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sexta-feira, janeiro 18, 2019

O misterioso e prolongado sucesso da minoria judaica na Alemanha

O historiador britânico Sir Arthur Wynne Morgan Bryant (na foto ao lado), (18/2/1899 – 22/1/1985), no seu livro Unfinished Victory [1940 - Vitória Incompleta], descreve o poder judaico na Alemanha entre as duas Guerras Mundiais (pp. 136-144):

"Foram os judeus com as suas ligações internacionais e o seu talento hereditário para a finança que melhor foram capazes de aproveitar estas oportunidades. Fizeram-no com tal sucesso que, mesmo em novembro de 1938, depois de cinco anos de legislação antissemita e perseguição, eram ainda donos, segundo o correspondente da Times em Berlim, de qualquer coisa como um terço da propriedade imobiliária do Reich. A maior parte dela caiu-lhes nas mãos durante a inflação. […] Os judeus obtiveram uma formidável ascendência na política, nos negócios e nas profissões académicas, não obstante constituírem menos de um por cento da população

Os bancos, incluindo o Reichsbank [Banco Central Alemão] e os grandes bancos privados, eram praticamente controlados por eles. Assim como o negócio das editoras, o cinema, os teatros e grande parte da imprensa, de facto, todos os meios que formam a opinião pública num país civilizado. O maior jornal do país com uma circulação diária de quatro milhões de unidades era um monopólio judeu. 

De ano para ano era cada vez mais difícil a um gentio (não-judeu) aceder ou manter-se nalguma profissão privilegiada. Nesta altura não eram os 'Arianos' que praticavam discriminação racial. Era uma discriminação que funcionava sem violência. Era exercida por uma minoria contra uma maioria. Não havia perseguição, apenas eliminação. Era o contraste entre a riqueza desfrutada e faustosamente ostentada por estranhos de gostos cosmopolitas, e a pobreza e a miséria dos alemães nativos, que tornou o antissemitismo tão perigoso e uma força ameaçadora na nova Europa."

quarta-feira, fevereiro 14, 2018

Quem financiou Hitler e a Alemanha nazi?

A Alemanha, na sequência da derrota na Primeira Guerra Mundial, foi obrigada a pagar severas reparações de guerra às potências vencedoras, o que levou o país à “Grande Inflação” de 1923 [em que um dólar valia 4,2 triliões de marcos], e foi depois atingida pela crise financeira mundial de 1929.

De que forma pôde uma Alemanha que estava industrial e economicamente de rastos em 1933, ano da subida de Hitler ao poder, ter-se tornado no espaço de seis anos [1933-1939] na mais poderosa potência militar e industrial da Europa?

Antony Cyril Sutton [acima] foi professor de economia na California State University de Los Angeles e investigador no Hoover Institution da Universidade de Standford de 1968 a 1973.

Penetrando uma cortina de duplicidades, o professor Sutton revela um dos factos mais notáveis e silenciados da Segunda Guerra Mundial - que os principais bancos de Wall Street e grandes empresas americanas apoiaram a ascensão de Hitler ao poder financiando e negociando com a Alemanha nazi.

Através de documentos originais e testemunhas oculares, Sutton chega à desagradável conclusão de que a catástrofe da Segunda Guerra Mundial foi extremamente lucrativa para um selecto grupo de insiders financeiros e industriais. O autor apresenta uma descrição minuciosa dos papeis desempenhados por J.P. Morgan, T.W. Lamont, Rockefeller - General Electric e Standard Oil, e os bancos National City, Chase Bank, Kuhn & Loeb Company, a General Motors, a Ford Motor Company e muitos outros na preparação da guerra mais sangrenta e destruidora da história.



https://youtu.be/sIoCBxJNqx0

quinta-feira, janeiro 11, 2018

A Alemanha sufocada financeiramente pelas Energias Renováveis - Eólicas e Solares

Um parque eólico onde dantes estava uma floresta


Paul Gregory - MAR 31, 2017


100% renováveis até ao ano 2050
A Alemanha paga o preço da sua ambição

A Alemanha definiu a agenda mais ambiciosa para as energias renováveis. De acordo com o programa alemão Energiewende [transição para as energias renováveis], a participação das energias renováveis na geração de energia elétrica deve chegar aos 45% até 2030 e 100% até 2050. Complicada foi a decisão da Alemanha Atomstop de fechar suas centrais nucleares sob pressão do poderoso movimento Verde [Green movement]. O acordo da Atomstop exige pagamentos substanciais por parte de empresas de serviços elétricos a um fundo especial para armazenamento de resíduos nucleares.

