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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Crítica: O Hobbit - A Desolação de Smaug (The Hobbit - The Desolation of Smaug, 2013)


Demorei, mas finalmente assisti a tão aguardada sequência de "O Hobbit". Ainda dirigido por Peter Jackson, o filme surpreende por seus efeitos visuais e sequências extremamente bem executadas, entretanto deixa a desejar como adaptação, abusando de escolhas desnecessárias, desconstruindo de forma épica o universo criado por Tolkien.


por Fernando Labanca

Assim como a maioria das trilogias, a segunda parte carrega em si uma responsabilidade enorme, é o meio do caminho, mais do que manter as qualidades do primeiro, necessita instigar seu público a querer continuar na jornada. Alguns filmes conseguem este feito, outros passam a ser meros "filmes ponte" aquele que apenas conecta o primeiro ao terceiro. "A Desolação de Smaug" até se esforça mas não consegue ir além do que introduzir o último capítulo. Não só é pior que seu anterior como também não é capaz de criar uma narrativa bem elaborada.

Neste segundo, Bilbo e os anões continuam suas jornadas até a Montanha Solitária, agora sem os sábios conselhos e ajuda de Gandalf, eles terão de enfrentar inúmeros obstáculos, inclusive os insistentes ataques dos orc's, liderados por Azog. Entretanto, o perigo dessa vez é bem maior, precisam recuperar o tesouro que está sob o cuidado do dragão Smaug, mais do que isso, precisam recuperar a pedra de Arken, que fará de Thorin o rei de Erebor.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Crítica: O Hobbit - Uma Jornada Inesperada (An Unexpected Journey, 2012)

Baseado em uma das obras literárias mais influentes do século passado, "O Hobbit" de J.R.R Tolkien, não poderia surgir nas telas pelas mãos de outra pessoa a não ser de Peter Jackson, diretor experiente neste universo, no qual também nos trouxe a trilogia "O Senhor dos Anéis". Retornando à Terra Média e a todos aqueles elementos clássicos que há onze anos já reunia inúmeros fãs pelo mundo, "Uma Jornada Inesperada", mesmo possuindo suas falhas, tem tudo para agradar os admiradores de Tolkien, mais do que isso, conquistar um novo público.

por Fernando Labanca

Nesta primeira parte da nova trilogia, reencontramos Bilbo Bolseiro (Iam Holm) decidido a contar a Frodo (Elijah Wood) sobre uma antiga aventura que vivenciou há longos anos atrás, quando mais jovem (interpretado por Martin Freeman). Bilbo, o Hobbit, é aquele ser que não troca nada pelo conforto de seu lar, que gosta de receber visitas e oferecer seu chá, que desconhece o mundo lá fora, mesmo que tenha descendentes aventureiros. Eis que certo dia, Gandalf (Iam McKellen), um mago, decide marcar uma visita, o que Bilbo não esperava é que além dele, aparece treze anões, prontos para uma grande jornada. Munidos apenas de um mapa, mantimentos e muita coragem, estavam em busca de um décimo quarto guerreiro, mais especificamente, de um ladrão e Bilbo fora o selecionado. O plano seria seguir para as Montanhas Solitárias e libertar o reino de Erebor, no qual o dragão Smaug mantinha um antigo tesouro que antes pertencia aos anões. Porém, nesta Campanha, acabam encontrando diversos obstáculos, entre eles, trolls, orcs e uma criatura sinistra chamada Gollum. 


"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" retorna aquele clássico universo já explorado na trilogia "O Senhor dos Anéis" e devido a isso já consegue agradar. É muita emoção ver tudo aquilo novamente, quando "O Retorno do Rei" chegou ao seu fim, parecia que jamais veríamos a Terra Média mais uma vez, eis que Peter Jackson, mesmo com tantos problemas na produção e no desenvolvimento deste antigo projeto, nos presenteia com este filme, nos fazendo rever aqueles personagens que tanto nos afeiçoamos como Gandalf e Gollum, entre outros, além de toda aquela paisagem e também a trilha sonora mais uma vez assinada por Howard Shore, nos dá aquele sentimento de "estamos de volta". Por um lado isso é ótimo, por outro, Jackson, de fato, não inova em muita coisa, além dos efeitos especiais extremamente bem feitos que chocam pela perfeição, não há nada de novo em "O Hobbit", onde o diretor não arrisca, seguindo a mesma fórmula de seu sucesso, ainda que tenha uma trama tratada de forma muito mais infantil e mais didática.

