Ferreira Leite é o novo líder do PSD. Mais do que qualquer um dos outros, foi o candidato que melhores garantias oferecia de continuidade das políticas seguidas ao “centrão” politico à nossa classe política. Àqueles que foram membros do governo e que hoje se encontram nas empresas públicas, àqueles que estão nas empresas públicas e que amanhã serão do governo, àqueles que se encontram nos mais elevados cargos da Administração Pública, nas Agências, Autoridades, Comissões, Institutos, Gabinetes, Fundações, Centros, Fundos, Conselhos, Auditorias, Inspecções, Empresas Municipais e demais órgãos que vêm delapidando o erário publico.
Infelizmente para o PSD e para Portugal, perdeu-se uma oportunidade de renovar o partido com um candidato verdadeiramente social democrata. Uma candidatura que invertesse as politicas neoliberias de Sócrates, na Saúde, na Educação, na Segurança, na Justiça. Cujo equilíbrio das contas publicas não fosse alcançado à custa de cortes nas Funções Sociais do Estado ou do aumento dos Impostos dos trabalhadores e da classe média. Como se compreende que os iates de luxo estejam a pagar o gasóleo ao mesmo preço dos barcos de pesca?
Uma candidatura que acreditasse nos ideais da Social Democracia e colocasse em pratica os seus princípios e interrompesse desse modo o continuado agravamento económico e social do País.
Ferreira Leite revela uma grande pobreza de cultura política, histórica e ideológica, alias como qualquer um dos outros seus companheiros candidatos. Não se ouve em Ferreira Leite uma única palavra sobre a estratégia politica, sobre a economia politica dos nossos tempos, sobre as perspectivas do desenvolvimento do País e do mundo. Contenta-se com o que está, tal como está, como se a crise nacional caísse em nós por acaso. E, ainda assim, propõe-se aplicar as mesmas receitas económicas que os mais duros neoliberais. A sua intervenção relativamente ao Serviço Nacional de Saúde foi de uma infelicidade atroz. Mais infeliz ainda, a sua visão da precariedade no trabalho.
É preciso acertar os passos com a história. E a história diz-nos que o modelo neoliberal, adaptado e perfilhado pela “globalização”, demonstra hoje, não responder aos anseios de progresso das sociedades.