quinta-feira, julho 28, 2011
Irritações solenes (21)
segunda-feira, julho 25, 2011
«The portuguese way»
domingo, julho 24, 2011
Apontamentos de Lisboa
.
sábado, julho 23, 2011
COMO ERA A URBANIDADE EM 2011
O que eu escreveria em 2021, se me pedissem um texto para a MOV (Newsletter da CML):
(Este texto é escrito segundo as regras anteriores ao Acordo Ortográfico, entretanto revogado em 2018).
OS “CARROS” DE 2011
Há cem anos apenas, era comum, das janelas dos prédios, gritar “Água vai!” e lançar para a rua dejectos fecais e resíduos domésticos. O viandantes que se cuidassem e fugissem a tempo do perigo vindo de cima.
Há cinquenta anos, escarrar gosma purulenta para o chão era tão normal como assobiar e atirar dichotes de mau gosto para qualquer mulher ou rapariga que mostrasse mais que dez centímetros de perna nua.
Maravilhemo-nos. Há quinze anos, tornou-se finalmente comum passear o cão ou cadela pelos passeios da urbe com um saco de plástico enfiado no bolso das calças ou simplesmente na mão que segura a trela do bicho.
Maravilhemo-nos mais. Há uns meros dez anos, não era ainda considerado comportamento anti-social guiar pela cidade a velocidades estonteantes, como se fosse uma fatalidade matar quem se atravessava à frente do “carro” (os peões que fugissem do perigo).
Lembram-se dos “carros”, mastodontes de ferro e plástico que pesavam uma tonelada e se moviam a gasolina, aquele entretanto desaparecido líquido mal-cheiroso e poluente, responsável por tantas doenças respiratórias?
É extraordinário olhar para as fotografias das ruas de Lisboa há dez anos. Como é que aceitávamos viver assim? Milhares de carros em filas contínuas, com gente impaciente lá dentro, a ocupar a maior, e melhor parte, do nosso espaço público. Tudo era pensado e construído em função do “carro”. Asfaltámos e cimentámos a cidade, agredimos os nossos idosos e deficientes, proibimos as crianças de usar a cidade, fechámo-las em casa em frente a écrans que as tornaram míopes e imbecilizadas. Que coisa tão estranha, a cidade que tínhamos há dez anos.
Os “carros”, com as suas estradas e toda a sinistralidade que causavam, foram responsáveis por uma parte daquela imensa dívida externa que ainda estamos a pagar, desde que a Troika aterrou na Praça do Comércio (lembram-se? A Troika dos nossos credores – com um nome tão carinhoso, o de uma carruagem com skis puxada por três burros).
Andar a pé em 2011 era um perigo, até porque as pessoas achavam normal – tão normal como cuspir para o chão ou dizer “Água vai!” – estacionar sobre os passeios e obrigar os concidadãos a circular pela “rua”. Havia “passadeiras” (frequentemente ocupadas por “carros” estacionados), para onde éramos encaminhados, porque era preciso – pensávamos nós – manter constante o fluxo automóvel e “disciplinar” os peões. E havia semáforos, e um software primário a que chamávamos Gertrude, que “regulava” centralmente o trânsito automóvel da cidade, isto é, que nos impelia a conduzir os “carros” a velocidades
que – pasme-se – atingiam os 120 km/h.
E depois, para além da Lei permitir toda esta selvajaria, ainda havia quem se considerasse estar acima dela. Houve até um caso, que na altura passou por uma quase normalidade, de um magistrado que chocou contra o “carro” do presidente da Assembleia da República, quando na Av. da Liberdade (sim, na altura também estava asfaltada!) circulava a 130km/h (!!!) sem respeitar os “sinais vermelhos”, a uma hora a que costumávamos chamar “de ponta” (não, não é o que estão a pensar! Chamava-se “de ponta”, porque era quando havia mais “carros” por todo o lado).
Quando conto estas coisas estranhas aos meus filhos e netos, eles não querem acreditar. “Atirar dejectos para a rua? Escarrar para o chão? Guiar a mais de 30 km/h e estacionar no passeio?” Como as coisas da urbanidade mudam ao longo dos tempos.
