. O gestor recebeu 2,5 milhões de euros em 2009, dos quais um milhão de bónus é referente ao seu trabalho entre 2006/2008.
Na banca, Ricardo Salgado, presidente executivo do BES, é o mais bem remunerado ao receber um milhão de euros entre salário fixo e variável. Segue-se Fernando Ulrich, presidente do BPI, que auferiu 727 mil euros. Já Carlos Santos Ferreira, líder do BCP, fica em último lugar, com 650 mil euros.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Falar menos e trabalhar mais (II)


«Um jovem de 26 anos, sem currículo profissional nem formação de nível superior, foi contratado, em Dezembro, como assessor técnico e político do gabinete da vereadora Graça Fonseca na Câmara de Lisboa (CML). Remuneração mensal: 3950 euros ilíquidos a recibo verde. Desde então, o assessor - que estava desempregado, fora funcionário do PS e candidato derrotado à Junta de Freguesia de Belém - acumulou esse vencimento com cerca de 41.100 euros de subsídios relacionados com a criação do seu próprio posto de trabalho. Filho de um funcionário do PS que residiu até 2008 numa casa da CML com uma renda de 48 euros/mês, Pedro Silva Gomes frequentou o ensino secundário e entrou muito novo para os quadros do partido. Em 2006 foi colocado na Federação Distrital de Setúbal, onde se manteve até meados de 2008, ano em que foi reeleito coordenador do secretariado da secção de Santa Maria de Belém, em Lisboa. Entre os membros deste órgão conta-se a vereadora da Modernização Administrativa da CML, Graça Fonseca. Já em 2009, Gomes rescindiu por mútuo acordo o contrato com o PS - passando a receber o subsídio de desemprego - e em Outubro foi o candidato socialista à Junta de Belém. No mês seguinte, perdidas as eleições, criou a empresa de construção civil Construway, com sede na sua residência, no Montijo, e viu aprovado o pagamento antecipado dos meses de subsídios de desemprego a que ainda tinha direito, no valor total de 1875 euros, com vista à criação do seu próprio posto de trabalho.Logo em Dezembro, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aprovou-lhe também um subsídio, não reembolsável, de 57.439 euros, para apoio ao investimento na Construway e para a criação de quatro postos de trabalho, incluindo o seu. Deste valor Pedro Gomes recebeu 26.724 euros ainda em Dezembro, sendo 4086 para investimento e 22.637 para os postos de trabalho. No dia 1 desse mesmo mês, porém, o jovem empresário celebrou dois contratos de prestação de serviços com a CML, para desempenhar funções de "assessoria técnica e política" no gabinete de Graça Fonseca. O primeiro tem o valor de 3950 euros e o prazo de 31 dias. O segundo tem o valor de 47.400 euros e o prazo de 365 dias. O segundo destes contratos refere que os serviços serão prestados no gabinete de Graça Fonseca e no Gabinete de Apoio ao Agrupamento Político dos Vereadores do PS. A autarca disse ontem ao PÚBLICO que foi ela quem convidou Gomes e garantiu que ele é "efectivamente" assessor do gabinete do PS, cuja coordenação, acrescentou, lhe foi "confiada". Este gabinete, porém, não tem existência real, sendo que Pedro Gomes é assessor de Graça Fonseca, tal como outro dos três assessores que teoricamente o compõem. O terceiro é assessor da vereadora Helena Roseta.Graça Fonseca disse que Gomes "foi contratado por estar à altura das funções às quais foi adstrito e por ser um lugar de confiança política". A autarca garantiu que desconhece o facto de o seu assessor ter recebido os subsídios do IEFP. Já a direcção deste instituto adiantou que Gomes já recebeu este ano mais 12.593 euros para apoio ao investimento, tendo ainda a receber cerca de 10.500 euros. Face às perguntas do PÚBLICO sobre a acumulação ilegal do lugar de assessor com os apoios recebidos e aos indícios de que a Construway não tem qualquer actividade, o IEFP ordenou uma averiguação interna e admite que a restituição dos valores recebidos pelo empresário venha a ser ordenada. O presidente da CML, António Costa, não respondeu às perguntas do PÚBLICO.» ( Publico 17.11.2010)

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terça-feira, novembro 16, 2010

Falar menos e trabalhar mais.


Falar menos e trabalhar mais.
Um, bom exemplo disto é dado por estes que o Blog “força emergente” coleccionou.

Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20, os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.

Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia.
E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas.
Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.

O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos.
O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.

O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.

Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está
contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.

Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as
matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião. dn.pt, 16 Abril

E muitos mais haverá neste país que está sofrendo a maior rapina de todos os tempos.

o contágio


Os nossos problemas, ao que parece, não são os descontrolos da dívida pública ou da dívida externa.
Afinal, o problema reside em deixarmo-nos ser ou não “contagiados” pela Irlanda.

segunda-feira, novembro 15, 2010

RDH - 2010(II)


A economia do crescimento e, em particular, a sua relação com o desenvolvimento requerem uma reformulação radical do pensamento. Existe uma vasta literatura teórica e empírica que, de um modo quase uniforme, equipara o cresci¬mento económico ao desenvolvimento. Os seus modelos assumem normalmente que as pessoas apenas se interessam pelo consumo; as suas apli¬cações empíricas concentram-se quase exclusiva¬mente no efeito das políticas e das instituições sobre o crescimento económico.

As pessoas são a verdadeira riqueza de uma nação. O objectivo básico do desenvolvimento é criar um ambiente habilitador para que as pessoas tenham vidas longas, saudáveis e criativas. Isto pode parecer uma verdade simples. Mas é frequentemente esquecido, com a preocupação imediata de acumulação de bens e riqueza financeira.

Mas para concretizar plenamente a agenda do desenvolvimento humano é necessário ir mais longe. Colocar as pessoas no centro do desenvol¬vimento é muito mais do que um exercício inte¬lectual. Implica tornar o progresso equitativo e dar-lhe uma base ampla, fazendo das pessoas participantes activos na mudança e assegurando que as realizações actuais não sejam alcança¬das em prejuízo das gerações futuras. Enfrentar estes desafios não é apenas possível, é necessário. E é mais urgente do que nunca. (Extratos RDH - 2010)
Fernando Botero
Paul Cézanne

La cantante portuguesa de fado Mariza durante su concierto en el Avo Session en Basilea (Suiza). (20 minutos)

domingo, novembro 14, 2010

já temos comprador


Só nos faltava esta.
Depois da recusa da China já temos uma nova potência para comprar a dívida pública portuguesa.
Não sei se dá para rir ou para chorar.

quarta-feira, novembro 10, 2010

Portugal desceu onze lugares no IDH

Em 2007, Portugal ocupava a 34ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano do Relatório das Nações Unidas do Desenvolvimento Humano que avalia o bem-estar das populações dos vários países.
Em 2010, Portugal desceu para o 40º lugar.
Portugal desceu assim seis lugares no IDH em 3 anos.
Mas se atendermos que em 2005 ocupava a 29ª posição.
Concluimos que a governação Sócrates fez descer Portugal no IDH, de 29º para 40º em cinco anos apenas.
É obra

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a mim ninguém me cala

RDH - 2010


Os mercados podem ser necessários para um dinamismo económico sustentado, mas não originam automaticamente progresso noutras dimensões do desenvolvimento humano. O desenvolvimento que favorece em excesso o crescimento económico rápido raramente é sustentável. Por outras palavras, uma economia de mercado é necessária, mas não é suficiente.
Estas observações evocam a brilhante exposição de Karl Polanyi, há mais de 60 anos, sobre o mito do mercado auto-regulador – a ideia de que os mercados poderiam existir num vácuo político e institucional. Em geral, os mercados funcionam muito mal no que toca a assegurar o fornecimento de bens públicos, como a segurança, a estabilidade, a saúde e a educação. Sem uma acção social e estatal complementar, os mercados podem ser fracos no que se refere a sustentabilidade ambiental, criando as condições para a degradação do ambiente e até para desastres como as inundações de lama em Java ou os derrames de petróleo no Golfo do México. A regulação, contudo, requer um Estado capaz, bem como empenho político, e a capacidade dos Estados é frequentemente escassa.
As estruturas dos mercados, especialmente quando são dominadas por uma elite político¬económica ou quando são abertas e participativas, ajudam a explicar se os mercados são inclusivos. Os mercados oligárquicos – incorporados nas instituições estatais – são frequentemente maus para o crescimento a longo prazo, mesmo se obtêm rendimentos para os influentes a curto prazo. Os mercados inclusivos e contratos sociais que definem o desenvolvimento humano como uma prioridade são mais dinâmicos e mais consistentes, com maior equidade e segurança.
Mas o equilíbrio está longe de ser o ideal quando os oligarcas podem continuar a beneficiar das fraquezas normativas e judiciais do Estado. (Extratos RDH 2010)

