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domingo, 8 de dezembro de 2013

sou signo-significante que só fala em códigos
sou elíptico, no palco, magnífico
sou sujeito horror da própria voz do próprio gesto
corpo definha seco no sol do meio do dia da cidade
a pele e seus espinhos
harmonia que muda no meio
a vida distorce e espedaça minha coluna
a cidade suas cidadãs: cada parte cada pedaço
sou, com efeito sei quem sou
não minto, não força, me deixa

na beira do nada, profundamente admiro e pulo
no pedaço de todo susto
que parado vivo

vagalume, ca(n)tador de palavras

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

PROIBIDO LOCAL NESTE LOCAL

gosto do silêncio confuso que
fica no barulho entre as mesas
do bar. acho que é difícil
quem será quem virá quem será agora?
a essa hora
mistura, evapora, bom-boteco
se meu problema fosse esse seria outro
espero e apareço
quando quero

proibida a esperança
nos arredores da pequena vila
escondam as infâncias
do fogo-fátuo-perpétuo desse tédio infernal
rondam as entranhas
em suas tranças
ao prender, petrificam como marfim

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

tudo começou pelo lado, pelo menos importante, pelos planos
hoje tudo me enjoa, voltarei a escrever poemas
hoje em dia tudo é isso, mais do mesmo, mas deixa disso
tudo começou: não é o alcance, é o começo
fazer (sê) está sempre no começo
nada deve ser pequeno, apenas pequenino
singeleza sem qualquer humildade
crescer começa na semente, criar é aspiral, é aspirina e riso, é álcool, café

do pouco, mundo
nada ficará encoberto
esses poemas serão explodidos em público
escrever-viver é cena, é drama

e se poesia é muleta de alguém, não é a minha
tudo começou no canto errado, nota, tom, hein?
todo dia, hein?
calor, né?
?

eu te falo o que cê quer ouvir ou o que não quero dizer mais
.

respiro ar mais úmido
sou pessoa urbana, a cidade é cheia de estradas

mas essa cidade é cheia de entranhas, pessoas estranhas, histórias
no meio do bar sempre tem uma pra contar
alguém pra reencontrar, um momento único, um caso, uma vida ali, olho pra frente
se entende, se estende pra além daqueles signos, físicos, deixados, vistos
ali naquela outra rede as regras mudam mais, mais fundo, não dá pra saber
duplo da vida

eu tinha dúvidas, nem tinha, não sobre isso
tenho dúvidas, mas não sobre algumas coisas

cansei de terminar tudo assim, com as coisas se perdendo
parece que nada acaba mais, vai tudo dispersando, diluindo e se perdendo
eu te falo o que parece que cê vai esquecer, mas escrevo, pode ler e voltar: tem muita poesia aqui.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

e finalmente eu estraguei minha poesia

mesmo depois de uma vida inteira de treino em segurar o choro
não tem servido mais
minha poesia-angústia não cabe nesse papel
não cabe em mim
eu até que como como
mas fica um vazio
se fosse tudo simples
teria mais gosto nesse emaranhado
teoria mais no gosto
franja do olhar, espalha meus cacos meu pó
eu serei o melhor de tudo
que tem nada pra ser
porque somos essa página em branco?
se tudo que se escreve é escrito a sangue, nem se vê as sinapses, tudo é escrito com sangue
e tudo tem gosto de sal
fica mais difícil de caminhar vendo o próprio sangue no caminho
furo meus olhos, deixo, desapego
sigo cego, mesmo depois de uma vida inteira
sendo só sigo mudo burro infeliz
mesmo depois de dar cabo em tudo
e o melhor: tudo isso é culpa minha
eu quem estraguei minha vida

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Na verdade, deixa pra lá.
siglo veinte y uno
deixo me contaminar
ser antena, hipersensível, superestimado, dispensado
beber muito, tenho bebido muito sabendo que não é solução
ah, o disco do tênis, os outros
o mesmo bar
a mesma azia, a mesma dor no estômago
vou me afetando
ser pouco, ser menos, ser longe, ser só
ser pessoa, pequena, minto


(18-05-2013)

domingo, 5 de maio de 2013


I give you a kiss goodbye
I goodbye you a kiss
I kiss you goodbye
goodbye me on a kiss
I do
I really hear my voice saying things that aren't me
I say things like a foreigner
I say you are telling me nothing
fica realmente difícil de ler
eu atendo um telefone
fica difícil de dizer
"Perché realizzare un'opera quando è così bello sognarla soltanto?"
que não quero ir aonde essas línguas foram forjadas

segunda-feira, 3 de setembro de 2012


pronto:
já é tarde demais
já foi o tempo

pronto, virou só um título de poema
perdido entre alguns versos esquecidos
entranhado entre tecidos esquisitos
de volta ao ofício entranhado

pronto, conseguido um ponto e vírgula;
nessa manhã vazia eu sou refém também
rego as plantas
o herói já é prerrogativa de uma situação distorcida

quarta-feira, 14 de março de 2012

acordei coberto pela cortina, aflito e desamparado hoje
ontem e antes: no lugar de amizade, ditos
território árido que tentei cruzar com esperança
mas é tão difícil só estar, acompanhar
cada encontro e ia se somando, iam derramando
todo o peso do mundo em minhas costas

todas as vozes que disseram meu sofrimento e destruição
serem merecidos
algumas em que eu esperava alguma canção apenas
devem comemorar agora perplexas
que o perdão se compra com sofrimento e humilhação
assim como qualquer calma

hoje levantei cansado e desesperado
como se dormisse um choro
como se a noite se escondesse nos meus olhos


  doce, como se a vida fosse doce,
  breve como tempo fosse
  fácil tendo tudo grátis
  ¡confio na bondade humana!