O instrumento da Alemanha para alcançar seus objetivos ambiciosos de energia renovável não é um subsídio direto, mas a exigência de que as suas empresas de serviços elétricos devam dirigir primeiro a energia eólica e solar à rede elétrica.

Com a energia eólica e solar a custar várias vezes mais do que a energia convencional, a sua crescente parcela continuará a elevar os preços da eletricidade grossista na Alemanha acima dos de outros países com políticas de energia renovável menos ambiciosas. (Veja-se a figura para comparações de preços de 2016).

Em primeiro lugar, o lendário setor industrial Alemão não pode pagar custos de energia muito maiores do que os seus rivais. Por isso, a Alemanha oferece descontos substanciais aos grandes utilizadores de energia, como, por exemplo, às suas fábricas de automóveis. Como consequência, a Alemanha enfrenta ações judiciais da União Europeia que a acusa de subsídios ilegais à indústria pesada. Em segundo lugar, os agregados familiares alemães devem suportar o ónus financeiro de pagar entre os maiores custos de energia elétrica do mundo à medida que as empresas de serviços elétricos transferem os custos mais elevados das energias renováveis para eles. Em terceiro lugar, a paisagem da Alemanha está a ser devastada por turbinas eólicas inestéticas que destroem paisagens rurais em praticamente todas as comunidades. Em quarto lugar, o fornecimento de energia de fontes renováveis varia dramaticamente ao longo de um dia ou de uma semana [se o vento parar ou o céu ficar encoberto].

Esta intermitência no fornecimento de energia requer fontes de apoio convencionais, tornando o carvão a principal fonte de geração de eletricidade. Mas a energia do carvão torna-se cara porque as centrais a carvão são ligadas e desligadas dependendo do fornecimento de energias renováveis.

As duas principais empresas de eletricidade da Alemanha, a E.ON e a RWE, anunciaram perdas financeiras impressionantes. Para a E.ON, estas são as maiores perdas da sua história. Ambas as empresas estão a reduzir o nº dos seus trabalhadores. A RWE reduziu as suas receitas, e a EON reduziu as suas receitas em mais de metade. Parte das perdas de E.ON deve-se a um pagamento de US$ 10 biliões [10 mil milhões de dólares] ao fundo de armazenamento de resíduos de energia nuclear.

As perdas financeiras dos dois gigantes de energia da Alemanha levantam questões fundamentais sobre quem pagará o ambicioso programa de energia renovável do país. Até agora, os agregados familiares e as pequenas empresas alemãs suportaram o peso sob a forma de elevados preços da electricidade. Neste momento, os acionistas da E.ON e RWE estão a ser convidados a intensificar a utilização das energias renováveis. Se continuarem a enfrentar perdas e a reduzir receitas, não terão capacidade para atrair o capital necessário para que a rede elétrica da Alemanha possa sobreviver. Nessa altura, os contribuintes alemães serão forçados a contribuir financeiramente para manter empresas como E.ON e RWE a funcionar.

O mercado de eletricidade alemão, com seus objetivos ultra-ambiciosos para as energias renováveis, ilustra novamente o ditado de que o caminho para a servidão está cheio de boas intenções.

domingo, outubro 12, 2014

Miguel Sousa Tavares - uma vedeta no campo da ignorância, do racismo primário e da cretinice...


Resposta minha a um artigo de Miguel Sousa Tavares



Miguel Sousa Tavares


Miguel Sousa Tavares: Não é só no futebol que no fim ganham os alemães. É no futebol, no atletismo, no automobilismo, no andebol, na equitação, no ski. É no desporto, na música, na literatura, na arquitectura, na construção de carros, de electrodomésticos, de máquinas industriais, etc., etc.

Diogo: Neste seu primeiro parágrafo, Miguel Sousa Tavares dá já um forte sinal do tom obtuso que acompanha todo o artigo.

O MST esquece-se que a Alemanha é o país mais populoso da Europa Ocidental. Tinha 60 milhões antes da união com a Alemanha Oriental - hoje, tem cerca de 83 milhões de habitantes.

A estatística ensina-nos que, em igualdade de circunstâncias e seja em que actividade for, um país com 80 milhões de pessoas tem 8 vezes mais probabilidades de ter desportistas ou cientistas bons, muito bons ou geniais do que um país com 10 milhões de pessoas. É simples matemática.


Agora, analisando alguns pontos referidos por MST:

1 - Quanto à construção de carros (quando estes eram ainda só produtos nacionais): os suecos, que são apenas 10 milhões, criaram a Volvo, a Saab e outras, marcas que em nada ficam atrás da Mercedes, da Audi ou de outras marcas alemãs.

