ANTÓNIO COSTA E MARCELO RIBEIRO DE SOUSA. OS GRANDES VENCEDORES DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa foram os grandes vencedores das eleições presidenciais. Foi António Costa o primeiro a lançar o seu candidato na Autoeuropa muito antes que o PSD e o CDS, a contra gosto, dessem apoio a Marcelo Ribeiro de Sousa.
E, fez bem o primeiro-ministro em apoiar o presidente. Marcelo Rebelo de Sousa é um católico progressista em comunhão com as posições assumidas pelo Papa Francisco inequivocamente anti neoliberais, recorde-se que apelidou aquela doutrina como “a economia que mata”, e assim em perfeita sintonia com as políticas sociais do governo de António Costa.
Depois do erro político catastrófico, ao coligar-se nos Açores com o Chega e legitimar assim um partido com ideais nazifascistas, o PSD está a braços com uma sangria dos seus eleitores pelo menos daqueles que desde sempre conviveram mal com a democracia. Era previsível; bastaria olhar para o que aconteceu com o PP aqui bem perto na vizinha Espanha. Outro erro político de Rui Rio foi a votação do PSD no orçamento de estado para 2021 com o seu voto contra não acolhendo os repetidos conselhos do presidente Marcelo. E uma tal assunção política terá afastado o PSD do centro político e de Marcelo.
Só uma política ao centro, social, (social-democrata seria pedir demais), com uma rejeição clara do Chega, permitiria ao PSD retirar votos ao PS. E não será com a pandemia, como o não foi com os incêndios florestais, que o PSD retirará votos do eleitorado do centro ao PS.
Quanto ao CDS pela errada escolha de líder mas sobretudo por ter-se radicalizado e afastado da doutrina social da igreja, que em tempos cultivava, vê-se agora obrigado a lutar pela sua sobrevivência política com o seu eleitorado a debandar para o Chega.
Enfim, uma nova reformulação da direita com trocas de influências entre partidos mas, tudo somado, uma direita cada vez mais incapaz de se tornar uma alternativa à esquerda dominada pelo PS de António Costa.
Quanto ao BE é visível a derrota brutal que sofreu, derrota também previsível, dado o absurdo e estúpido erro político do voto contra o orçamento. João Ferreira, apesar de ter tido uma maior votação que o candidato presidencial do PCP em 2016, ficou um pouco aquém das merecidas expectativas pela sua cordial e esclarecida campanha.
A candidatura de Ana Gomes não teve qualquer relevância ou quaisquer consequências políticas futuras. Esfumar-se-á tão rápido quanto as anteriores candidaturas de Maria de Belém ou Manuel Alegre. Satisfez apenas um desejo de protagonismo.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home