Um detalhe que antes mesmo de ver o filme já me incomodava era o fato de terem a grandio$a ideia de fazer uma nova trilogia, mesmo sendo nítido que não havia conteúdo para tanto. Assistindo ao longa, não me convenceram de que eu estava errado, pois de fato, não há muito a ser contado e enquanto que em "O Senhor dos Anéis" tudo era resumido para se ter tempo de contar tudo, aqui, eles aplicam o inverso, prolongam o que não há, detalham o que não existe, em longas 2 horas e 49 minutos. Extremamente desnecessário, poderiam ter cortado muitas coisas, cenas que não haviam no livro e que nada acrescentam na trama, como a aparição do Mago Radagast, o guardião da floresta, que surge do nada e desaparece do nada, e a sequência da luta entre as rochas, muito bem feita, aliás, mas inútil ou o "vilão" Azog, criado apenas para se ter mais o que filmar. Além de uma necessidade que o roteiro tem de tentar criar um link com a trilogia anterior, somando passagens que nada alteram neste filme, como a presença de Frodo, Saruman e Galadriel, mesmo que na trama ainda há um propósito para suas aparições, se retiradas, não fariam falta. É inegável, porém, que o roteiro, também assinado por Jackson, ao lado de Guillermo Del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, acertam na adaptação, tudo o que há no livro há no filme (não que isso seja necessário para uma adaptação), claro que uma coisa ou outra são modificadas, mas são extremamente fiéis à obra original, diria que respeitam e muito o que Tolkien fez. No entanto, é neste mesmo roteiro o ponto mais fraco do filme, prolongando o desnecessário, tudo para se ter um filme de três horas, sendo que não há um porquê para isso e nada aqui justifica a criação de uma trilogia.

O roteiro também peca ao tentar romantizar demais toda esta jornada, dando espaço para frases prontas e clichês relacionados à honra, coragem e bondade, tudo o que o cinemão de Hollywood sempre fez questão de fazer em filmes do gênero. As cenas de ação são incrivelmente bem trabalhadas, em questão de efeitos especiais, no entanto tudo surge de forma um pouco confusa, como a batalha dos anões com os orcs ou a chegada dos lobos nas montanhas. A aventura perde ainda mais pontos quando tudo é resolvido da mesma forma, a chegada triunfal de Gandalf, que desaparece e do nada sempre surge para salvá-los. Tudo bem que no livro já era assim, mas no cinema isso parece ser ainda mais desinteressante. Porém, vale citar também a bela introdução da invasão de Smaug em Erebor, um dos grandes momentos do filme, além, é claro a presença de Gollum e as expressões fantásticas de Andy Serkis.

O ponto alto desta jornada definitivamente é o carismático elenco. Não consigo imaginar outro ator a interpretar o jovem Bilbo além de Martin Freeman, ele é o que há de melhor em "O Hobbit", expressivo, engraçado, um ator talentoso que facilmente conquista nossa empatia, torcemos por sua aventura, onde mais do que encontrar o ouro de Smaug, precisava se provar competente para isso, o nascimento de um grande guerreiro. Ian Mckellen é Gandalf, ponto. A surpresa fica por conta de Richard Armitage, que interpreta o anão Thorin, definitivamente, uma revelação. Do restante, todos ótimos. Além das atuações, o filme tem outros grandes méritos como a trilha sonora que trás temas bem marcantes ao longo da aventura, os efeitos, tanto especiais como sonoros, e cenários, fotografia e figurinos que provam um cuidado de toda a produção para com este projeto. 