Quanto aos ingleses, cerca de 60 milhões de habitantes, julgo que toda a gente já ouviu falar nos Rolls Royce, nos Bentley, nos Aston Martin, nos Jaguares, etc.

Mesmo a sulista e desorganizada Itália, com cerca de 60 milhões de habitantes, produziu o Alfa Romeo, o Maserati, o Ferrari, o Lancia, o Lamborghini, etc.


Um Volvo, um Aston Martin e um Maserati


2 - «Arquitectura, electrodomésticos e máquinas industriais»? Atente-se nalgumas empresas em países com uma fracção da população alemã: a sueca Electrolux, a holandesa Philips, a belga AGFA, a suíça Nestlé, a finlandesa Nokia, a irlandesa Diageo (da cerveja Guinness), a dinamarquesa LEGO ou a espanhola Iberdrola ficam atrás das empresas alemãs?

3 - «Na literatura»? Acaso franceses, italianos ou espanhóis são mais fracos que os alemães? E se falarmos dos ingleses, então os alemães levam uma valente tareia.

4Quanto à «música», a abada dos ingleses e irlandeses aos alemães é de um milhão a zero. Alguém conhece algum compositor ou grupo musical contemporâneo alemão? E quantos compositores e grupos musicais ingleses conhecemos? – Milhares! E creio que mesmo franceses, italianos e espanhóis, em termos musicais, estão à frente da Alemanha.


Três grupos musicais britâncos praticamente desconhecidos



Miguel Sousa Tavares: Podemos gostar ou não, podemos até desdenhar, mas a verdade é esta: no fim, ganham os alemães. E ganham, porquê? Porque trabalham mais, porque se focam nos objectivos, porque valorizam os resultados. Se alguém quiser entender por que razão a Alemanha está farta dos países do sul da Europa, ponha-se na pele de um alemão. E compare a selecção alemã, campeã do mundo, com, por exemplo, a portuguesa.

Diogo: Comparemos, então:

Jogos disputados entre os organizados alemães e os desorganizados portugueses (desde 1985):

Vou usar o símbolo () para indicar que se trata de uma Eliminatória:


- Campeonato do Mundo de 1986 (Fevereiro de 1985): Portugal - 1 / Alemanha Ocidental - 2

- Campeonato do Mundo de 1986 (Outubro de 1985): Alemanha Ocidental - 0 / Portugal - 1

Jogo Amigável (Agosto de 1990): Portugal - 1 / Alemanha Ocidental - 1

Jogo Amigável (Fevereiro de 1996): Portugal - 1 / Alemanha - 2

- Campeonato do Mundo de 1998 (Dezembro de 1996): Portugal0 / Alemanha - 0

- Campeonato do Mundo de 1998 (Setembro de 1997): Alemanha - 1 / Portugal - 1

Euro 2000 (Junho de 2000): Alemanha - 0 / Portugal - 3

Campeonato do Mundo de 2006 (Julho de 2006): Alemanha - 3 / Portugal - 1

Euro 2008 (Junho de 2008): Portugal - 2 / Alemanha - 3

Euro 2012 (Junho de 2012): Portugal0 / Alemanha - 1

Campeonato do Mundo de 2014 (Junho de 2014): Alemanha4 / Portugal - 0


Em suma, nos últimos 11 jogos entre Alemanha e Portugal (de 1985 até hoje), a Alemanha ganhou seis vezes (quatro dessas vitórias foram tangenciais, apenas por um golo de diferença), houve três empates e Portugal ganhou por duas vezes.

E é bom lembrar que, se no último jogo do Campeonato do Mundial deste ano (2014) a Alemanha ganhou por quatro a zero (com o português Cristiano Ronaldo, considerado o melhor jogador do mundo, a jogar aleijado - a somar a outros), o segundo resultado mais desnivelado entre as duas selecções deu-se no Euro 2000, em que Portugal ganhou por três a zero à Alemanha.


Sérgio Conceição festeja um dos três golos que marcou à Alemanha


Em termos de campeonatos do mundo, os desorganizados países do sul da Europa e os ainda mais desorganizados países da América do Sul pedem meças à Alemanha (que, afinal, nem sempre ganha).

O Brasil já ganhou cinco campeonatos do mundo, A Itália e a Alemanha já ganharam quatro cada, a Argentina e o Uruguai duas vezes e a Inglaterra, França e Espanha uma vez. Resumindo, dos 20 campeonatos do mundo já disputados, os desorganizados do sul (Brasil, Itália, Argentina, Uruguai e Espanha) ganharam 14. Os organizados do norte (Alemanha e Inglaterra) ganharam 5 (sendo que o campeonato ganho pela Inglaterra merecia ter sido ganho por Portugal [com Eusébio]), e a França (esta com um pé do lado dos organizados e outro do lado dos desorganizados) ganhou uma vez.

