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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Especial - Os Melhores Filmes 2011

 

2011 chegou ao fim e como já é de costume aqui no blog, TOP 20 dos melhores filmes do ano. Relembrando o que houve de melhor nesses doze meses que passaram. Antes, vale citar os destaques...

por Fernando Labanca

Teve o retorno de grandes diretores como Pedro Almodóvar em "A Pele Que Habito", Terrence Malick em "A Árvore da Vida", Woody Allen em "Meia Noite em Paris" e Lars Von Trier em "Melancolia". A premiação Oscar ocorrida em fevereiro revelou alguns destaques positivos como "Cisne Negro", o vencedor "O Discurso do Rei" e "127 Horas" do diretor Danny Boyle. 

Entre os europeus, vale citar a comédia italiana "O Primeiro Que Disse", o francês "O Concerto", o vencedor do Oscar dinamarquês "Em Um Mundo Melhor". Teve também "Cópia Fiel" de Abbas Kiarostami. Os nacionais de destaque, para o bem ou para o mal, foi o fraco "Cilada.Com", o divertido "De Pernas Pro Ar", o emocionante "O Palhaço", o ótimo "Bruna Surfistinha", "Assalto ao Banco Central", além dos dramas "Estamos Juntos" e "Meu País". Vale citar ainda a singela homenagem a Jorge Amado em "Capitães da Areia".

Sucessos de bilheteria. O final épico de "Harry Potter", o romance "Amanhecer-Parte 1", a terceira parte de "Transformers" e a quarta da até então trilogia "Piratas do Caribe". Entre as animações, tivemos as sequências de "Carros" e "Kung Fu Panda", os ótimos "Enrolados", também conhecido como a 50ª animação da Disney e "Rango" de Gore Verbinski. Os fracos "Gato de Botas", "Rio" e "Happy Feet 2". Também tivemos os heróis "Capitão América", o retorno dos X-Men's em "Primeira Classe", "Lanterna Verde", "O besouro Verde", e tendo como único destaque positivo, "Thor" de Kenneth Branagh, diria que foi o "filme de herói do ano"

Menções Honrosas:  "Super 8" de J.J. Abrams, provando que é possível resgatar um cinema antigo, homenagear uma época sem ter a necessidade de fazer um remake, e sim, usando a criatividade e originalidade. "Enrolados" da Disney, que também faz um delicioso resgate dos antigos contos de fadas, mas sem deixar de usar a originalidade, construindo uma obra digna de respeito. "Pânico 4" e a divertida e sarcástica trama de comédia e terror de Wes Craven. E "Compramos um Zoológico" de Cameron Crowe, que conseguiu fazer um filme família brilhante sem subestimar a inteligência do público.


Vamos ao TOP 20...


20º. O Planeta dos Macacos - A Origem (Rise of the Planet of the Apes)
de Rupert Wyatt / EUA


O longa-metragem mostra o início da tão conhecida trama de "O Planeta dos Macacos", mas em nada se assemelha com os outros filmes já feitos. Vemos o cientista Will (James Franco, correto) e sua busca pela cura do Mal de Alzheimer, já que seu pai sofre da doença, enquanto cuida de um filhote de macaco, nomeado César, já que este é dotado geneticamente desta mesma cura, logo que sua mãe era uma cobaia. César é quase que um membro da família, mas devido a um acidente, é engaiolado, tendo assim, contato com outros símios, criando uma revolta dentro de si e se mostrando cada vez mais humano. Um filme inteligente, com roteiro bem realizado, efeitos especiais que surpreendem pelo realismo. Respeita e muito o que já fora feito com essa história, e usa sua tecnologia em prol de uma obra de qualidade, sem exageros, dando sempre prioridade ao conteúdo.



19º. O Primeiro Que Disse (Mine Vaganti)
de Ferzan Ozpetek / Itália


A história de uma excêntrica família italiana e seus inúmeros segredos. Decidido a não receber de herança a responsabilidade de cuidar da fábrica do pai, Tommaso (Riccardo Scamarcio) resolve a contar a verdade que escondia em um jantar de família, que é gay. Todos seus planos mudam quando seu irmão mais velho é mais rápido e se revela homossexual, sendo expulso de casa e levando seu pai a ter um ataque cardíaco, fazendo com que Tomasso continue vivendo uma mentira, assim como todos os membros da família, que aos poucos se mostram frágeis humanos que a todo momento insistem em ignorar as verdades. Um filme divertido, engraçado, que usa do bom humor para contar uma trama madura e muito bem contada por um roteiro brilhantemente escrito, além de se mostrar competente nas cenas dramáticas, conseguindo também, emocionar pela sensibilidade com que trata seus temas.



