domingo, 26 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sobre a brevidade da vida


"Pequena é a parte da vida que vivemos’ Pois todo restante não é vida, é só tempo.

"Vamos fazer um cálculo da tua existência. Conta quanto deste tempo foi tirado por um credor, uma amante, pelo poder, por um cliente. Quanto tempo foi tirado pelas brigas conjugais,pelo dever das idas e vindas pela cidade.
Acrescenta ainda as doenças causadas pelas nossas próprias mãos e também todo o tempo desperdiçado .
Verás que tem menos anos do que contas?
Quantas vezes o dia transcorreu como o planejado?
Quando usaste teu tempo contigo mesmo?
Quando mantiveste uma boa aparência, o espírito tranqüilo?
Quantas obras fizestes para ti com um tempo tão longo?
Quantos não esbanjaram a tua vida sem que notasses o que estava perdendo?
O quanto da tua existência não foi retirado pelos sofrimentos sem necessidade, tolos contentamentos, paixões ávidas, conversas inúteis, e quão pouco te restou do era teu?
“Compreenderás que morre cedo”
Em questão, viveste como se fosses viver para sempre, nunca te ocorreu a tua fragilidade.
Não te dás conta de quanto tempo já transcorreu?
Como se fosse pleno e abundante o desperdiças e, nesse ínterim, o tempo que dedicas a alguém ou alguma coisa talvez seja teu último dia.
Temes todas as coisas como os mortais, desejas outras tantas como os imortais.
Ouvirás a maioria dizendo: “Aos cinqüenta anos me dedicarei ao ócio.”
“Aos sessenta, ficarei livre de todos os meus encargos”
“Que certeza tens de que há uma vida tão longa?
O que garante que as coisas se darão como dispões?
Não te envergonhes de destinar par ti somente os resquícios da vida e reservar para meditação somente a idade que já não é produtiva?...

Um trecho do livro sobre a brevidade da vida do filósofo e dramaturgo :
Lucio Anneo Sêneca, que, no momento leio
Nos faz pensar no modo como empregamos nosso tempo.
Edna Campos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PACIÊNCIA


"Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria
gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que
lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... E o bem comportado executivo?
O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo
ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o
jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido
uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma
tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava
demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a
cabeça, inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem
sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem
tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética
dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer
chegar?
Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você?
Onde você quer chegar?
Está correndo tanto para quê?
Por quem?
Seu coração vai agüentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia
vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...

NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL...

SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA..."

Paulo Roberto Gaefke

Compro meu calmante ao levar minha neta para dar comida aos patinhos.
Edna Campos.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MANEIRA DE AMAR


"O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora,depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude.
A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.
"VOCÊ O TRATAVA MAL, AGORA ESTÁ ARREPENDIDO?" "NÃO, RESPODEU, ESTOU TRISTE PORQUE AGORA NÃO POSSO TRATÁ-LO MAL. É A MINHA MANEIRA DE AMAR, ELE SABIA DISSO, E GOSTAVA".

Carlos Drummond de Andrade

Edna Campos.