Nos 14 campeonatos da Europa até agora disputados, a Espanha e a Alemanha já venceram por três vezes, a França duas e a União Soviética, a Itália, a Holanda, a Checoslováquia, a Dinamarca e a Grécia, uma vez. Aqui, os organizados do norte (Alemanha, Holanda e Dinamarca) ganharam cinco vezes e os desorganizados do sul (Espanha, Itália e Grécia) ganharam outras cinco, sendo que os dois últimos campeonatos europeus foram ganhos pela Espanha. Portugal ficou uma vez em segundo lugar e três vezes em terceiro lugar.



Miguel Sousa Tavares: A selecção alemã que foi ao Brasil não tinha vedetas nem pequenas, nem médias, nem grandes. Não se davam ares de vedetas, nem fora nem dentro do campo. Umas vezes, esmagaram e fascinaram com o seu futebol de carrossel demolidor, outras vezes — como na final — correram, lutaram, sofreram, sangraram e, no fim, ganharam. Nenhum jogador quis dar nas vistas por outra razão que não fosse jogar futebol. Ali não havia ninguém com tatuagens, com penteados ridículos, com figurinos tipo Raul Meireles, com brincos nas orelhas, com pose de deuses inacessíveis de auscultadores enfiados nos ouvidos, fingindo-se alheios a tudo o que os rodeava, como se fossem superiores à gente comum.

Diogo: Talvez, em certa medida, o penteado burlesco, o escarafunchar do nariz e o capuz beneditino do treinador alemão, Joachim Low, compensem as tatuagens, os penteados, os brincos, as poses e o alheamento dos jogadores portugueses.



O treinador alemão, Joachim Low



Miguel Sousa Tavares: Não, os alemães passaram pelo Brasil confraternizando, querendo ver e saber, curiosos e contentes por ali estarem — tão diferentes dos nossos heróis do mar, fechados para o mundo em hotéis-fortaleza, onde só entravam cabeleireiros, tatuadores e agentes. Os alemães não passaram as conferências de imprensa a debitar lugares comuns e frases feitas sem conteúdo, próprias de quem jamais foi visto com um livro, uma revista ou um jornal na mão e passa os tempos livres a debitar selfies e banalidades nas redes sociais, imaginando-se o centro do mundo.

Diogo: Desconheço o grau académico dos jogadores alemães (suponho que sejam quase todos licenciados e doutorados). Tenho, contudo, experiência suficiente para afirmar que em qualquer ponto do globo, jogadores e treinadores de futebol só podem (e só estão autorizados, senão tramam-se) a debitar banalidades. O que aconteceria a um jogador que afirmasse que o «mister» era uma besta porque o deveria ter posto a jogar de início ou que dois colegas da sua equipa não jogam a ponta de um chavelho?

Ou, como sugere MST, os jogadores talvez devessem ter confraternizado com os habitantes locais, sobretudo, talvez, com as «piquenas»…


Uma habitante local desejosa de confraternização



Miguel Sousa Tavares: Os alemães mandaram ao Brasil uma verdadeira embaixada, para servir o futebol e honrar o seu país, enquanto nós mandámos um grupo de homens mimados e convencidos, comandados por dirigentes que não lhes souberam exigir que estivessem, em todos os aspectos, à altura da responsabilidade.

Diogo: Aqui, MST mostra-se mordaz e incisivo! Estou de acordo em relação à ineficiência dos nossos dirigentes desportivos. Fazem lembrar, em tons matizados, os nossos dirigentes políticos ou a chanceler Merkel.



Miguel Sousa Tavares: Mas, como em tudo o resto que fazem, os alemães também mandaram um grupo de jogadores que se portaram como verdadeiros profissionais, que trabalharam e treinaram no duro, enquanto que nós mandámos uma excursão de rapazes que se convenceram que os penteados e as tatuagens, por si só, conseguem ganhar jogos ou então ficar na fotografia que parece bastar-lhes.

Diogo: E, não obstante os penteados e as poses de Ronaldo, este foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa e ficou com a Bola de Ouro da revista France Football em 2008, em 2013 e também em 2014.

E relembro que o Real Madrid, este ano (2014), foi a Munique, esmagar por quatro a zero, com dois golos (um deles fantástico) de Ronaldo, o Bayern local - que constitui a espinha dorsal dessa fabulosa seleção alemã - e que o Real Madrid conta na sua equipa principal com três portugueses: Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Pepe (brasileiro naturalizado português).