18º. Rango (Rango)
de Gore Verbinski / EUA


A animação de 2011. Um camaleão que fingi em um aquário de família na cidade grande ter uma vida cheia de aventuras, eis que por um acidente acaba parando numa cidadezinha do Velho Oeste, se deparando com uma população que sofre pela seca. É então que para se encaixar naquela nova vida, ele se autodenomina Rango, aventureiro e violento, que mata sete com apenas uma bala. É nomeado Xerife e passa a ser a esperança daquelas pessoas, e vai em busca dessa água, permitindo assim, que o personagem que criara para si mesmo se tornasse sua verdadeira personalidade. Inteligente, maduro, engraçado, ousado quando diferente de todas as animações, não se preocupa na construção de personagens coloridos e bonitinhos, mas sim, numa história muito bem contada com personagens bem inseridos e desenvolvidos, que divertem pela originalidade. Cheia de boas referências, "Rango" marca um ótimo retorno de Gore Verbinski fora da saga "Piratas do Caribe", se mostrando um diretor ainda muito competente.




17º. O Discurso do Rei (The King's Speech)
de Tom Hooper / Inglaterra

O vencedor do Oscar 2011 de Melhor Filme e Melhor Diretor, trouxa para as telas a inusitada história de George (Colin Firth, a melhor atuação masculina do ano) que sofria com sua gagueira e não conseguia se ver diante de um público para fazer discursos mesmo sendo da Família Real. Até que sua esposa (Helena Bonham Carter) o leva até o terapeuta Lionel Logue (Geoffrey Rush) para salvá-lo, lhe ensinando algo muito valioso, a auto-confiança. Utilizando métodos nada convencionais, Lionel passa a guiá-lo como também psicólogo, mais do que isso, como um amigo, principalmente quando George precisava assumir a coroa como Rei. Um filme simples, com diálogos objetivos e sinceros, extremamente bem acabado, com cenários e figurinos de época e uma trilha sonora eficiente. Atuações marcantes de um elenco competente e uma história surpreendentemente divertida e também emocionante.



16º. Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau)
de George Nolfi / EUA



É um daqueles filmes que encontramos sem querer na locadora, assistimos sem grandes expectativas e quando terminamos de assistir vem aquele suspiro, aquele sentimento de escolha certa. Uma pequena e sutil obra-prima da ficção científica, gênero que dificilmente lança alguma obra digna de respeito e admiração, e "Os Agentes do Destino" é um desses, para ser admirado. O filme lança a interessante premissa de que o mundo é guiado por agentes do destino, homens que manipulam todas as nossas ações para que aquilo que nos fora predestinado aconteça no futuro. O conflito acontece quando um político (Matt Damon) se esquiva desse "plano" e descobre a verdade, e acaba sendo perseguido por esses homens, que nada mais querem que ele não se apaixone pela bailarina Elise (Emily Blunt), pois isso não fazia parte do destino dos dois. Uma mistura adorável de ficção científica e romance, com direito a idéias bem criativas que surpreendem, ótimas cenas de perseguição, uma direção segura de Nolfi e algumas discussões válidas, como a do livre arbítrio.



15º. Amizade Colorida (Friends With Benefits)
de Will Gluck / EUA

A história de Jamie (Mila Kunis, ótima) que se faz de durona em relação a seus relacionamentos amorosos, sem gostar de se envolver com ninguém, mas que no fundo admira as comédias românticas Hollywoodianas que plantam uma falsa idéia da chegada de um príncipe encantado em sua vida. Até que conhece Dylan (Justin Timberlake), se tornam amigos e logo fazem um pacto, sexo por sexo, sem envolvimento, sem conflitos, sem drama. O problema é que o tempo acaba mostrando a importância que um tem na vida do outro, criando uma conexão muito forte, não planejada. Comédia romântica de qualidade, qualidade rara. O filme ganha força ao satirizar o próprio gênero, mostrando o quanto as relações amorosas perdem ao acreditar nas mentiras do cinema, pois o romance perfeito, definitivamente não existe. Destaque para a deliciosa química entre Kunis e Timberlake, que brilham na tela e fazem um dos casais mais adoráveis do ano. Divertido, encantador e eficiente.