Manuel João Ramos
Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados / ACA-M
quinta-feira, julho 21, 2011
Irritações solenes (20)
Na anterior legislatura, um terço dos deputados tinha assento em empresas do Estado
«Cerca de um terço dos deputados da anterior legislatura – 70 dos 230 – tinham também assento em empresas do Estado, muitas vezes com interesses cruzados com os assuntos que defendiam no Parlamento.
A denúncia é feita ao Jornal de Notícias por Paulo Morais, ex-vice-presidente da Câmara Municipal do Porto e vice-presidente da associação pela Transparência e Integridade – Associação Cívica.
Esta associação, criada em 2010, é ponto de contacto em Portugal da organização de luta contra a corrupção Transparência Internacional. Do colectivo, presidido por Luís de Sousa, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e fundador de uma rede europeia de agências anti-corrupção. Integra ainda o grupo a actual directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, Maria José Morgado.
Paulo Morais, , afirma ainda que na Comissão Parlamentar de Obras Públicas "quase metade dos deputados eram administradores de empresas privadas de obras públicas". E acusa a Comissão de Ética de "branquear todo e qualquer conflito de interesses", acrescentando que esta é "uma das grandes vergonhas do parlamento".
A Transparência Internacional elaborou um documento, que entregou à troika onde denuncia por outro lado o número excessivo de deputados que pertencem a escritórios de advogados. Estes casos representam um quinto da actual legislatura. A situação tem a reprovação do próprio bastonário da Ordem dos Advogados, que defende a suspensão da actividade em caso de eleição para o Parlamento.
Por sua vez, o Bloco de Esquerda, apesar de defender o direito das profissões a exercerem cargos políticos, quer restringir o acesso de deputados a actividades como assessoria e patrocínio ao Estado ou a participação em sociedades com capitais públicos ou a empresas concorrentes a concursos públicos. E quer avançar com um projecto de lei que alargue o período de nojo na transição entre cargos governativos e empresas.»
O que vale é que, pelo menos em Lisboa, os transportes públicos são acarinhados!
quarta-feira, julho 20, 2011
terça-feira, julho 19, 2011
Trabalhando para o boneco
quarta-feira, julho 13, 2011
segunda-feira, julho 11, 2011
Vila Ana e Vila Ventura - Concurso de Ideias
Lançado a 08/07/11 pelo Movimento de Cidadãos pela preservação da Vila Ana e da Vila Ventura. Mais informações AQUI.
sexta-feira, julho 08, 2011
Receita para a receita
Assim sendo, não se compreende que, em cidades como Lisboa, os poderes públicos não sejam suficientemente diligentes na cobrança dessas verbas - que bastariam (só num fim-de-semana de trabalho nas "avenidas novas"...) para acabar, de uma vez por todas, com o problema do défice e o drama da dívida pública.
Texto a publicar no Destak de 11 Jul 11
quarta-feira, julho 06, 2011
As ruas como reivindicação
Em que estádio civilizacional nos encontramos? O Correio da Manhã de anteontem contava que 8238 velhos estão abandonados nos hospitais, por carências económicas das famílias, por negligência moral, por dispositivo indigno do mundo em que vivemos. Este dispositivo indigno possui raízes no sistema, cada vez mais corrupto e, acentuadamente, propício ao desprezo pelo outro, seja ou não familiar. Diariamente somos assustados pelas novas condições que o Governo aplica aos mais pobres e indefesos. E, pelos vistos e ouvido, a procissão ainda vai no adro.
É preciso, urgentemente, saber em que sítio estamos e em que estrada caminhamos para conhecermos a norma que domina e qual o código a respeitar. O direito à desobediência não é uma metáfora. Representa um direito que nos assiste, como afirmação de protesto cívico e manifestação de dignidade humana.
Nenhuma lei, quando injusta ou perversa, é um registo de obediências cegas. E os cidadãos, exactamente porque o são, constituem a afirmação de uma alternativa. Naturalmente (uso o advérbio na sua exacta dimensão) o mundo mudou e as nações alteraram o carácter próprio e as circunstâncias da sua acção, pouco importando a história de cada uma delas. O domínio do capital eufemizou-se com termos mansos: globalização e mercado. O totalitarismo que os envolve e a arbitrariedade a que estão associados rejeitam a alteridade e ameaçam a democracia. As regras impessoais que nos estão a impor implicam a aplicação de sanções violentíssimas a quem desobedeça. Um pouco por todo o lado assistimos a esses lances.