Cristiano Ronaldo depois de marcar o 4º golo do Real Madrid ao Bayern de Munique



Miguel Sousa Tavares: Não é por acaso que o campeonato alemão tem estádios cheios e que o público dá por bem empregue o seu tempo e o seu dinheiro, enquanto que o principal do nosso campeonato é jogado em estádios vazios e vivido sobretudo nos programas televisivos dos dias seguintes, a discutir se foi bola na mão ou mão na bola ou se a entrada de uma equipa em campo 2 minutos e 45 segundos depois da hora marcada condicionou ou não decisivamente o resultado de outro jogo. Nós discutimos, eles jogam. Nós tatuamos, eles treinam. Nós penteamos, eles correm. Nós somos recebidos e pré-condecorados pelo Presidente antes de começar, eles são apoiados na bancada pela chanceler quando chegam à final. Nós somos heróis antes de partir, eles são vencedores depois de ganharem. Não é por acaso que, desde que me lembro e tanto quanto me lembro, só dois jogadores portugueses (Paulo Sousa e Petit) jogaram no campeonato alemão e só um jogador alemão jogou no campeonato português (Enke).

Diogo: Esta última afirmação é bem reveladora do défice de neurónios e sinapses de MST.

A Alemanha tem 83 milhões de habitantes e Portugal tem 10 milhões. As grandes equipas de qualquer país encontram-se logicamente nas grandes cidades. É por isso que Benfica, Sporting e Porto são de Lisboa e do Porto. E é sabido que o número de grandes cidades na Alemanha é muito maior do que em Portugal. Logo, a Alemanha tinha obrigatoriamente que ter um leque muito mais vasto de equipas boas do que Portugal. E, como é lógico, um jogo entre equipas boas e com dezenas ou centenas de milhares de adeptos é muito mais interessante e gera muito masi receitas do que um jogo entre as equipas de Vila de Cima e de Vila de Baixo, cada uma delas com apenas algumas centenas de fãs.

Portugal só tem três equipas (sofríveis) - Benfica, Porto e Sporting - que são hoje de nível de segunda divisão europeia. E isto, porque são obrigadas a passar um ano inteiro a jogar com «mijas na escada». E, embora estes três clubes tivessem capacidade para ter boas receitas (porque têm um grande número de adeptos), não o conseguem porque as restantes equipas do campeonato português são medíocres. Resumindo, a quase totalidade dos jogos do campeonato nacional não têm interesse nenhum. E os estádios estão vazios.

Mas porque é que MST não olha para os campeonatos espanhóis e italianos, dois países do sul e, portanto, desorganizados? Não estão os estádios cheios e não dá o público por bem empregue o seu tempo e o seu dinheiro? Isto acontece porque a Espanha tem 45 milhões de habitantes e a Itália, a França e a [organizada] Inglaterra têm mais de 60 milhões de habitantes. Todos este países têm muitas cidades grandes, muitas delas com equipas com muitos adeptos e, portanto, com campeonatos de alto nível que geram grandes receitas (o que lhes permite irem buscar todos os bons jogadores dos países mais pequenos.


Imagens deste ano - 2014. O brutal contraste entre o jogo do Real Madrid - Atlético de Bilbau (com o estádio completamente cheio), e do Belenenses - Setúbal (com o estádio completamente às moscas).


Com a abertura das fronteiras e da livre circulação de pessoas, os bons jogadores das boas equipas dos países pequenos mudaram-se de armas e bagagens para as equipas dos campeonatos dos países mais populosos - Espanha, Itália, Inglaterra Alemanha e França. Porque, nestes países, o número de equipas boas é muito maior e, portanto, as receitas dos jogos também. Logo, vêm buscar os bons jogadores dos países mais pequenos.

É por isso que Benfica, Porto e Sporting desapareceram da ribalta, tais como os holandeses Ajax, Feyenoord e PSV Eindhoven, os belgas Anderlecht e Standard de Liège, os escoceses Aberdeen, Dundee United e Celtic de Glasgow, os austríacos Áustria de Viena e o Sturm Graz e tantos, tantos outros (de países com menos habitantes)...



Miguel Sousa Tavares: Não perguntem o que é que os alemães têm. É toda uma sociedade fundada no trabalho, no mérito, na responsabilidade, nos resultados. Goste-se ou não, isto não tem nada a ver com o fado. É outra cultura, é outra coisa.

Diogo: Mas, maior capacidade de organização não significa nem mais inteligência, nem mais talento, nem mais engenho.