14º. Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love)
de Glen Ficarra e John Requa / EUA


Comédia romântica para homens. Pronto, já merece respeito por isso, por mostrar um outro ponto de vista, que o cinema dificilmente mostra. Conhecemos Cal (Steve Carell) que vê sua vida desabar quando sua esposa Emily (Julianne Moore) revela que o estava traindo e queria o divórcio. É então que depois da forte depressão ele retorna a vida de solteiro com a ajuda de um novo e misterioso amigo, Jacob (Ryan Gosling), sedutor e que conhece todas as táticas de um relacionamento. O filho de Cal, por sua vez, tenta de diversas formas conquistar sua babá que é alguns anos mais velha que ele, que por sua vez, é apaixonada pelo patrão, Cal. Também vemos a conquista de Jacob em uma jovem (Emma Stone) cansada de se fazer de tonta para os homens. Uma teia de vidas que se cruzam em um roteiro bem desenvolvido, com direito a sábias lições sobre relacionamentos, seja de uma jovem para com um homem casado, seja de um divorciado, seja de uma criança, amor em todas as formas, o amor louco, infantil, impulsivo. O longa mostra todas essas vertentes deste complexo sentimento humano e prova que com clichês é possível construir obras decentes, com inteligência e maturidade.



13º. Entre Segredos e Mentiras (All Good Things)
de Andrew Jarecki / EUA


Surpreendente e hipnotizante suspense sobre o nascimento de um psicopata. David (Ryan Gosling) é filho de um empresário bem sucedido (Frank Langella), mas que nunca desejou seguir os passos do pai. Até que se apaixona verdadeiramente por Katie (Kirsten Dunst), eles se casam contra a vontade do pai e tentam viver uma vida tranquila longe da cidade grande, vivem anos de intenso amor, de pura felicidade. Até que ele é chantageado pelo próprio pai a trabalhar em sua empresa, pois sua mesada dependia disso, e decidido a dar uma vida digna a sua esposa, ele aceita. A partir de então, a vida feliz de casado é transformada em pesadelo quando surgem ações inesperadas de um David mais cansado, estressado e cada vez mais misterioso, tomando atitudes que passam a revelar uma personalidade bem fora do comum. Atuações memoráveis de Ryan Gosling e Kirsten Dunst, que surpreendem com um simples olhar, uma simples fala, em cenas tensas que prendem o público facilmente, num roteiro quase que documental, mostrando com muita competência as nuances e oscilações deste homem. O filme se torna ainda mais impactante quando sabemos que toda a história fora baseada em fatos reais. Enfim, maravilhoso, sem mais.



12º. Um Dia (One Day)
de Lone Scherfig / EUA


A história de Emma (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgees) contada ao longo de 20 anos, onde vemos todas as mudanças de suas vidas a partir de um único dia, 15 de julho. A inocência da adolescência, o primeiro trabalho, as primeiras decepções, as perdas, as vitórias, o amadurecimento, e sempre um contando com o outro, como amigos, como companheiros. Porque na verdade não é um filme de romance, é sobre amizade, é sobre contar com o apoio de alguém seja nos bons ou nos maus momentos da vida, é sobre o tempo, e como ele nos transforma, como ele é o grande vilão da história, aquele que melhora, que trás respostas, mas que também é traiçoeiro e nos tira aquilo que não aproveitamos. Uma bela história, a história de duas pessoas, que nos encanta, nos emociona, uma espécie de Harry e Sally do século XXI. Destaque para o roteiro que consegue contar toda uma trajetória sem ter a necessidade de mostrá-la, que nos convence a cada transformação das personagens, e também para os belos figurinos e fotografia que ajudam a compor a passagem do tempo.



11º. Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole)
de John Cameron Mitchell / EUA


O filme nos mostra um casal (Nicole Kidman e Aaron Eckhart) tentando conviver com a morte do filho, passando por um encontro de pessoas que perderam outras que amavam, discussões sobre quem foi o culpado, questionamentos sobre Deus e sobre a vida que muitas vezes é injusta. Até que a esposa reencontra o jovem que matou seu filho e tenta como último ato de seu luto, perdoar, e este procura a redenção enquanto escreve um livro sobre o que realmente sente, sobre a toca do coelho, aquele buraco na terra que entramos para querer fugir da realidade. O filme é justamente sobre isso, sobre como muitas vezes sentimos a necessidade de fugir, não encarar o real e passar a ter fé num mundo de fantasia, o único universo onde a felicidade possa realmente existir. Belo, sincero, com sentimentos honestos em diálogos profundos que nos emociona facilmente sem em nenhum momento parecer forçado, o drama surge naturalmente, mostrando um belíssimo jogo de cena entre dois grandes atores em performances memoráveis.