O desprezo pelos velhos constitui um grau suplementar da complexidade do sistema político-económico vigente - mas não ainda vitorioso. É impossível regressar ao mundo simplificado de outrora. Mas é possível enfrentar a barbaridade e favorecer a emergência do "eu" humanista. As manifestações, violentas ou pacíficas, que se verificam em vários pontos do planeta são sinais representativos da lógica de mudança - e de reacção. Sempre assim foi. As ruas dispõem de uma autoridade reivindicativa de que a História tem feito prova.
In Diário de Notícias
terça-feira, julho 05, 2011
No reino do absurdo
O facto de a cena ser em Lisboa, não espanta ninguém. Já o facto de se passar num sábado, às 17h45m (quando o estacionamento é gratuito) faz-nos pensar que, nesta terra e com esta gente (desde quem faz até quem deixa), não há nada a fazer.
Parabéns à Hemeroteca!
«80.º ANIVERSÁRIO DA HEMEROTECA MUNICIPAL DE LISBOA E DA BIBLIOTECA MUNICIPAL PALÁCIO GALVEIAS [1931-2011]
Celebramos hoje o 80.º aniversário da Hemeroteca Municipal de Lisboa e da Biblioteca Municipal Palácio Galveias.
80 anos é muito tempo pelo que ao assinalarmos esta efeméride estamos também a evocar o papel desempenhado por estas duas bibliotecas na cidade de Lisboa, designadamente como espaços de promoção da leitura pública de livros e de publicações periódicas, da literacia de informação e de cidadania e cultura. E fazemo-lo organizando na HML e na BMPG diversas iniciativas culturais que não deixarão indiferentes os seus utilizadores.
O aniversário serve também de pretexto para colocarmos na Hemeroteca Digital uma galeria de fotos da HML (com destaque para as fotos das obras de restauro do átrio e escadaria e da remodelação das salas de leitura, realizadas em 2000), aqui; bem como um conjunto de recortes de imprensa sobre a HML, aqui, e sobre a HD, aqui – documentos que já fazem parte da história da Hemeroteca Municipal de Lisboa. Para conhecer o resto das actividades que preparámos para si neste dia 5 de Julho, consulte aqui o programa. O guião da mostra Hemeroteca Municipal de Lisboa – história & património, pode ser visto aqui.
Aumentamos ainda a nossa colecção digital com mais 4 anos da Gazeta de Lisboa, de 1717 a 1720, que podem ser consultados aqui.»
Cascais anfitrião do XI Congresso Internacional de Reabilitação do Património Arquitectónico e Edificado
Excelente iniciativa. A ver se as câmaras de Lisboa e ... Cascais, pelo menos essas, tomam apontamentos... e, claro, se até lá não escavacam mais nada.
Site do Congresso em Cascais: http://www.inditech.es/fundacion/congreso/index.htm
segunda-feira, julho 04, 2011
Andam a gozar connosco, não andam?
300 anos da Igreja do Menino Deus
Hoje, no âmbito das comemorações dos 300 anos da magnífica Igreja do Menino Deus, ao Largo Rodrigues de Freitas, pelas 11:30h, Missa do Aniversário. E às 18h visita guiada a este Monumento Nacional, a cargao do Dr. Ricardo Branco. Há que acrescentar que não haveria comemorações não fora a energia e o voluntarismo do amigo Fernando Jorge e, claro, das Irmãs. Tudo o resto é/foi pêso morto.
sexta-feira, julho 01, 2011
O que faz o hábito...
Na Av. da Igreja, a EMEL bloqueia um carro estacionado em local de Paragem Proibida (1ª foto). Alheios a isso, continuam a chegar carros, que estacionam atrás do primeiro. A EMEL vai-os bloqueando, sucessivamente - excepto um, cujo condutor, sentado ao volante, deve achar que aquilo não é nada com ele (mas lá se vai embora quando vê, ou desconfia, que vai ser o próximo 'contemplado')...