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terça-feira, novembro 09, 2010

O FMI e a Dívida Pública


Políticos, banqueiros, politólogos e outros “analistas” repetem-se nas suas considerações sobre a Dívida Pública e o FMI fazendo crer que, a continuarem a subir os juros da dívida pública, a entrada do FMI em Portugal será a única alternativa para “salvar” o país da crise. Agravando deste modo drasticamente as já severas medidas de austeridade inscritas no orçamento de estado para 2010, recentemente aprovado pelo PS e PSD. Mas, um mal menor no seu entender. Não tendo o governo “coragem” (condições políticas) para impor tais medidas, necessário se torna recorrer ao FMI. Na verdade, quem determina a entrada do FMI em Portugal é ele próprio. A data e a hora da sua intervenção, será por si e só por si determinada.
A decisão da entrada do FMI será tomada quando, e só quando ele próprio concluir que o capital dos credores de Portugal, as oligarquias financeiras que compraram a dívida pública portuguesa, está deveras ameaçado, que Portugal não tem dinheiro para assegurar o pagamento das dívidas que contraiu. O FMI não vem assim para “ajudar” o país, mas muito simplesmente para garantir o retorno financeiro dos credores internacionais a quem o governo de Sócrates entregou a dívida pública nacional. Pouco lhe importa que as medidas de austeridade provoquem uma recessão económica ou que se agravem as condições de vida dos portugueses. Pelo contrário, ele procurará fazer tão só uma operação financeira, retirando rendimentos aos cidadãos portugueses para o entregar aos credores internacionais.
O governo de Sócrates é o único responsável pela infeliz situação em que o país se encontra. O drástico agravamento da Dívida Pública e a opção de a entregar a credores internacionais só a si se devem. Na verdade, em 2004, mais de metade da dívida pública encontrava-se em mãos de nacionais, ao contrário de 2010, em que os nacionais detém apenas 15%. Esta política foi conscientemente assumida. Recorde-se o ataque aos certificados de aforro. Por outro lado, em 2004, a dívida pública não ia muito além de 50% do PIB (abaixo da média dos países europeus) enquanto hoje ela é superior a 91% do PIB. Este agravamento astronómico em tão curto espaço de tempo é deveras surpreendente.

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segunda-feira, novembro 08, 2010

domingo, novembro 07, 2010

de que Portugal falamos...


Dizem-nos que a China pode constituir uma ajuda aos problemas de Portugal.
Ao que nos informam, empresas chinesas poderão tornar-se “accionistas de referência” da EDP e do BCP e que tal facto constitui uma boa notícia para Portugal.
Antes do mais, será preciso esclarecer de que Portugal estamos a falar. Se do Portugal dos 20% de pobres mais dos 65% remediados (pequenos empresários e trabalhadores por conta de outrem); se estamos a falar deste Portugal de 85% da população portuguesa ou do portugal dos restantes 15% de população, do portugal das televisões, dos políticos e dos banqueiros.
É que estes 15% da população sempre tiveram o desplante de falar em nome de todos. Como se os seus interesses fossem comuns aos dos restantes desgraçados 85%.
Eu não estou a ver em que é que a entrada dos chineses na EDP e no BCP, comprando acções em tempo de saldo, pode vir a favorecer o Portugal dos 85%. Pelo contrário, não me custa nada a acreditar que no obscuro mundo da especulação financeira, a compra de acções da EDP e do BCP pelos chineses venha a trazer benefícios para o portugal dos 15%.