10º. Um Novo Despertar (The Beaver)
de Jodie Foster / EUA


A inusitada e bizarra história de Walter Black (Mel Gibson), que sofria de uma forte depressão, é expulso de casa, não valoriza mais seu trabalho e tenta o suicídio. Até que encontra um fantoche de castor jogado no lixo e o coloca em sua mão, é então que ele passa a usar o Castor para se reerguer na vida, tentando reconquistar sua família e seu espaço no trabalho. Até que chega a crise de identidade e Walter passa a não saber mais quem é. Um filme estranho, ousado, inovador, que alcança um nível de brilhantismo e complexidade que poucos filmes este ano alcançaram. O roteiro, em nenhum momento escolhe trilhar o caminho mais fácil, colocando suas personagens em situações surpreendentes e que emocionam de forma intensa e profunda. Atuações marcantes de Mel Gibson, Jodie Foster e dos jovens Anton Yelchin e Jennifer Lawrence. 



09. O Vencedor (The Fighter)
de David O'Russell / EUA


Baseado em fatos reais, vemos a trajetória de Dicky (Christian Bale), um lutador que fez sucesso no passado, mas que se perdeu no mundo as drogas, é então que ele e sua mãe (Melissa Leo) passam a apoiar o irmão mais novo, Micky (Mark Wahlberg) a ser um lutador, porém, essa excêntrica família sempre acaba estragando seus planos, o que muda quando ele começa a namorar a doce Charlene (Amy Adams) que também o apóia em sua carreira, e que o incentiva a tratar sua jornada como lutador de forma mais profissional e não mais pessoal, se libertando enfim da pressão familiar. O filme tem a presença luxuosa de um elenco fantástico, destaque para os coadjuvantes de peso, Amy Adams, Melissa Leo e do irreconhecível Christian Bale. História bem contada, que diverte e emociona e conta com a direção notável de David O'Russell.



08º. Meia Noite em Paris (Midnight in Paris)
de Woody Allen / EUA, Espanha


Woody Allen nos embarca em uma história nada menos que genial, que mistura realidade e fantasia e que encanta por sua simplicidade e por sua idéia original. Ele leva ao pé da letra a idéia de que a ficção e a literatura servem como forma de fuga da realidade, onde o escritor e roteirista Gil (Owen Wilson) que numa viagem a Paris, a cidade que mais amava, descobre que à meia noite, quando uma carruagem passava em um local, ela o levava para outra época, a Paris da década de 20, local onde ele encontra ícones da cultura francesa, de Salvador Dalí a uma belíssima musa inspiradora (Marion Cotillard) com quem se apaixona. Um filme brilhante, criativo, que mostra o cinema em sua melhor forma, nos relembra o porquê da sétima arte existir, para nos fazer viajar e esquecer a nossa própria vida durante alguns minutos, e é isso o que o filme faz, nos faz estar ali, com os personagens, nos faz esquecer de tudo. É de forma geral, delicioso, encantador, admirável, adorável. Um dos mais fantásticos trabalhos de Woody Allen. 




07º. Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids)
de Paul Feig / EUA


A meu ver, a comédia do ano. Nem todo mundo conseguiu embarcar nessa história, o público brasileiro praticamente o rejeitou, isso porque não é um filme convencional, apesar de ser comédia, não é para todo tipo de público. Vemos a trajetória dessa incrível personagem, Annie (Kristen Wiig) que depois de perder o homem que amava e ver seu comércio falir, ou seja, uma total fracassada, tanta se concentrar nos preparativos do casamento de sua melhor amiga, logo que fora nomeada, a madrinha de casamento. O problema é que ela descobre que terá que dividir a função com a "miss perfeição" Helen (Rose Byrne), começa então o combate entre as duas, tentando provar quem é a melhor. E neste divertido cenário, vemos Annie indo ao fundo ao poço, perdendo o controle da própria vida. O filme é justamente sobre isso, como às vezes fracassamos, mas na verdade, somos o nosso próprio inimigo, ao mesmo tempo em que somos os únicos que podem nos salvar, onde a reviravolta depende unicamente de nós mesmos. O filme mais engraçado do ano, que diverte pelas piadas e pelo elenco brilhante que nos faz rir de verdade, ao mesmo tempo em que nos emocionam, onde o filme, apesar de ser comédia, consegue com competência caminhar para o drama. Hilário e inteligente. 



06º. Tudo Pelo Poder (The Ides of March)
de George Clooney / EUA


O filme nos apresenta com eficiência o atual cenário político, os bastidores, as pesquisas, as chantagens, o jogo frio em nome do poder. Conhecemos o assessor de imprensa Stephen (Ryan Gosling), idealista e sonhador, ele trabalha ao lado do candidato a presidência Mike Morris(Clooney), e acredita que ele é o homem que mudaria o mundo, até que sem querer acaba descobrindo algumas verdades que eram escondidas e muda completamente seu modo de enxergar a política. Com atuações memoráveis de Gosling, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti e de Evan Rachel Wood, o longa nos mostra o quanto é difícil lutar e acreditar num mundo melhor, o quanto este sentimento se torna cada vez mais utópico quando estamos em um lugar onde os valores da sociedade são invertidos, onde a corrupção, a traição e a frieza dos atos se tornam naturais para se alcançar a vitória. Um filme chocante, polêmico, que mesmo sendo tão sutil consegue impactar. Um filme que merece ser visto. Aliás, um filme que precisa ser visto. Roteiro bem desenvolvido e direção segura de George Clooney. 