É sabido que os povos que vivem em climas mais rigorosos têm de ser obrigatoriamente mais organizados. Porque, outrora, se eles não caçassem, semeassem e colhessem na altura certa e se não tivessem as suas cabanas bem preservadas, quando chegassem os rigores do inverno, ou estoiravam com fome ou com frio. Julgo até possível que os povos do norte tenham interiorizado geneticamente essa capacidade de organização.

À medida que se vai andando para sul e o clima se torna mais quente, essa necessidade de organização vai diminuindo. Há mais árvores de fruto, mais plantas cerealíferas, mais animais, mais gado e mais caça. A sobrevivência é mais fácil. Os climas mais quentes não exigem tanta capacidade de organização como as zonas de climas rigorosos.

Outro aspecto tem a ver com o grau tecnológico. Na antiguidade, Grécia e Roma foram o centro da civilização (e, antes deles, o Egito e a Mesopotâmia), enquanto os povos do centro e do norte da Europa (os germânicos, os nórdicos e outros) eram os bárbaros. À medida que a tecnologia ia chegando à Europa setentrional, os povos que lá viviam, graças à sua maior capacidade de organização (fruto dos rigores climáticos) conseguiram tirar maior partido dela (da tecnologia).


Bárbaros germânicos quando ainda eram escravizados por Roma


É por isso que a Suécia está mais avançada que a Alemanha, que a Alemanha está mais avançada que a França, que a França está mais avançada que a Espanha, que a Espanha está mais avançada que Marrocos, que Marrocos está mais avançado que o Mali e que o Mali está mais avançado que o Gana.

Estou a lembrar-me das palavras do piloto sueco-finlandês de fórmula 1, Keke Rosberg, quando lhe perguntaram porque é que tinha ido viver para o sul de França. Ele respondeu: "a Finlândia é demasiado limpinha para o meu gosto".

Também uma mulher africana (não me recordo de que país), que teve uma filha de um norueguês e que dava aulas de etnologia numa universidade em Oslo, passava seis meses na Noruega e seis meses seu país natal em África. Perguntaram-lhe porque é que não residia o ano todo na Noruega. Ela respondeu: "porque (no seu país) em África não há horários, não há segundas-feiras, nem terças-feiras, etc., e não há Janeiros, nem Fevereiros, etc". A precisão horária, diária e mensal, tão importantes para os europeus (e quanto mais a norte, mais importantes são), tornam-se irrelevantes numa zona com um clima quente onde se pode dormir ao ar livre e onde há alimentos durante o ano todo.



Alguns dirão: "os africanos vivem uma vida miserável, com fomes, doenças e guerras". Mas convém lembrar que foram as multinacionais dos «países organizados» que levaram para lá todas essas desgraças.

O Miguel Sousa Tavares pode ser filho de uma dinamarquesa e ter herdado a sua capacidade de organização. Mas não me parece que tenha herdado nem a inteligência do pai nem a arte da mãe...

quinta-feira, janeiro 09, 2014

O misterioso e prolongado sucesso da minoria judaica na Alemanha


Wikipedia - Sir Arthur Wynne Morgan Bryant (na foto ao lado), (18 de Fevereiro de 1899 – 22 de Janeiro de 1985), foi um historiador britânico muito popular e colunista do Illustrated London News. Os seus numerosos livros incluem estudos da História inglesa dos séculos dezoito e dezanove.

No seu livro Unfinished Victory [1940 - Vitória Incompleta], o historiador Sir Arthur Bryant descreve o poder judaico na Alemanha entre as duas Guerras Mundiais (pp. 136-144):

Foram os judeus com as suas ligações internacionais e o seu talento hereditário para a finança que melhor foram capazes de aproveitar estas oportunidades. Fizeram-no com tal sucesso que, mesmo em Novembro de 1938, depois de cinco anos de legislação anti-semita e perseguição, eram ainda donos, segundo o correspondente da Times em Berlim, de qualquer coisa como um terço da propriedade imobiliária do Reich. A maior parte dela caiu-lhes nas mãos durante a inflação. Mas para aqueles que perderam tudo, esta desconcertante transferência pareceu uma monstruosa injustiça. Depois de prolongados sofrimentos tinham agora ficado privados dos seus bens. Viram-nos passar para as mãos de estranhos, muitos dos quais não tinham partilhado os seus sacrifícios e pouco ou nada se importavam com a bandeira e tradições nacionais. Os judeus obtiveram uma formidável ascendência na política, nos negócios e nas profissões académicas, não obstante constituírem menos de um por cento da população."