Por fim, "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" peca pelo exagero, por estender no que não precisava, colocando diálogos, sequências, personagens que nada alteram a história. Já superei o fato de haver uma trilogia, mas é difícil enfrentar as quase três horas de filme da primeira parte, apenas. O filme acaba e diferente da trilogia, não há nenhum grande momento, aquele que fica na memória e faz o longa ter valido a pena. No mais, um filme de aventura eficiente, repleto de defeitos, mas consegue, no mínimo, agradar, tem capacidade também de conquistar um novo público. É divertido, tem bom humor e grande parte das piadas funcionam, os personagens são bons e são por eles que conseguimos enfrentar estes longos minutos de duração. Acredito que "O Hobbit" tenha belas intenções por trás de suas falhas como cinema, a trajetória de Bilbo, por mais sutil que seja, emociona, todos sabem sobre suas deficiências, todos apontam sobre tudo aquilo que ele é incapaz de fazer, e o mundo é assim, repleto de pessoas que nos farão menores do que somos e esta aventura que surge em sua porta é a chance de se provar grandioso, provar que é capaz mesmo quando todos dizem que ele não é. De longe, não é o melhor de Peter Jackson e pouco se compara à saga do Anel, espero que as próximas partes tenham o conteúdo como prioridade, não seu faturamento. 

NOTA: 7




sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crítica: O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, 2005)

 

Algumas obras são atemporais, é o que podemos dizer de "O Guia do Mochileiro das Galáxias", a criação de Douglas Adams. Surgiu em 1978 como uma série na rádio BBC, acabou que ganhando fama e admiradores, Adams resolveu levar seus personagens para os livros, na hoje conhecida como "trilogia de quatro livros" (que na verdade, são cinco!), tendo como sequência "O Restaurante no Fim do Universo", "A Vida, O Universo e Tudo Mais", "Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes" e "Praticamente Inofensiva".

Um marco na ficção ciêntífica, "O Guia" é uma referência forte na cultura nerd. De citação nas obras de Neil Gaiman, passando pelo álbum "Ok Computer" (de 1997) de Radiohead, que funciona quase como uma homenagem aos livros. Até mesmo o Google entrou na onda, onde o usuário tem como resposta "42" ao buscar a resposta para a vida, o universo e tudo mais. Além do conhecido Dia da Toalha, 25 de Maio, dia da morte de Douglas Adams, onde realmente os aficcionados pela obra carregam suas tolhas, como referência ao objeto indispensável na mochila de um viajante do espaço. Enfim, todo esse incrível universo não poderia passar despercebido pelo cinema, Adams escreveu o roteiro, e Garth Jennings (O Filho de Rambow) dirigiu. A obra fora dedicada ao gênio Douglas Adams que faleceu antes da finalização do longa.


por Fernando Labanca

O filme, apesar de ter sido escrito pelo próprio autor da obra, possui inúmeras modificações. Na trama, conhecemos Arthur Dent (Martin Freeman) que certo dia acorda e recebe a notícia de que sua casa precisava ser demolida pois fariam uma via espacial exatamente no território que sua casa ocupava, ironia do destino. Para piorar seu dia, seu amigo, Ford Prefect (Mos Def) se revela um alienígena e que a Terra está prestes a acabar. Para se salvarem, Ford consegue carona na nave daqueles que provocaram o fim do nosso Planeta, os Vogons, criaturas cruéis e de péssimo humor. Depois de serem torturados, eles conseguem pelos milagres da improbabilidade se salvarem mais uma vez e acabam parando na nave Coração de Ouro, que nela habitam Zaphod Beeblebrox (Sam Rockwell) e Trillian (Zooey Deschanel), para total surpresa de Arthur que conhecia a bela moça e que aliás, era apaixonado por ela, mas a omite algo muito importante, de que não podia mais retornar à Terra. Ah! E na nave também estava Marvin, o andróide paranóico, o robô maníaco depressivo.