05º. A Árvore da Vida (The Tree of Life)
de Terrence Malick / EUA


Daqui para a frente, os filmes já merecem o primeiro lugar. "A Árvore da Vida" é um filme que é extremamente difícil de encontrar palavras para descrevê-lo. É uma daquelas obras que chegam ao cinema uma vez a cada década, uma experiência tão única, tão profunda, de beleza rara, que nos faz sentir tocados de alguma forma, que nos faz encontrar sentimentos até mesmo desconhecidos, que nos emociona pela simplicidade, que nos apresenta a beleza e o milagre da vida. A história de uma família pelo ponto de vista de uma criança, o medo do pai opressor, a paixão pela mãe e sua intensa relação com a natureza e com Deus, a sensibilidade das relações e a importância dessas pessoas na construção do que somos. O filme vai além quando prova que a nossa jornada é só uma pequena fração na história do universo e nos faz refletir sobre o que fazemos para preencher este rápido instante de vida. Tudo é surreal, tudo é maravilhoso, tudo é intenso, verdadeiro, o visual é de tirar o fôlego e a trilha sonora de Alexandre Desplat é brilhante. A história do filme pode até ser esquecida, mas a experiência de vê-lo jamais será.



04º. O Palhaço (O Palhaço)
de Selton Mello / Brasil


O filme mostra um amadurecimento do cinema nacional, que não mais se preocupa em mostrar a nossa realidade, que não mais se preocupa em parecer real. Somos apresentados a trupe do Circo Esperança, que tem como líderes os palhaços Pangaré é Puro Sangue, pai e filho, o filho por sua vez, Benjamin (Selton Mello) passa por um momento complicado, perdeu a esperança, não mais encontrava sentido no que fazia, gostaria de encontrar alguém que o fizesse rir, pois a vida já havia perdido a graça. Vemos então, sua jornada de auto conhecimento, tentando redescobrir quem realmente era. Um filme delicado, que encanta pela beleza de seu visual e por sua sensibilidade ao desenvolver dos conflitos, além de contar com o apoio de atuações marcantes e um humor que há muito tempo não se via no cinema, ingênuo, inteligente, e...engraçado. Um filme que emociona e diverte na dose certa, uma obra de extrema qualidade e que merece ser apreciada. 



03º. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2)
de David Yates / EUA, Reino Unido


Foi o fim. Uma das sagas mais importantes e mais bem realizadas da história do cinema chegou a seu final. Um final não menos que épico. Vemos os últimos passos do trio Harry, Hermione e Rony a procura das Horcuxes, enquanto o vilão Lorde Voldemort decide encarar seus inimigos de frente, travando enfim a tão esperada batalha entre o bem e o mal. Poucas sagas da história conseguiram o feito de Harry Potter, construir uma história extremamente bem adaptada e contada, contar com o apoio constante de toda a equipe e chegar a seu final com tanto êxito. O último filme, não só foi o melhor de toda a saga, como foi um dos melhores filmes deste ano, com grandes efeitos especiais, cenas extremamente bem construidas por este diretor brilhante chamado David Yates. Aventura de qualidade, que é feita na medida para agradar aqueles que admiraram a saga do bruxo desde criança, que respeita seu público e entraga um final fantástico. Uma saga honesta que merece palmas, respeito e um pedaço na memória da história do cinema. Final antológico.





02º. A Pele Que Habito (La Piel Que Habito)
de Pedro Almodóvar / Espanha


A grande surpresa do ano, quando todos esperavam que Pedro Almodóvar enfim perderia o jeito de filmar, quando este anunciou que faria algo diferente do usual, o suspense. Para a grata a surpresa de quem admira o diretor, este entra para o grupo dos melhores que o espanhol já realizou. Conhecemos a inusitada história do cirurgião plástico Roberto (Antonio Banderas) que faz uma misteriosa mulher de refém em sua própria casa. Ele a usa como cobaia de estudo sobre a construção de uma nova pele. E aos poucos o roteiro vai nos revelando os mistérios que cercam essas duas pessoas, o porque dele resolver fazer uma nova pele e o porque de ser aquela mulher a escolhida para estar ali. Digo com toda a certeza, "A Pele Que Habito" trouxe para os cinemas em 2011 a melhor história dentre todos, o suspense, o drama, as surpresas, as reviravoltas surpreendentes de um roteiro muito bem escrito. Não há como não se surpreender, é algo de tirar o fôlego, parece que nos faz esquecer até mesmo de respirar, onde as surpresas não chegam somente no final, a cada nova cena, a cada novo diálogo, surge um elemento que altera tudo o que prevíamos. Maravilhoso, original, ousado, surpreendente e memorável.