"Os bancos, incluindo o Reichsbank [Banco Central Alemão] e os grandes bancos privados, eram praticamente controlados por eles. Assim como o negócio das editoras, o cinema, os teatros e grande parte da imprensa, de facto, todos os meios que formam a opinião pública num país civilizado. O maior jornal do país com uma circulação diária de quatro milhões de unidades era um monopólio judeu. De ano para ano era cada vez mais difícil a um gentio (não-judeu) aceder ou manter-se nalguma profissão privilegiada. Nesta altura não eram os 'Arianos' que praticavam discriminação racial. Era uma discriminação que funcionava sem violência. Era exercida por uma minoria contra uma maioria. Não havia perseguição, apenas eliminação. Era o contraste entre a riqueza desfrutada e faustosamente ostentada por estranhos de gostos cosmopolitas, e a pobreza e a miséria dos alemães nativos, que tornou o anti-semitismo tão perigoso e uma força ameaçadora na nova Europa. Pedintes montados a cavalo são raramente populares, e menos ainda aqueles que acabaram do vos deitar abaixo da sela.
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As palavras de Arthur Bryant redigidas em 1940, em plena Guerra Mundial, parecem plagiadas de um texto de Eça de Queirós escrito sessenta anos antes:




Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882

O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas se a riqueza do judeu o irrita, a ostentação que o judeu faz da sua riqueza enlouquece-o de furor. E, neste ponto, devo dizer que o Alemão tem razão. A antiga legenda do israelita, magro, esguio, adunco, caminhando cosido com a parede, e coando por entre as pálpebras um olhar turvo e desconfiado – pertence ao passado.

O judeu hoje é um gordo. Traz a cabeça alta, tem a pança ostentosa e enche a rua. É necessário vê-los em Londres, em Berlim, ou em Viena: nas menores coisas, entrando em um café ou ocupando uma cadeira de teatro, têm um ar arrogante e ricaço, que escandaliza. A sua pompa espectaculosa de Salomões "parvenus" ofende o nosso gosto contemporâneo, que é sóbrio. Falam sempre alto, como em país vencido, e em um restaurante de Londres ou de Berlim nada há mais intolerável que a gralhada semítica. Cobrem-se de jóias, todos os arreios das carruagens são de ouro, e amam o luxo grosso. Tudo isto irrita.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»

terça-feira, julho 09, 2013

Hitler – um judeu que passou de besta a bestial e vice-versa em menos duma década


Diário de Notícias – 06/07/2013:




Jornalista do Folha de São Paulo:

"Quem viu não esquece. Eu vi e não esqueci. O anúncio que para mim é inesquecível é o do Jornal Folha de são Paulo, de 1988, chama-se Hitler e foi criado pela agência W/Brasil (hoje WmcCann)."

"Vi-o pela primeira vez numa palestra do Washington Olivetto onde ele apresentava este e outros anúncios enquanto falava sobre os prémios que recebera. Este filme foi premiado com o Leão de Ouro em Cannes no ano de 1988 e eleito um dos cem melhores de todos os tempos, num trabalho publicado em 1999 por Bernice Kanner."

"O filme inicia-se com uma tela em que há apenas alguns pontos pretos num fundo branco. O narrador (voz off) começa a enumerar diversos grandes feitos que são atribuídos a 'este homem'."

"Este homem pegou numa nação destruída recuperou a sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Nos seus quatros anos de governo, o número de desempregados desceu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez crescer o produto interno Bruto em 102%, e o rendimento per capita duplicar."

"Aumentou o lucro das empresas de 175 milhões de marcos para 5 mil milhões de marcos. Reduziu uma hiperinflacção em 25% por cento por ano. Este homem adorava música e pintura. E, quando jovem, imaginava seguir a carreira artística."


Em contrapartida, através do zoom out da câmara, o pequeno ponto preto que aparecia na tela, com o passar dos segundos, transformava-se numa retícula formando um retrato a preto e branco. O rosto pertence a uma das mais importantes figuras da história do século XX, o chefe de Estado nazi alemão Adolf Hitler.

"O filme termina com a frase: «é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade»."




Comentário

Eu diria que não é possível contar a verdade toda contando apenas partes dela. Vamos ao que não foi contado:

- Nem um super-economista com poderes cósmicos e super-capa bordada a cifrões poderia recuperar uma economia desta maneira em apenas quatro anos.

- Um tal desenvolvimento em tão curto espaço de tempo (quatro anos) só seria posível com um investimento maciço de dinheiro judeu (que era quem domina a finança) na economia alemã.