enquanto só querem meu bem
, desde que possam enfiar sua moral em mim
e sugam o resto de minha sanidade me exigindo paciência
com tanta decência
e toda a caridade, que me oferecem como migalha
tanta hostilidade só deve estar estampada nos meus dentes
ou pregada com durex nas minhas costas

- vozes retardadas, proclamais vaias desfiguradas numa covarde rotina?
sou caixa de pandora ao revés


sou deixa sem fim
sempre prestes
a postos
na iminência de ser

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ponta de dedo que toque
em imagem dócil em tempo de secura
hoje chove doidas gotas
e escrevo poesia só assim só pra mim
sem saber cuidar do que me cuida
mas que peso me atravessa
e quase cálido a não ser por tarde que é
nessa danza sempre perco o compasso
nem a pequena esfera da ponta da caneta

domingo, 28 de agosto de 2011

Andarilho entre serpentes
passo ao fim de mim
num andar firme e descomprometido
até que o solo seco se quebre
sob a superfície e engula
os meus pedaços caídos deixados.
As serpentes mágicas enfeitiçadas
estáticas se erguem a um palmo do chão
e riem sem veneno.
Andarilho que só leio siglas.

sábado, 13 de agosto de 2011

poema para um machucado

a coisa mais lenta que há é um machucado que se fecha
a menina sai do banheiro onde esteve vomitando ou cheirando
o queimado no dedo há tanta tristeza para se ver em tudo
a coisa mais rápida que há não é piscar olhos nem pensamento


amanhece um novo dia mas por baixo do penso o buraco não é menor
amarela tanta cor que não é pele não é pelo buraco na parede
passa sol pela janela que arrepia as costas ao tocarem as partículas sem massa
pela dor pela culpa que se fecha abaixo da pele passa agulha

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

pandora


não há culpa em ser
não há o que preencha esse espaço nem nada que alivie o peso das coisas
a vida não se escreve sozinha
porque não há escolha que não possa ser feita

em que fundo se esconde toda essa melancolia?
e cada dia é mais fácil de ser máscara
com azia na alma

até que um momento fugaz lhe vira do avesso
expondo em carne viva, à flor da pele, à queima roupa
com ânsia na cara


e mostra que esse jeito reto anti-subjetivo
essa evasão do sujeito é uma falácia
e cai em si

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

eu sempre tentando entender tudo isso
mas não há valor no esforço
o cuidado é cheio de dor
eu me sinto como se estivesse lapidando uma pedra qualquer
ninguém enxerga além
não vale a pena ser bom
há de ser cruel com estilo
não mais lapidar pedra sem valor
esquecer essas palavras que não saem
no meio do sonho como turbilhão
tudo parecia distante
estranhos faunos que ritualizavam ébrios à madrugada
a música a noite
tudo parecia se afastar a cada toque
a cada pulso
como o agora se afasta lentamente no tempo
tanta confusão suspensa como poeira no ar

parecia tão bom a cada olhar
de repente tudo se partiu
eu era andarilho em solo seco
a queimar lágrimas na manhã vazia
tudo estava tão longe

domingo, 7 de agosto de 2011

paira um sol sobre as cabeças
mesmo de noite se tivesse um buraco que atravessasse o mundo
esse sol ainda rasgaria as retinas
tudo é só um sonho maluco
e você acha mesmo que vai acordar suado para terminar tudo aquilo que não fez
e vai passar

no retrato de um momento você desenha um sentido
para alguma coisa que não tem significado
essa será uma época de muita poesia
que vai oscilar até parar no meio exato do buraco que o atravessa por inteiro

e vai ter aquele jogo de palavras que você vai usar até bem
e dedicar tacitamente aquele poema incomprendido para você-sabe-quem
as frases de efeito
naquele poema incompreensível

segunda-feira, 4 de julho de 2011

antes de ir dormir, qualquer líquido é cola para as idéias que flutuam
assim sem diluir fica tudo saturado na beira
faz o gesso faz o sonho
costura as linhas do mapa
faz o gesto que resta:
apoia os dedos finos em um mergulho para fora, para cima

quarta-feira, 8 de junho de 2011

mantenha a cidade limpa

ê, é
sobrevoa a desordem num espaço multi dimensional
hiper-espaço hipertexto
a dimensão assimétrica
os prédios do centro de bh
o mana que escorre como cuspes no chão

os lugares são táteis mesmo quando gigantes
os prédios são férteis em memes mas sistemáticos não imagens
cerceam a desordem de arcângelos, poetas, chatos

os fascistas querem uma cidade estática
os donos querem uma cidade estática
os clientes querem uma cidade limpa
os fados, os fartos os indecisos vivem numa cidade estática
onde se acomodam

veem uma cidade estática não estética
em que se incomodam

quarta-feira, 18 de maio de 2011

mi ne scias kial la infanoj teni tiom aferojn al paroli
mi ne riskas pli al diri nenian
oni kreskas maljuniĝas lernas tiom vortojn tre grave afera
malvigla kosntruo nefrukto-dona
gajni konatiĝon perdi sciecon

sábado, 23 de abril de 2011

fruit case on my lips
I've got all about
cause it is all about my desease and my desire
I'd learn everything again, just to get out of here
there are other things to forget

the deep to dive in mom's flowerpotty garden
get an italian citizenship
get a ship
a spaceship
an old way

I'd take you home, my beloved son
I would. cause I never understand what you are really talking about
eu queria ir embora
it is born a new desease

quinta-feira, 21 de abril de 2011

queima minha boca
não tem lugar
explode de sim
aqui elefanto ita
liano
una carne flesh
alface polpa

diga agora se tem aonde ir
que não seja voltar










metâmero

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