01º. Cisne Negro (Black Swan)
de Darren Aronofsky / EUA


É um daqueles filmes que permanecerão por muito tempo na memória, o filme que marca o ano de 2011. Vemos a grande atuação de Natalie Portman premiada com o Oscar por sua personagem, a bailarina obsessiva pela perfeição Nina, que faz de tudo para ser a protagonista de um espetáculo, O Lago dos Cisnes, mas para isso teria que se dedicar ainda mais para interpretar duas personagens, o Cisne Branco e o Cisne Negro. O Cisne Branco, por sua vez, era a alma presa dentro de um animal, alguém que lutava por sua liberdade, assim era Nina, aquela que vivia presa sob a pressão das pessoas ao seu redor, de seu diretor (Vincent Cassel), de sua mãe (Barbara Hurshey), e da pressão pessoal de ser tão boa quanto sua antecessora (Winona Ryder) e de ser melhor que sua concorrente, a belíssima bailarina Lilly (Mila Kunis) que tem tudo para substituí-la no espetáculo. A partir de então, Nina entra num universo obscuro, onde perde a noção do que é real e fantasia, sempre procurando a perfeição de seus atos.

"Cisne Negro" prova o talento deste jovem diretor, Darren Aronosky, que nos embarca nesta trama surreal de terror psicológico. Atuações marcantes de Portman e de seus coadjuvantes, que brilham nesse thriller impressionante, impactante e perturbador, que nos prende e nos hipnotiza. Surpreendente, repleto de ótimas cenas e um final magnífico.





[os melhores filmes de 2010]

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Cinemateca Opina 2011 - Os destaques do ano


Bom, mais um ano acabou (faz um tempinho já, aliás) e o CINEMATECA resolveu iniciar algo inédito aqui no blog, o "Cinemateca Opina", como forma de relembrar o que houve de melhor no ano que passou! Uma forma mais dinâmica de fazer uma retrospectiva, dividindo em categorias e mostrando o que mereceu ser destaque em 2011, e aproveitando para citar filmes que infelizmente são ignorados em premiações importantes.

Para cada categoria, entre 2 a 6 destaques de 2011. Vale citar que em breve faremos "Os Melhores de 2011" que já é de costume aqui no blog, fazendo o TOP 20 dos melhores filmes, logo a categoria FILME terá um post separado.

por Fernando Labanca


2. Nicole Kidman (Reencontrando a Felicidade)
3. Kirsten Dunst (Melancolia)
4. Juliette Binoche (Cópia Fiel)
5. Michelle Williams (Namorados Para Sempre)
6. Elena Anaya (A Pele Que Habito)





2. Javier Bardem (Biutiful)
3. Aaron Eckhart (Reencontrando a Felicidade)
4. Ryan Gosling (Tudo Pelo Poder)
5. Michael Sheen (Tarde Demais)
6. Mel Gibson (Um Novo Despertar)

























2. Anne Hathaway (Amor e Outras Drogas)
3. Emma Stone (A Mentira)
4. Natalie Portman (Sexo Sem Compromisso)
5. Mila Kunis (Amizade Colorida)
6. Kate Hudson (O Noivo da Minha Melhor Amiga)























2. Owen Wilson (Meia Noite em Paris)
3. Jake Gyllenhaal (Amor e Outras Drogas)
4. Ryan Gosling (Amor a Toda Prova)
5. Steve Carell (Amor a Toda Prova)
6. Owen Wilson (Passe Livre)






2. Melissa Leo (O Vencedor)
3. Charlotte Gainsbourg (Melancolia)
4. Kirsten Dunst (Entre Segredos e Mentiras)
5. Evan Rachel Wood (Tudo Pelo Poder)
6. Jodie Foster (Um Novo Despertar)























2. Christian Bale (O Vencedor)
3. Philip Seymour Hoffman (Tudo Pelo Poder)
4. John Hawkes (Inverno da Alma)
5. Paul Giamatti (Tudo Pelo Poder)
6. Alan Rickman (Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2)






















2. Cisne Negro
3. Super 8
4. O Vencedor
5. O Primeiro Que Disse
6. A Mentira













2. Tudo Pelo Poder
3. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
4. Amor e Outras Drogas
5. Reencontrando a Felicidade
6. Um Dia