A Finança Judia abraça o Mundo num sufoco mortal


Ao contrário de Hitler, o nosso Vítor Gaspar passou da bestial a besta em apenas dois anos


Mesmo o ex-ministro Vítor Gaspar, um caniche a soldo da Finança Judaica, levou dois anos (com a ajuda das políticas trapaceiras do seu antecessor - o vigarista Sócrates) a destruir economicamente um país.

Mas uma coisa é apenas destruir a economia de um país. Outra, é reconstruí-la e depois destruí-la numa guerra viciada à partida. Num caso e noutro, a força por trás de tudo: o Controlo Financeiro Mundial Judaico.



Vítor Gaspar - apanhado inadverdidamente pela populaça no Chiado

terça-feira, fevereiro 03, 2009

O misterioso e prolongado sucesso da minoria judaica na Alemanha

Wikipedia - Sir Arthur Wynne Morgan Bryant (na foto ao lado), (18 de Fevereiro de 1899 – 22 de Janeiro de 1985), foi um historiador britânico muito popular e colunista do Illustrated London News. Os seus numerosos livros incluem estudos da História inglesa dos séculos dezoito e dezanove.

No seu livro Unfinished Victory [1940 - Vitória Incompleta], o historiador Sir Arthur Bryant descreve o poder judaico na Alemanha entre as duas Guerras Mundiais (pp. 136-144):

"Foram os judeus com as suas ligações internacionais e o seu talento hereditário para a finança que melhor foram capazes de aproveitar estas oportunidades. Fizeram-no com tal sucesso que, mesmo em Novembro de 1938, depois de cinco anos de legislação anti-semita e perseguição, eram ainda donos, segundo o correspondente da Times em Berlim, de qualquer coisa como um terço da propriedade imobiliária do Reich. A maior parte dela caiu-lhes nas mãos durante a inflação. Mas para aqueles que perderam tudo, esta desconcertante transferência pareceu uma monstruosa injustiça. Depois de prolongados sofrimentos tinham agora ficado privados dos seus bens. Viram-nos passar para as mãos de estranhos, muitos dos quais não tinham partilhado os seus sacrifícios e pouco ou nada se importavam com a bandeira e tradições nacionais. Os judeus obtiveram uma formidável ascendência na política, nos negócios e nas profissões académicas, não obstante constituírem menos de um por cento da população."

"Os bancos, incluindo o Reichsbank [Banco Central Alemão] e os grandes bancos privados, eram praticamente controlados por eles. Assim como o negócio das editoras, o cinema, os teatros e grande parte da imprensa, de facto, todos os meios que formam a opinião pública num país civilizado. O maior jornal do país com uma circulação diária de quatro milhões de unidades era um monopólio judeu. De ano para ano era cada vez mais difícil a um gentio (não-judeu) aceder ou manter-se nalguma profissão privilegiada. Nesta altura não eram os 'Arianos' que praticavam discriminação racial. Era uma discriminação que funcionava sem violência. Era exercida por uma minoria contra uma maioria. Não havia perseguição, apenas eliminação. Era o contraste entre a riqueza desfrutada e faustosamente ostentada por estranhos de gostos cosmopolitas, e a pobreza e a miséria dos alemães nativos, que tornou o anti-semitismo tão perigoso e uma força ameaçadora na nova Europa. Pedintes montados a cavalo são raramente populares, e menos ainda aqueles que acabaram do vos deitar abaixo da sela."



As palavras de Arthur Bryant redigidas em 1940, em plena Guerra Mundial, parecem plagiadas de um texto de Eça de Queirós escrito sessenta anos antes:




Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882

O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas se a riqueza do judeu o irrita, a ostentação que o judeu faz da sua riqueza enlouquece-o de furor. E, neste ponto, devo dizer que o Alemão tem razão. A antiga legenda do israelita, magro, esguio, adunco, caminhando cosido com a parede, e coando por entre as pálpebras um olhar turvo e desconfiado – pertence ao passado.

O judeu hoje é um gordo. Traz a cabeça alta, tem a pança ostentosa e enche a rua. É necessário vê-los em Londres, em Berlim, ou em Viena: nas menores coisas, entrando em um café ou ocupando uma cadeira de teatro, têm um ar arrogante e ricaço, que escandaliza. A sua pompa espectaculosa de Salomões "parvenus" ofende o nosso gosto contemporâneo, que é sóbrio. Falam sempre alto, como em país vencido, e em um restaurante de Londres ou de Berlim nada há mais intolerável que a gralhada semítica. Cobrem-se de jóias, todos os arreios das carruagens são de ouro, e amam o luxo grosso. Tudo isto irrita.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»

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