Apesar de a filosofia budista enfatizar a preciosidade da vida humana, condenando o suicício e outras formas de matança, cresce o número de protestos em que as pessoas queimam os seus próprios corpos. Outra religião que passou a valorizar "mártires" desse tipo, infelizmente. O pior é pensar que não deve render muitos avanços em relação à China. Em matéria publicada pelo New York Times, observa-se o aumento na rigidez e na repressão.
O "Free Tibet" tornou-se uma campanha utópica demais. A probabilidade de o território voltar a ser livre é praticamente nula. Em vez de Liberdade, poderíamos clamar por Dignidade, justiça social e tolerância cultural e espiritual aos tibetanos.
"China endurece repressão e tibetanos protestam com fogo
Por Andrew Jacobs
MAQU, China — A paixão de Tsering Kyi por aprender parece ter-se transformado em desespero, quando uma escola na Província de Gansu, perto do Tibete, mudou sua língua de ensino do tibetano para o chinês, o que provocou protestos em toda a estepe. Em 3 de março, Tsering Kyi, 20, saiu de um banheiro público em um mercado de produtos agrícolas da cidade, com seu corpo magro envolto em cobertores embebidos em gasolina, disseram parentes e moradores locais.
Em um instante, ela estava em chamas, com o punho erguido em desafio, antes de cair no chão. Ela morreu no local. Durante o último ano, 29 tibetanos, 7 deles nas últimas semanas, escolheram a autoimolação em protesto contra as políticas chinesas. Desses, 22 morreram. Além disso, em 26 de março um exilado tibetano de 26 anos se sacrificou e ficou gravemente queimado em Nova Déli antes de uma visita do presidente chinês, Hu Jintao.
Pequim, alarmada diante da ameaça à estabilidade em uma região que fervilha de descontentamento com os controles religiosos e culturais, reagiu com uma série de medidas duras. As autoridades descreveram os autoimoladores como párias e terroristas, culparam a influência perniciosa dos exilados tibetanos e inundaram a região com postos de controle e policiais paramilitares.
Os líderes do Partido Comunista também adotaram um plano de “administração monástica” para controlar mais diretamente a vida religiosa. Como parte desse plano, 21 mil membros do partido foram enviados para comunidades tibetanas com o objetivo de “fazer amizade” com os monges —e armar dossiês sobre cada um deles. Os religiosos submissos são recompensados com tratamentos de saúde, aposentadorias e televisores; os recalcitrantes são expulsos dos mosteiros.
(...)Estudiosos tibetanos e exilados dizem que a atual campanha de resistência é diferente de tudo o que já se viu. A tática —suicídios públicos entre chamas— comoveu profundamente os tibetanos comuns e atemorizou as autoridades chinesas. Igualmente significativo, é que os manifestantes são na maioria jovens —quase todos tinham menos de 30 anos de idade.
(...)Muitos monges tibetanos não conseguem obter passaportes e dizem que os chineses da etnia han, que superam em muito o número de tibetanos na região, os tratam com desprezo.
"Não podemos sequer falar à vontade ao telefone porque a polícia está escutando”, disse um homem de 39 anos. Ele descreveu como a polícia invadiu o complexo do mosteiro tarde da noite e prendeu pelo menos 180 monges.
Eles foram libertados mais tarde, mas Labrang, um dos mais importantes centros do budismo tibetano, mudou. Câmeras de vigilância estão penduradas nos tetos de templos sagrados e policiais à paisana se misturam aos fiéis. “Eles não nos enganam, porque seguram o terço com a mão direita e todo tibetano sabe que deve segurá-lo com a esquerda”, disse um monge. "
Leia aqui a matéria completa.
Em um instante, ela estava em chamas, com o punho erguido em desafio, antes de cair no chão. Ela morreu no local. Durante o último ano, 29 tibetanos, 7 deles nas últimas semanas, escolheram a autoimolação em protesto contra as políticas chinesas. Desses, 22 morreram. Além disso, em 26 de março um exilado tibetano de 26 anos se sacrificou e ficou gravemente queimado em Nova Déli antes de uma visita do presidente chinês, Hu Jintao.
Pequim, alarmada diante da ameaça à estabilidade em uma região que fervilha de descontentamento com os controles religiosos e culturais, reagiu com uma série de medidas duras. As autoridades descreveram os autoimoladores como párias e terroristas, culparam a influência perniciosa dos exilados tibetanos e inundaram a região com postos de controle e policiais paramilitares.
Os líderes do Partido Comunista também adotaram um plano de “administração monástica” para controlar mais diretamente a vida religiosa. Como parte desse plano, 21 mil membros do partido foram enviados para comunidades tibetanas com o objetivo de “fazer amizade” com os monges —e armar dossiês sobre cada um deles. Os religiosos submissos são recompensados com tratamentos de saúde, aposentadorias e televisores; os recalcitrantes são expulsos dos mosteiros.
(...)Estudiosos tibetanos e exilados dizem que a atual campanha de resistência é diferente de tudo o que já se viu. A tática —suicídios públicos entre chamas— comoveu profundamente os tibetanos comuns e atemorizou as autoridades chinesas. Igualmente significativo, é que os manifestantes são na maioria jovens —quase todos tinham menos de 30 anos de idade.
(...)Muitos monges tibetanos não conseguem obter passaportes e dizem que os chineses da etnia han, que superam em muito o número de tibetanos na região, os tratam com desprezo.
"Não podemos sequer falar à vontade ao telefone porque a polícia está escutando”, disse um homem de 39 anos. Ele descreveu como a polícia invadiu o complexo do mosteiro tarde da noite e prendeu pelo menos 180 monges.
Eles foram libertados mais tarde, mas Labrang, um dos mais importantes centros do budismo tibetano, mudou. Câmeras de vigilância estão penduradas nos tetos de templos sagrados e policiais à paisana se misturam aos fiéis. “Eles não nos enganam, porque seguram o terço com a mão direita e todo tibetano sabe que deve segurá-lo com a esquerda”, disse um monge. "
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Principal mensagem deste vídeo: "Dedicate your life and not sacrifice your life for tibetan freedom..."
Photo by Carli, Outubro 2011, Dharamsala, Índia