2. Melancolia
3. Sucker Punch - Mundo Surreal
4. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
5. Thor
6. Super 8
























2. Melancolia
3. 127 Horas
4. Água Para Elefantes
5. Bravura Indômita
6. O Palhaço






















2. Água Para Elefantes
3. Super 8
4. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
5. Amores Imaginários
6. Um Dia 





2. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
3. X-Men: Primeira Classe
4. Thor
5. Capitão América - O Primeiro Vingador
6. Sucker Punch - Mundo Surreal



(A cena em questão é a magnífica introdução de Sucker Punch, dirigido por Zack Snyder, ao som de "Sweet Dreams", versão da própria atriz Emily Browning. A cena é perfeita e chega a arrepiar!)















2. A Revolução dos Macacos (O Planeta dos Macacos - A Origem)
3. A Libertação do Cisne (Cisne Negro)
4. Tsunami (Além da Vida)
5. A Última Apresentação (O Concerto)






















2. Jónsi (Compramos um Zoológico)
3. Plínio Profeta (O Palhaço)
4. A.R. Rahman (127 Horas)
5. Hans Zimmer (Rango)
6. Alberto Iglesias (A Pele Que Habito)



 MELHOR CANÇÃO NÃO ORIGINAL
(porque as canções não feitas para o filme também merecem destaque!)




















1. Walk (Foo Fighters - Thor)
2. Hoppipolla (Sigur Rós - Compramos um Zoológico)
3. Starlight (Muse - O Turista)
4. Good Life (OneRepublic - A Mentira)
5. Blood (The Middle East - Se Enlouquecer Não se Apaixone)
6. I'll Try Anything Once (The Strokes - Um Lugar Qualquer)



MELHOR ANIMAÇÃO
porque foi um ano fraco de animações. Então só os dois!!













1. Rango
2. Enrolados



MAIS COOL



1. Cisne Negro
2. Missão Madrinha de Casamento
3. Um Lugar Qualquer
4. Sucker Punch - Mundo Surreal
5. Se Enlouquecer Não se Apaixone
6. Super 8



MELHOR ELENCO



















1. Meia Noite em Paris
2. Missão Madrinha de Casamento
3. O Vencedor
4. Harry Potter e as Relíquias da Morte
5. Amor a Toda Prova
6. A Mentira



MELHORES PERSONAGENS




















1. César (O Planeta dos Macacos - A Origem)
2. Nina Sayers (Cisne Negro)
3. Magneto (X-Men: Primeira Classe)
4. Severo Snape (Harry Potter e as Relíquias da Morte- Parte 2)
5. Loki (Thor)
6. Rango (Rango)



REVELAÇÃO










1. Jessica Chastain (A Árvore da Vida)
2. Tom Hiddleston (Thor; Meia Noite em Paris)
3. Jennifer Lawrence (Inverno da Alma; Um Novo Despertar; X-Men: Primeira Classe)
4. Hailee Steinfeld (Bravura Indômita)



(por Tudo Pelo Poder, Namorados Para Sempre, Entre Segredos e Mentiras)





















2. Natalie Portman (por Cisne Negro, Sexo Sem Compromisso e Thor)
3. Kirsten Dunst (por Melancolia e Entre Segredos e Mentiras)
4. Jennifer Lawrence (por Inverno da Alma, Um Novo Despertar e X-Men: Primeira Classe)
5. Elle Fanning (por Um Lugar Qualquer, Compramos um Zoológico e Super 8)



(porque eu faço dizaine, neh?)



























2. 127 Horas
3. Um Dia
4. Melancolia
5. Compramos um Zoológico
6. Sucker Punch - Mundo Surreal



(porque o que Malick fez em 2011 não há palvras para descrever)




















2. Pedro Almodóvar (A Pele Que Habito)
3. Darren Aronofsky (Cisne Negro)
4. Woody Allen (Meia Noite em Paris)
5. J.J. Abrams (Super 8)
6. Selton Mello (O Palhaço)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Crítica: A Pele Que Habito (La Piel Que Habito)

No início do ano, quando começaram a disponibilizar notícias sobre o novo e tão esperado projeto de Pedro Almodóvar, admito que fiquei muito com o pé atrás, principalmente por ter uma história e ter um estilo, o suspense, muito diferente do que o diretor fez em toda sua brilhante carreira. Quando vi o trailer, fiquei assustado e já comecei a sentir um cheiro de fracasso e decepção, seria aquele momento "Almodóvar enfim perdeu o jeito de fazer bons filmes". Ou seja, fui ver com uma péssima expectativa, e ao final do longa, só pude pensar duas coisas: o quão errado eu estava e que definitivamente estava diante de um dos melhores filmes deste ano!