E numa aventura cheia de improbabilidades, Trillian, Ford e Arthur embarcam nos estranhos planos de Beeblebrox, que pela fama resolver ir atrás da Pergunta Fundamental, a razão e o sentido da vida. Enquanto isso, Arthur tenta aos poucos compreender a loucura de viver longe de seu planeta, ao mesmo tempo em que vai se envolvendo com a outra única sobrevivente. Mas para ajudá-lo, seu amigo, Ford, possui o "O Guia do Mochileiro das Galáxias", uma obra com milhões de páginas capaz de responder todas as perguntas para aqueles que vivem no espaço, tudo sobre os Vogons, a Coração de Ouro, até mesmo do amor, só não é capaz de responder o sentido da vida, um mistério que envolve anos de pesquisa, computadores com inteligência avançada e...ratos!


No original, o autor não teve compromisso algum com a lógica, acontecimentos sem pé nem cabeça surgiam nas páginas e no final de cada livro percebíamos que a verdade é que nada fazia realmente muito sentido, e esta era a graça! Para o roteiro do filme, infelizmente, essa liberdade "poética" é perdida, tentam construir uma lógica para os estranhos acontecimentos, colocam um porque para quase tudo, mas ainda assim, como cinema, a obra parece ter pouco sentido, ainda que tenha, um começo, meio e fim, "O Guia" pode parecer muito mais estranho para aqueles que não leram os livros, as referências fortes do original passarão despercebidos, entretanto aqueles que as reconhecem dificilmente entrarão na "brincadeira" de Adams outra vez, que apesar de ter vários elementos do livro presentes em cena, personagens, e frases como "Toda resistência é inútil", "Não Entre em Pânico", a toalha, o humor escrachado, enfim, estão longe de agradar os admiradores. Seja pela correria do roteiro, as inúteis alterações ou as patéticas sequências que são somadas, como por exemplo, arranjarem um motivo para cortarem a cabeça de Beeblebrox!

Muito do que era bom no livro, aqui se perde pela fraqueza do roteiro. Há cenas que beiram o ridículo, construção de sequências tão fracas que não explicam o porquê de terem sido criadas, mais uma vez, pela tentativa frustrada de tentarem criar uma lógica, que obviamente, não funcionou. As personagens, por outro lado, até que possuem muito do que fora criado por Adams, e que por muitas vezes parecerem estar inseridas num contexto um pouco diferente, agem como as personagens originais agiriam em tais situações. O Arthur Dent de Martin Freeman é exatamente como eu o imaginava, sua composição é bastante fiel e convense como o britânico azarado. Mos Def manda bem como Ford e sua veia cômica ajuda bastante no desenvolvimento de algumas cenas, diferente de Sam Rockwell que constrói um Beeblebrox extremamente caricato e que infelizmente não possui a mesma força que o personagem original. Zooey Deschanel é Zooey Deschanel, linda e mais uma vez bastante cativante, trás brilho para o filme. Destaque para o robô Marvin, tão bom quanto o original. Ainda há a participação de grandes atores, como John Malkovich, Bill Nighy, Jason Schwartzman e dublagens de Alan Rickman e Helen Mirren.

Sempre vi "O Guia do Mochileiro das Galáxias" como uma obra inadaptável, ao ler Douglas Adams, percebemos a dificuldade que teriam para levar a trama para os cinemas, simplesmente não há como. O cinema, querendo ou não, necessita de certos padrões, o que foge completamente da trama criada, que não há lógica. Tentaram, muito do que há no original retorna, mas retorna com menos força, o humor lembra muito, ainda é engraçado, não tanto quanto, mas ainda é. Se mostra na tela, como uma ficção ciêntífica ainda assim muito original e criativa, mas perde muito da inteligência, daquela já citada liberdade que funciona como literatura. No geral, um filme fraco, com boa trilha sonora instrumental com direiro a uma canção original, a divertida "So Long, And Thanks For All The Fish", em referência ao quarto livro da série, com cenários simples que lembram uma sitcom, longe de serem comparadas com grandes produções hollywoodianas do mesmo gênero, o que por algumas vezes o torna interessante por não optar sempre para efeitos especiais. Fiquei decepcionado, sabia que não poderia ser tão bom quanto o livro, mas não imaginava que fosse tão inferior. 

NOTA: 5






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