quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Desaguado em foz

 



Comprou o jornal dessa manha e embrulhou meticulosamente com ele, o olhar. Depois, dirigiu-se às margens, às suas próprias margens feitas de engano e lamento, de algum episódio eufórico e  muito pranto que lhe sulcava devagarinho o espanto. E só aí, se desaguou em foz.

Filipa Vera Jardim 

Imagem: Pintura de Artur Cruzeiro Seixas







4 comentários:

  1. Sim, sempre.
    Obrigada pela visita e pelo comentário

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  2. Sem querer ver o que o rodeava,refugiou-se num mundo interior que não adianta ignorar,porque se manifesta sempre de algum modo.

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    1. Exactamente, esse mundo interior está sempre lá.
      Obrigada

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