por Fernando Labanca


Bom, para começar, preciso admitir, é muito complicado contar a história do filme, só assistindo mesmo para se ter noção da grandiosidade do projeto. É difícil contar sem spoilers, então comentarei bem por cima, por que há muitos outros detalhes na trama. "A Pele Que Habito" é baseado no livro "Tarântula" de Thierry Jónquet, e nos mostra Roberto Ledgard (Antonio Banderas), um renomado cirurgião plástico, que vive em sua bela casa tranquilo, porém logo presenciamos algo de incomum, há uma mulher, Vera (Elena Anaya) presa em um quarto, ela tenta de diversas formas fugir ou provar a Roberto que está pronta para ir embora, mas ele a mantém em cativeiro. Aos poucos vamos descobrindo um pouco mais deste homem misterioso, perdeu a esposa depois que ela se queimou inteira e se suicidou após se ver refletida no espelho, sua filha, atordoada, passa a frequentar uma clínica psiquiátrica. E no trabalho, Roberto passa a fazer uma pesquisa intensa sobre a criação de uma pele, que envolve a mutação de células, tudo isso por culpa, por querer encontrar a cura para casos como o de sua esposa, o problema é que ele resolve testar essa nova pele em humanos, neste caso, em sua paciente, Vera. 

Mas a vida deste cirurgião é muito mais complexa do que se parece, e aos poucos vamos descobrindo o porquê de ser Vera sua paciente, porque ele a mantém daquela forma, e isso envolve um passado sombrio e cheio de segredos. É então que surge o suspense, sobre quem realmente são essas pessoas e como elas chegaram até ali.


Não, Pedro Almodóvar não perdeu a mão, a boa forma, muito pelo contrário, mantém a qualidade. Apesar de se tratar de um gênero novo para o diretor, há muito de Almodóvar na tela, o exagero, as personalidades caricatas, as cores fortes, sensualismo, sem deixar de ser polêmico e tratar de temas extremamente delicados, como a mudança de sexo, além daquela normalidade com que ele nos mostra situações bizarras. A história é fantástica, ele escolheu o projeto certo, o admiro por se arriscar, mesmo depois de anos de carreira e de seguidores, não temeu trilhar por caminhos desconhecidos, e felizmente, ele acertou. 

O roteiro, que também é assinado por Almodóvar, é genial, a contrução das situações, a apresentação das personagens, o mistério, o modo como tudo vai se revelando, tudo muito dierente, original e de extrema qualidade. A idéia é fora do comum, pode assustar muitas pessoas até, principalmente os mais conservadores, mas é um filme que vale cada segundo, cada cena que surge, uma grande idéia, é um filme que não deixa as grandes surpresas somente para o final, ao decorrer da trama, vamos nos deparando com situações bem surpreendentes. Destaque para a trilha sonora do compositor Alberto Iglesias, bastante delicada e que parece elevar o nível do longa, além é claro, dos cenários e figurinos muito bem planejados. 

Antonio Banderas retoma sua parceria com Almodóvar, com quem não trabalhava desde 1990 com "Atá-Me", e essa parceria funciona mais uma vez, havia muito tempo em que não via Banderas tão bem em um filme, aliás, fazia muito tempo em que o via em um filme bom, sua atuação não é nada incrível, mas soube passar os sentimentos (ou falta deles) deste incrível personagem. Ainda há a presença de Marisa Paredes, muito bem em cena e do jovem Jon Cornet, num personagem que dá arrepios só de lembrar. Destaque para a ótima atuação de Elena Anaya como Vera, uma personagem muito marcante e cheia de bons momentos, a atriz se entregou e nos mostrou uma belíssima performance.

"A Pele Que Habito" é uma obra-prima, por inúmeros motivos, direção impecável de Almodóvar, que parece ter tido cuidado com cada detelhe, logo que o resultado beira a perfeição. Pelo roteiro que nos apresenta uma das tramas mais ousadas e originais do ano, ou pelas grandes atuações representando grandes personagens. O longa discuti um pouco da falta de ética na medicina, mas de forma secundária, nos faz refletir sobre as atitudes desumanas de seres tão comuns, além de uma reflexão bem válida sobre nossa identidade, sobre o quanto nossa pele, essa casca que nos cobre, nos define, perderíamos nossa identidade se estivermos em um corpo diferente, se habitarmos outra pele? Reflexões feitas, filme tenso em processo de ser digerido, quando o filme terminou me veio um sentimento de felicidade, felicidade por estar diante de uma obra tão rica, de ver um cinema acontecer de forma tão rara, tão brihante. Magnífico. Inteligente. Ousado. Imperdível. 

NOTA: 10





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