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quinta-feira, novembro 04, 2010

mudança estrutural do Estado


Portugal precisa, não de pseudo reformas - de “reformas” com propósitos de diminuir os custos das funções sociais do Estado, mas de uma profunda mudança estrutural.
Quando Passos Coelho e seu séquito de analistas falam na gordura do Estado, não se referem à multidão dos órgãos parasitários do Estado que desgraçam a nossa economia. Não, eles referem-se à amplitude das funções sociais do Estado e que a seu ver terão que ser diminuídas e restringidas o mais possível. Portugal necessita na verdade de se desfazer da gordura do Estado, mas da gordura parasitária; não de mais cortes sociais.
Portugal só poderá sair do atoleiro em que se encontra quando encontrar forças capazes para realizar uma profunda e ampla mudança estrutural. Eliminando o Estado corrupto institucional que os governantes foram instituindo e com grande aceleração nestes últimos 15 anos; eliminando, pura e simplesmente, todos os órgãos parasitários da administração, empresas municipais, governadores civis, representantes da República nas regiões autónomas, autoridades, agencias, comissões, fundações, etc, etc; alterando as políticas até aqui dirigidas exclusivamente em benefício das grandes empresas, do capital financeiro, das oligarquias financeiras; controlando os preços dos serviços estratégicos que se encontram sob o domínio de cartéis e monopólios, nas auto estradas, nas energias, nas telecomunicações; reduzindo os benefícios fiscais oferecidos a troco de nada às grandes empresas instaladas no país.
Uma efectiva mudança estrutural do Estado, uma alteração de políticas e de filosofia - rejeitando as práticas neoliberais, que nos arrastaram para esta miséria e que a todo o tempo os dois partidos do bloco central se esforçam por perpetuar - para uma verdadeira política de democracia social.
Ora, nem Ferreira Leite nem Passos Coelho, nem Sócrates nem Cavaco Silva entendem a necessidade de uma profunda mudança estrutural no nosso Estado e na nossa administração. A necessidade da eliminação deste Estado corrupto institucional (deverão até negar a sua existência e a sua responsabilidade pelos gastos parasitários da ordem de pelo menos 10% do PIB). A necessidade de uma mudança, combatendo a sofreguidão de ganância das oligarquias financeiras e invertendo a política económica, até aqui de apoio incondicional a estas oligarquias com desprezo pelo apoio às pequenas e médias empresas.
Mas, nem o PS nem o PSD, que instituíram este “Estado” em seu benefício clientelar, serão capazes de provocar as rupturas e as mudanças indispensáveis a um novo rumo para Portugal. Que o arraste para crescimentos económicos convergentes com os países da UE. Nem com Passos Coelho ou Ferreira Leite, nem com Sócrates ou Mário Soares. Porque todos eles comungam de uma mesma doutrina – o neoliberalismo, quer ele se encontre travestido de social-democracia ou de socialismo.
Só uma nova formação política e uma nova doutrina poderão realizar a profunda mudança estrutural do Estado que Portugal exige.

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(New York Times)


LITTLE KINGS: Children played inside the ruined Darul Aman Palace on the outskirts of Kabul, Afghanistan, Wednesday. More than 300 Kuchi tribal nomads settled into the palace several months ago under the protection of Afghan security forces after enduring ethnic riots. (Shah Marai/Agence France-Presse/Getty Images) (Photo Journal)

quarta-feira, novembro 03, 2010

"a crise" e o lucro dos bancos



Em plena crise económica e financeira, os quatro maiores bancos privados portugueses lucraram até Setembro mais 53,4 milhões de euros do que em igual período do ano anterior. Ou seja, a caixa registadora da banca marca lucros de 4,1 milhões de euros por dia, apesar das dificuldades de financiamento nos mercados externos.
No total, BES, BCP, BPI e Santander Totta obtiveram resultados líquidos no valor de 1.122,2 milhões de euros, traduzindo um crescimento da ordem dos 5% face aos ganhos dos primeiros nove meses do ano passado.

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terça-feira, novembro 02, 2010

o testemunho


Juros a 6,31%.
Andaram dias a fio, a vender a ideia de que os “mercados” não sossegavam enquanto não houvesse acordo.
O melhor será Catroga correr a enviar aos “mercados” a foto do telemóvel.

segunda-feira, novembro 01, 2010

trapaceiros


Toda a nossa classe política e afins (comunicação social controlada, “politólogos” e outros fazedores da opinião pública), todos eles, não se cansaram de repetir dos malefícios e demais desgraças que adviriam para o país com o inevitável agravamento dos juros da dívida pública caso não se concretizasse o acordo sobre o orçamento entre Sócrates e Passos Coelho.
Só um acordo orçamental poderia acalmar os “mercados” afiançaram-nos com o ar sério de gente entendida.
Afinal, os juros da dívida pública, ao contrário do que andaram a propagandear dias a fio, subiram hoje significativamente, alcançando os 6,19%.

Já vai nos 6,31%, em 02 de Outubro

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